Descrença e pavor

Hoje acaba o horário eleitoral na tv. Hora de começar a fazer balanços deste primeiro turno.

A idéia do A Nova Corja era ter sido mais ativo durante a coisa toda.

Mas – convenhamos – como foi chata e sem graça essa campanha aqui em Porto Alegre.

Jogo de cartas marcadas: o PT, embora com um bobalhão como candidato a prefeito, conseguiu se manter na frente graças às realizações dos últimos 16 anos na Prefeitura.
O problema é que, principalmente neste último mandato (com o Tarso se PALHACEANDO e abandonando a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado – e perdendo para o Rigotto) não aconteceu praticamente nada.
É inegável que muita coisa foi feita em Porto Alegre desde que o PT assumiu a Prefeitura. Mas é aquela coisa: um bando de vagabundos, como sempre, se alojou no poder e não quer sair mais de lá... é a paralisia total.

Mas quais as opções?
Talvez a maior quantidade de adversários anódinos já vista numa eleição nesta cidade.

Eram dois celerados (Vera Guasso – PSTU e Giordano Bruno - PCO) excluídos por antecipação e pelo mínimo de critérios; um outro que toda a vida apoiou o PT e só queria aparecer (Beto Albuquerque – PSB); outro que não conseguiu nada e só apelou (Mendes Ribeiro Filho – PMDB); outro que ninguém sabe o que ainda está fazendo na política (Jair Soares – PP); outro que sempre quis ser o Brizola, mas que nunca teve competência para tal (Vieira da Cunha - PDT); outro que não gosta de assumir a careca (Onyx Lorenzoni - PFL); e outro que, apesar de não falar absolutamente nada com nada e basear toda a campanha numa música imbecil, vai pro segundo turno (José Fogaça – PPS).

O auge de tudo, na minha opinião, se resumiu a duas coisas:

1) o Jair Soares prometendo colocar “1 policial em cada esquina”. Depois a assessoria dele mudou o dicurso, porque era totalmente absurdo, mas o estrago já estava feito. Parece que fizeram uma estimativa de que seria necessário TRIPLICAR o efetivo do EXÉRCITO BRASILEIRO para realizar a proposta do nobre candidato preocupado com a segurança pública.

2) A campanha inteira do Onyx Lorenzoni. O “O que fazer?” e o “Como fazer?” vão entrar para a história política desta cidade, principalmente porque ele nunca deve ter conseguido responder a nenhum “Como fazer?”. A pose de “candidato do povão”, cafungando a ralé nas vilas, realmente o fez subir nas pesquisas, mas – convenhamos – que coisa deprimente. Ver o Onyx à beira das lágrimas no programa eleitoral de ontem à noite me fez ter ainda menos fé na humanidade.

Dá vontade até de votar no PT, para acabar logo com isso no primeiro turno, mas parece que não vai ter jeito mesmo e teremos que agüentar BOBALHÃO versus FRACASSADO segundo turno a dentro.

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