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Inocência perdida


O triste de saber que programas de tevê são feitos buscando um público-alvo é que a gente perde a inocência egocêntrica de que o mundo da telinha mágica está sempre querendo nos agradar (adendo: é claro que isso vale pra mais coisas do que a tevê, mas quero falar só da tevê, ok?)
Aquele sentimento bom de ficar trocando os canais pensando “gostei” e “não gostei”, como se fossemos um Julio César de chinelos sentado em uma poltrona estofada, que usa o controle remoto como uma forma moderna de apontar o polegar pra cima ou pra baixo perde o sentido. E, claro, a idéia de que os canais de televisão estão sempre se digladiando para fazer programas que a gente goste, mostrar atrizes que achamos bonitas, fazer piadinhas que nos agradem, etc. desce junto pelo ralo.
Dói, confesso, colocar na MTV e sentir que eles não se importam com o fato de eu achar 95% da sua programação abominável. E dói porque eu sei que não posso alegar que eles não conseguiram me agradar. Eu sei que eles sequer tentaram. Tudo foi feito pra menina que usa calça azul da BrasilSul e pro guri que confunde rock com CPM 22.
E não é puramente ranço com a juventude. Também dói colocar na novela América e ver que todos os personagens têm momentos com locução em off pra explicar o que eles estão sentindo. “Sei que eu não deveria roubar, mas não consigo resistir”. Não adianta eu gritar e espernear que isso é horrível. No fundo eu sei que eles não se importam nem um pouco com a minha opinião. E o que pode ser pior que a indiferença, hum?
Enfim, eu gostava mais quando zapear era um momento egoísta, em que eu torcia a cara cheio de razão para o que me desse na telha. Hoje eu sinto como se tivesse alguém sentado ao meu lado no sofá dizendo “sai, sai, não é pra ti isso”.
Sentir-se excluído machuca. Sentir-se excluído por uma novela da Glória Perez machuca ainda mais.
Sorte deles que eu não tenho uma voz em off. Sou polido demais pra dizer tudo que estou pensando.