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Esses dias tomei suco Del Valle de goiaba e me choquei. É a mais pura fruta em sua versão envolta por alumínio.
Assim que minhas papilas gustavivas entraram em contato com aquele sabor e minha língua sentiu o derramar daquela cremosidade, estremeci. Todo o meu corpo foi transportado para 1986, mais especificamente para Santo Ângelo - pátio de casa - capô da Marajó do meu vô, onde eu subia pra pegar os frutos dos galhos da goiabeira da vizinha, que atravessavam a cerca e vinham até o nosso pátio se oferecer.
Ainda absorto pelo sabor, comecei a imaginar o processo de produção dessa iguaria industrial.
Certamente deve ser algum tipo de evolução do processo de amassar cacau, que tão bem nos foi demonstrado pelo Marcos Palmeira - quem não lembra dele balançando os grandes lóbulos de suas orelhas ao som daquela música do Gilberto Gil sobre as parabólicas e o mundo camará?
Não consigo imaginar um outro jeito de trazer tanto sabor para dentro de uma lata que não seja amassando a fruta pura, descascada, e adicionando a ela açúcar e um pouco, bem pouco pra garantir a cremosidade, de água.
E vou dizer: é até capaz de ter um pouco de leite ali. Leite condensado mesmo. Ou chocolate talvez - o que desde já justificaria minha suspeita em relação ao cacau.