Cozinha e cama

Xico — Outro truque é a culinária, essa coisa da grande comida, gastronomia. Nunca confie num cara que vai fazer um grande jantar pra você! Esse cara quer te comer! [Risos].

Suzana — Eu acho até que é legal o cara fazer isso, de fato ele está se empenhando um pouco mais do que me levar num restaurante e pagar a conta. Mas não é mais nada do que isso.

Xico — Essa coisa de fazer a grande comida pra mulher, esse cara é uma roubada, não dá! É melhor um miojo. Esses caras praticam tudo isso, alta gastronomia, cheirar rolha, não sei o quê... E muita mulher cai nessa onda! Se a mulher quer só trepar, é sensacional. O cara tem um ambiente confortável, lençol limpinho. Mas se ela quiser levar a sério...

O diálogo acima aconteceu em um debate publicado na revista TPM. Manifestem-se nos comentários.

Marcelo Träsel | 30.06.2006, 15:16 | Comentários (6)

Sopa de feijão branco

sopa_feijao_branco2.jpgSeguindo em nossa série de sopas para o inverno, hoje a receita da sopa de feijão branco com repolho roxo. A base é do livro Fundamentos da cozinha italiana clássica, da excelente Marcella Hazan. Sou grande fã de feijão branco, especialmente dos Heinz baked beans. A princípio a mistura de repolho roxo pareceu um tanto esdrúxula, mas a signora Hazan jamais erra. Além das boas receitas, tem um dos melhores textos do mundo culinário. Só perde para Jeffrey Steingarten.

Mudei bastante os ingredientes e o preparo, no entanto. O resultado é uma sopa muito encorpada e saborosa. A paleta de cores também é interessante. No fundo, não difere muito de um mocotó, apenas sem tripas e acrescentando um vegetal. Temperos que combinam nesta sopa são ovo cozido, salsinha, pimenta do reino, molho de pimenta vermelha ou molho inglês. Queijo parmesão não fez um grande sucesso.

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Marcelo Träsel | 28.06.2006, 10:49 | Comentários (9)

Churrasco civilizado

A churrascaria São Rafael, uma das mais famosas de Porto Alegre, continua batendo um bolão. Ao contrário da maioria, os cortes são oferecidos à la carte, não em rodízio. Isso tem suas vantagens e desavantagens. Por um lado, não se é interrompido a cada 30 segundos por um garçom oferecendo qualquer coisa. Também evita que o sujeito se empanturre demais. Por outro lado, se o objetivo é justamente se empanturrar de carne, fica muito caro. Pessoalmente, acho que dá para ficar satisfeito por um preço razoável. Pode-se pedir os espetos separados dos acompanhamentos, mas os "combinados" têm melhor relação custo/benefício. Por exemplo, um espeto de vazio para duas pessoas custa R$ 21, mas se vier acompanhado de arroz e salada verde, sai por R$ 31. A costela sai por R$ 19 sozinha e R$ 29 com salada mista, farofa, polenta e dois salsichões. As porções dão para dois homens adultos e ainda sobra. Se é para criticar alguma coisa, diria apenas que a polenta poderia não vir nadando em óleo.

CHURRASCARIA SÃO RAFAEL
Avenida Protásio Alves, 3284 - Petrópolis
Tel: 3334-9133/ 3334-7155

Marcelo Träsel | 26.06.2006, 18:09 | Comentários (13)

Por falar em listas...

...se fosse fazer a minha dos melhores blogs gastronômicos em português, o Trem Bom seria o primeiríssimo.

Marcelo Träsel | 25.06.2006, 10:24 | Comentários (11)

List fever

O jornal britânico The Guardian faz sua lista dos dez melhores blogs sobre gastronomia em inglês. Dos blogs escolhidos, alguns estão no blogroll ali à esquerda.

Marcelo Träsel | 24.06.2006, 15:22 | Comentários (1)

Sanduíche aberto

sanduiche_aberto1.jpgA melhor coisa a se fazer com sobras de um lombinho assado é arranjar uns pães integrais de boa qualidade, pepino em conserva, tomate, queijo e alguma mostarda. No caso dos pães, sugiro aos moradores de Porto Alegre os da padaria Weidmann ou da marca Vital. Mostarda do Ribs nem pensar para esse caso, prefira uma Colman's ou Maille. Podem ser caras, mas valem o investimento. Aliás, não entendo o amor pela mostarda do Ribs, mas outra hora falo mais a respeito. Voltando à vaca fria — ou ao lombo frio — tire fatias fininhas da carne e vá montando seus sanduíches abertos com diversas variações. Só lombo e queijo, lombo e pepino, lombo e tomate, mostarda e lombo, todos juntos ao mesmo tempo agora. Com uma Heineken, Bohemia Weiss ou Kaiser Gold para acompanhar, é diversão garantida. Perfeito para assistir ao jogo da Alemanha amanhã.

Marcelo Träsel | 23.06.2006, 20:50 | Comentários (7)

Mais uma garfada na mídia

Fomos citados no Guia da Semana de São Paulo.

Marcelo Träsel | 21.06.2006, 23:35 | Comentários (2)

Conservas "da Dani"

antipasti_piemonte_2.jpgA Daniela Piemonte, comentarista freqüente neste blog e cozinheira de mão cheia — que me levou para conhecer L'osteria del generale junto com seu marido, Michael Schnürle —, fez a gentileza de me presentear com dois vidros de suas conservas: chutney de manga e um antepasto italiano de que nunca tinha ouvido falar, com cebola, batatas e sálvia. Ambos são muito bons.

O chutney mal chega a ser doce, ao contrário da maioria deste tipo de condimento por aí, em geral atolado de açúcar. A manga se integra muito bem com os outros ingredientes. Já o antepasto surpreende por ser um tanto... Azedinho. À primeira vista parece levar apenas azeite, o que soa mais lógico em cebolas e batatas, mas há vinagre também. Boa quebra de expectativas.

A Daniela também faz relish e pickles de pepino. Moradores de São Paulo podem fazer encomendas por email.

Marcelo Träsel | 21.06.2006, 10:03 | Comentários (2)

Culinária cooperativa

O pessoal dos wikis não pára. Agora existe o Cookbookwiki, um livro de culinária em que qualquer interessado pode publicar receitas, informações gerais sobre diferentes tipos de técnicas e tradições gastronômicas, além de corrigir possíveis erros de outros. Encontra-se muita coisa, especialmente sobre países não tão bem representados no ciberespaço, como o Suriname, por exemplo. Há fatos e receitas que não se encontram em nenhum outro lugar, como esta sopa de mandioca.

O pessoal do Wikilivros também publicou um livro de receitas, mas é muito mais chato de usar e desorganizado.

Marcelo Träsel | 19.06.2006, 23:21 | Comentários (3)

Inverno é tempo de vinho

Não entendo nada de vinhos. Para mim, existem apenas dois tipos: aqueles de que gosto e aqueles de que não gosto. Em geral, gosto de tintos encorpados. Bebo muito cabernet sauvignon, mais pela disponibilidade e preço do que por qualquer outro motivo. Ontem tomei um tempranillo, o Marques de Riscal. Excelente. Um amigo conhecedor de vinhos já havia sugerido esse tipo de uva, esta é a segunda ou terceira vez que experimento, e realmente, virei fã. Sobretudo deste vinho. Conforme uma busca no Google, custa em torno de R$ 50 a garrafa. Realmente, só tomando por conta de alguma outra pessoa.

Marcelo Träsel | 18.06.2006, 10:43 | Comentários (19)

Problema no controle de qualidade

carne_podre.jpgA chuleta da foto ao lado foi comprada no Zaffari da Lima e Silva no feriado de quinta-feira. Estava em uma bandeja acompanhada de outra chuleta, que se apresentou correta. Esta aí, no entanto, estava com a área verde voltada para baixo — provavelmente não por sacanagem do supermercado, duvido que se expusessem por tão pouco. O fato de estar voltada para baixo provavelmente impediu os supervisores de retirá-la da prateleira. A data de validade ia até hoje. O controle de qualidade do açougue comeu mosca. As moscas provavelmente estão comendo esta chuleta em algum lixão de Porto Alegre neste momento.

Marcelo Träsel | 17.06.2006, 12:09 | Comentários (7)

Corre lá!

A mandioquinha, ou batata baroa, está por R$ 2,90 o quilo nos supermercados da rede Zaffari. Nunca cozinhei nada com ela por ser cara, mas aproveitei a chance e comprei meio quilo. Sugestões?

Marcelo Träsel | 15.06.2006, 23:44 | Comentários (8)

Mil guacamoles

guacamole.jpgO Daniel Pellizzari enviou uma lista de receitas de guacamole, molho conhecido no México desde os aztecas. A base é abacate e suco de limão, mas a versão mais conhecida leva tomate, cebola e coentro. O suco de limão é importante para evitar a oxidação do abacate, o que o deixa escuro. Mesmo assim, uma guacamole não dura mais de dois dias na geladeira. O melhor é preparar na hora.

Toda vez em que os abacates estão em safra, compro um no supermercado e misturo com um tomate picado, suco de um limão, salsinha picada, sal e um pouquinho de molho de pimenta dedo de moça. Não uso coentro porque é caro e dificilmente uso em alguma outra coisa. Costumo acrescentar cebola, também, mas sugiro "dar um susto" nela, para tirar um pouco da substância sulfurosa que dá o cheiro forte. Pique a cebola normalmente e mergulhe em água fervente, com um coador ou algo assim, por um minuto. Misture todos os ingredientes e coma a guacamole pura, com pão ou, melhor ainda, com Doritos. Como acompanhamento de feijoada também é ótimo.

Marcelo Träsel | 15.06.2006, 19:10 | Comentários (7)

Instrumentos & Geringonças

A Forbes.com lista os melhores instrumentos de cozinha. Imagino que os mestres-cucas e pretensos chefs adoram listas assim. *bocejo* Eu prefiro exercitar meu lado nerd com as melhores geringonças de cozinha. Como abstêmio, eu não preciso do software de adega, mas adorei o fogão a indução e o cadeado para sorvete.

Cisco | 13.06.2006, 8:50

Comendo em São Paulo

rancho_nordestino.jpgNa terra da garoa come-se muito bem. Mesmo nos botecos de esquina e restaurantes populares, nota-se um esforço para fazer o melhor possível com os recursos à disposição. Percebe-se sempre um cuidado na apresentação do prato, mesmo que seja um xis-calabresa com bacon. Enquanto em Porto Alegre os lanches chegam ao cliente destrambelhados muito mais vezes do que seria razoável, isso raramente acontece em São Paulo. Nos pratos mais elaborados, a diferença é ainda mais gritante.

Tenho uma teoria a respeito. Na maior cidade da América do Sul, milhões de pessoas lutam diariamente por seus empregos e milhares de restaurantes batalham o tempo todo pelos clientes. Se um chapista de padaria é ruim, haverá centenas querendo o lugar dele. Se um garçom é antipático, pode ser logo substituído. Se um restaurante oferece comida menos do que boa, há dezenas ao lado para o cliente escolher. As possibilidades de comparação também se ampliam. Fica difícil aferir a qualidade de um restaurante italiano, quando temos em Porto Alegre apenas dois ou três que prestam. Quando há dezenas, como em São Paulo, o nível de exigência tende a subir.

A seguir, algumas dicas de onde comer.

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Marcelo Träsel | 12.06.2006, 12:18 | Comentários (19)

Mais uma vez, Liberdade

Não me canso de admirar a Liberdade, não o substantivo, sempre associado à maconha e ao comunismo, mas o bairro Oriental que às vezes faz toda esta cidade valer a pena. Estes dias estávamos caminhando por aqueles lados, eu e o editor deste blog, e topamos, depois de muita pérnada, no que parece ser o melhor buffet de comida oriental do mundo: o restaurante Nandemoyá (infelizmente sem site). Pelo pouco que pesquisei parece que começou como uma Mercearia (o que faz todo o sentido), mas hoje oferece a mais completa gama de desbundes orientais.

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Hermano | 11.06.2006, 21:05 | Comentários (6)