« Molho rápido de queijos | Testamos o grill do George Foreman | Massa ao molho de laranja »

Testamos o grill do George Foreman

ATENÇÃO: Este blog se mudou. O novo endereço é www.trasel.com.br/garfada

foreman_hamburguer.jpg
Mais de um leitor já enviou mensagens perguntando qual a minha opinião a respeito do George Foreman Lean Mean Fat Reducing Machine. Um nome pomposo para um conceito simples: uma chapa levemente inclinada, em que o alimento fica suspenso como em uma grelha, permitindo que a gordura escorra por ranhuras e fique longe das artérias e cinturas de seus proprietários. Nossa intrépida e intimorata equipe não se furtou ao desafio, entrou em contato com a assessoria de imprensa da Salton Brasil, empresa responsável pelo produto, e arranjou um grill do modelo Champ. A pergunta principal que me propus a responder era: "vale a pena comprar um apetrecho desses?" Àqueles sem paciência para textos longos, adianto que a resposta é vale, sim, caso prepare carne rotineiramente. O aparelho foi apenas emprestado e estará a caminho dos verdadeiros donos ainda hoje. Confira os resultados do teste abaixo.

foreman_porco2.jpgA propaganda promete alimentos livres de gordura preparados de forma rápida e fácil. O grill George Foreman cumpre. Inclusive, uma das partes mais divertidas é descobrir que porco, ou mesmo lingüiça de pernil, tem muito menos gordura do que carne de gado, a julgar pelo que se acumulou na bandeja coletora. Como tudo tem um preço na vida, porém, há perda em termos de sabor. Compare os pedaços de porco na foto ao lado. O da esquerda foi preparado no grill, o da direita, em uma daquelas grelhas de fogão. A diferença nas cores é mais ou menos a diferença no sabor. O maior problema das carnes grelhadas na Fat Reducing Machine foi a falta daquele gostinho meio tostado que só o fogo dá.

Uma das razões para isso talvez seja que não há como controlar a intensidade do calor. Em um fogão se pode fazer isso diminuindo a vazão de gás, posicionando-se a panela de formas diferentes, ou mesmo suspendendo-a a diferentes alturas. Nada disso pode ser feito no grill. É preciso se conformar com um bife correto, mas não entusiasmante, ou passar do ponto para ter um sabor tostado, deixando a carne dura. Outro problema é que, ao contrário de um forno ou grelha de fogão, o aparelho não distribui o calor por igual, deixando, como se pode ver, algumas áreas mais queimadas do que outras.

foreman_legumes1.jpgNa grelhagem de legumes como berinjela, pimentão e cogumelos o aparelho se saiu melhor em termos de sabor e praticidade. Para esta experiência foi chamado o Sr. Insanus, que também aprovou. Ficar preparando os legumes era mais ou menos como fazer um fondue. Nesta ocasião descobri que a estufa para pães na parte superior do grill é muito pequena para um pãozinho de 50 gramas. É preciso cortá-lo ao meio, se não o quiser prensado. Ainda no quesito operacional, vale mencionar que lingüiças também precisam ser cortadas ao meio para cozinhar decentemente. Caso contrário, ficam queimadas por fora e meio cruas por dentro. Também não se pode confiar cegamente nos tempos de cozimento impressos no manual. A maioria dos alimentos demorou mais do que o indicado para ficar pronto.

Como uma das características mais alardeadas nos comerciais do produto é sua praticidade, fiz um teste de limpeza, também, comparando o George Foreman com uma grelha de fogão — a mesma responsável pelo porco. Na foto abaixo pode-se verificar os níveis de imundície de ambos após o cozimento da carne. A primeira constatação é que, embora não crie uma camada de um centímetro de gordura na cozinha para fritar um bife, como acontece com as frigideiras, o equipamento elétrico não demonstra vantagens em termos de odor e fumaça frente à grelha de fogão. Por outro lado, levei em torno de dez minutos para limpá-lo, contra cerca de 15 para a grelha — 20 se levar em conta a espera para aquecer uma chaleira de água. Isso porque tentei limpar o grill ainda morno. Ao fritar hambúrgueres caseiros, em outra oportunidade, descobri que é mais fácil raspar a gordura e fuligem com a chapa fria. Em cinco minutinhos, está limpa.

foreman_sujeira.jpgEm resumo, de um ponto de vista funcional, a George Foreman Lean Mean Fat Reducing Machine está aprovada. Se você costuma preparar carnes quase todos os dias, é muito melhor usá-lo do que empestear a casa com gordura e depois ficar meia hora limpando uma frigideira. Por outro lado, vai perder o sabor incomparável que só uma panela de ferro fundido elevada a uma temperatura obscena pode garantir. Creio que no cotidiano é uma perda aceitável em nome da praticidade.

Marcelo Träsel | 10.07.2006, 11:55 | Comentários (23) | TrackBack (0)