Minha primeira experiência com trufas

oleo_trufado.jpgHá algum tempo um amigo da família, sabendo que sou grande fã de gastronomia, deu-me de presente o vidro de azeite trufado aí da foto. É da marca Oliviers & Co. e não sei quanto custou, mas supostamente é bem caro. Não sei se é feito com trufas negras ou brancas. Aposto nas negras, mais baratas. Só espero que não seja produzido com aroma sintético desse tipo de fungo.

Para experimentar o azeite, preparei uma omelete na manteiga e um ovo frito bem mole, ambos com um pouco de pimenta do reino. Se o objetivo é sentir o sabor das trufas, o melhor é usar algo bastante simples como base. Outras possibilidade são pães frescos, risotos com poucos ingredientes ou um humilde espaguete com manteiga.

A verdade é que foi difícil identificar o sabor da trufa no ovo. Quer dizer, evidentemente havia algo diferente sobre a língua, mas demorou até o cérebro conseguir separar os sabores. Depois disso, percebi que a trufa tem um gosto meio terroso como o de outros cogumelos, mas acompanhado de outros elementos complexos. Foi um tanto decepcionante, pois esperava um sabor bem mais marcante. Apesar da quebra de expectativa, porém, devo dizer que definitivamente gosto de trufas.

Marcelo Träsel | 31.05.2008, 21:09 | Comentários (13)

Restaurante São Rafael - Cisco

As informações sobre a localização do restaurante e o cardápio do jantar estão neste post. Abaixo, meus comentários:

Aí está. Comentaristas, especialmente os que também conhecem o Restaurante São Rafael, estão convidados a pitaquear.

Cisco | 28.05.2008, 2:39 | Comentários (2)

Visita ao Restaurante São Rafael

Essa noite, a equipe do Garfada (a saber, Träsel e Cisco) foi gentilmente convidado a participar de um jantar-menu degustação com harmonização no Restaurante São Rafael. Como cada um vai fazer um post sobre sua experiência, este post reúne alguns dados comuns a ambos os posts para facilitar sua leitura e redação.

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Cisco | 28.05.2008, 0:55 | Comentários (3)

Fasulata

fasulata.jpgApós duas semanas de calor, o outono volta à sua programação normal aqui em Porto Alegre, com dias perfeitos para se fazer uma boa sopa. Vou ler a seção de gastronomia do jornal britânico The Guardian e encontro essa receita de fasulata, uma sopa de feijões brancos típica da Grécia. Na Europa, os feijões brancos são muito mais populares do que os pretos ou vermelhos. Durante um verão na Grécia, comprava-os enlatados com molho de tomate e fazia deles meu almoço. Enfim, como tinha no armário uns feijões brancos querendo há tempo ser usados, voilá!

No fundo, a fasulata é mais indicada para o verão, já que na Grécia faz um calor terrível. Uma pista disso é o fato de levar menta e limão, ingredientes refrescantes. A receita também exige queijo feta, de ovelha e cabra, para polvilhar em cima, mas no Brasil custa caro e é difícil encontrar, então não usei. Se puder encontrar algum queijo fresco de ovelha ou cabra, provavelmente será um bom substituto. Duvido que queijos curados caiam bem numa fasulata.

FASULATA

  • 250g de feijão branco
  • 1 lata de tomates pelados
  • 1 tomate maduro
  • 1 cenoura
  • 1 talo de aipo
  • 1 cebola
  • 2 colheres de sopa de azeite virgem
  • 2 colheres de sopa de vinagre de vinho
  • 1/2 colher de sopa de orégano
  • 1 punhado de salsa
  • 1/2 punhado de menta
  • Alguns ramos de tomilho

    Deixe os feijões de molho na água fria de um dia para o outro, numa caçarola. No momento de preparar, acrescente o tomilho e o tomate inteiro, encha a panela com mais água se necessário e ferva durante uma hora. Ao final dessa hora, o volume de líquido deve ser o dobro do volume de feijão. Caso seja preciso, retire ou acrescente água. Elimine o tomate e o tomilho.

    Pique a cebola, o aipo com algumas de suas folhas, a cenoura e junte ao cozido. Acrescente também os tomates enlatados e os outros temperos, menos a menta e a salsa. A receita original pedia azeite extravirgem, mas é desperdício fervê-lo, então use qualquer azeite de oliva. Salgue o cozido, mas deixe a pimenta para os últimos dez minutos.

    Após mais uma ou duas horas, ponha na panela pimenta do reino moída, a menta e a salsa, verifique e corrija o sal, ferva por mais cinco minutos e sirva. Parece incrível, mas como diz a receita original, espremer um limão por cima da sopa melhora muito o sabor. Prefira limões sicilianos.

    Marcelo Träsel | 25.05.2008, 22:44 | Comentários (4)

    Genérico de Coffee Coke

    classic_impact_blog.jpgA New Age Bebidas lançou um refrigerante de cola com café no Brasil. Ao ver as garrafas no supermercado, fiquei imediatamente animado, como todo bom viciado na água negra da vida. Infelizmente, o refrigerante acabou ficando doce demais e o sabor tende mais para o caramelo do que para o café e deixa um travo ruim na boca. Desse jeito, não vai agradar nem aos amantes de café, nem aos amantes de Coca-Cola. Lamentável. Continuo querendo provar a Coca-Cola Blak.

    Foto surrupiada do Mentes Ociosas.

    Marcelo Träsel | 21.05.2008, 17:14 | Comentários (18)

    Jantar adocicado no Kos

    Depois de duas tentativas frustradas, finalmente consegui conhecer o restaurante Kos nesse sábado -- nas primeiras duas vezes, estava fechado, embora todos os guias digam que o horário é das 11h às 0h. O que mais chama a atenção é a fixação do chef em molhos doces, a maioria à base de mel.

    Começamos com um ceviche de salmão com limão siciliano, que estava excelente. A textura era quase a de um filé tártaro de peixe, com cebolas bem picadas. Acompanha pãozinho torrado. Os pratos principais foram carré de cordeiro com molho de mel com ervas e cuscus de legumes e o mais famoso da casa, o filé de salmão com camarão em cama de batatas royal marriage. Esse último prato vem na forma de uma torre, talvez um tributo à formação em arquitetura de Caco Zanchi, dono do lugar. Ambos agradaram bastante, embora lá pelas tantas o mel tenha começado a enjoar. Provavelmente a culpa foi nossa, porque afogamos cada pedaço de carne no molho.

    O filé de salmão e o camarão estavam no ponto certo, mas o cordeiro -- igualmente bem-apresentado -- poderia ser menos passado. Já o cuscus estava mais saboroso do que a cama de batatas do peixe. De sobremesa, encaramos um doce de aipim com sorvete. Bizarro, porém gostoso. Havia também um doce de berinjela com sorvete. Para beber, cerveja artesanal Slava Pils em garrafa de um litro. Juntando tudo, gastamos R$ 150 em duas pessoas.

    O Kos, homônimo de uma ilha grega, tem já de saída um grande mérito, que é propor uma cozinha autoral em Porto Alegre. Há poucos restaurantes na cidade que se arriscam a criar novos pratos e o fazem com competência. A maioria ou se limita a seguir as receitas clássicas da região culinária com que trabalham, ou então tenta inventar e dá à luz aberrações gastronômicas. Nada contra o primeiro tipo, as melhores casas da cidade entram nessa categoria. Já no ramo da teratogenia alimentar temos a maioria das churrascarias, pizzarias e restaurantes japoneses, cujos bufês às vezes parecem um quadro de Bosch. O Kos, porém, consegue reunir a cozinha mediterrânea com a brasileira e ainda dar uns toques de Países Baixos sem parir monstros, embora não sejam pratos que agradem a todo mundo.

    KOS
    Rua Dinarte Ribeiro, 50 - Mapa
    51 3013-5333

    Marcelo Träsel | 18.05.2008, 23:44 | Comentários (5)

    Pasta de gorgonzola

    Acepipe simples e eficiente: você vai precisar apenas de um pedaço de queijo gorgonzola e de nata. Possivelmente seja difícil encontrar nata longe do Sul. Trata-se de um creme de leite fresco, sem soro. Se mora em São Paulo, tente encontrar no supermercado gaúcho que abriu na cidade, o Zaffari. Se não, tente substituir por cream cheese ou coalhada, embora não seja a mesma coisa.

    Despedace o gorgonzola em uma tigela e acrescente um volume igual de nata. Usando um mixer ou mesmo um garfo, misture ambos até formar uma pasta homogênea e levemente esverdeada. Caso veja que está ficando seco, vá acrescentando mais nata aos pouquinhos.

    Marcelo Träsel | 12.05.2008, 11:28 | Comentários (14)

    Bufê de sorvete

    Um amigo está trazendo uma pessoa do exterior que trabalha no ramo culinário e quer mostrar alguns hábitos alimentícios desconhecidos do país do outro: galeteria, café colonial, polenta frita, rodízio de pizza, bufê de sorvete, etc. O problema é que é impossível decidir para qual bufê de sorvete levá-lo. A pergunta então é:

    1) Qual bufê de sorvetes portoalegrense mostrar? Qual tem mais cara de "bufê de sorvetes no centro de Capão da Canoa?"

    2) Qual o melhor bufê de sorvetes de Porto Alegre?

    3) Que mais mostrar? Lembrem-se que o mundo está cheio de churrascarias, então essa é uma sugestão inútil (que eu já fiz).

    Cisco | 11.05.2008, 0:32 | Comentários (22)

    Brawndo!

    Explicação aqui. Via MR.

    Cisco | 7.05.2008, 16:00 | Comentários (3)

    O Outback, esse desconhecido

    O NYT mandou críticos gastronômicos para visitarem franquias de grandes cadeias de restaurantes nos EUA, incluindo Outback Steakhouse, Olive Garden e T.G.I. Friday’s. O resultado foi um festival de esnobismo. Ou assim comentam Ezra Klein, Matthew Yglesias e Megan McArdle; eu prefiro meu esnobismo gastronômico por parte dos leitores do Garfada.

    Cisco | 5.05.2008, 17:13 | Comentários (2)