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Queixo grande


Uma coisa que sempre me apavorou na vida foi a possibilidade de um dia ver um retrato falado de um bandido na televisão e reconhecer a pessoa. Perceba: não é ver o desenho, passar pelo indivíduo na rua e reconhecer do retrato - o que já seria deveras assustador, sentar ao lado de um assassino no ônibus, por exemplo. É conhecer previamente, tendo estabelecido relações, apertado a mão, etc., alguém que picou o vizinho com uma faca de peixe.
A questão toda nesse caso é que além de tomar contato repentinamente com um lado tenebroso de um conhecido, a descoberta se dá de um jeito bem traumático e chocante, com a pessoa ali, feita de lápis 2B e com o nariz mais batatudo do que é realmente.

E o que fazer se o retratado estiver ali, do teu lado, vendo tevê e comendo Pastelina? Já pensei muito sobre isso, e concluí que o melhor é usar a diplomacia:

- Saiu bonito, hein? E olha que a televisão costuma engordar as pessoas.

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Outra coisa que me aterroriza é um dia ter que descrever um bandido para o retratista da polícia. Como é que se descreve alguém em detalhes, por Deus?

- Era moreno, cabelo curto, rosto assim, normal, sabe?

- Ok, agora só sobraram uns 2/3 da cidade.

Simplesmente não sei ir além disso, e não acredito que o trauma da situação torne o rosto tão nítido pra mim a ponto de eu lembrar se o sujeito tinha cílios grandes ou não. Até porque, podiam ser postiços, né?