A Vida Mata a Pau

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Sem uso para um Buick*

Só é possível se informar lendo as notícias pouco importantes. Nas editorias de hoje, o que ganha destaque e parece ser relevante evidencia um quadro estático ou um episódio pontual sem grandes conseqüências. Na minha parte favorita de qualquer informativo, as duas situações são materializadas em notícias da hora: a possível morte de Sharon e a polêmica com o programa nuclear iraniano. Especulação em cima de outra nos mostra que o que teremos é o mesmo de sempre. Uma pilha de posições oficiais, declarações, intensoes, lamentos e resultado pouco.

Convenhamos, o que vier a acontecer com o Sharon não vai mudar a conjuntura do oriente médio, as forças serão as mesmas, e nós, se deus quiser, poderemos recorrer aos carros Flex para cada vez menos nos importar com o que eles fazem.

No Irã a mesma coisa. Desde que o plutônio é plutônio que eles ameaçam retomar o projeto nuclear. Espanta imaginar que um dia eles começaram um. Se foi no mesmo ritmo dessa retomada tão alardeada, o esboço da coisa deve ter acontecido no século XVI, sem brincadeira. Então, é alemão de um lado encontrando francês pra convencer os italianos a apoiar os americanos numa possível investida. Senhor chanceler, vossa excelência e suas primeiras e segundas damas num tabuleiro de xadrez onde o juiz que nada apita é a ONU.

Em contra partida, nas notas de rodapé, podemos ver como os chineses estão tomando o poder. Nada de enviados especiais a Shangai ou boletins sobre a vila olímpica de 2008 no globo esporte. Você vê a força dos amarelos nas matérias copiadas das agências internacionais e traduzidas pelo estagiário.

Repare que, diariamente, temos notícias de mortos na china. E claro, pra virar notícia por lá, tem que morrer muita gente. Chacina pros padrões chineses é quando morre mais de 2 mil. Mas eles poupam bala. Os chineses morrem, basicamente em obra. Alguém deveria fazer uma contagem, mas é muito mais operário batendo as botas do que miliciano se auto-explodindo no Iraque.

Assim, enquanto a gente dorme eles estão morrendo num esforço de infra impressionante. É mina de carvão, refinaria, ponte, estrada de ferro, prédio, estações portuárias e tudo que for preciso para ser o primeiro. Isso que aqui só chega quando o goró engasga. E certo que a metada das coisas lá tem segurança no trabalho de verdade.

E isso é o mais evidente. Mas eles estão ganhando o mundo cada vez que eles doam um panda para um vizinho que tem implicância ou fazem um investimento absurdo em publicidade para evitar que os cidadãos cuspam no chão ou almocem cachorro na frente de ocidentais. E se o mundo é azul lá de cima, o mundo é vermelho na china. E em breve por tudo. Sem você ver, seja qual for a cor do jornalismo que você acessa.

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por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus