A Vida Mata a Pau

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E se o 20 de Setembro tivesse um porquê?

Quem não acompanha a reprise de A Casa Das Sete Mulheres talvez não saiba, mas hoje – 20 de Setembro – é o dia dos Farrapos. A data marca a proclamação da republica Piratini durante a Guerra dos Farrapos, e é comemorada aqui no Rio Grande do Sul com um feriado chuvoso.

Como o grito de independência foi dado no Campo dos Menezes, no município de Quarai, eu me sinto bastante à vontade para fazer um exercício de imaginação e empilhar suposições sobre o tema:

E se a revolta tivesse dado certo e o Rio Grande fosse Independente?

Na seqüência, a minha visão sobre alguns acontecimentos decorrentes da possível vitória dos Farrapos, caso Netto não tivesse perdido sua alma ou a guerra. Como eu sei que a Internet não funciona, deixo avisado de que é uma simples listagem informal de fatos e sua repercussão, sem seriedade excessiva ou compromisso com uma ou outra visão histórica.

Os primeiros anos

Mesmo com a vitória de 1845 e a independência do continente de São Pedro, o exército e as instituições estaduais estariam em ruínas. O esforço de guerra causara danos grandes na economia da região, que só foi recomposta com pesados investimentos do Brasil. Solitários, os gaúchos demorariam ainda mais tempo para se recompor. Inicialmente pode-se imaginar um apoio argentino, que seria combatido pelo Brasil logo na seqüência. O Uruguai passaria a estar menos suscetível à influência tupiniquim, o que colocaria o partido colorado de escanteio.

Além de uma possível guerra civil entre grupos apoiados pelos nações do prata e do Brasil, o estado farrapo seria estraçalhado de vez durante a Guerra do Paraguai. Como se sabe, em 1965 São Borja e Uruguiana caíram sem resistência, só sendo retomado num contra ataque da tríplice aliança. Um Uruguai Blanco não teria interesse em barrar o avanço guarani, saindo, inclusive, da tríplice aliança.

A guerra mais sangrenta das Américas teria Piratini, Brasil e Argentina de um lado, Uruguai e Paraguai do outro. Com a possível vitória brasileira, a região às margens do Uruguai voltaria ao comando do Império. Restaria ao continente apenas o filão mais oriental do seu território. Ou seja, uma nação fraca que passa a se despedaçar.

Ainda assim, se a independência fosse mantida, cerca de cinco décadas de negociação seriam necessárias para que a dívida de guerra fosse paga e a soberania fosse reconhecida. Muito difícil pensar na Argentina como um aliado natural depois destes episódios. O alinhamento natural seria com o Brasil, o parceiro comercial de mais tempo, enquanto a Argentina e o Uruguai representariam até a década de 30 um concorrente do charque local.

Símbolos Nacionais

O Hino e a Bandeira não sofreriam modificações, assim como as armas, criadas no tempo da revolução. Entretanto, o sistema monetário necessitaria de uma reforma urgente. Ao invés de mi réis, cruzados e cruzeiros, teríamos Garibaldis, Netos ou Dólares Gaudérios. As notas trariam animais da nossa fauna estampadas, como um cavalo crioulo, o quero-quero ou uma capivara.

Capital

Uma Porto Alegre leal ao império seria uma cidade esvaziada. Talvez uma cidade amaldiçoada. Bom, isso não muda muito.

Etnias

A exclusão étnica seria a maior tragédia da história.

O incentivo à vinda de imigrantes, que ajudaram a construir uma identidade gaúcha, foi uma iniciativa do governo brasileiro. Tomando como exemplo o que fizeram nossos vizinhos, essa atitude não seria tomada. Italianos e Alemães não teriam livre circulação ou terras no norte do estado. Até hoje a serra seria pouco desenvolvida, sendo muito semelhante ao território das missões –uma região muito militarizada.

Episódios farrapos, como o massacre dos lanceiros, mostram que escravos e negros não eram bem vindos. Esse núcleo racista e estancieiro levaria a uma desigualdade social ainda maior do que a que existe hoje. Os escuros acabariam fora das nossas cidades centrais, substituídos gradativamente por mão-de-obra platina.

As características culturais estariam muito diferentes. Disse um publicitário: o Brasil libertou os negros, mas os negros libertaram o Brasil antes. A cultura urbana ganharia um ar inocente e supercicial. E o pior: Atualmente, o grande craque do Barcelona se chamaria Ronaldinho Catarinense.

Cultura

Mesmo com a Globo transmitindo para o nosso território, não haveria interesse em contar a nossa história. Assim, a minissérie “O Tempo e o Vento” seria toda com atores locais. Ao invés do Capitão Rodrigo Cambará ser interpretado pelo galã Tarcísio Meira, seria vivido por Ricardo Machi – desliga essa droga!

Esportes

Grêmio e Inter teriam vaga na Libertadores todos os anos. Entretanto, sem a força dos negros estariam perdidos. Não passariam de botinadas e caneladas. No máximo um tri da América para cada um.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus