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Pessoas lamentáveis


Episódio de hoje: o atuante social

Poucas coisas me desagradam tanto quanto ser coagido a ter opiniões sobre assuntos que não me interessam. Basta eu estar ali, quieto no meu canto, e, BATATA, ele vem e me entrega um folheto e um adesivo mal feito dizendo que tenho que me revoltar com algo que ele acha absurdo.
Sempre aceito os folhetos, claro. Sou um cara POLIDO. Às vezes leio. E vou dizer, até rio em alguns casos. Mas pára por aí. Não tenho vontade nenhuma de me sensibilizar com nada, ao menos não a ponto de sair gritando isso por aí. Baleias, cachorros, camada de ozônio, desemprego, desarmamento, não importa, não quero saber.
O engraçado é que quem acaba taxado de insensível sou eu, e não ele, que anda atrás das pessoas o tempo todo, cutucando paletas com seu dedo grosso e dizendo “hein, hein? Não concorda, hein, hein?”, “é um absurdo, hã? Não acha, não acha?”. É desagradável se sentir pressionado dessa maneira, ele deveria saber. Todos deveriam saber.
Mas o pior é que são sempre assuntos cheios de, Deus meu, PRÓS E CONTRAS. E ele sempre vai citar uma experiência semelhante que aconteceu no Canadá ou na Birmânia, como se fosse fácil assim transpor o problema de uma realidade social para outra.

Por que eu não posso simplesmente mergulhar na minha apatia social e ficar ali, onde é quentinho e confortável? Por que a taxa de juros tem que tirar meu sono, se eu pagaria um imposto apenas para nunca mais ter que ouvir de ninguém sobre o problema dos impostos?
Por que sou olhado com desprezo se não pego um megafone e saio pela rua gritando rimas ridículas, ou se não meto o dedo na cara de um transeunte que joga lixo no chão? Não basta eu apenas jogar o lixo na cesta da cor certa e, num esforço homérico, resmungar e abanar a cabeça horizontalmente quando alguém não faz isso? Por que, JÉSUS, eu tenho que ser desagradável?