A Vida Mata a Pau

home. arquivos: Agosto07. Julio07. Junio07. Mayo07. Abril07. Marzo07. Febrero07. Enero07. Diciembre06. Noviembre06. Octubre06. Septiembre06. Agosto06. Julio06. Junio06. Mayo06. Abril06. Marzo06. Febrero06. Enero06. Diciembre05. Noviembre05. Octubre05. Septiembre05. Agosto05. Julio05. Junio05. Mayo05. Abril05. Marzo05. Febrero05. Enero05. Diciembre04. Noviembre04. Octubre04. Septiembre04.

« Não precisamos mais de verão. | Home | São Silvestre II »

São Silvestre

A corrida de são Silvestre, antes de ser um evento de importância esportiva discutível, é a última oportunidade de todo brasileiro de aparecer na televisão. Por isso não é difícil ver uma série de retirantes e desocupados com seus cartazetes com logotipos da globo desenhados à facão e convocando o Cleber Machado a filmar nós.

Tirando uma série de homens vestidos de palhaço, de noiva ou com a camisa do São Paulo, a corrida se resume a uma ferrenha disputa entre atletas que um dia foram bóias-fria contra quenianos que um dia foram guerrilheiros.

Os quenianos sempre levam a melhor, com suas pernas velozes de gazela e uma resistência em provas de fundo invejável. Aos brasileiros, no geral, resta uma camiseta promocional da Fisk e o direito a um depoimento emocionado aos órgãos de imprensa sobre o descaso com o esporte no Brasil.

Essa lógica se repete todo fim de ano. E é o pouco que sobrou do charme da prova, que perdeu bastante da graça quando deixou de ser disputada perto da meia-noite. Segundo relatos, os atletas rasgavam o centro histórico paulistano com os foguetes de ano novo estourando no céu cinza da Faria Lima. Rebouças, consolação, e um monte de nomes que a gente só conhece mesmo por causa do banco imobiliário.

Não sei o porque da mudança. Talvez o perigo que é andar no centro de São Paulo depois das oito ou para o povo pedalar pelo corredor de ônibus sem risco de atropelamento. Para os quenianos ficarem mais visíveis ou talvez para a globo poder transmitir o Reveillon do Faustão na hora certa. Vantagens que não pagam a pena.

Poderíamos fazer um trato. A TV repassa o evento para a hora da virada e fazemos uma concessão patriótica. Assim, o brasileiro mais bem colocado subiria ao pódio e, no lugar do hino nacional, tocaria: “hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa é de quem quiser”. Por mim, sem problemas.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus