MEDO, muito MEDO

O mais interessante nestas eleições não é muito o que já aconteceu até agora, mas o que ainda está por acontecer.

Aqui em Porto Alegre, vai ser extremamente divertido ver que tipos de alianças e apoios serão realizados neste segundo turno (se bem que depois do AMBIENTALISMO DE DIREITA PP-PV, nada mais surpreende).
Empolgados pelo efeito Lula na eleição presidencial, os petistas estavam esperando uma votação bem maior do que 40%, embora as pesquisas sempre indicassem algo em torno de 36%, 37% para Raul Pont. Agora estão apavorados com a possibilidade de perder para um candidato que não tem proposta alguma, José Fogaça.

Nacionalmente, foi o esperado: o PT foi o partido mais votado nos 5.562 municípios brasileiros, ganhando já no primeiro turno em 6 capitais: Belo Horizonte, Recife, Aracaju, Macapá, Rio Branco, e Palmas. E ainda está concorrendo no segundo turno em 9 capitais. O PSDB, que agora - e provavelmente para os próximos anos - passa a polarizar a disputa com o PT, ainda não conseguiu nenhuma Prefeitura de capital.

E é do PSDB que vem o medo; e o medo vem de São Paulo – capital e Estado. Se a tendência continuar, NOSFERATU vai levar a Prefeitura da maior e mais importante cidade do país politicamente. Isso vai ter duas conseqüências.
Primeiro, se desarticulam os planos mirabolantes do PT para, no mínimo, a próxima década. Os ex-comunistas, contando com a vitória de Marta, davam como certa a reeleição de Lula em 2006 e, em 2010, Marta sairia como candidata à Presidência. Isso também, de certa forma, acomodaria as disputas internas de São Paulo para o governo do Estado.
Segundo, se Marta perder, é evidente que o PSDB paulista vai ganhar muita força, tanto Serra como o atual governador Geraldo Alckmin.

O medo maior é que, com o resultado dessas eleições municipais, as chances de Alckmin ganhar força dentro do PSDB, tornando-se o nome óbvio para a disputa da Presidência em 2006, são enormes, já que as duas outras possibilidades dos tucanos eram Tasso Jereissati e Aécio Neves, que saem enfraquecidos com a perda das prefeituras dos Estados em que têm importância: Ceará e Minas Gerais.

Não tem jeito, política está virando o jogo do menos apavorante: ter que torcer para Raul Pont ganhar porque, mesmo continuando a mesmice, não tem como imaginar Fogaça na Prefeitura. E, muito provavelmente, ter que torcer para o Lula segurar as pontas até 2006 para evitar que um caipira de Pindamonhangaba governe o país.

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