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O Clarinete Azul


São incontáveis os filmes em que a canção Begin the Beguine aparece. É possível dizer, com apenas um pouco de exagero, que, se há um baile em um filme – especialmente se a trama se passa nos anos 30 -, lá está ela. Mas claro, nem de longe esse é o fator que faz com que seja imensa esta perda.
A morte de Artie Shaw representa bem mais do que uma perda para o jazz. Acima de tudo, é um duro golpe para a música popular ocidental contemporânea. E não há aqui nenhum tipo de saudosismo ou idolatria demasiada ao passado. É apenas constatação. Como disse o Chico Buarque nessa tão comentada entrevista à Folha, a canção como conhecemos no século XX está definhando.
Aí alguém pergunta: qual a relação existente entre a morte de um representante do swing, estilo de jazz de 60 anos atrás com a canção contemporânea?
Bom, por mais que tenha sido suplantado pelo bebop ainda nos anos 40 e, desde então, seja considerado um gênero “menor” do jazz, o swing foi essencial para a estruturação da música pop. Afinal, está em sua essência a canção ser curta, dançante e de melodia grudenta, bem como atrair multidões de jovens para os salões de baile, exatamente como a canção pop faz hoje.
É por isso que a morte de Shaw representa, muito mais em um nível conceitual do que real*, digamos assim, mais um passo para a morte da canção como conhecemos.
Claro que por algum tempo ainda vamos ligar o rádio e ouvir canções de três minutos com refrão e solo de guitarra. Mas me parece ser algo com fim próximo, prenunciado por acontecimentos como o sucesso da música eletrônica e do rap.

*também senti nojo dessa frase, mas não achei jeito melhor de expressar o que queria dizer.