Sugestões de presentes para o Natal

Se você ainda não comprou presentes para todos os seus parentes e amigos que se comportaram bem durante o ano, aí embaixo está uma lista de livros provados e aprovados pela equipe deste blog. Se você comprar através dos links para a Livraria Cultura fornecidos, poderá contar com a conveniência de receber os produtos em casa e ainda doará 4% de sua compra para que possamos continuar testando livros e restaurantes para você.

Em geral, escreveria resenhas para cada obra, mas o tempo anda escasso. Em todo caso, clicando aqui você encontrará posts com comentários sobre esses livros.

PORTUGUÊS

Cozinha Confidencial e A cook's tour in search of the perfect meal, de Anthony Bourdain

Larousse do Chocolate, de Pierre Hermé

Fundamentos da cozinha italiana clássica, de Marcella Hazan

Deve ter sido alguma coisa que eu comi, de Jeffrey Steingarten

O connaisseur acidental - uma viagem irreverente pelo mundo do vinho, de Lawrence Osborne

100 Receitas de Macarrão de Silvio Lancellotti

INGLÊS

Pleasures of the Vietnamese table, de Mai Pham

Twinkie, deconsctructed, de Steve Ettlinger

Mindless eating, de Brian Wansink

The seventh daughter, de Cecilia Chiang

The Silver Spoon

Food: a history, de Felipe Fernandez-Armesto

FRANCÊS

Larousse Gastronomique

Marcelo Träsel | 19.12.2008, 17:17

De onde vem o polissorbato 60?

Um livro interessante tanto para quem se interessa por alimentação quanto para quem se interessa por jornalismo é Twinkie, Deconstructed, de Steve Ettlinger. O repórter americano foi questionado durante um piquenique com seus filhos pequenos sobre os ingredientes de uns doces que estavam comendo. Sua filha perguntou se polissorbato 60 dá em árvores e ele se viu sem saber responder. Daí surgiu a idéia de buscar a origem de todos os ingredientes que constam no rótulo do bolinho industrializado Twinkie.

A reportagem acaba abarcando quase toda a comida processada que se encontra nas prateleiras dos supermercados. Qual produto hoje em dia não tem dextrose ou açúcar invertido em sua composição? Ou gordura vegetal hidrogenada? Ou corantes e flavorizantes? Essa busca levou Ettlinger a lugares como China e Suíça. Aliás, não foi uma pesquisa fácil. A maioria das empresas não se manifesta a respeito da manufatura de produtos químicos, seja por segredo industrial, seja por aversão à transparência, seja porque alguns engenheiros nem mesmo sabem quem realmente fabrica seus ingredientes. Trata-se de um grande labirinto de conglomerados e outsourcing. A própria fabricante dos Twinkies, a Hostess, nunca falou oficialmente a Ettlinger.

Descobrem-se coisas fascinantes. Um dos preservativos mais usados e mais potentes, por exemplo, é absolutamente inofensivo. O ácido sórbico, de fato, é considerado mais seguro do que sal pela FDA. A baunilha é a semente da vagem da única orquídea conhecida a dar frutos, fermentados por algumas semanas ao ar livre nas selvas de Madagascar. Porém, a baunilha que vai nos Twinkies e outros produtos de consumo de massa é sintetizada a partir do benzeno, um subproduto do petróleo. No fim das contas, o livro acaba sendo uma reportagem sobre a sociedade industrializada.

O autor termina alertando para a falta de transparência da indústria alimentícia, ou seja, para o fato de que muitas vezes nem mesmo os produtores de pães, biscoitos, sopas instantâneas, sorvetes, chocolates etc. etc. etc. sabem quem são os responsáveis por certos ingredientes. As empresas só obedecem ao mercado e às regras das agências reguladoras. "These are plainly political angles on biology -- there are choices to be made -- so it is up to us to keep on top of things in the food world" (página 258). Isso dito, Ettlinger em nenhum momento adota uma postura condenatória quanto à comida industrializada. Ele reconhece que, no fim das contas, toda culinária é um processo de modificação físico-química.

Ah, sim: o polissorbato 60 é um polímero derivado de milho e óleo vegetal -- depois de, claro, passarem por dezenas de modificações químicas. Ele funciona como emulsificante, ou seja, faz com que a água e a gordura se misturem. No caso do Twinkie, sua função é substituir a capacidade estabilizante dos ovos e do leite, que ajudam no crescimento da massa.

Marcelo Träsel | 4.12.2008, 17:38 | Comentários (11)

E agora, para algo completamente diferente

Enquanto os autores estão ocupados demais ganhando a vida para conseguir cozinhar, que dirá publicar alguma coisa aqui, divirtam-se buscando pela expressão "food porn" no Flickr.

Marcelo Träsel | 25.09.2008, 18:48 | Comentários (1)

Combinador de alimentos

Interessante esse Food Pairing, um serviço que apresenta mapas de sabores dos alimentos. O mapa de cada produto mostra outras famílias de produtos com moléculas de odor semelhantes, o que, conforme o vídeo explicativo, indica um sabor combinante. A idéia é inspirar novas receitas com misturas aparentemente insólitas. No blog eles publicam as receitas enviadas pelo público. Alguém aí vai numas batatas cozidas com café e alcaparras?

Marcelo Träsel | 5.08.2008, 10:18

Cozinhe (quase) tudo ao menos uma vez

É meio desanimador descobrir um blog como o Cook (almost) anything at least once. Não apenas o autor Haloo produz fotografias excelentes com as quais jamais conseguirei me equiparar, como ainda cozinha pratos excelentes com os quais jamais conseguirei me equiparar.

Marcelo Träsel | 21.07.2008, 11:33 | Comentários (5)

Ovos no chá

Ovos cozidos no cháRecentemente adquiri o livro de culinária chinesa The seventh daughter, de Cecilia Chiang. É uma mistura de receitas famosas do restaurante da autora com memórias de sua juventude e fuga da China durante a revolução maoísta. Isso significa que todas as receitas vêm com explicações de seu contexto cultural e dicas de avó. Além disso, é comida chinesa de verdade, não o arremedo ocidentalizado que se come por aqui.

Uma das receitas é a de ovos cozidos no chá, simples de fazer e com esse resultado plástico impressionante. O sabor, por outro lado, é muito sutil. Primeiro, escolha alguns ovos e ponha em uma panela com água de modo que fiquem cobertos por 5 centímetros de líquido. Leve à fervura com chá preto, algo como 2 ou 3 saquinhos para cada 5 ovos. Cozinhe por 15 minutos e então, com uma colher ou escumadeira, retire um ovo por vez e usando uma colherinha de chá vá dando batidinhas para rachar a casca. Devolva os ovos com cuidado à panela, para que a casca não se abra. Acrescente uma colher de sopa de sal e bastante molho de soja e ferva tudo por mais 1h15min. Desligue o fogo e deixe marinar por mais uma hora.

Marcelo Träsel | 14.07.2008, 15:02 | Comentários (7)

Tastespotting

Bonito.

Marcelo Träsel | 26.02.2008, 15:11

Conhecendo o outro lado do balcão

Volta e meia insisto no quanto é difícil e caro manter um restaurante, como forma de justificar preços que parecem absurdos quando impressos num cardápio. O blog Gestão de Restaurantes mostra o outro lado do balcão. Pode ser interessante para quem costuma comer fora por diversão.

Marcelo Träsel | 26.02.2008, 13:44 | Comentários (1)

Assim não dá!

Não param de sugir blogs humilhantes para esse aqui, como por exemplo o Panela de Cobre. Vejam só a qualidade das fotografias. A dificuldade e finesse das receitas. Cheguei lá via Supimpa, onde parei um minuto para desejar muito ter um Aerogarden ou dois na cozinha.

Marcelo Träsel | 12.02.2008, 23:48 | Comentários (14)

Preciso ter aulas de mandarim

A Lenara Verle foi à China recentemente e trouxe como lembrança um livro de receitas. Obviamente não entendo nada, mas queria dividir com vocês as duas páginas abaixo.

livro_chines_pombo.jpg

A receita acima é de pombo. Interessante o ensaio sensual com uma ave morta que acompanha as explicações.

livro_chines_cao.jpg

Vocês acham o cãozinho mais lindo vivo ou cozido?

Quase todas as receitas com carne mostram no topo uma foto do bicho ainda vivo, depois uma foto da carcaça e finalmente o prato já finalizado. Há cobra, tartaruga, pés de galinha, porco, pato, cordeiro. No Ocidente, um livro de receitas mostrando o animal vivo é simplesmente chocante, porque lembra que aquele pedaço de picanha sanguinolenta já foi um animal vivo. Pelo jeito, os orientais encaram a morte de forma um tanto mais saudável.

Ou talvez apenas ainda tenham mais contato com o campo. Na verdade, os habitantes de países urbanizados já tiveram mais tolerância à visão da morte. Hoje em dia, lembrar em uma mesa que o filé é no fundo um pedaço bicho morto pode ser considerada uma das melhores maneiras de se tornar impopular nas festas. Os supermercados já exibiram placas com desenhos dos animais de que os pedaços de carne na prateleira haviam sido extirpados. Não à toa, muitas crianças pensam que salsichas nascem em árvores ou algo assim.

Marcelo Träsel | 29.11.2007, 12:37 | Comentários (16)

Cadê a comida baiana?

O Sérgio Lüdtke, editor do ClicRBS, levantou uma gorda lebre no Cookies, o blog de culinária do portal gaúcho: a pobreza gastronômica de Porto Alegre. Especificamente, ele se refere à falta de um bom restaurante baiano. De fato, a não ser pela banquinha de acarajé e tapioca que uma baiana gerencia no Brique da Redenção, não há onde comer xinxim de galinha, vatapá ou caldinho de sururu que preste na capital.

Isso é um absurdo, até porque a culinária baiana, junto com a amazônica, é uma das poucas dignas de ser considerada como um tipo específico de cozinha no Brasil. O arroz de carreteiro e o churrasco que me desculpem, mas a cozinha gaúcha, ou a paulista, ou a carioca, são apenas culinária européia adaptada aos ingredientes locais. Mesmo a feijoada existe na França, feita com pato e feijão branco (o cassoulet, para quem não sabe). O resto das preparações é muito parecida. É claro, a cozinha baiana vem na maior parte da África, e eu não conheço a África para opinar, mas parece que na mistura dos escravos com portugueses e as pimentas locais nasceu uma visão bem diferente de como preparar comida. De qualquer modo, a cozinha baiana parece muito mais bem estruturada do que qualquer outra do Brasil, talvez até por ser a região mais antiga do país.

Quanto à cozinha amazônica, que usa ingredientes indígenas, sua posição como uma culinária diferente da de qualquer outro país é evidente.

É um absurdo que em Porto Alegre, uma das cidades mais ricas do país, não exista um bom restaurante baiano ou amazônico. Aliás, a capital gaúcha oferece, numa análise feita com muito boa vontade, uns três ou quatro restaurantes realmente bons. Freqüentemente comento com meus amigos que essa cidade é o pior lugar do mundo para se ter dinheiro, porque não existe onde gastá-lo. Se fosse milionário, teria de ir até São Paulo para poder viver como um, fechando uma excelente refeição no Fasano com uma dose de conhaque Henessy ou algo assim (R$ 900 a dose). O problema é que os comensais porto-alegrenses se contentam com qualquer porcaria, desde que seja servida na Padre Chagas.

Marcelo Träsel | 22.10.2007, 11:37 | Comentários (14)

Descubra seu gourmet interior

Em Discover your Inner Economist: Use incentives to Fall in Love, Survive your Next Meeting and Motivate your Dentist, Tyler Cowen (autor deste blog e, mais relevante para os leitores do Garfada, deste aqui) faz diversas recomendações sobre como escolher onde jantar, o que pedir e o que cozinhar em casa. Listo três aqui:

  1. Em restaurantes finos, analise todo o cardápio e se pergunte "qual prato eu MENOS quero pedir?" e "qual prato parece MENOS delicioso?" E peça esse. O raciocínio é que restaurantes finos têm menus extremamente bem-pensados e organizados. Se algo está ali, não é por acaso. Logo, deve ser bem melhor do que você imagina.
  2. Desigualdade social gera bons restaurantes. Culinária é um ramo que depende muito de mão-de-obra barata e aluguéis baratos, portanto países com grande igualdade social e poucos imigrantes têm péssima cozinha.
  3. Cozinhe comida saudável em casa. Não porque você sempre deve comer saudavelmente, o que é tão absurdo quanto é improvável, mas porque os restaurantes fazem comidas não-saudáveis melhores do que você. Sua salada caseira está próxima da salada do restaurante, em termos de qualidade. O seu patê de fígado, não.

Cisco | 22.08.2007, 23:46 | Comentários (5)

Galinha do inferno

Sempre imagino o diabo com a cara do Christopher Walken. Mais gente deve pensar o mesmo, já que ele sempre faz papel de vilão nos filmes. Faz muito bem, por sinal. E agora, podemos descobrir se ele cozinha tão bem quanto interpreta um gângster ou um demônio dos infernos.

No vídeo, Walken assa uma galinha com peras. Ele tira a gordura da pele da penosa e põe na cavidade onde antes ficavam seus órgãos. Depois, fecha a tampa com a pele que ficou solta, salga horrores e põe de pé em uma tigela de alumínio, usando um suporte. Em cima, uma pimentinha. Numa forma, acompanha a galinha com peras. Primeiro, ele corta o fundo da fruta, para que fique em pé. Depois, descasca e usa um pouco da casca como base, para que a pera não grude na forma. Tudo isso vai ao forno a cerca de 200ºC por uma hora.

Marcelo Träsel | 2.08.2007, 14:29 | Comentários (12)

Alguns sites interessantes dos últimos tempos

Tastes Like Home - Uma das maravilhas da Internet é ter acesso a informações sobre culinárias das quais você jamais ouviria falar, se dependesse das editoras nacionais. Uma descoberta recente é este blog com receitas da Guiana e Caribe. Dei uma olhada e não consegui reconhecer nenhum prato. O interessante é que a culinária local parece misturar elementos das cozinhas indiana, chinesa, européia e árabe com ingredientes americanos.

Destemperados - Diego e Diogo visitam um monte de restaurantes em Porto Alegre, São Paulo e outras cidades e fazem resenhas detalhadas, com direito a vídeo e tudo o mais. Não são especialistas em cozinha, mas por isso mesmo são bons analistas para o público leigo. Uma conclusão a que se chega lendo o blog é que devem ter muito dinheiro, para comer fora tantas vezes. Inveja.

FX Cuisine - Um dos melhores blogs gastronômicos que já li. Excelentes fotos, bem fundamentado e com receitas bem escritas sobre uma variedade inacreditável de cozinhas. O responsável é François-Xavier, um advogado suíço que mora à beira do lago Genebra. A auto-entrevista dele é genial.

Food of Wrong - Parece que virou moda comer coisas bizarras e publicar tudo num blog. Esse é mais uma versão do famoso Deep end dining. Tem lá sua utilidade e é engraçado.

Marcelo Träsel | 21.07.2007, 21:23 | Comentários (3)

Ratatouille

Ratatouille, o novo desenho animado da Pixar, não tem apenas uma grande coleção de pratos, ingredientes e instrumentos de dar inveja a todo e qualquer leitor do Garfada: tem também uma ética culinária. Essa ética pode ser resumida em três pontos pontos, um estético e dois políticos, um quase anarco-capitalista e outro anti-modernista.

  1. Cozinhar e comer são experiências estéticas.
  2. "Qualquer um pode cozinhar", o lema do restaurante do filme. A idéia aqui não é igualdade, mas liberdade de entrada e competição.
  3. A industrialização como violação da criatividade. O pior destino imaginável é... ficar inventando receitas de comida congelada.

Meu problema com essa ética é que ela dá a entender que não há nada de saboroso ou criativo em trabalhar com comida industrializada e padronizada. O prazer, a estética, estão limitados a haute cuisine. Para tudo mais, comida é combustível. Os dois pontos políticos estão em conflito. O único defeito do filme é que ele sequer percebe tal conflito.

(Agora estou interessado em saber o que o nosso destemido editor pensou do filme enquanto gourmet.)

Cisco | 8.07.2007, 12:13 | Comentários (9)

Mais um espaço de discussão para o Garfada

Os leitores mais atentos já devem ter percebido que apareceu um link "comunidade" ali na coluna da esquerda. Pois bem, criei uma rede social para este blog. A idéia é que os leitores possam conhecer melhor uns aos outros e trocar receitas e dicas no fórum, bem como publicar seus próprios vídeos e fotos.

Marcelo Träsel | 22.04.2007, 15:39 | Comentários (3)

Cozinha e a última flor do Lácio

A Dadivosa tem uma qualidade muito mais rara do que cozinhar bem: ela escreve bem demais. Não dá para saber pelo sotaque se é brasileira ou portuguesa, embora eu estivesse inclinado a acreditar na última possibilidade. E, sim, as receitas são tão boas quanto o linguajar.

Dica da Letícia Tatsch.

Marcelo Träsel | 13.03.2007, 10:00 | Comentários (4)

História do Vegetarianismo

Na Slate, Laura Shapiro resenha Bloodless Revolution, o livro de Tristram Stuart sobre a história do vegetarianismo. Meu parágrafo favorito:

If vegetarianism has settled comfortably into Western culture by now, it's because the term vegetarian has become so vast and shapeless that it describes just about everybody who isn't on the Atkins diet. To be sure, there are vegetarians who avoid all animal food. But most are willing to eat eggs, and many eat fish. Chicken is fine with some because hey, it isn't beef. Hamburgers? Absolutely not—or maybe just once in a while. And turkey because it's Thanksgiving, ham because it's Easter, pepperoni because it's pizza—what on earth is a vegetarian, anyway? No wonder Stuart never tries to define the term. A huge, wonderfully entertaining cast of dietary rebels parades through his chapters, but all we really know about the eating habits of these pagans, scientists, doctors, scholars, theologians, writers, philosophers, and crackpots is that most of them ate meat.

Para quem se interessa, o livro está disponível para venda aqui, pelo preço de um churrasco farto e considerável.

Cisco | 5.03.2007, 19:38 | Comentários (3)

Mais dois blogs interessantes

A profusão de blogs gastronômicos é impressionante, mas não surpreendente. Afinal, a única coisa mais importantes na vida do que a alimentação é a respiração. A Ingrid enviou um link para o Twin Cuisine, feito por duas irmãs gêmeas cozinheiras aqui de Porto Alegre. Outro blog é o What Geeks Eat texto e fotos impecáveis, além de receitas explicadas com uma competência que só um verdadeiro geek poderia atingir.

Marcelo Träsel | 26.12.2006, 13:48 | Comentários (2)

Receitas típicas brasileiras

O projeto Arte da Gastronomia no Brasil tem veiculado alguns programetes nos intervalos do Fantástico, todos os domingos. É apresentado por Zezé Motta e bem feitinho. A idéia é passar por todas as capitais mostrando o preparo de pratos típicos da culinária local ou representativos dos restaurantes. O site é um lixo em termos de navegação e inexplicavelmente não oferece a possibilidade de assistir aos programas, mas ao menos é um bom repositório de receitas. Porto Alegre já foi visitada e dão a receita de um prato chamado tapichi, do qual nunca tinha ouvido falar.

Marcelo Träsel | 19.12.2006, 10:18 | Comentários (2)

Vinhos para leigos e nem tanto

guia_vinhos.jpgA editora Larousse teve a gentileza de me enviar um exemplar do seu Guia de Vinhos. Ao abrir o pacote, pensei: "Coitados, não entendo nada de vinhos. Se conseguir resenhar, vai ficar ruim." Estava enganado, o livro é perfeitamente resenhável por um ignorante no assunto. Foi escrito por Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano, um dos melhores do país — tanto o restaurante, quanto o sommelier. Beato escreve de forma clara e simples, evitando toda frescura que domina o mundo da enologia. Tanto que na parte de harmonização com a comida, encontra-se pastel e coxinha. Sério! A lista privilegia também os vinhos até R$ 50, porque não é destinada a uns poucos milionários. A única afetação em que o autor indulge é ter criado uma escala própria de notação, que leva sua inicial. Ela vai de 0 a 20 manoéis. O guia traz apenas os vinhos acima de 10M, ou seja, de bons a excelentes.

Como em todos os guias e enciclopédias da editora, há uma parte introdutória com os conceitos e jargão bem mastigadinhos. Fala-se um pouco sobre os diferentes tipos de vinha, as muitas formas de vinificação e como essas coisas influem no produto final. Também dá dicas de degustação fáceis de seguir e sem firulas. Beato deve mesmo entender de vinhos para ter a segurança de simplificar ao máximo a vida do leitor. Como diz na página 26: "Para o sommelier, o cliente não precisa entender de vinho. Basta Gostar." Após as preliminares, passa-se à listagem das bebidas. Dei uma olhada rápida e fiquei feliz em achar alguns vinhos de que gosto, como o Etchart Privado e alguns gaúchos. Por outro lado, um espumante excelente como o Cave Geisse ficou de fora — bem, talvez esteja abaixo de 10M e eu tenha mau gosto.

Enfim, o livro é um bom presente de Natal para homens e mulheres interessados, mesmo que levemente, no assunto. Compre por este link e doe 4% do valor a este blog. Ou veja nossas outras dicas de livros para o Natal. Ainda tem a vantagem de não precisar sair de casa.

Marcelo Träsel | 18.12.2006, 10:58 | Comentários (1)

Comida japonesa explicada

O Adachi, do Quebrei o Rádio, explica de maneira simples e direta a diferença entre sushi, sashimi e quejandos. É bem mais simples do que parece. A fonte é confiável, já que o rapaz passou um tempo no japão e, ao que tudo indica, entende a linguagem.

Dica do Láudano e do Mojo.

Marcelo Träsel | 13.12.2006, 10:47

Espírito natalino

Jane Galt já fez suas 14 sugestões de presentes de natal que podem ser comprados online. Todas muito boas — exceto pela máquina que passa café com antecedência, o que é um acinte, como qualquer amante do café deveria saber. Pessoalmente, gostaria de ter essa frigideira e essas facas de cerâmica.

Seguindo o exemplo da blogueira americana, damos algumas sugestões de bons livros sobre culinária para presentear seus amigos e entes queridos. Se você comprar essas obras, ou qualquer outra coisa, usando os links para a Livraria Cultura fornecidos aqui, 4% de sua compra serão destinados a cobrir os custos deste e outros blogs do insanus.org, sem nenhum ônus.

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Marcelo Träsel | 28.11.2006, 17:46 | Comentários (5)

Navegar é preciso

Se tem algo que anda promovendo a integração Brasil-Portugal, são os blogs gastronômicos. Além de o conteúdo ser de grande qualidade, os autores costumam ler uns aos outros e citar um e outro lado do Atlântico muito mais do que noutros filões blogueiros.

O Douglas Kim sugeriu o da Joana Bernardes, que inclusive tem cinco preferidos bem distribuídos nas duas costas — este blog não está entre eles, lamentavelmente. Mas o da Eliana Scaramal, com que topei esses dias, está na lista.

Faltava ainda é surgirem uns blogs gastronômicos em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Madeira, Cabo Verde, Macau, São Tomé e Príncipe, Goa ou Timor Leste. Se alguém tiver links, publique-os nos comentários.

Marcelo Träsel | 23.11.2006, 15:27 | Comentários (4)

Dicas gastronômicas para paulistanos

Esse blog de gastronomia da Folha Online, escrito por Marcelo Katsuki, é bastante bom. Sendo arquiteto e editor de arte do jornal, ele sabe ao menos tirar boas fotos. Também escreve de forma nada pedante, muito menos hermética.

Marcelo Träsel | 22.11.2006, 10:24 | Comentários (1)

A marmita do viajante

O Traveller's Lunchbox talvez seja um dos mais interessantes sites de gastronomia por aí. As fotos são impecáveis, assim como o texto de Melissa Kronenthal. Ela vive em Edimburgo, Escócia, o que talvez explique a necessidade de cruzar oceanos por via aérea para conseguir comida decente.

Dica do Mojo

Marcelo Träsel | 14.11.2006, 12:36 | Comentários (4)

Técnicas culinárias ilustradas

O Emmanuel Kanter enviou um link bastante útil para o índice de vídeos com demonstrações de técnicas básicas de cozinha da Food Network. Sempre quis saber como dobrar uma omelete com menos esforço ou fazer ovos pochê.

Marcelo Träsel | 23.10.2006, 11:18 | Comentários (7)

Quero uma assinatura do Estadão

O caderno Gastronomia, do jornal Zero Hora, é tão ruim que eles nem têm coragem de fazer uma versão digital. O problema não é apenas a completa inexistência de crítica. É que quase sempre há erros nas receitas. É que raramente se encontra uma capa deste caderno sem erros de ortografia. Isso por si só já seria incompreensível, pois, sendo semanal, há tempo de sobra para revisão.

Mas sexta-feira passada, dia 13, foi hors-concours: a capa promete na página central algo até interessante, uma matéria sobre a culinária na Festa Nacional das Culturas Diversificadas. Porém, isso está na página 6. Na página central, há uma matéria sobre harmonização de cervejas, que poderia ficar para outra edição sem problemas. A matéria foi feita na Dado Bier, que coincidentemente está lançando novos sabores de cerveja essa semana. Errar a capa de um caderno de jornal é muita incompetência.

Inveja do Rio e São Paulo, que têm bom jornalismo gastronômico. E bons restaurantes em quantidade suficiente para sustentá-lo, também.

Marcelo Träsel | 16.10.2006, 22:01 | Comentários (7)

Om namah Shiva

Mahanandi é outro ótimo blog gastronômico. No caso, o foco é na culinária indiana. Os caros leitores sabiam que se come castanha de caju por lá também? Mas pelo jeito, são mais populares na versão doce. Nunca vi alguém adoçar essas castanhas no Brasil.

Marcelo Träsel | 12.10.2006, 15:50 | Comentários (5)

Respeite a comida

Terráqueos é um documentário a respeito de como os seres humanos abusam dos animais. A parte que interessa a este blog fala sobre a pecuária e os matadouros, nos trechos dois, três e quatro.

Quando jovem, vi bois e ovelhas serem abatidos de forma artesanal, por degola. Embora pareça cruel, em uma pequena propriedade ainda é a forma mais humana de matar um bicho. Ao mesmo tempo, os magarefes fazem de tudo para que o animal não sofra mais do que necessário. Afinal, muitas vezes conviveram por longo tempo com os bichos e sentem ao menos um resquício de afeição. Mas a vida tem de seguir em frente, todos precisamos comer, então é preciso matá-los. Não há mais desumanidade nisso do que em um leão comendo uma zebra.

A experiência foi muito boa, porque ao testemunhar tudo que envolve a produção de carne, passei a respeitar muito mais a comida. Não apenas a carne, como também os vegetais, seres tão vivos quanto os animais. Procuro sempre evitar o desperdício. Como nem todo mundo tem a oportunidade de assistir ao vivo a um abate, decidi recomendar o vídeo. Chamem as crianças e mostrem que os bifes não nascem na prateleira do supermercado.

É claro que não se deve levar esse documentário muito sério. Afinal, foi produzido pela PETA para advogar a própria causa. Obviamente, escolhem os trechos de filme mais chocantes que conseguem encontrar. Ao mesmo tempo, ignoram alguns detalhes fisiológicos, como quando mostram vacas se debatendo após terem o cérebro perfurado e dizem que ainda estão conscientes, quando se trata de reflexo inconsciente. Para contrabalançar, é uma boa assistir a este episódio de Penn & Teller, em que eles mostram o lado podre da organização.

Marcelo Träsel | 9.10.2006, 11:03 | Comentários (12)

Da série "japoneses são melhores em tudo"

Kobayashi, campeão mundial em rapidez no consumo de salsichas, trava a batalha de sua vida contra um urso kodiak, do Alasca. Nem sei o que dizer a respeito de algo assim.

Dica do Emmanuel Kanter.

Marcelo Träsel | 29.09.2006, 21:21

Cozinha flutuante

Como fazer pad thai flutuando numa canoa. Notem onde a cozinheira lava as mãos.

Marcelo Träsel | 4.09.2006, 10:54 | Comentários (2)

Enciclopédia do chocolate

trufas_pimenta.jpgA editora gentilmente nos enviou a Larousse do chocolate, coordenada pelo pâtissier Pierre Hermé, o mais famoso chocolateiro da França atualmente — e provavelmente, do mundo. A Larousse tem tradição em livros de gastronomia. Sua Gastronomique é livro básico em qualquer escola de culinária. Ou seja, o livro tinha tudo para ser bom. Porém, os intrépidos repórteres de Garfada são piores do que São Tomé e não se deixar levar por primeiras impressões. Testá-lo era necessário.

A primeira parte do livro é dedicada à história do chocolate e seu cultivo. Descobre-se o diabo. Por exemplo, que os missionários foram grandes responsáveis pela divulgação do chocolate e das maneiras de prepará-lo, devido ao contato íntimo com os aztecas. Maria Teresa da Áustria, popularizou a bebida na corte do Rei Sol, entre os puxa-sacos que queriam imitá-la. A partir do século XIX, começou a ser recomendado com fortificante pelos médicos. Só em 1847 surgiu o primeiro tablete, com a descoberta de que a manteiga de cacau tornava o chocolate sólido menos quebradiço. Tristemente, descobre-se ainda que, apesar da tradição de séculos do cacau no Brasil, o país não consegue produzir grãos que prestem. Poderia-se dizer que o cacau é endêmico da América Central e norte da América do Sul, onde estão as melhores plantas. Mas não o é de potências como Papua-Nova Guiné ou Tanzânia, que também produzem alguns dos melhores grãos.

A primeira parte também dá dicas de conservação, de como degustar um bom chocolate, equivalências de pesos e ainda de ingredientes mais indicados para receitas e como combiná-los. A terceira parte ensina técnicas básicas da pâtisserie do chocolate, como a temperagem das coberturas, feitura de ganaches e mesmo receitas de massas, merengues e outras técnicas indispensáveis às receitas. Era o momento, pois, de testar as instruções de Hermé. Escolhi duas receitas, de acordo com a presença de ingredientes em minha despensa: bolachas de chocolate com amêndoa e trufas de pimenta.

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Marcelo Träsel | 31.08.2006, 17:52 | Comentários (18)

Culinária cooperativa

O pessoal dos wikis não pára. Agora existe o Cookbookwiki, um livro de culinária em que qualquer interessado pode publicar receitas, informações gerais sobre diferentes tipos de técnicas e tradições gastronômicas, além de corrigir possíveis erros de outros. Encontra-se muita coisa, especialmente sobre países não tão bem representados no ciberespaço, como o Suriname, por exemplo. Há fatos e receitas que não se encontram em nenhum outro lugar, como esta sopa de mandioca.

O pessoal do Wikilivros também publicou um livro de receitas, mas é muito mais chato de usar e desorganizado.

Marcelo Träsel | 19.06.2006, 23:21 | Comentários (3)

Abomynus gourmet

José Antônio Pinheiro Machado, mais conhecido como Anonymus Gourmet, além de mala sem alça, é uma farsa completa.

Não entende nada de gastronomia. Já tive a chance de entrevistá-lo para uma reportagem e percebi que é no máximo um diletante. Mistura ingredientes nada a ver para criar suas receitas, como qualquer amador. Nada contra as criações improvisadas de amadores: o problema é quando o sujeito usa isso para posar de connaisseur. Suas colunas são típicas do pensamento mediano. O que, assim como no caso da Martha Medeiros, provavelmente explica seu sucesso de público. O mais grave é que ele não cozinha seus pratos. São todos preparados por uma equipe de cozinheiros, o Anonymus apenas mistura tudo em frente às câmeras, conforme funcionários do grupo RBS. Uma fonte confiável conta que, num evento de gastronomia no Paradouro ZH, em Atlântida, Pinheiro Machado levou um cozinheiro, deixou o sujeito cozinhar e dedicou-se a beber um litro de uísque.

Marcelo Träsel | 17.12.2005, 14:27 | Comentários (13)

Spaghetti alla carbonara

carbonara_2.jpgA editora norte-americana Phaidon gentilmente me enviou uma cópia de The silver spoon, seu novo livro de receitas. Diz o release que se trata de uma das obras sobre culinária de maior sucesso na Itália, "finalmente traduzida para o inglês". É um calhamaço com 1200 páginas e duas mil receitas de todo tipo. Dado o seu tamanho, está com um preço bem em conta: R$ 126. Claro que, por este preço, tem poucas fotos e essas poucas são de má qualidade. Ainda assim, a capa é bonita o suficiente para quem compra livros de gastronomia apenas para decorar a mesa de centro da sala ficar satisfeito.

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Marcelo Träsel | 12.12.2005, 10:31 | Comentários (3)

Parte de Uma Estória Obscena

Em 1974, Janer Cristaldo publicou um livro chamado Uma Estória Obscena. Quase todo ele é irrelevante, mas o conto epônimo tem seu valor. Como tem a ver com culinária, reproduzo aqui a primeira metade do conto.

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Cisco | 17.10.2005, 19:49