Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


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doutor apela para a ignorância

Nilson Lage tem um ataque histérico no Observatório da Imprensa, por conta da decisão de incluir estudos sobre o Jornalismo entre os estudos de Publicidade, Relações Públicas e outros processos de produção, tomada pelos coordenadores de cursos de Pós-Graduação em Comunicação. Enfim, uma discussão bizantina que interessa a muito poucos leitores deste blog. Mas os argumentos imbecis utilizados por Lage podem ter mais apelo popular.

É também notável a desinformação das doutas criaturas que consideram a internet mídia desligada das outras, quando tanto se especula sobre a congregação de todas as mídias em futuro relativamente próximo na rede ou em outra com maior capacidade, que já está sendo desenvolvida..

No trecho acima o autor atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada, ao tentar desqualificar seus inimigos. Não acrescenta nada ao artigo e só mostra que Lage não entende nada de Internet. Primeiro, confunde a rede mundial com hipermídia. Segundo, sugere que pode-se pensar sobre a Internet usando teorias feitas para televisão, rádio ou imprensa, o que é simplesmente ridículo. Conforme este argumento, o inverso seria mais aceitável.

Lage propõe ligar os cursos de Jornalismo aos de Biblioteconomia, com um argumento até razoável:

Organizar informação em bancos de dados e captá-la por softwares inteligentes é cada vez mais necessário em jornalismo; ao mesmo tempo, os cientistas de informação deparam com a necessidade de tratamento semântico, que depende da produção de textos e imagens...

No entanto, retirar o jornalismo do contexto da comunicação, onde estão inseridas Publicidade e Relações Públicas, parece no mínimo temerário, quando estas duas últimas especialidades têm relações cada vez mais incestuosas com os repórteres e empresas jornalísticas. Melhor seria integrar as Ciências da Informação aos cursos de Comunicação.

A legislação atual, que atribui o título de bacharel aos jornalistas, estará superada, uma vez que se refere a cursos de jornalismo (não previstos no esquema dos comunicólogos) e a cursos de comunicação, habilitação em jornalismo, que deixarão de existir.

Francamente, um artigo deste quilate faz o sujeito pensar que seria melhor, mesmo, acabar de uma vez com a habilitação em jornalismo. Já que o jornalismo é prática, como diz Lage, estaria muito melhor como uma especialização de um ou dois anos.

O sujeito faria a graduação em qualquer outra faculdade, como Direito, Filosofia ou História — e por que não Física ou Biologia, já que temos editorias de ciência? Depois, aprenderia as técnicas do jornalismo em um curso de especialização, ou as teorias em um curso de mestrado. Isso acabaria com muitos dos erros grosseiros que se vê todos os dias na imprensa.

Se dá para dizer algo em favor de Lage, é o fato de ele ter deixado mais ou menos claro no artigo que está em franca luta pela manutenção de seu próprio emprego na UFSC.

11 de maio de 2005, 18:18 | Comentários (16)



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mãos de cavalo,
por daniel galera

 

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