Ai, amor, que engarrafamento infernal. Vou me atrasar 15 MINUTOS.

A idéia de colocar metrô em Porto Alegre é totalmente demente.

Acho que fora o Guilherme Giordano e a Vera Guasso — que provavelmente devem achar que metrô é coisa de capitalista — parece que todos os outros candidatos são favoráveis a colocar a máquina estrambólica na nossa cidade, ou pelo menos não são contrários à idéia. Quer dizer, o PT parece que tem um pouco mais de bom senso e tem o pé atrás, utilizando o argumento óbvio de que seria economicamente inviável.

Só que não precisa nem recorrer a muitas estatísticas. Basta fazer alguns experimentos mentais não tão complexos (já ter andado de metrô em outras cidades também ajuda bastante), como, por exemplo:

- independente do lugar onde você mora, pense em rotas possíveis para fazer com um metrô em Porto Alegre.
Eu fico pensando no meu caso, que moro no Centro e talvez o lugar mais longe para onde me desloco semanalmente seja a PUC. 20 a 25 minutos de T-1 e está resolvido. Por que diabos eu caminharia uns 10 minutos até o meio do Centro (local provável de uma estação) para pegar um metrô que levaria 10 minutos para chegar na PUC (com otimismo se estendendo até o Campus do Vale da UFRGS)?
Alguém pode me dizer um trajeto que demore mais de 20, 25 minutos de ônibus, partindo do Centro, até – digamos – o Cristal (para os lados da Zona Sul), o topo da Protásio e arredores (em direção à Zona Norte), final da Ipiranga (para o lado Leste) ou Aeroporto?

- fique parado 15 minutos na esquina da Borges de Medeiros com a Andradas, no Centro de Porto Alegre. Depois passe os mesmos 15 minutos no Vale do Anhangabaú, em São Paulo; logo em seguida, mais 15 minutos no meio da Estação Sé do metrô de São Paulo. Faça isso sempre às 18:30. Depois vem me dizer se é a mesma coisa.

- vá até a Salgado Filho e pegue, por exemplo, um ônibus Serraria, cujo final da linha é lá no inferno da Zona Sul, para os lados da Juca Batista. Mas faça isso às 9:30 da manhã ou às 15:30 da tarde, tanto faz. Depois vem me dizer se o metrô seria economicamente viável.

Creative Commons License