Desgovernada Yeda

O novo jeito de governar de Yeda Crusius (PSDB-RS) também é um novo jeito de acossar jornalistas. Hoje, com o calorzinho senegalês de Porto Alegre, a governadora quebrou um protocolo do Piratini e proibiu a imprensa de subir ao segundo andar para fazer perguntas sobre as novas diretrizes do governo.

A nova solução tucana para a imprensa foi deixar os repórteres sentados na escadaria para que eles esperassem para o caso de Yeda decidir se iria falar com eles. Isso não aconteceu nem com o PT no governo estadual. Imagino a decepção de Diego Casagrande e afins. Sobrou até para o primeiro-damo: virou cão de guarda para evitar que os jornalistas chegassem a menos de 40 metros da esposa.

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Yeda Crusius mostra que entende o básico do Rio Grande do Sul

Não dá para culpar a governadora. Questionada sobre as declarações do vice-governador Paulo Feijó (PFL-RS), contrário ao aumento de impostos proposto pelo novo governo, Yeda respondeu, visivelmente transtornada: "Perguntem para ele como".

Professor Doutor Jesus

Pedimos desculpas aos nossos leitores por não ter descoberto isto antes:

"PROJETO BRASIL 20

Membro do Diretório Nacional do PSC, o F I L Ó S O F O JESUS CHEDIAK preparou apostila intitulada "Unidade Nacional de Pensamento para a Campanha das Eleições Municipais de 2004". O TRABALHO, APESAR DO TÍTULO, É ATEMPORAL, já que CONCEITUA O FUNDAMENTO POLÍTICO DO SOCIALISMO CRISTÃO E A RAIZ JUDAICA DESSE SOCIALISMO. Além disso, traz REFLEXÕES SOBRE ESSE TIPO DE PENSAMENTO POLÍTICO, baseado, como diz o autor, "NO PACTO SOCIAL PROPOSTO POR JESUS: AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO".

ALÉM DO MAIS, o trabalho de Chediak traz ANEXOS com TEMAS ATUAIS E POLÊMICOS, como seu COMENTÁRIO CRÍTICO sobre "capitalismo, neoliberalismo e BEM-ESTAR SOCIALISTA CRISTÃO" ou sobre "O ENGAJAMENTO RADICAL DOS SOCIALISTAS CRISTÃOS NO TEMPO PRESENTE E NA REALIZAÇÃO DA VONTADE DE DEUS COMO AÇÃO POLÍTICA LIBERTADORA"."

Conheça também A HISTÓRIA DO PEIXE.

Mas só dá orgulho esse PASTOR

"Pelos menos seis deputados estaduais, entre eles o vice-prefeito eleito, Eliseu Santos (PTB), destinaram recursos da verba de subvenção social para assessores em 2003. A constatação foi divulgada ontem pela Rádio Gaúcha. Os repórteres Daniel Scola e Giovani Grizotti cruzaram a lista de beneficiados no ano passado com a relação de todos os funcionários da Assembléia."

(...)

Eliseu Santos
Beneficiado: chefe de gabinete, Osvaldo Silva de Oliveira
Valor: R$ 4 mil

Eliseu Santos (PTB):
- É uma coisa que na minha consciência é tranqüila. É um funcionário igual aos outros, carente, que precisa de ajuda. Não há nada que impeça, faço com a maior tranqüilidade."
[Zero Hora]

Dos muros do Centro para A Nova Corja

PONT/LULA = FOGAÇA/FHC

Prefeito eleito de Porto Alegre

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Lavagem de dinheiro

Antes de ter qualquer inspiração para a nova proposta do Chefe, vale a pena destacar as declarações de gastos dos candidatos a prefeito de Porto Alegre no primeiro turno (Pont e Fogaça ainda têm até dia 30 deste mês para entregar).

O troço todo está aqui, então só farei alguns comentários.

Primeiro, é impressionante o que a Gerdau fez: deu R$ 100 mil na bucha para cada um dos candidatos (claro, tirando o Giordano e a Vera Guasso). Falta ver se também deram para o Fogaça e para o Raul, o que parece ser provável. Se isso aconteceu mesmo, a empresa totaliza R$ 700 mil de doação. Na verdade é um nada para quem já lucrou R$ 2,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano (R$ 1,185 bilhão só no terceiro trimestre).

Segundo, é realmente bem estranho fazer certas comparações de gastos. Por exemplo, o Onyx gastou R$ 308 mil, enquanto o Mendes Ribeiro Filho gastou R$ 657.281,52 e o Vieira, R$ 582.101,83.

Isso até dá para entender mais ou menos: o Onyx se dedicou muito mais a botar o pé na lama e pisar nas favelas do que a utilizar outros recusos mais caros. Mas, mesmo assim, esses números do Mendes Ribeiro estão muito altos (maior gasto de todos os candidatos). Tendo boa fé, isso nos leva a concluir que a campanha do Mendes foi a mais fracassada: foi o que gastou mais e, mesmo assim, ficou em quinto lugar.

O que não dá para entender é que o Beto Albuquerque tenha gasto R$ 520.293,21. Alguém LEMBRA de ele ter sido candidato?

Terceiro: ONDE DIABOS o Jair Soares botou os R$ 338.694 que ele alega ter gasto? Vivia reclamando que tava na falência e fez a campanha mais tosca da face da Terra.

Quarto: os COMEDORES DE CRIANCINHA: O PSTU gastou R$ 7.156,51 com a campanha da Vera Guasso e do Júlio Flores (único candidato a vereador pelo partido). E o Guilherme Giordano ficou só nos R$ 1 mil, provenientes do famigerado jantar que o PCO realizou ali num boteco da Osvaldo.

O post do século

"Votar no Fogaça é mais ou menos como ficar com uma guria feia. O cara não precisa fazer, não vai ficar saltitando de alegria, mas tem vezes que a festa ta um saco e ela ta ali te olhando de uma forma assustadora pedindo uma chance."

Porra, Menezes...

O PT mereceu perder

E nada melhor para ilustrar isso do que falar em voz alta para um petista a frase do título deste post. Todos a quem me dirigi reagiram estupefatos à avaliação, o que denota grande parte do problema.
Os petistas acreditam que são a Seleção Brasileira do Galvão Bueno. Nunca perdem por causa de seus erros. Sempre tem um bandeirinha, a chuva, ou algo que o valha.
Por que Deus puniria os petistas, Escolhidos por vocação?
A miopia do PT acontece em nível nacional, mas o diretório gaúcho tem conseguido se superar há pelo menos quatro anos. Errou de avaliação na escolha dos últimos candidatos a cargos executivos – leia-se Tarso Genro.
Acreditavam que Olívio sucumbiria em um terceiro confronto com Antônio Britto em razão do desgaste de ser governo. E quantos votos o candidato do PPS recebeu em 2002? Britto era um candidato decadente e teve votação medíocre. O PT deveria saber disso e deixou Tarso entregar o governo estadual em uma bandeja de prata para o PMDB.
Em Porto Alegre, todos dentro do partido admitiam que a última gestão estava longe de ser satisfatória. Aí, fizeram outro erro.
Maria do Rosário foi a deputada federal mais votada no Estado em 2002. Estava em ascensão e era a candidata ideal para o PT vencer no primeiro turno. Mas o diretório foi míope novamente e sucumbiu às pressões da corrente DS e escalou Raul Pont, um ex-prefeito com alto índice de rejeição que estava na lavoura estéril da Assembléia Legislativa.
Não adiantou. Tropeçaram nas próprias pernas e desabaram da estratosfera.

Registrando o fracasso do petismo gaúcho

Porto Alegre:

Fogaça (PPS) - 431.820 votos - 53,32%
Raul Pont (PT) - 378.099 votos - 46,68%

--

Pelotas

Bernardo (PPS) - 100.088 votos - 52,38%
Marroni (PT) - 91.007 votos - 47,62%

--

Caxias do Sul

Sartori (PMDB) - 119.521 votos - 52,43%
Marisa (PT) - 108.427 votos - 47,57%

--

Canoas (Para colocar todas com mais de 200 mil habitantes. Lá foi liquidado no primeiro turno)

Marcos Ronchetti (PSDB) - 130.479 votos - 70,13%
Marco Maia (PT) - 46.414 votos - 24,95%

Anularei

Porque, como no primeiro turno, novamente fui acordado de manhã por um petista tentando me convencer a votar no Raul Pont.

E se continuarem buzinando sem parar sou até capaz de votar no Fogaça.

As time goes by

Pichado em uma rua do bairro Cidade Baixa:
"ZERO HORA MENTE. FOGAÇA NA FRENTE!"

Quanto mais se muda, mais se continua o mesmo.

A consciência política de Porto Alegre

Entre as táticas de militantes e pessoas ligadas diretamente à campanha dos dois partidos que disputam o segundo turno em Porto Alegre, uma beira o ridículo. O sujeito, sempre que passa por uma manifestação do partido adversário, pede uma ou mais bandeiras. Uma vez no boteco, cercado por partidários, solta a bravata infantil: "Bah, essa semana já tirei umas nove bandeiras deles".

A profeta do dia anterior

Comentário de um dos coordenadores de campanha do Fogaça: "É, o pessoal da periferia não viaja no feriado".

Happy Tree Family

Da Folha:
O PT joga mais duro na eleição de Porto Alegre do que em São Paulo, segundo o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB).

(...)

Ainda indefinida, a eleição de Porto Alegre teve alguns excessos nos últimos dias. Partidários dos dois candidatos chegaram a trocar agressões físicas e acusações de uso da máquina pública na eleição.

Rigotto desaprovou os excessos, mas considerou "normal" a disputa acirrada. "O jogo é muito pesado devido ao simbolismo de Porto Alegre, onde o PT elegeu quatro administrações sucessivas. É uma referência, uma vitrine do PT. Perder o governo do Estado em 2002 e possivelmente perder outra referência em 2004 seria muito ruim para o partido. Por isso que o jogo é muito pesado e o PT está jogando tudo, mais até do que em São Paulo, para reverter o resultado", afirmou ele à Folha Online.

O governador justificou sua opção por Fogaça com o apoio que teve do atual candidato quando se elegeu em 2002 e também devido ao bom relacionamento do PPS com partidos que fazem parte de sua base na Assembléia Legislativa do Estado.

Rigotto pulou do barco federal porque sabe que o PMDB não vai levar a candidatura à vice-presidência em 2006. E pior, nosso governador acreditava que seria o candidato.

Dito isso, gostaria de saber o que o presidente da empresa de calçados Azaléia, o ex-governador Antônio Britto, fazia no Palácio Piratini no mesmo momento em que Germano Rigotto oficiaizava seu apoio a José Fogaça.
Também gostaria de saber quanta grana esta empresa - que recebeu verba do Fundopem durante o governo Britto - investiu na campanha de Fogaça.

Anarco-individualismo isento de tarifas

A Nova Corja declara a melhor solução para o segundo turno em Porto Alegre.
Tu tens duas escolhas: votar no ex-senador que ninguém sabe direito o que fez como político - mas que foi um excelente professor de cursinho e escreveu o hino oficial dos supermercados Zaffari.
A outra é votar em uma coligação que depois de 16 anos no Paço agora promete Passagem Única de ônibus como se a logística disso fosse equivalente à fissão do átomo. Marta Suplicy fez isso em menos de dois anos na capital paulista e, convenhamos, lá é um pouquinho mais complicado. Depois falam em construir metrô.
A solução natural seria fugir à praia para se livrar dos manifestantes que farão boca-de-urna e afogarão as ruas com aqueles panfletos repelentes, certo?
Errado.
A Nova Corja estimula o porto-alegrense a execer seu direito de cidadão ("Eu vi! Eu vi! Ele foi redundante!). Encha a cara no sábado à noite e declare-se INCAPACITADO DE SAIR DA CAMA entre as 8h e as 17h deste dia 31. Tu ainda podes exercitar a imaginação quando for justificar no TRE.

Agenda do PT

- 23/10 - 18h00 - SHOWMÍCIO com Zezé di Camargo e Luciano (Raul, Rosário, Verle, Ministros, Paim e Emília)
Com Raul Pont e Maria do Rosário
Local: Anfiteatro Por-do-Sol

(Droga, deveria ter antecipado a compra do rifle destinado ao Fórum Social Mundial. Devido à posição da janela do meu apartamento, já poderia ter uma excelente utilidade.)

- 23/10 - 23h00 - Panfletagem no Bar Sunga (Bar GLS)

Local: Encontro em frente ao Bar, Cristóvão Colombo, 772

- 23/10 - 23h00 - Panfletagem no Bar Refúgios (Bar GLS)

Local: Encontro em frente ao Bar, Marcílio dias quase esq. Praia de Belas
Responsável: Comitê LGBT (3228-2247). (Tirado daqui)

Parem, por favor

"Serra diz que também pode manter tarifa de ônibus a R$ 1,70 se eleito

O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, disse nesta terça-feira que, se os números da prefeitura estiverem corretos, também manterá a tarifa de ônibus em R$ 1,70 em 2005, caso seja eleito. A promessa havia sido feita ontem pela prefeita licenciada de São Paulo, Marta Suplicy (PT)." [Folha Online - 19/10/2004 - 18h40]

Desespero completo

"Marta promete congelar passagem de ônibus em 2005 se ganhar eleição

A prefeita licenciada de São Paulo, Marta Suplicy (PT), prometeu hoje que nem uma alta futura do petróleo acarretará reajuste da tarifa de ônibus, atualmente de R$ 1,70, na cidade caso ela seja reeleita." [Folha Online - 18/10/2004 - 17h06]

Ai, que cidade mais politizada

Sobre o debate entre os candidatos a vice-prefeito de Porto Alegre, Maria do Rosário (PT) e Eliseu Santos (PTB), no programa Gaúcha Repórter, na Rádio Gaúcha, hoje:

Ao responder questionamento de Eliseu sobre melhorias na área de saúde, Maria do Rosário afirmou que Eliseu não respeita a ética médica quando cita nominalmente dramas de pessoas que não conseguem atendimento médico para criticar a atual administração. Santos respondeu à acusação dizendo que falta de ética é deixar um paciente passando necessidade em uma fila para conseguir fichas de atendimento.

Rosário lembrou discurso de Eliseu proferido na Assembléia Legislativa em 5 de março de 2002, quando o deputado teria atacado o Fórum Social Mundial afirmando que o evento reúne TERRORISTAS, SEQÜESTRADORES e BANDIDOS. Santos repudiou as acusações de que seria contra o Fórum afirmando que apenas comentou em plenário uma notícia publicada pela imprensa na época. [Eleições 2004 - ClicRBS]

Algumas das propostas sem sentido (ou que não funcionarão) de José Fogaça:

"1. Nenhuma criança na rua. Toda criança na família e na escola.

Incentivo às iniciativas de “apadrinhamento”, com contato pessoal com a criança ou adolescente, e a possibilidade de acompanhamento da evolução do afilhado pela INTERNET, quando este for um dos que estavam em situação de rua;

3. Proteger a juventude da violência, das drogas e da gravidez precoce.

O Projeto Jovem Empreendedor terá como elemento de inicialização a introdução de disciplinas que tratem do empreendedorismo nos currículos do ensino básico e médio;

7. Garantir tratamento digno aos idosos.

Os pacientes idosos incapacitados de locomoção ou portadores de doença física terão atendimento domiciliar, que será prestado pelas equipes do Programa de Saúde da Família."

Bãin

Os candidatos a prefeito de Porto Alegre Raul Pont (PT) e José Fogaça (PPS) estão tecnicamente empatados na primeira pesquisa do Cepa-UFRGS para o segundo turno. Na pesquisa estimulada – na qual se apresenta aos entrevistados um cartão com os nomes dos candidatos –, Pont tem 45,1%, e Fogaça, 44,3%. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. [Pesquisa Cepa]

Tudo bem que tem essa margem de erro grotesca de quatro pontos percentuais, mas com essa pesquisa dá para entender perfeitamente o desespero dos petistas.

E não é só em Porto Alegre, em Caxias do Sul a coisa também está feia: Marisa Formolo (PT) com 46,2% e José Ivo Sartori (PMDB) com 44%.

MEDO, muito MEDO

O mais interessante nestas eleições não é muito o que já aconteceu até agora, mas o que ainda está por acontecer.

Aqui em Porto Alegre, vai ser extremamente divertido ver que tipos de alianças e apoios serão realizados neste segundo turno (se bem que depois do AMBIENTALISMO DE DIREITA PP-PV, nada mais surpreende).
Empolgados pelo efeito Lula na eleição presidencial, os petistas estavam esperando uma votação bem maior do que 40%, embora as pesquisas sempre indicassem algo em torno de 36%, 37% para Raul Pont. Agora estão apavorados com a possibilidade de perder para um candidato que não tem proposta alguma, José Fogaça.

Nacionalmente, foi o esperado: o PT foi o partido mais votado nos 5.562 municípios brasileiros, ganhando já no primeiro turno em 6 capitais: Belo Horizonte, Recife, Aracaju, Macapá, Rio Branco, e Palmas. E ainda está concorrendo no segundo turno em 9 capitais. O PSDB, que agora - e provavelmente para os próximos anos - passa a polarizar a disputa com o PT, ainda não conseguiu nenhuma Prefeitura de capital.

E é do PSDB que vem o medo; e o medo vem de São Paulo – capital e Estado. Se a tendência continuar, NOSFERATU vai levar a Prefeitura da maior e mais importante cidade do país politicamente. Isso vai ter duas conseqüências.
Primeiro, se desarticulam os planos mirabolantes do PT para, no mínimo, a próxima década. Os ex-comunistas, contando com a vitória de Marta, davam como certa a reeleição de Lula em 2006 e, em 2010, Marta sairia como candidata à Presidência. Isso também, de certa forma, acomodaria as disputas internas de São Paulo para o governo do Estado.
Segundo, se Marta perder, é evidente que o PSDB paulista vai ganhar muita força, tanto Serra como o atual governador Geraldo Alckmin.

O medo maior é que, com o resultado dessas eleições municipais, as chances de Alckmin ganhar força dentro do PSDB, tornando-se o nome óbvio para a disputa da Presidência em 2006, são enormes, já que as duas outras possibilidades dos tucanos eram Tasso Jereissati e Aécio Neves, que saem enfraquecidos com a perda das prefeituras dos Estados em que têm importância: Ceará e Minas Gerais.

Não tem jeito, política está virando o jogo do menos apavorante: ter que torcer para Raul Pont ganhar porque, mesmo continuando a mesmice, não tem como imaginar Fogaça na Prefeitura. E, muito provavelmente, ter que torcer para o Lula segurar as pontas até 2006 para evitar que um caipira de Pindamonhangaba governe o país.

Não assistam

A RBS promove hoje, quinta-feira, o último debate entre os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre, às 22h10min.

Talvez até role uma cobertura do A Nova Corja no local do acontecimento.

Descrença e pavor

Hoje acaba o horário eleitoral na tv. Hora de começar a fazer balanços deste primeiro turno.

A idéia do A Nova Corja era ter sido mais ativo durante a coisa toda.

Mas – convenhamos – como foi chata e sem graça essa campanha aqui em Porto Alegre.

Jogo de cartas marcadas: o PT, embora com um bobalhão como candidato a prefeito, conseguiu se manter na frente graças às realizações dos últimos 16 anos na Prefeitura.
O problema é que, principalmente neste último mandato (com o Tarso se PALHACEANDO e abandonando a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado – e perdendo para o Rigotto) não aconteceu praticamente nada.
É inegável que muita coisa foi feita em Porto Alegre desde que o PT assumiu a Prefeitura. Mas é aquela coisa: um bando de vagabundos, como sempre, se alojou no poder e não quer sair mais de lá... é a paralisia total.

Mas quais as opções?
Talvez a maior quantidade de adversários anódinos já vista numa eleição nesta cidade.

Eram dois celerados (Vera Guasso – PSTU e Giordano Bruno - PCO) excluídos por antecipação e pelo mínimo de critérios; um outro que toda a vida apoiou o PT e só queria aparecer (Beto Albuquerque – PSB); outro que não conseguiu nada e só apelou (Mendes Ribeiro Filho – PMDB); outro que ninguém sabe o que ainda está fazendo na política (Jair Soares – PP); outro que sempre quis ser o Brizola, mas que nunca teve competência para tal (Vieira da Cunha - PDT); outro que não gosta de assumir a careca (Onyx Lorenzoni - PFL); e outro que, apesar de não falar absolutamente nada com nada e basear toda a campanha numa música imbecil, vai pro segundo turno (José Fogaça – PPS).

O auge de tudo, na minha opinião, se resumiu a duas coisas:

1) o Jair Soares prometendo colocar “1 policial em cada esquina”. Depois a assessoria dele mudou o dicurso, porque era totalmente absurdo, mas o estrago já estava feito. Parece que fizeram uma estimativa de que seria necessário TRIPLICAR o efetivo do EXÉRCITO BRASILEIRO para realizar a proposta do nobre candidato preocupado com a segurança pública.

2) A campanha inteira do Onyx Lorenzoni. O “O que fazer?” e o “Como fazer?” vão entrar para a história política desta cidade, principalmente porque ele nunca deve ter conseguido responder a nenhum “Como fazer?”. A pose de “candidato do povão”, cafungando a ralé nas vilas, realmente o fez subir nas pesquisas, mas – convenhamos – que coisa deprimente. Ver o Onyx à beira das lágrimas no programa eleitoral de ontem à noite me fez ter ainda menos fé na humanidade.

Dá vontade até de votar no PT, para acabar logo com isso no primeiro turno, mas parece que não vai ter jeito mesmo e teremos que agüentar BOBALHÃO versus FRACASSADO segundo turno a dentro.

A "direita" FILOSOFANDO

Folha - Então, quando Marta Suplicy diz que a vitória do Serra poderia representar uma crise política, o sr. defende o contrário?

Giannotti - Sim. É fundamental que o PT saia enfraquecido dessas eleições. Não porque somos aliados do Serra -isso também seria um motivo. Como sabíamos desde o início, a mudança viria mais do Serra que do Lula. Ainda acho que a mudança virá mais dele que da Marta.
Ou o PT é jogado contra a parede, de tal forma que seja obrigado a repensar o seu narcisismo imaginário, e portanto seja obrigado a pensar qual é o rumo que irá tomar, ou senão, entramos numa anomia.
É fundamental para a democracia que o PT saia enfraquecido. E mais ainda: que se coloque o Lula entre o fogo e a caldeirinha. Ou faz uma reforma ministerial e abandona esse tipo de política sindical que levou para o governo, ou nós entramos numa situação em que não sabemos para onde vamos. [Folha de São Paulo, Folhabrasil, Entrevista com José Arthur Giannotti, 26/09/04]

Pensamentos esparsos de uma tarde na Arca de Noé

1) PT/ 1988- 2008 = 20 anos
Ditadura Restrita/ 1964- 1985 = 21 anos

2) "Alguém aí me liga pra Smic pra acabar com esse gritedo que eu preciso acordar amanhã? Chama o Adeli!"

3) Bolinho de bacalhau no Bar Naval: R$ 2. Brahma quente a R$ 3,30.

4) Shows de Hip Hop só funcionam no final dos comícios, quando a tolerância está bêbada e chapada.

Tu sabe que eu sou a filha da Vera Guasso, né?

PSTU invade sede da TVE em Porto Alegre

Cerca de 35 pessoas ligadas ao PSTU invadiram, no começo desta tarde, o prédio da TVE, no Morro Santa Tereza, em Porto Alegre.
Os militantes, carregando bandeiras, cartazes e tambores, eram liderados pela candidata à prefeitura de Porto Alegre Vera Guasso. Segundo informações da Rádio Gaúcha, a manifestação era contra o fato de a candidata não ter sido convidada para participar de debate feito pela emissora.

A invasão ocorreu às 13h30, quando os manifestantes passaram pela portaria da emissora, e acabaram ocupando o hall de entrada do prédio. A polícia foi informada e retirou as pessoas do local meia hora mais tarde.

O chefe de jornalismo da TVE, Machado Filho, disse lamentar o episódio, e reiterou que Vera Guasso não foi convidada porque a lei eleitoral permite que as emissoras só convoquem candidatos de partidos com representação na Câmara.

Do Terra.

Viva a TV estatal.

Este homem é um santo

"O candidato do PFL, Onyx Lorenzoni, almoçou no sábado no comitê do candidato a vereador Mexicano (PSDB) na Lomba do Pinheiro. Depois, seguiu para a Vila Sertão II, em Belém Velho. Ao lado de Iracema da Rosa Boff (PFL), concorrente à Câmara, bateu de casa em casa. Entre uma visita e outra, Onyx deu uma rápida consulta veterinária à mãe de um menino atacado no rosto por um cachorro:

- A senhora tem de observar o cachorro por 10 dias. Se ele sumir ou adoecer, leve correndo o menino para o hospital. [Zero Hora, Política, 20/09/04]

Já era

Eu comentei no início do mês para um influente jornalista da Capital que as chances para tirar o PT da prefeitura se resumiriam ao dia 15 de setembro. Hoje o Correio do Povo publicou nova pesquisa para o Paço. Raul Pont parou nos 35%, e José Fogaça chega perto dos 20%. Parece que vai dar segundo turno.
Mas não adianta.
A oposição evitou polarizar o debate porque estava se borrando de medo de comentar pelo menos dois fatos:
1) Medo de repetir a eleição para o governo do Estado em 2002 e ver um candidato inexpressivo despontar à liderança em meio às acusações dos dois principais candidatos. Evitaram esse caminho e se deram mal. Esta semana o PMDB colocou nas ruas outdoors dizendo que só o partido derrota o PT. Meio difícil acreditar nisso, uma vez que o PMDB NUNCA governou Porto Alegre e só venceu os governos estaduais de 1986 e 1994 na esteira de planos econômicos que fizeram água depois de pouco tempo, caminho que o PT parece estar seguindo. Radicalizar a duas semanas da eleição e com 6% das intenções de voto, como é o caso de Mendes Ribeiro, é desespero. Pior que isso só querer se comparar a Germano Rigotto.
2) Medo de criticar o governo federal, não só pelos bons indicadores econômicos como pelo fato de que apenas UM candidato não está alinhado de alguma forma com o PT em Brasília – Onyx Lorenzoni, do PFL. Mas como ele está ganhando os eleitores do Jair Soares, deve obter uma votação expressiva para deputado federal em 2006 – o que é a verdadeira intenção de pelo menos metade dos candidatos à Prefeitura: encher cacife para concorrer ao Congresso daqui a dois anos.

Teja eleito.

E depois do jantar Lula-ACM...

Jorge Bornhausen, presidente do PFL, é interrompido por Onyx Lorenzoni, que protocola um pedido de expulsão de ACM do partido.

Reação de ACM:

“— Não conheço quem fez o pedido, só sei que é um candidato que anda muito mal nas pesquisas lá no Rio Grande.”

Mestre.

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