Comida brasileira é mais do que moda em São Paulo
Enquanto aqui no Rio Grande do Sul há poucos restaurantes que investem na culinária brasileira, em São Paulo ocorre o oposto: é tão difícil encontrar um cardápio sem caldinho de feijão e carne de sol que até enche o saco.
No domingo passado, fui ao Barão da Itararé, um "bar de jornalistas", segundo meu amigo Emiliano Urbim -- que incidentalmente é jornalista. Há chope honesto e opções de cervejas importadas e um cardápio completamente abrasileirado. Provei um carreteiro sobre cama de purê de abóbora que estava muito bom, embora falte um certo tempero ao quibebe.
Comi uma salada verbe com melancia e queijo meia-cura que se saiu muito melhor, no entanto. Exceto que o cardápio prometia sementes de abóbora e não vi nenhuma, mas vá lá. Pedi para acompanhar um bife, que veio no ponto, com bastante alho e salsinha. Isso custou cerca de R$ 20, um preço razoável para São Paulo. Ainda pudemos aproveitar o show de uma banda de jazz muito boa.
No sábado à noite, comi um acarajé do Rota do Acarajé, um restaurante de comida baiana que pertence a um casal bastante simpático e tem atendimento lento, para dar aquele toque de autenticidade. O recheio do acarajé tem camarões secos enormes, vatapá, quiabo e cebola. Só vem pouco apimentado, então apele para os molhos na mesa. Também provei o arrumadinho de carne-seca, que estava ótimo, com o purê de mandioca bem homogêneo e consistente.
O destaque mesmo vai para a cocada de forno, um tipo de torta de pudim de coco com geléia de goiaba por cima. Tentei extrair a receita da proprietária do restaurante, mas não foi possível. Ela apenas disse que tem uma cozinheira nativa e que essa cocada de forno não se encontra no comércio, é uma receita caseira baiana. O único defeito que posso colocar no restaurante é o fato de a cerveja ter acabado às 23:00 -- ou eles terem dito isso para fechar logo.
BARÃO DA ITARARÉ
Rua Peixoto Gomide, 155
Bela Vista - São Paulo
ROTA DO ACARAJÉ
Rua Martim Francisco, 529
Santa Cecília - São Paulo