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Jantar adocicado no Kos

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Depois de duas tentativas frustradas, finalmente consegui conhecer o restaurante Kos nesse sábado -- nas primeiras duas vezes, estava fechado, embora todos os guias digam que o horário é das 11h às 0h. O que mais chama a atenção é a fixação do chef em molhos doces, a maioria à base de mel.

Começamos com um ceviche de salmão com limão siciliano, que estava excelente. A textura era quase a de um filé tártaro de peixe, com cebolas bem picadas. Acompanha pãozinho torrado. Os pratos principais foram carré de cordeiro com molho de mel com ervas e cuscus de legumes e o mais famoso da casa, o filé de salmão com camarão em cama de batatas royal marriage. Esse último prato vem na forma de uma torre, talvez um tributo à formação em arquitetura de Caco Zanchi, dono do lugar. Ambos agradaram bastante, embora lá pelas tantas o mel tenha começado a enjoar. Provavelmente a culpa foi nossa, porque afogamos cada pedaço de carne no molho.

O filé de salmão e o camarão estavam no ponto certo, mas o cordeiro -- igualmente bem-apresentado -- poderia ser menos passado. Já o cuscus estava mais saboroso do que a cama de batatas do peixe. De sobremesa, encaramos um doce de aipim com sorvete. Bizarro, porém gostoso. Havia também um doce de berinjela com sorvete. Para beber, cerveja artesanal Slava Pils em garrafa de um litro. Juntando tudo, gastamos R$ 150 em duas pessoas.

O Kos, homônimo de uma ilha grega, tem já de saída um grande mérito, que é propor uma cozinha autoral em Porto Alegre. Há poucos restaurantes na cidade que se arriscam a criar novos pratos e o fazem com competência. A maioria ou se limita a seguir as receitas clássicas da região culinária com que trabalham, ou então tenta inventar e dá à luz aberrações gastronômicas. Nada contra o primeiro tipo, as melhores casas da cidade entram nessa categoria. Já no ramo da teratogenia alimentar temos a maioria das churrascarias, pizzarias e restaurantes japoneses, cujos bufês às vezes parecem um quadro de Bosch. O Kos, porém, consegue reunir a cozinha mediterrânea com a brasileira e ainda dar uns toques de Países Baixos sem parir monstros, embora não sejam pratos que agradem a todo mundo.

KOS
Rua Dinarte Ribeiro, 50 - Mapa
51 3013-5333

Marcelo Träsel | 18.05.2008, 23:44 | Comentários (5)