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Listen to your heart


Estou preparando mentalmente um post tridamassa. "As Cem Melhores Coisas Que Eu Já Ouvi". Será, obviamente, um ranking com as cem melhores canções que já escutei na vida, devidamente ordenadas e comentadas.
De caráter relevante zero, vai ser bem divertido de fazer. E creio que de ACHINCALHAR também.
Vamos torcer para que não seja mais uma das coisas que prometo aqui e não cumpro.

Eu queria que o mundo fosse uma sala de cinema


A parcela da minha vida social destinada ao contato com desconhecidos ou semi-conhecidos é uma sucessão interminável de fatos constrangedores. Ontem de manhã, por exemplo, aconteceu de novo.
Chego no edifício em que trabalho e me posto defronte aos elevadores, de forma a aguardar a chegada do cubo de aço que me alçará ao décimo andar.
Estava rolando um diálogo entre a ascensorista e um senhor, que, visivelmente confuso, procurava entender o que estava escrito no papel que carregava em seus grossos dedos, a fim de descobrir onde tinha que ir:

- É no cartório que o senhor vai?
- Eu não sei, tá difícil de entender.

Parecia apenas mais um caso de pessoa perdida em uma recepção de prédio, a razão original de existir dos porteiros, antes de a violência tomar conta e o Lasier Martins assumir o posto de dono do mundo.

Mas o senhor confuso estava disposto a mudar o rumo dos acontecimentos.

Hábil e astuto, ele conseguiu, em uma fração de segundo, transformar o seu problema cotidiano em oportunidade para filosofar:

- É um absurdo isso, onde já se viu, hoje em dia, a gente depender de letra ruim?
- Pois é, parece que até os médicos estão tendo que mudar isso - completou a ascensorista.

"Ah, não, por que ela faz isso? não faz parte da profissão! Será que ela não percebe que é comigo que ele vai subir vários andares em um cubículo de um metro quadrado?"

- É um absurdo, por isso que esse país está assim! - retruca o senhor.

"Oh, Deus, eu sabia."

O elevador chega. Entramos eu, o homem e seu papel. Lá dentro, dois completos desconhecidos nos aguardam, vindos do subsolo. O senhor dos dedos grossos insiste:

- Essa roubalheira que não tem fim é culpa disso. Quem tem dinheiro tem, quem não tem, bate palma.

Um dos desconhecidos apenas acena com a cabeça. O outro nada diz.

"Massa, tenho aliados."

Mas o velhaco insiste:

- Eu quero ver o que essa NOVA GERAÇÃO vai fazer.

"Putalamierda. 5 segundos para eu ser obrigado a responder."

- Né? Eu torço muito por VOCÊS - e me aponta o dedo.
- Hmnsr - é minha resposta, no máximo de simpatia que consegui, juntando todas as minhas forças.
- Porque tá difícil. Mas os jovens sempre podem mudar - diz ele, convicto.

"O que o Faustão diria agora? Acho que seria uma resposta que agradaria esse cara"

O elevador pára e ele desce. Sorte. O Faustão não caberia naquele cubículo.

Psicopata


Senti um misto de terror e vontade inebriante de gargalhar ao ver essas fotos. A menina está IGOAL em todas as dúzias de fotos.
A que ela tirou com as crianças é muito assustadora. Mas, sem sombra de dúvidas, nada supera ela cortando o bolo.


Tinta preta


Não confunda ética com éter
Quando eu penso em você eu tenho febre
Mas você só quer algodão doce

Sim, são três versos de uma música. Não, não escolhi aleatoriamente, eles estão em seqüência na canção.

Claro, é Legião Urbana.

Momento de iluminação


27-04-05_1605.jpg
Vem aí o novo layout do meu blog.

Retornaremos a ligação assim que possível


Por uma dessas casualidades bonitas do destino, realizei sem querer um desejo que tinha expressado aqui algum tempo atrás. Enquanto assistia uma reportagem do Esporte Espetacular sobre a evolução das transmissões futebolísticas nas últimas décadas, flagrei uma breve entrevista com o designer da Globo responsável pelas animações sem sentido que aparecem durante os EVENTOS da emissora.
Embora ele não seja exatamente como eu imaginei, acho que o cara ainda está dentro do perfil descrito outrora.
Enfim, não tenho mais nada a dizer sobre isso, apenas achei importante dar o RECALL.

Verônica não veio


É bastante complicado falar de ironia sem cair num círculo vicioso de metalinguagem. Um texto que VERSA sobre tal tema, sempre parece conter deboche em cada palavra, em cada vírgula. Isso sem falar na multiplicação de possibilidades das entrelinhas.
E se é complicado para quem o lê, pra quem escreve é ainda pior. Dá um comichão desesperador, uma vontade incontrolável de largar aquela frase que desmorona tudo, que inverte o jogo, que desmoraliza por completo as laudas já escritas.

Particularmente, sou perseguido pela ironia. Seguidamente acontece: estou conversando com alguém, falando bem sério, expondo minha opinião com vontade, fazendo conchinhas com as mãos e desenhando elipses no ar, enfim, sendo um SERIÃO perfeito. Aí o interlocutor começa a torcer levemente a boca, como se tivesse sido fisgado por um anzol. Batata. Não dou três segundos pra ele dizer:

- Tu tá sendo irônico, né?
- Nada, eu nunca sou irônico.
- Ó, de novo!
- Estou confuso, vamos mudar de assunto?
- Isso é uma ironia também?
- Hm, posso chamar minha mãe?

Sob a égide do papel


Para fazer as coisas andarem, basta acrescentar um pouco de burocracia. Seguindo este preceito, transformei o tão prometido novo layout do blog em trabalho de faculdade.
Agora sai.

Sardinha


gatto.jpg
Burt Lancaster está soberbo.

cardinal.jpg
O papel da Claudia Cardinale se resume a morder o lábio inferior. E basta.

alan.jpg
Fotografia e direção de arte impecáveis. E ainda tem o gato do Alain Delon.

Bem massa mesmo esse filme.

Arriba


Inaugurado há poucos meses, o Pueblo parece ter suprido uma carência gastronômica de Porto Alegre (ao menos até onde eu sei, antes dele, a melhor comida mexicana da cidade era servida em jantares esporádicos e bem seletos na casa da Dani).
Mexicano sem ter garçons usando sombreros, o Pueblo consegue agradar já no ambiente, que lembra o México nas sutilezas, como nos pequenos cactos decorando as mesas.
A comida é excelente (sendo bem rigoroso: os nachos, o chili, o guacamole, os tacos e as quesadillas, que foram os pratos que pedi, são ótimos) e o atendimento é cordial e educado. E, para fechar supimpa: o preço é bem, bem acessível.

Quem quiser me dar razão, só passar lá na Ijuí, 147.

Seu Madruga não paga o aluguel


Está rolando por aí um boato de que o SBT não vai renovar com a Televisa seu contrato de exibição do Chaves e do Chapolin (este eles nem passam mais, os malditos). Se confirmado, tende a ser a notícia mais triste do ano, sem sombra de dúvidas.
Parece que os chapeludos estão pedindo muita grana para renovar o contrato com o Sílvio. Mas, poxa, cá entre nós, o Abravanel sorteava Hiundai no Roletrando, ele tem muita grana.
Além do número de dobrões, o SBT tem outras alegações para ameaçar o rompimento. Segundo eles, o Chaves, apesar da boa audiência (mesmo sendo exibido há mais de vinte anos, o programa mantém média de 10 pontos na região de São Paulo) não atrai patrocinadores pelo seu PÚBLICO POUCO QUALIFICADO - dispensável comentar o absurdo.

Bem ingrato o Seu Sílvio, não? O Chaves foi responsável por catapultar a audiência do SBT durante muitos anos. Brigou taco a taco com novela das oito, ESMIGALHOU a Ana Maria Braga quando ela foi pra Globo, TRUCIDOU a Malhação várias vezes, só para citar alguns exemplos. Justo seria a emissora transmitir Chaves e Chapolin pra sempre, em prova de eterna gratidão - até porque o público dos programas se renova constantemente.
Mas enfim, já que falta VISÃO DE MARKETING pra essa gente, vou me agarrar na esperança de outro canal comprar o POTE D´OURO e garantir minha felicidade.

Parece de limão, mas é de tamarindo


Eu suspeito que os pais da Carol só gostam de mim porque não sabem do meu segredo acerca dos etílicos. É, imaginem a reação dos meus sogros, italianos de Caxias, quando descobrirem que eu acho vinho um suco de uva sem a parte boa.
É claro que o fato de eu não saber o modo correto de apreciar a bebida - com todas aquelas frescuras de enólogo - deve colaborar, mas eu não sei o modo correto de apreciar nenhuma bebida alcoólica, e sempre deixo o vinho na lanterna do ranking mesmo assim.
(A bem da verdade: qualquer coisa que necessite impreterivelmente de um longo ritual para ser boa, não o é de verdade. Sendo assim, acho que a minha ignorância processual não pesa neste caso.)
No fundo, acho que o grande fator da minha antipatia pelos vinhos vem da minha incapacidade de utilizar seu grande trunfo: ser um excelente acompanhamento para refeições. Não consigo beber nada alcoólico enquanto estou comendo, e não há nada que eu possa fazer quanto a isso.
E, como já disse, se é pra beber por beber, sou mais um suco Oi bem gelado.
Ainda bem que os Andreis gostam do meu churrasco.

O correto é


Bento dezesseis ou Bento décimo sexto?

Click


Eu olhei a foto da capa do caderno Viagem da ZH de hoje e fiquei imaginando o que se passou na cabeça de quem escolheu uma mulher com as pernas miseravelmente peludas como a melhor opção de imagem para ilustrar a matéria - que trata única e exclusivamente de descanso, claro.

Grumete


Quando eu vim fazer vestibular em POA pela primeira vez, ainda na metade do terceiro ano, percorri de carona com meu primo os 280 Km que separam minha cidade da capital.
Junto com a gente, veio o pai de um amigo de infância do meu primo, que também aproveitou o ensejo caronal para economizar pilas no coletivo.
Íamos falando sobre música e talecosa, até que o rotundo senhor comentou, acerca da saída do David Gilmour do Pink Floyd (que, obviamente, não ocorreu sequer perto do dia desta viagem):

- Foi aí que o próprio Pink Floyd assumiu as guitarras.

O pequeno causo é apenas para ilustrar o seguinte: eu não sei o que é faláfel, mas, raciocinando como o meu companheiro de carona, concluo que deve ser um INTEGRANTE do sanduíche homônimo.
(Suspeito que faláfel seja o nome que se dá a cada uma das unidades daqueles bolinhos verdes que vão ali no meio dos legumes picados e da batata palha, mas posso estar totalmente errado.)
E vou lhes dizer: sanduíche que a Cronk´s faz muito bem. Recomendo.

Pessoas lamentáveis


Episódio de hoje: gente que reage de maneira deselegante aos pronomes de tratamento (argumento de Menezes)

- Oi, a senhora pode me ajudar?
- Senhora está no céu!

Se a contagem do tempo da vida de um homo sapiens fosse feita pelo número de vezes que passa pela situação acima, ele viveria em média 12.700 DCR (desrespeito ao comportamento respeitoso).
E não vale a desculpa de que uma pessoa responde assim sem má intenção, apenas para dispensar a formalidade. Quem trata alguém por "senhora" também não tem má intenção - muito antes pelo contrário - e não merece passar por esse constrangimento.
Perceba: pode não haver maldade na resposta, mas o constrangimento é provocado de maneira DOLOSA.
Aliás, pessoas que sentem prazer em provocar sorrisos amarelos nos outros com seus comentários IGNÓBEIS são todas lamentáveis (com exceção dos velhinhos bem velhinhos, aqueles que deixam qualquer comentário parecer simpático apenas por pronunciá-lo com suas bocas com poucos dentes. Mas aí acho que é um mérito por tempo de serviço).

Reclame


Eu queria pegar gente que pensa que é crime a propaganda ganhar as pessoas por meios, digamos, não racionais e trancar todas numa sala, onde leriam durante horas textos de algum representante de ONG que defende os animais, ou algumas daquelas cartas criticando o aumento de impostos que os AUTÔNOMOS escrevem pra ZH.
Por mais corretos que esses textos estejam, por mais bem embasados que sejam seus argumentos, dá vontade de discordar. E simplesmente porque é chato, entendiante e repetitivo. Gente que escreve coisas como "precisamos nos conscientizar" ou "o futuro está nas mãos dos jovens" nunca vai convencer ninguém de nada. Exceto de que são chatos.
Então, não venham me dizer que faço MENSAGEM SUBLIMINAR - a amior balela do século XX - ou que CONTAMINO O INCONSCIENTE DAS PESSOAS.
Se eu tivesse mesmo esse poder, faria mais gente ler o Soares Silva, e menos gente tentar conscientizar as pessoas.

Coisas do mundo virtual


Os larápios estão cada vez mais rápidos. Agora estão roubando minhas idéias antes mesmo de eu tê-las.

Massa mesmo é ver os amigos se dando bem


Entrei no banheiro e fui logo ligando o rádio. Afinal, nada como tomar um banho matinal ouvindo belas canções. Como ele estava sintonizado numa daquelas pavorosas emissoras que só tocam bandinha que meu tio escuta, fui girando o dial em busca de algo mais apropriado ao meu momento de higiene.
Assim que escutei "Somebody Told Me", do The Killers, parei minha busca. Dei aquela AZEITADA pro som chegar límpido aos meus ouvidos e fui me encontrar com a água e o sabão.
Terminada a canção, entram comerciais. Tento identificar a rádio pelas vinhetas, mas são indecifráveis e bizarras. Falho miseravelmente.
Na volta do bloco de músicas, a boa surpresa: COMEÇA A TOCAR UMA MÚSICA DA FRESNO.
Nada melhor para começar um dia árduo de trabalho do que ver os amigos se dando bem. Ainda mais sendo gente que merece tanto, como Paraíba e seus CUMPADRES.

Nicolas Marshall tinha que ser brasileiro


Acontece sempre. É só ter um assalto que tem alguém para dizer que os bandidos eram BEM VESTIDOS. E o mais engraçado é que os jornais publicam isso, sem escrúpulos.
No fundo até acho que é um consolo, um desses mecanismos psicológicos. Afinal, se é pra ser assaltado, que seja por alguém elegante e ligado nas tendências do mundo fashion:

"O cara chegou e encostou o revólver na minha barriga. Me levou tudo, mas usava um Armani indefectível."

"Tentei resistir, mas o meliante estava com um jeans da Diesel maravilhoso."

Da mesma forma, perder seus pertences para o equivalente delinqüente da Madonna é humilhante - algo como ser atropelado por um Fusca.

"Inconsolável, Alfredo não parava de repetir 'perdi tudo, tudo, e para um homem usando casaco com ombreiras!'"

A night in my life II


Não quero estragar o texto explicando os detalhes e as entrelinhas, mas percebam como tudo que aconteceu, assim como tudo que aqui vai acontecer, está amarrado pelo evento JOGO DO INTER. E, claro, percebam também, ao longo do texto, o quanto essa informação que acabei de dar é irrelevante.

Assim que coloquei o primeiro pé no ônibus, temi. O motorista também estava ouvindo o jogo, em um radinho mais potente que o do tio da parada (que, aliás, embarcou comigo). Se ouvido por apenas uma pessoa, o futebol já me atirou em apuros, imagina agora, com as ondas do futebol se alastrando por todo o coletivo.
A cobradora, simpática, estava implorando por SOCIALIZAÇÃO. Embalado pelos acontecimentos externos, cheguei a responder a ela com palavras (em geral, apenas sorrio amarelo como réplica a qualquer tentativa de contato vinda de desconhecidos) umas duas vezes. Mas parei, já tinha esgotado minha cota do mês. Azar dos taxistas que andaram comigo nos próximos dias.
Porém, o início do meu silêncio coicidiu com a chegada de nosso herói.

Levemente parecido com o DEDÉ, usando uma jaqueta azul e uma mochila a tiracolo, ele já chegou torpedeando a cobradora, ao que parece, levemente conhecida sua de alguma outra linha da Carris.

- Ah, mas eles tem o Fernandão, que pode não jogar nada, ele vai lá e resolve! Sabe qual o problema do Grêmio, sabe? Vou te dizer: mentiram que o Bruno e o (esqueci o nome) são craques! A gente precisa é de uns três Fernandão num time.

E não parou mais. Falou das linhas dos ônibus e de outras generalidades chatas. Mas também proferiu pérolas:

- Passei na Carlos Gomes hoje, um carro com as rodas pra cima. Bateu na traseira de uma auto-escola, que malemal ficou arranhada. Mas ele, ficou de pata pra cima. E tem mais é que morrer mesmo! Quando eu fazia carteira, buzinavam pra mim o tempo todo!

- Mas hoje tu também não buzina? - pergunta a cobradora, numa atitude Antônio Abujamra.

- Não, não. Ando longe delas. Sabe, eu sou meio...meio...afobado...é, faísca, sabe? Ando rápido e mudo bastante de pista. Mas sempre dou sinal, sempre! Não é costurar isso, isso é só mudar de pista.

É incrível como as pessoas falam das merdas dos outros e criam grandes explicações e teorias na tentativa de justificar suas próprias merdas. E o pior: realmente acreditam nessas desculpas, numa verdadeira técnica de auto-convencimento.

Depois de relatar porque não estava errado o modo com que dirigia, o homem começa a contar sua vida: o tempo que passou desempregado, as dívidas com cartão de crédito, seu novo emprego, os concursos que fez, a acusação de desvio de verba que sofreu na empresa que trabalhava antes, e por aí vai.
Na hora que desci do ônibus, ele perguntava pra cobradora "Quantos anos tu me dá? Não, tenho menos, é que sou meio grisalho, mas tenho bem menos. É de família isso do cabelo branco. Meu pai..."

Quando o assunto muda de geração, está SELADA a amizade.

Em 12 minutos ele fez uma amiga ÍNTIMA, que sabe tudo da vida dele. Fiquei uns trinta segundos admirando o cara. Mesmo.

A night in my life


De um lado da rua, eu, com minha mochila, celular, carteira e a filmadora do meu tio. Do outro, uma parada de ônibus ocupada por um jovem senhor com um radinho de pilha e um rapaz de aparência MELIÂNTICA. Comum aos dois lados, a noite: quente, do jeito que só foi ontem, e amedrontadora, do jeito que sempre é depois das 22 horas.
O problema todo, claro, é que eu tinha que ir até essa parada pegar meu ônibus. Ou seja: eu teria que ficar a mercê de um possível meliante e de um tio ouvindo futebol (era isso que ele estava fazendo com seu radinho), que fatalmente me escolheria como alvo dos seus desabafos sobre os óbvios erros de escalação da equipe colorada.
Enquanto o fluxo de automóveis me impedia de cruzar a rua, aproveitei para pensar qual seria minha estratégia de ação. Utilizando de grande destreza mental, BOLEI rapidamente tudo que iria fazer.
Assim que os carros pararam de vir, atravessei com passos decididos, pronto para executar o plano perfeito que tinha em mente.
Era uma idéia bastante simples: assim que chegasse na parada, eu, abdicando da minha apatia social com desconhecidos, puxaria assunto com o tio do radinho, falando sobre futebol e tudo mais. Usando de muita diplomacia, formaria uma ALIANÇA contra o meliante, intimidando-o e fazendo com que desistisse do seu plano.

Atravessei a rua, cheguei na parada e disparei:

- Quanto tá o jogo?
- 1 a 0 pro Inter.

"Preciso manter o contato estabelecido, do contrário, volto a ser vulnerável. 1 contra 1 sou mais a faca do meliante".

- Ah, mas então estamos bem!
- Nada, perdendo gol sem parar!
- Pois é, o Inter tá assim agora, sempre perdendo gols.

Tio senta no cordão da calçada e diz:

- E o time deles está com oito em campo.

Eu, claro, sento também, ao lado dele - e a 30 cm dos carros que passam pela Silva Só em alta velocidade.

"Deus, que constrangedor. Acho que vou entregar a filmadora ao assaltante e terminar logo com isso".

Respiro fundo:

- Nossa! Oito? Mas expulsaram o goleiro?
- Sim. Bom goleiro, salvou vários gols.
- Bom, vamos torcer para que o reserva não seja tão bom, hehe.

"Eu quero morrer".

- Ah, sim, hehe.

Neste momento surge um outro homem na parada. Ele se aproxima do meliante potencial e pergunta alguma coisa sobre itinerários de ônibus. E, para minha surpresa, o rapaz responde COM A VOZ MAIS FINA DO UNIVERSO.

"Não creio, temi ser assaltado por ele? Por um guri que deve ter cordas de violino na garganta?"

Pênalti pro Inter. Gol.

- Pronto, despachamos eles - finaliza o tio.

O ônibus chega. Eu subo, com filmadora, celular, mochila e carteira. A dignidade eu deixei lá, com o guri de voz fina.

(A aventura não acaba aqui. Mal sabia eu a LIÇÃO de socialização com desconhecidos que eu teria no ônibus. Continua)


Inspira e sente


Esses nicks VOLÁTEIS de MSN me irritavam profundamente. A sensação de conectar e ver uma avalanche de nomes desconhecidos surgir no retângulo azul despertava a sociofobia que se esconde em algum recôndito lugar da minha alma. "Hey, cadê meus amigos? Quem são vocês?", essas coisas.
Mas confesso que ultimamente tenho me divertido com eles. Movido pelo meu dom de ver o lado bom das coisas e pelo sarcasmo (e seu poder de diverão incomensurável), agora leio todos eles assim que conecto.
Para expressar melhor o que quero dizer e, ao mesmo tempo, dar uma PALHINHA, encerro com a mensagem abaixo:

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil dizer nada.

Vai comprar a estrelinha da Elizabeth agora


Inegavelmente, alguém que abre uma boate gay na RUA PELOTAS tem muito TINO pro comércio, como nos mostram outdoors espalhados pelas vias de nossa cidade amada.

Verde-amarelo


Ao que parece, o Orkut se rendeu: está quase tudo em português agora.

Fulano de tal, sexo feminino, casado
Cicrano, sexo masculino, solteiro

É, eu sou brasileiro e não desisto nunca.

Nos tempos do picolé de nata


Estava apenas acariciando minha espessa barba em movimentos circulares, sem nenhum propósito que não fosse o mais puro deleite sensorial. Mas, por algum motivo qualquer, desses que só Freud explica, comecei a pensar na minha infância, e no quão estranha ela foi.

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Momento Bruno Galera


Eu já tinha deliciado meu paladar com os PFs que o Ocidente serve durante a semana, mas esse Banquete Indiano dos domingos é realmente SOBERBO.
A comida, bem temperada (no sentido de "bastante" e de "do jeito certo" também) - especialmente no que se refere ao grau de GENGIBREZA da cousa -, é servida em abundância por garçons vestidos de Gandhi, enquanto moças dançam canções que, juntamente com a decoração típica, recriam todo o clima do país onde não se come vaca.
Claro, não sei o nome de NENHUM prato, mas posso falar com alguma segurança dos ingredientes de alguns deles, apenas para dar um apanhado geral: arroz com amendoim, (excelente) macarrão com alguns legumes aqui e acolá, um prato com tortas/esfihas/pastéis, grão de bico em caldo - também com legumes -, COISA VERDE fingindo ser almôndega em um molho desconhecido, legumes crus em cubos (tomate, pepino, repolho roxo, etc) e um molho de manga bizarramente bom.
A sobremesa, também incluída no pacote, é um saboroso arroz doce com passas. Arroz doce, aliás, que consegue a façanha de ser bom, fato raro para as versões desta iguaria que se encontra em restaurantes por aí.
Para BAIXAR A BARRIGA, recomendo andar de roda gigante e de carrinho choque ali no parque próximo.

Momentum


A morte do Papa me levou a parar para pensar em uma coisa que até então eu não havia percebido: é impressionante como Carol era parecido com meu tio Lódio.
Deve ser culpa da origem polonesa de ambos.