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Tratado do PNC


Não foram poucas as vezes em que fui chamado de antipático ou, em um belo eufemismo, "rapaz pouco sorridente". E não tiro a razão de qualquer uma das perspicazes pessoas que assim me alcunharam. Mas a verdade é que sou apenas um cara tímido. E o tímido, antes de mais nada, é um preguiçoso.
Tenho certeza que 87% das ocasiões em que as pessoas me acharam pouco amável poderiam ter sido facilmente revertidas com o bom e velho PREENCHIMENTO DE NADA COTIDIANO.
O Preenchimento de Nada Cotidiano nada mais é do que um conjunto de frases, idéias, piadinhas, sentenças e ditados que ninguém acredita de verdade, mas tudo mundo lança mão em situações sociais, para quebrar o gelo. Vejamos um clássico exemplo:

Você está no táxi em um dia de chuva. Taxista:

- Quando chove o trânsito fica um horror. Fica todo mundo nervoso. E alaga tudo!

Eu:


- É...

Usuário do Preenchimento de Nada Cotidiano:

- É, mais um pouco e vamos ter que andar de jet ski, hohoho.


Claro está que essa não é a única resposta possível. Até porque existem vários tipos de PNC. E eu até acredito que muita gente deve se divertir pensando nas várias possibilidades de resposta que pode usar sempre que um taxista comenta sobre a chuva e o trânsito. Aliás, muitos devem ter também uma tiradinha escolhida especialmente para o momento, usando a mesma sempre (Zorra Total está aí para provar o amor das pessoas pela piada repetida).

Não desmereço o valor social do PNC, mas tenho preguiça de usá-lo. Como disse no início, o tímido é antes de mais nada um preguiçoso (numa interpretação mais ácida, diria que é alguém sem saco para aturar o mar de aritoledice em que vivemos).

O mais engraçado é que as pessoas anseiam pelo PNC. Provocam ao máximo, usam de todos os artifícios possíveis para conseguir ouvir um. Comigo, pelo menos, elas insistem. Eu respondo apenas meu "é..." e elas seguem perguntando, cutucando, provocando.

No meu caso, aliás, existe um outro agravante. Se por um lado não pareço simpático, também não pareço "vigarista", como diria minha vó. Isso estimula os viciados em PNC a me alvejar de comentários banais.

Talvez uma boa alternativa seja usar a falta de sentido eminente a todas esses circunstâncias e fazer um comentário descabido, intimidando o interlocutor e fazendo com que ele desista:

- Ah, mas em dias de chuva passo graxa bovina no meu bigode, visto meu chambre cáqui e saio pela rua entoando trechos do meu cd "Cid Moreira narra letras de Jim Morrison".

Mas a verdade é que eu temo essa gente.