Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


fristão! fristão!

O Walter se deu o trabalho de gravar e publicar uma galeria de fotos das bengaladas no José Dirceu.

Finalmente o povo brasileiro toma alguma atitude.

30 de novembro de 2005, 7:53 | Comentários (39)

esqueci de avisar

Estou em Florianópolis para o congresso da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Jornalismo, na UFSC. Leitores que queiram tomar uma cerveja, enviem um email e lhes passo o telefone. Quem quiser assistir à minha apresentação, será na terça-feira, às 14h, na sala Aroeira.

27 de novembro de 2005, 16:47 | Comentários (4)

o brilho eterno da mente TOC

Não adianta: gente ansiosa, obsessiva e control freak não deve trabalhar em jornalismo. Antes de mais nada, porque a notícia é um produto coletivo. Isto significa que não depende somente do seu próprio esforço botar um jornal em circulação todos os dias. Especialmente no caso do jornalismo político ou econômico, é preciso contar com a boa vontade das fontes para doarem aspas às matérias. Isso para não falar em fotógrafos, editores, revisores, motoristas. Não há nada mais chato do que produzir uma pauta, entrar em contato com todo mundo, combinar horários e ficar se enervando com a possibilidade de tudo dar errado. Ou de perder o prazo da matéria. Ou sabe-se lá mais o quê, gente ansiosa é muito criativa no que toca a imaginar obstáculos.

Obviamente isso não parece ser problema para a maioria dos jornalistas. Na verdade, uma certa arrogância é necessária à profissão, apesar de todas as críticas aos métodos invasivos dos repórteres. Só tendo plena certeza de que a fonte lhe DEVE explicações o repórter consegue telefonar 15 vezes em uma hora para arrancar uma declaração. Se você não se sente bem fazendo isso, o melhor é arranjar um cargo longe da apuração ou desistir da carreira. Deixar para ser jornalista somente por prazer, produzindo matérias free-lance para as quais possa definir seus próprios prazos.

25 de novembro de 2005, 10:08 | Comentários (3)

o rio grande se vê por aqui

A Nay, que se criou em São Paulo, aparece no mensageiro instantâneo dizendo o seguinte:

— Assisti hoje aquele Jornal do Almoço. Apareceu um tal de Paulo Santana. O que é aquilo? O cara não sabe nem falar. Puta merda. E as apresentadoras? Horríveis.

Perguntada se nunca havia assistido ao JA, seguiu-se o seguinte:

Nay says:
tinha só passado
Nay says:
nunca tinha sentado pra ver
Nay says:
prefiro ler o jornal
Nay says:
que é ruim tambem
Nay says:
mas pelo menos ninguem fala

23 de novembro de 2005, 16:01 | Comentários (20)

jornalismo realmente alternativo

Vale a pena prestar atenção à revista Semana 3. Apesar de se propor a ser um guia de lazer, as pautas que publicam poderiam servir de exemplo a veículos maiores. Nesta edição, por exemplo, há uma entrevista com o marqueteiro da campanha do "não" no referendo. Mesmo acompanhando com alguma atenção o noticiário, era difícil ver qualquer menção aos bastidores na grande mídia. Furo deles. Nos últimos meses, também houve reportagens de denúncia sobre poluição causada pela Unicamp.

Além disso, a revista é organizada, sem erros. Nota-se que contam com uma boa equipe. Por falar em equipe, trazem o impagável Alexandre Soares Silva entre os colunistas. Capaz de ter idéias originais como esta: "Acham que políticos se importam em serem atacados em colunas na página dois? Claro que não – ninguém se importaria. Eu sei que eu adoraria. Não, não – jogue todos para uma notinha no último caderno. Isso sim seria subversivo". O guia de lazer campinense é original no que concerne à categoria, talvez seja essa sua qualidade.

É, eu sei. Como tenho coluna lá, minha opinião é suspeita. Enfim, leiam meu novo artigo.

22 de novembro de 2005, 22:25 | Comentários (5)

bem coisa de comunista — 2

Se o projeto de gravar todos emails dos brasileiros proposto por Delcídio Amaral [PT] for sério, é o maior absurdo já pensado desde o fim da ditadura no Brasil. O Charles Pilger publicou a íntegra do projeto de lei. Também aponta o fato de que os criminosos usam servidores estrangeiros, então a medida acabaria pegando mais é gente honesta mesmo.

Pior é o presidente da Associação Brasileira de Provedores de Acesso de Serviços e Informações da Rede de Internet, Antônio Alberto Tavares, ter informado que "os provedores têm interesse em ajudar no trabalho da Justiça, por isso a associação chegou a assinar convênio com o Ministério Público Federal a fim de facilitar o acesso e a busca de informações nas investigações". Já o coordenador do Comitê Gestor da Internet do Brasil, Marcelo de Carvalho Lopes, disse que "devemos consolidar uma legislação e sair na vanguarda do controle". O que é isso, companheiros? As entidades que deveriam defender os direitos dos usuários arriarem as calças assim tão fácil, sem nem gritar, é o fim do mundo.

21 de novembro de 2005, 11:49 | Comentários (10)

doutorar é preciso?

Deve existir alguma pesquisa assim por aí, mas seria interessante saber se o nível de satisfação com a vida das pessoas pós-graduadas é maior, igual ou menor do que a felicidade do resto do povo. Inteligência e cultura favorecem uma boa vida?

Às vezes, parece que não. Que diabo melhora a vida de alguém saber que a indústria cultural nos impõe um consumismo exacerbado, que as escolas, pretensamente emancipadoras do homem, reproduzem as relações de poder do resto da sociedade, que nem mesmo em nossa mente podemos confiar e que, de uma maneira geral, é tudo uma droga?

Possivelmente, fabricar sapatos e consertar aparelhos de ar-condicionado seja muito mais recompensador. Dêem sua opinião aí nos comentários.

20 de novembro de 2005, 23:27 | Comentários (46)

cai fora, zé

Ricardo Kotscho entrevista José Dirceu. Entrevista entre compadres, claro:

Às vésperas do teu julgamento pela Câmara, como você se sente? Em que tem pensado nos poucos momentos em que fica sozinho?

Eu me sinto profundamente reconfortado pelo apoio que venho recebendo. Evidentemente, estou triste, mas não amargurado, por tudo o que aconteceu. E eu tenho feito uma reflexão profunda sobre os erros que nós cometemos e como posso ajudar a superar esta situação. Minha vida pessoal não mudou. Faço exercícios todos os dias, acabei de ler “A Aventura de Miguel Líttin Clandestino no Chile”, de Gabriel Garcia Marques (a história de um cineasta que consegue escapar do fuzilamento nos anos Pinochet) e agora estou lendo “O Diário de Nina”, de Nina Lugovskaia (o terror stalinista nos cadernos de uma menina soviética). Já li mais de dez livros nesta crise. Vejo filmes em casa, vou à Câmara, cuido da minha defesa. E durmo razoavelmente bem para a situação que estou vivendo.

As leituras mostram que não, José Dirceu não se recuperou ou arrependeu. Das duas uma: ou está lendo estes livros para se inspirar em um movimento de vingança stalinista, ou então os citou apenas como forma de provocação a seus acusadores, querendo indicar que se sente como perseguido político em um período de totalitarismo.

20 de novembro de 2005, 1:17 | Comentários (4)

falta do que fazer

Criei um perfil no Gaia — o Orkut do Terra.

18 de novembro de 2005, 9:45 | Comentários (1)

noticiário google

Discretamente, o Google lança seu serviço de notícias em português.

Valeu, Parada.

17 de novembro de 2005, 20:15 | Comentários (7)

bem coisa de comunista

graffiti.jpg

Havia uma grafitagem interessante nesta parede da praça Argentina, em frente ao prédio da Engenharia da UFRGS, em Porto Alegre. É a segunda vez que os integrantes do DCE, militantes do PSOL, apagam os graffiti para fazer propaganda. Afinal, a revolução não pode ser impedida por mera arte, não é mesmo? Tomara que percam a eleição.

16 de novembro de 2005, 19:04 | Comentários (49)

arnie in brazil

O sujeito volta de um feriadão de sol na praia e encontra isto no Stumble Upon.

Valeu, Bruno.

16 de novembro de 2005, 0:19 | Comentários (6)

mó auê aí

Aemm, brôu: tô caindo pra Garopaba no feriadão. Mó swell. Quem quiser, pinta lá na avenida das Amendoeiras, 252, Morrinhos, pra uma tigela irada de açaí.

Enquanto isso, fiquem com o meu novo blog favorito. Esse tal de Sesti, seja lá quem for, é genial.

10 de novembro de 2005, 11:28 | Comentários (8)

auto-ajuda

Vem aí um novo e revolucionário tratamento para a depressão: sexo anal. Trecho da entrevista com a autora de A entrega:

Apesar de toda a liberação sexual, o seu relato é de uma mulher emocionalmente frágil, insegura, infeliz, que passa pela entrega total no sexo anal para se encontrar consigo mesma. Você acredita que está mais madura após a experiência relatada no livro?

Eu não sei se estou mais "madura", mas eu estou diferente, maior, mais livre, um pouco mais sábia, e meu senso de humor e ironia aumentaram consideravelmente!

8 de novembro de 2005, 15:26 | Comentários (23)

lula é gente como a gente

— Tem dias que eu não agüento mais eu mesmo.

Lula, juntando-se ao povo brasileiro em entrevista do programa Roda Viva. O presidente já não agüenta mais seu próprio falatório. Ele fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala. Parece o coelhinho da Duracell. Fazer, que é bom, até agora fez muito pouco. Na verdade, o governo, que já era meio lento, está paralisado desde o início das denúncias.

Isso tudo cansou. Lula cansou. O Congresso cansou. O Marcus Valério cansou. Ainda bem que 2006 é ano eleitoral e promete, senão uma nova esperança, ao menos alguns momentos garantidos de diversão. Será hilário ver os candidatos se esforçarem em provar que não têm rabo preso nem usam caixa dois.

No mais, chama a atenção outra uma vez a arrogância do presidente. Defeito que ele sempre criticou em FHC. Mas enquanto este demonstrava soberba por conta de sua pífia contribuição à ciência econômica, Lula se acha dono da verdade por conhecer o lado miserável da vida. Fala com a certeza de ter todos os seus pecados redimidos de antemão por conta dos sofrimentos na juventude. Ora, francamente: vá se foder.

7 de novembro de 2005, 22:09 | Comentários (6)

o ódio

Esses distúrbios em Paris são o acontecimento político mais importante do ano — a crise no governo Lula não é fato político, já desceu ao nível de palhaçada. Conforme a resposta do governo francês, será definido não apenas o futuro da imigração na Comunidade Européia, como até mesmo o futuro das relações entre o Ocidente e o Oriente.

O Libération, como bom comunista, publicou uma das primeiras matérias com alguns dos jovens hidrófobos contando seus motivos. Basicamente, eles consideram o governo arrogante, especialmente a "falta de respeito" com que foram tratados pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy. Contribuiu muito o fato de policiais terem atacado uma mesquita com gás lacrimogêneo.

É interessante a diferença entre os favelados franceses e os brasileiros. Não lhes falta acesso às benesses do Estado de Bem-Estar social, mas justamente por isso eles odeiam a França. Sentem-se tutelados demais pelo governo. Ah, a adolescência e sua rebeldia contra os pais!

No Brasil, apesar de não terem acesso a nada, os jovens favelados não odeiam o Estado. Talvez nem saibam de sua existência, a não ser na figura da polícia. Então despejam sua raiva sobre o cidadão de classe média. De forma desorganizada, ao contrário dos colegas francófonos. Será devido à falta de educação formal, o que não ocorre entre os gauleses?

A unir os dois grupos de bárbaros, um só problema: falta do que fazer. O desemprego e a ausência de perspectivas são tão grandes lá quanto aqui. Por ser o único ponto em comum, deve ser a causa. Há apenas duas opções: dar alguma atividade a eles, ou então prendê-los todos.

Um bom momento para finalmente assistir La haine.

7 de novembro de 2005, 10:08 | Comentários (11)

que os favelados não leiam as notícias

Aux armes, citoyens.

ATUALIZAÇÃO: les citoyens foram mesmo aux armes.

6 de novembro de 2005, 11:01 | Comentários (6)

nada mais triste que artista decadente

Pedro Doria detestou o novo álbum de Asterix. Nenhuma surpresa aí. Desde A rosa e o gládio não dá mais para ler o quadrinista Uderzo, que devia mais é se aposentar e parar de obrigar o falecido Goscinny a se revirar no túmulo.

5 de novembro de 2005, 9:58 | Comentários (3)

ledo engano

Um bom artigo sobre o papel da mentira na sobrevivência e manutenção da sanidade humana:

Mentir para nós mesmos pode ser uma maneira de manter a saúde mental. Diversos estudos clássicos a respeito do assunto indicam que pessoas com depressão moderada na realidade enganam menos a si mesmas que aquelas ditas normais. Lauren B. Alloy, da Universidade de Temple, e Lyn Y. Abramson, da Universidade de Wisconsin-Madison, desvendaram essa tendência, manipulando clandestinamente o resultado de uma série de jogos. Indivíduos saudáveis que participaram dos jogos inclinavam-se a levar o crédito quando ganhavam e subestimavam sua contribuição para o resultado quando não se saíam bem. Os deprimidos, entretanto, avaliavam sua contribuição com muito mais precisão. Em outro estudo, o psicólogo Peter M. Lewisohn, professor emérito da Universidade de Oregon, mostrou que os depressivos julgam as atitudes das outras pessoas em relação a eles com maior exatidão que os não-depressivos. Além disso, essa habilidade na realidade degenera à medida que os sintomas psicológicos da depressão melhoram em resposta ao tratamento.

Talvez a saúde mental repouse no auto-engano, e ficar deprimido resulte de uma falha na habilidade de enganar a si mesmo. Afinal de contas, todos vamos morrer, todos os nossos entes queridos vão morrer, e grande parte do mundo vive em abjeta miséria. Portanto, quase não há razões para ser feliz diante desse cenário!

O artigo traz uma informação interessante: o cérebro só registra alguma atividade milésimos de segundo antes de tomarmos qualquer decisão. Isso pode provar duas coisas:

— Que o inconsciente é responsável por todas as nossas decisões, então todos os métodos de seleção de recursos humanos e discursos gerenciais estão equivocados — o que, pensando bem, não surpreenderia;

— Ou que o cérebro, embora seja o meio pelo qual os pensamentos são transmitidos ao organismo, não tem nada a ver com nossa consciência. Isso mais ou menos redundaria na existência de separação entre corpo e mente.

4 de novembro de 2005, 15:14 | Comentários (19)

observatório da imprensa buick

Está no ar o Buick Watch, blog dedicado exclusivamente a reunir os sinais de buickzação do mundo. Nem idéia do que se está falando aqui? Leia o manifesto.

3 de novembro de 2005, 23:39 | Comentários (5)

homo economicus

Uma pesquisa conjunta das revistas de economia e política Foreign Affairs e Prospect faz a lista dos cem intelectuais mais populares do mundo.

Chama a atenção antes de mais nada o fato de os economistas das duas publicações, a primeira norte-americana, a segunda britânica, não entenderem nada de estatística. Ou entenderem bem o suficiente para saber que se prova qualquer coisa com elas. Para começar, a quantidade desproporcional de economistas na listagem indica sobretudo o fato de a maioria dos leitores de revistas de economia serem economistas ou gente que leva essa ciência nada exata a sério. Em segundo, votações via web são sempre distorcidas, já que a amostra não é aleatória, mas reúne somente indivíduos interessados — coisa que as próprias publicações admitem, no caso de Hitchens e Soroush, que pediram fotos em seus sites pessoais.

Deixando de lado o fato de a pesquisa não provar absolutamente nada, dá para se divertir um pouco com a lista. O papa Bento XVI, por exemplo, está em 17º lugar. Não é o único religioso: o aiatolá iraniano Ali Al-Sistani está em 30º e Paul Wolfowitz, um tipo de aiatolá norte-americano, está em 19°. Ninguém explica quando foi que fanáticos religiosos ganharam o título de intelectuais. Para não ser injusto, um fanático de esquerda ficou em primeiríssimo: Noam Chomsky.

Dos franceses mais conhecidos, somente Jean Baudrillard entrou na lista dos cem melhores, em colocação relativamente boa no 22º lugar. Para a vergonha do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, em 43°, é nosso único homem popular lá fora. Enfim, ao menos sabe escrever quase direito — Lula em uma lista de intelectuais seria ainda pior. Há muitos pensadores de origem árabe ou asiática na listagem, o que indica alguma abertura do Ocidente a um intercâmbio cultural com esse outro mundo, ao menos no campo econômico. O fato de dois biólogos atingirem boas posições — Dawkins em 3° e Diamond em 9° — entre um monte de economistas sugere um futuro negro para o humanismo.

Alguns que realmente merecem estar lá são Umberto Eco [2°], Hitchens [5°], Krugman [6°], Habermas [7°], Hobsbawm [18°], Lessig [40°] e Sloterdijk [78°]. Surpreendemente, Jaron Lanier [89°], um dos mais sensatos críticos da informática, embora um pouco desconhecido, entrou na lista.

2 de novembro de 2005, 13:38 | Comentários (14)

melhor idade

träsel says:
tu sabe que fica velho quando começa a dispensar fodas

Cardoso says:
hahahahah

träsel says:
porque vai dar muita incomodação

Cardoso says:
pode crer

Cardoso says:
bem nessas

träsel says:
sinal de maturidade

1 de novembro de 2005, 20:50 | Comentários (13)



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