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Aos 13 II


Quando a gente tem 12 anos, nossa intenção máxima com as mulheres (pelo menos do ponto de vista do realizável) é dar umas beijocas. É a fase do Verdade ou Conseqüência. Porém, nem sempre os zeladores têm essa percepção. Especialmente os velhos e tarados. A história que segue é verídica, inclusive os nomes (me processem!).


O Pablo era meu colega no colégio e vizinho lá no Edifício Conceição. Assim, passávamos umas 16 horas juntos por dia. Quase todas as delícias e agruras da adolescência experimentamos juntos (sem malícia, amigos). Um dia, enquanto atirávamos com nossas zarabatanas, ele propôs:
- E se a gente trouxesse as gurias praquele apartamento vazio?
- Quais?
- A Clarissa, a Lisiane, a Ligiane, a Aline. A gente pede a chave pro João Pedro.

João Pedro era o zelador. Trabalhava ali no prédio há uns 20 anos, pelo menos. Tinha uma penca de filhos, um Ray Ban e um boné da Agroceres. E era nosso faixa.
Ainda assim, não podíamos chegar para um adulto e dizer "olha, queremos jogar Verdade ou Conseqüência com nossas colegas". Adultos=sexo era a equação, e a gente sabia como resolver. Tínhamos que ficar no mesmo nível, falar de igual pra igual, de homem pra homem:

- A gente vai comer umas colegas nossas! - Pablo disse - É pra isso que queremos a chave.
- Ah, claro, claro. Mas ó, isso fica entre nós - respondeu o solícito zelador.
E tirando o Ray Ban, acrescentou:
- E não sobra uma pra mim?
A gente se olhou e respondeu:
- Ah, quem sabe, né...

Não ia sobrar nem pra gente, óbvio. Mas nossa resposta garantia que ele agilizaria as coisas, evitando que nos ajudasse com a mesma velocidade com que cortava a grama do jardim.
Assim foi. No dia combinado, estávamos nós e as gurias lá. E o João Pedro lá fora, como o cachorro que vigia a refeição do dono porque sabe que, se fizer tudo certo, pode ganhar uma sobra da comida.
Só tinha um problema. Imaginem mulheres adolescentes em momentos de adrenalina (quem vai beijar quem? qual a prenda? de língua?). Qual a coisa mais normal para elas nesse momento? Gritar, claro. E muito. A ponto de o zelador ir lá bater na nossa porta:

- Controlem os gritos aí. Tá dando pra ouvir lá de baixo.
- É que elas são virgens... - respondeu o Pablo, pra não desmontar nossa falácia.
Em que o zelador, prontamente, e com a sabedoria de muitos anos de taradice, respondeu:

- Ahn...mas então passa uma manteguinha...

Ah, saudades.