Pergunta: Nunca mais?

Leitores do Garfada, em quais restaurantes vocês juraram que jamais porão os pés novamente?

Cisco | 29.03.2007, 2:19 | Comentários (49)

Comer em hotel é deprimente

mousse_tapioca.jpgSemana passada fiz algo que nunca fizera antes: pedi comida pelo serviço de quarto de um hotel. Em viagens normais, prefiro descer até a rua e entrar em qualquer biboca para forrar o estômago. É uma forma de conhecer os hábitos e cidadãos locais. Mesmo em viagens a trabalho, gosto de conhecer um pouco da vida normal das cidades por onde passo. Só que na última quinta-feira fiquei sem tempo entre a chegada a São Paulo e o compromisso que tinha, então decidi pedir um risoto de lulas ao funghi do Meliá que fica na Haddock Lobo, de forma que pudesse tomar um banho e me organizar enquanto a comida não vinha. Além disso, já eram 16:00 e na rua provavelmente não acharia um restaurante servindo almoço. Aproveitei para pedir também uma mousse de tapioca com calda de frutas vermelhas e chocolate, como sobremesa, só porque achei interessante.

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Marcelo Träsel | 25.03.2007, 22:11 | Comentários (18)

Parrillada no El Viejo Pancho

A parrillada é um churrasco feito em grelha (como o próprio nome já indica), típico da Argentina e Uruguai. Sua característica mais destacável é o privilégio dado aos cortes menos nobres, ao contrário do churrasco gaúcho. É claro que o vazio (fraldinha para o pessoal acima de Florianópolis), a picanha e a costela estão lá, mas dividem espaço em pé de igualdade com rins, timo, tripas e morcilhas salgadas e doces. O cordeiro também está muito mais presente do que no Brasil. Conforme um amigo baiano, no Nordeste também é costume assar em grelha os miúdos de gado, como fígado, coração e ubre.

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Marcelo Träsel | 20.03.2007, 10:20 | Comentários (19)

Porco com molho de mel e gengibre

pernil_com_mel.jpgApós um período de várias semanas, finalmente encontro tempo para voltar a publicar receitas aqui. Os leitores mais antigos já devem ter notado minha predileção pela carne de porco. Como bom descendente de alemães, também gosto muito da mistura de doce e salgado — mas não tanto quanto meu pai, que gosta de passar geléia no pão e botar uma fatia de presunto em cima. A receita original me foi passado por Simone dos Santos e exigia costelinha em vez de pernil, mas pernil era o que havia no supermercado no dia. O resultado foi muito bom e a preparação é bem simples.

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Marcelo Träsel | 19.03.2007, 15:28 | Comentários (4)

A quilo - Parte 2

Semana passada, pedi sugestões de restaurantes a quilo. A maioria dos leitores escolheu fazer suas sugestões nos comentários, mas aqui estão os resultados.

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Cisco | 15.03.2007, 23:53 | Comentários (14)

A Economia da Haute Cuisine

Em uma entrevista para o EconTalk, o economista Tyler Cowen discute um pouco por que o governo subsidia a arte, mas não a haute cuisine. Começa na marca de 34:13. Aqui está o resumo do site, traduzido:

Um ouvinte pergunta: Por que não há financiamento de comida de luxo, da parte de governos ou de indivíduos, análogo ao modo como orquestras e músicos individuais são convidados por cidades? O que diferencia o chef do maestro? Os franceses encorajam comida e chefs franceses. A política agrícola pode, em parte, manter a alta qualidade da comida. O governo de Cingapura criou os hawker centers intencionalmente. Mas os EUA fazem mais pela arte do que pela culinária. Problema de escolha pública: pode simplesmente haver menos lobby nos EUA por grupos de culinárias, e a comida barata é mais subsidiada. A emissora Food Channel é o setor privado. Outro ouvinte de Montreal pergunta: É desafiador para um defensor do livre-mercado que um país tão intervencionista quanto a França produz tanta boa comida. Há um custo. A especialização francesa em comida francesa limitou a inovação e as outras escolas culinárias na França.

Os leitores do Garfada que estiverem visitando os EUA, ou mesmo moram no país, certamente se interesserão muito em ler Tyler Cowen's Ethnic Dining Guide.

Cisco | 13.03.2007, 21:59

Cozinha e a última flor do Lácio

A Dadivosa tem uma qualidade muito mais rara do que cozinhar bem: ela escreve bem demais. Não dá para saber pelo sotaque se é brasileira ou portuguesa, embora eu estivesse inclinado a acreditar na última possibilidade. E, sim, as receitas são tão boas quanto o linguajar.

Dica da Letícia Tatsch.

Marcelo Träsel | 13.03.2007, 10:00 | Comentários (4)

Circuito é subestimado como restaurante

Nada como ir pela primeira vez a um restaurante e ter uma grata surpresa. Foi o que aconteceu ontem no Circuito. Bem, na verdade não foi a primeira vez que pisei lá: trata-se de uma casa noturna que há algum tempo passou a servir comida tailandesa. A idéia de comer numa casa noturna jamais me passou pela cabeça, mas as circunstâncias me levaram a tanto. Pedi uma porção de katrong tong, cestinhas de frango com milho e temperos fritas como pastéis, acompanhadas de um molho semelhante à geléia de pimenta (R$ 8,50). O molho de pimenta é muito, muito competente. Provei também o soba pedido por outras pessoas na mesa, um macarrão de trigo sarraceno com molho de carne e shiitake, igualmente delicioso (R$ 20).

A fome talvez tenha influído, mas estavam excelentes. De fato, há muito tempo não ficava tão animado com a comida de um lugar. O chef Jean Rodrigues está de parabéns. Os pratos, para uma pessoa, não são baratos, embora tampouco sejam caros, já que os ingredientes usados são raros e de alta qualidade. A questão é que, para chegar aos pratos, o cliente precisa antes entrar no bar, pagando ingresso, o que ontem acrescentou R$ 10 ao valor da conta. Além disso, comer em uma casa noturna envolve música alta e fumaça de cigarros, o que prejudica um pouco a experiência. São fatores que podem explicar o fato de ninguém comentar a comida do Circuito. Outro fator também pode ser importante: é um bar gay, o que afasta a maioria dos potenciais consumidores. Minha sugestão a Jean Rodrigues é que abra um restaurante independente do Circuito. Poderá contar com minha freqüência.

CIRCUITO
Rua Lopo Gonçalves, 66
Cidade Baixa - Porto Alegre
Fone: 3221-6222

Marcelo Träsel | 10.03.2007, 19:04 | Comentários (9)

Duelo de titãs no setor de congelados

Após o excelente sorvete de creme, a Nestlé lança em edição limitada o sabor "chocolate clássico". É baseado no chocolate ao leite em barra da mesma empresa e um dos melhores sorvetes de chocolate do mercado. Tem um gosto muito mais acentuado de cacau, lembrando o sabor "chocolate forte" da sorveteria Cronk's, em Porto Alegre, um favorito meu desde sempre.

A Kibon sempre foi imbatível, se deixarmos de lado as marcas de sorvetes finos. Mas a Nestlé vem melhorando a cada ano e criando sabores excepcionais, como os já citados creme e chocolate clássico, e especialmente o doce de leite com pedaços de chocolate. Meu congelador tem hospedado cada vez mais potes da Nestlé e cada vez menos da Kibon.

Nada a ver com o assunto, mas ao buscar por um link para o sorvete da Nestlé encontrei o Jornal do Sorvete.

Marcelo Träsel | 9.03.2007, 11:00 | Comentários (16)

A quilo

Leitores e autores do Garfada, qual seu buffet a quilo favorito? Mandem suas respostas para CISCOCOSTA arroba UOL ponto COM ponto BR e eu postarei as melhores sugestões dia 15/03. Por favor, não se restrinjam a Porto Alegre.

(Já adianto os meus: o recentemente reaberto Casarão do Bom Fim, na Oswaldo Aranha, perto da Lancheria do Parque. Costumava almoçar lá todos os dias na época da faculdade de comunicação, mas com a formatura raramente tinha a oportunidade. Visitei ontem depois de anos e descobri que só melhorou: ambiente agradável, espaçoso, bem-iluminado, muitas mesas, bom serviço e boa comida por oito reais no buffet livre. Isso inclui vários grelhados, sushi, massa caseira, muita salada, comidas quentes e pelo menos cinco tipos de sobremesa. A competição mais próxima é o restaurante Ponto Campus, no Campus do Vale, abaixo do Banco do Brasil, onde os grelhados são melhores mas o resto do serviço e dos pratos não alcança os colegas do Bom Fim.)

Cisco | 8.03.2007, 14:17 | Comentários (12)

Salada Merlino

Não é segredo para meus amigos que eu não sou um ás na cozinha, por isso, muito deles se espantam ao comer a única coisa que eu faço sabendo que eu vou agradar: a tal salada Merlino.

Nunca tive a receita dela em mãos, mas me apaixonei perdidamente por esse sabor, ótimo para acompanhar cerveja bem amarga ou vinho, quando morei no país que o pessoal chama de Bota, mas pra mim sempre foi um pé de bailarina, e de tanto comer acho que sei como fazer. É uma salada com sabor forte e bem calórica, ótima para o frio ou para ser uma refeição no verão.

Em um pub irlandês, (é, é eu sei) chamando Merlin foi que eu conheci a bichinha e desde então nunca mais comi outra coisa na noite daqueles lados (o que me fez perder alguns quilos – era muito frio!-, mesmo comendo pizza ou massa no almoço).

A receita é muito simples:

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Carol Andreis | 6.03.2007, 16:06 | Comentários (14)

História do Vegetarianismo

Na Slate, Laura Shapiro resenha Bloodless Revolution, o livro de Tristram Stuart sobre a história do vegetarianismo. Meu parágrafo favorito:

If vegetarianism has settled comfortably into Western culture by now, it's because the term vegetarian has become so vast and shapeless that it describes just about everybody who isn't on the Atkins diet. To be sure, there are vegetarians who avoid all animal food. But most are willing to eat eggs, and many eat fish. Chicken is fine with some because hey, it isn't beef. Hamburgers? Absolutely not—or maybe just once in a while. And turkey because it's Thanksgiving, ham because it's Easter, pepperoni because it's pizza—what on earth is a vegetarian, anyway? No wonder Stuart never tries to define the term. A huge, wonderfully entertaining cast of dietary rebels parades through his chapters, but all we really know about the eating habits of these pagans, scientists, doctors, scholars, theologians, writers, philosophers, and crackpots is that most of them ate meat.

Para quem se interessa, o livro está disponível para venda aqui, pelo preço de um churrasco farto e considerável.

Cisco | 5.03.2007, 19:38 | Comentários (3)