home. arquivos: julho07. junho07. maio07. abril07. março07. fevereiro07. janeiro07. dezembro06. novembro06. outubro06. setembro06. agosto06. julho06. junho06. maio06. abril06. março06. fevereiro06. janeiro06. dezembro05. novembro05. outubro05. setembro05. agosto05. julho05. junho05. maio05. abril05. março05. fevereiro05. janeiro05. dezembro04. novembro04. outubro04. setembro04. agosto04. julho04. junho04. maio04. abril04. março04. fevereiro04. janeiro04. dezembro03.

Insanus
alexandre
bensimon
bituca
bruno
cardoso
carol
cisco
cove
daniel
firpo
gabriel
hermano
menezes
nova corja
parada
träsel
vanessa

Blogroll
3 vozes
alliatti
anna martha
antenor
bibs
bulcão
carine
conjunto comercial
dani
diego
g7+henrique
iuri
jousi
lima
lu
madureiras
marcia
mirella
nego
patrício
rodrigo
soares silva
solon
tams

Recuerdos da 28


Quando eu era pequeno, meu sonho era ter uma cicatriz. Mas não uma cicatrizinha, dessas que se consegue caindo do balanço. Tinha que ser uma cicatriz TALUDA. E no rosto, claro. Sim, cortando em duas metades uma das minhas bochechas.
Se eu tivesse uma cicatriz atravessando meu rosto, eu teria sido um pré-adolescente mais feliz. Porque na época eu acreditava que ser o scarface passofundense seria o máximo. E sonhava com todas as vantagens que a marca me traria: admiração feminina, porque mulheres adoram homens com cara de mau,com cicatrizes e OLHO DE VIDRO; respeito masculino, porque uma cicatriz é sinal de coragem, bravura e destemor.
É claro que pra tudo isso funcionar, a cicatriz deveria ser obtida em circunstâncias gloriosas. Nada de cirurgia ou descuido ao manejar facas Guinzo. Isso não possibilitaria a melhor parte: os comentários das pessoas quando eu passasse por elas exibindo minha rosada marca na face. "Olha, olha, diz que ele foi roubar as pitangas da Dona Lúcia e caiu no arame farpado" ou "parece que alguém tentou passar a perna nele no jogo de bolita" ou ainda "criticou o Iron Maiden numa loja de informática lotada".
Ah, que bom seria.