A Vida Mata a Pau

home. arquivos: Agosto07. Julio07. Junio07. Mayo07. Abril07. Marzo07. Febrero07. Enero07. Diciembre06. Noviembre06. Octubre06. Septiembre06. Agosto06. Julio06. Junio06. Mayo06. Abril06. Marzo06. Febrero06. Enero06. Diciembre05. Noviembre05. Octubre05. Septiembre05. Agosto05. Julio05. Junio05. Mayo05. Abril05. Marzo05. Febrero05. Enero05. Diciembre04. Noviembre04. Octubre04. Septiembre04.

« Por um 2007 com menos problemas de revizão | Home | Cicarelli GORDA! »

Pobre Ludwig!

elis-e-andre-trouxao.jpg

O casal da foto me visitou de surpresa no domingo. A foto deles está ai pra não começar o ano nesse blog reclamando. Como o que vou relatar adiante é uma lamúria sobre a experiência horrível que um filme me proporcionou, essa imagem fica de escudo e pede um ano tão alegre quanto eu fico quando vejo amigos como a Elis e o André. Ah, e quando recebo visitas surpresas também.

COPYING BEETHOVEN

Se um filme dura em média 100 minutos, para colocar nele a Nono Sinfonia de Beethoven você ocuparia, pelo menos, 2 terços da projeção. Logo, não ponha a Nona Sinfonia em um filme. Além de respeitoso, evita ter que editar algo que não tem como meter a tesoura.

Essa foi o primeiro grande erro de O Segredo de Beethoven. Não comento sobre filmes que não gosto, por achar os motivos que levam ao agrado ou não muito pessoais, mas esse passou do limite!

beethoven.jpg

O filme abre com uma lutinha feminista totalmente desnecessária: um copista mulher é enviado para trabalhar para o surdo Beethoven quatro dias antes da estréia da Nona em Viena. Ele, irritado, diz que ela é uma mulher e o blá blá blá que você já viu igualzinho em uns 50 filmes.

De uma cena pra outra, o machismo cai no esquecimento e some do enredo. Anna Holtz torna-se admirada pelo maestro já na segunda visita, sem fazer nada além do seu trabalho. Entretanto, nenhum dos argumentos dados contra mulheres na música erudita é rebatido. Também, até hoje a contribuição delas no campo é insignificante. O autor compra uma briga que não leva a nada.

anna-holtz.jpg

A próxima briga é comigo, na hora da Nona. Beethoven implora para Anna ajudar ele, sinalizando as entradas das vozes de um espaço escondido no palco, já que ele não conseguia ouvir direito.

Essa "ajudinha" torna a regência em um dueto. O jogo de câmera que supunha uma dança entre os dois e a obra se desenrola numa cena digna de “o paciente inglês” de tão constrangedora. Assim, surrado pela vergonha alheia, tenho que ver Ed Harris carregado pelo povo agradecendo e dividindo os méritos com a recém chegada Anna.

Corta essa! O cara que chega na sua nona sinfonia sabe reger de olhos vendados e com um cão raivoso mordendo sua coxa. Meu amigo Xinho gostou, e me apontou coisas boas no filme, como a atuação do Ed Harris. É verdade, mas mesmo assim não engulo.

Pra acabar, ainda tem dois personagens idiotas: o sobrinho do homem e o namorado da menina. Eles não têm importância no filme, caem em contradição e ficam com cara de babaca. Mais ou menos como eu saindo do cinema, triste e pensando o quanto é lamentável um filme sobre o Beethoven não ter ritmo.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus