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Ramalhete de cravos


Quando Dogville foi lançado, dividiu opiniões. De um lado, os que detestaram o filme (muitos por não suportar a estrutura do filme, com aquele angustiante cenário teatral), de outro os que adoraram. E no meio os que simplesmente abandonaram a sala de cinema ou apertaram o stop no controle remoto antes de o filme terminar.
O que torna qualquer discussão sobre o filme terrivelmente entediante é que sempre tem alguém pra lembrar a questão da crítica aos Estados Unidos.
É bem verdade que a existência de Dogville - bem como dos outros filmes da trilogia - se deve, clara e assumidamente, à intenção do Lars Von Trier de criticar a sociedade norte-americana, seus valores, suas crenças, etc. Particularmente, porém, prefiro enxergar o filme como um belo retrato de algumas das facetas humanas: nossa capacidade de sermos cruéis sem perceber - ou simplesmente levados pelo egoísmo e conveniência -, nossa fraqueza e comodidade frente a problemas que não parecem ser da nossa conta, e por aí adiante.
Despir Dogville de seu viés político e pontual é vantajoso até mesmo no plano artístico, uma vez que faz do filme uma obra mais perene. Dogville é um excelente filme por mostrar seres humanos, não por mostrar norte-americanos.
Pode parecer uma descontextualização, e talvez de fato seja, mas se não for assim não quero brincar. Não admito discutir Dogville na presença das palavras "imperialismo", "Bush" ou "ianques".
E o mesmo vale para Manderlay, que assisti ontem. O segundo filme da trilogia facilita muito que eu considere-o da mesma forma que o primeiro: é um Dogville sobre a escravidão. Mesma estrutura narrativa, mesmo estilo de cenário, até mesmo a seqüência de fatos é semelhante. É possível sobrepor os dois filmes e obter um encaixe perfeito entre eles.
Claro que a repetição dos elementos retira de Manderlay muito do encanto de Dogville. O fascinante cenário já não é novo, o fracasso de Grace é previsível e o final já não deixa o espectador boquiaberto. Ainda assim, é um bom filme. Muito bom, eu diria. Mesmo com a mania chata de ficar criticando os Estados Unidos.