Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


hehehehehehehehe

O Bank of America perdeu informações sobre 1,2 milhão de contas. A maioria de funcionários do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. As fitas sumiram quando eram transportadas por um avião para back up.

27 de fevereiro de 2005, 22:59 | Comentários (2)

em favor do tabaco

Um dia desses teria de escrever uma péssima coluna para o Semana 3.

27 de fevereiro de 2005, 19:58 | Comentários (3)

quo vadis?

[...] Ora, se a ciência proporciona cada vez menos alegria e, lançando suspeita sobre a metafísica, a religião e a arte consoladoras, subtrai cada vez mais alegria, então se empobrece a maior fonte de prazer, a que o homem deve quase toda a sua humanidade. [...] O curso posterior do desenvolvimento humano pode ser previsto quase com certeza: o interesse pela verdade vai acabar, à medida que garanta menos prazer; a ilusão, o erro, a fantasia conquistarão passo a passo, estando associados ao prazer, o território que antes ocupavam: a ruína das ciências, a recaída na barbárie, é a conseqüência seguinte; novamente a humanidade voltará a tecer sua tela, após havê-la desfeito durante a noite, como Penélope. Mas quem garante que ela sempre terá forças para isso?

— Friedrich Nietzsche, Humano, Demasiado Humano, página 173.

O velho bigodudo previu diversas conseqüências da cultura de massas ainda no século XIX. O que são a nova era, os livros de auto-ajuda e os fundamentalismos religiosos, senão uma reação à total transparência e conseqüente desencanto da vida devido à ciência? Muito embora a ciência ainda esteja no auge como instrumento para explicar o mundo, o movimento contrário, para o bem e para o mal, já começa. O obscurantismo certamente já tomou conta da maioria das discussões em torno de questões como transgêncios, meio ambiente, aborto, energia nuclear — enfim, do uso das descobertas mais sensíveis da ciência. Tanto entre os grupos pessimistas, quanto entre os grupos otimistas.

27 de fevereiro de 2005, 10:47 | Comentários (4)

aí tem

Os Estados Unidos enviaram agentes do FBI ao Pará, acompanhar a apuração do assassinato de Dorothy Stang, missionária americana. Muito prestativos, ofereceram-se para "ajudar" a nossa polícia. Está certo que o caso é típico de república de bananas, mas os EUA não podem tratar o Brasil como tal. Se policiais federais nossos fossem lá oferecer "ajuda" para apurar mortes de brasileiros, seriam provavelmente convidados a se retirar do país.

É duro não ver indignação alguma com o caso na imprensa daqui. By the way, o birô não é "federal"? Então como pode enviar agentes ao exterior oficialmente? Ou seriam de outra agência? E se não estão aqui oficialmente, por que o Brasil os deixou entrar? Carta Capital estaria certa?

26 de fevereiro de 2005, 20:51 | Comentários (10)

ligue os pontos

Durante o ano de 2003, a renda média dos 40% mais pobres entre os brasileiros declinou 3% sobre 2002, enquanto o rendimento dos 10% mais ricos cedeu 9% - a imprensa, é claro, comemora a diminuição do fosso entre uns e outros, em vez de denunciar o empobrecimento geral. Ao mesmo tempo, o número de pessoas desocupadas aumentou sobre o ano anterior, atingindo 9,7% da população, e o rendimento médio do trabalhador caiu 7,5%.

A taxa selic passou a maior parte de 2003 acima dos 25%. O Banco Central segue elevando os juros, atualmente em 18,75%.

Enquanto isso, o banco Itaú teve o maior lucro de todos os tempos em 2004, atingindo R$ 3,776 bilhões. Os lucros do Bradesco e do Banco do Brasil também cresceram no ano passado.

24 de fevereiro de 2005, 13:36 | Comentários (11)

agora vai!

Um congresso, uma reunião de negócios, um evento social, ou mesmo compras na Oscar Freire. Motivos não faltam para atrair outros brasileiros a São Paulo em busca das novidades do mundo. Em uma tarde no hotel pode-se até mesmo pegar algumas aulas de sensualidade. E dar um giro pelas melhores boutiques eróticas da cidade acompanhado de uma especialista no assunto, uma personal sex trainer. Uma orientadora pessoal de sensualidade. E voltar para casa, mesmo nos estados mais longínquos do país, abastecido das técnicas das artes sensuais. Strip Tease, Massagem Sensual, Técnicas de Paquera e Conquista e até mesmo a misteriosa Dança do Colo.

Este é o trabalho de Fátima Moura que assessora de forma exclusiva às pessoas que queiram resgatar a auto-estima e a sensualidade. Exímia pesquisadora e estudiosa do comportamento e da sexualidade é pioneira na criação de um método que desenvolve a sensualidade através das técnicas de sedução visando à melhoria do relacionamento entre os casais.

Se um dia realmente acabarem com o spam, nunca teremos contato com algumas coisas deveras divertidas.

22 de fevereiro de 2005, 3:38 | Comentários (6)

só cristo salva

Se os grupos progressistas tivessem um décimo da organização dos grupos religiosos, o Brasil — e quiçá o mundo — seriam muito diferentes. Um exemplo é a rede de emissoras de rádio e televisão Canção Nova.

Eles mantém uma programação sem comerciais há mais de 20 anos apenas com doações. Produzem horrores de conteúdo todos os dias, veiculado para todo o país. Construíram instalações enormes Cachoeira Paulista e pretendem ter uma retransmissora em cada cidade que tenha agência dos Correios. Tudo com o único objetivo de evangelizar. Isso que se chama organização da sociedade civil.

O conteúdo veiculado é de qualidade, muito embora seja por vezes irresponsável. Como quando saem anunciando que os preservativos não evitam a aids, neutralizando anos de campanhas de esclarecimento e expondo os espectadores a risco de vida. Também fazem propaganda massiva em favor das bandeiras católicas. No momento, tentam derrubar a lei que permite o aborto de fetos anencéfalos e a permissão do uso de embriões para o uso de suas células-tronco.

Imaginem agora todo este poderio voltado para disseminar idéias progressistas. Ou qualquer idéia. Fomentar o debate, enfim. É clássica a falta de máquinas midiáticas defensoras de ideais liberais no Brasil, nos moldes de um The Guardian.

O caso da rede Canção Nova faz suspeitar que falte mesmo é um objetivo, uma meta, ou algum tipo de cimento ideológico às forças progressistas nestes tempos em que todo sólido se desmancha no ar. Qualquer um que já tenha participado de um debate entre esquerdistas se lembrará de indivíduos mais preocupados em defender suas interpretações das sagradas escrituras de Marx do que em elaborar um programa comum. Problema desconhecido dos cristãos, já que eles têm dogmas para guiá-los e fé para reuni-los.

22 de fevereiro de 2005, 3:25 | Comentários (7)

proposta para o novo milênio

Os comentários de MARTELADA sempre se posicionaram em favor do Estado forte e intervencionista. Seria a solução mais indicada para diminuir as diferenças sociais e levar uma nação ao progresso político, social e econômico.

As insistentes decepções proporcionadas pela realidade forçam uma mudança de opinião. Parcial, na verdade, porque sobretudo nos países da Europa — e mesmo nos EUA, embora o pessoal por lá não goste de admitir — o Estado tem um papel importante no desenvolvimento.

A questão é que, no Brasil, talvez fosse mais negócio aderir ao anarco-capitalismo do que continuar sustentando um bando de, na melhor das hipóteses, inocentes inúteis em Brasília. O presidente Lula não se cansa de comprovar que pelo voto nada nunca vai mudar. Temos ainda por cima de apreciar o triste espetáculo de dublês de políticos perdidos na disputa pelo poder, completamente divorciados da realidade.

Pagamos impostos oficiais tanto quanto os dinamarqueses, isto não é novidade para ninguém. Mas pagamos duas vezes, porque devido aos serviços de qualidade africana oferecidos pelo Estado, somos obrigados a comprar educação, saúde e segurança em instituições privadas. Enquanto isso, todos os dias temos de jantar assistindo às últimas notícias de desvios de verbas públicas.

Fôssemos um povo sério como os argentinos, já teríamos queimado o Congresso duas ou três vezes e faríamos piquetes em frente aos palácios dos governadores, ameaçando enforcá-los no meio da praça se não nos garantissem os serviços básicos. Em vez disso, de dois em dois anos voltamos às urnas para atualizar nossos atestados de patetice.

A proposta aqui é simples. Antes de mais anda, paremos todos de votar. Em segundo lugar, paremos de pagar quaisquer impostos. Usemos o dinheiro para contratar planos de saúde, pagar escolas particulares e seguranças privados para nossas ruas. Que a iniciativa privada ou comissões de moradores assumam a manutenção da infra-estrutura e garantam o saneamento — é perigoso, mas dificilmente as coisas poderiam piorar.

Delírios à parte, a hora é de revolta popular e desobediência civil. O recente caso da desocupação de um terreno invadido em Goiânia lançou alguma esperança, quando os posseiros montaram barricadas e se armaram. Infelizmente, desistiram de resistir. É, ia morrer gente, sim. Mas num mundo em que a natureza de vez em quando mata centenas de milhares como quem passa um pano sobre a mesa da cozinha para tirar os farelos...

21 de fevereiro de 2005, 13:47 | Comentários (27)

luto fechado

Hunter Thompson se matou em sua casa em Aspen. No livro A Grande Caçada Aos Tubarões, Thompson visita a cidade onde Hemingway abreviou a própria vida, também com um tiro. Chega à conclusão de que o escritor cometeu suicídio ao se perceber sem lugar no mundo. Ketchum, a parada final de Hemingway, fica perto de Aspen.

21 de fevereiro de 2005, 5:13 | Comentários (14)

obrigado, britto

Da fronteira de Santa Catarina, perto de Vacaria, a Lajeado, no centro do Rio Grande do Sul, roda-se 250 quilômetros e paga-se cerca de R$ 25 em pedágios. O mesmo que se gasta em gasolina. Isso para transitar em estradas, na melhor das hipóteses, chinfrins.

Os pedágios gaúchos são o melhor negócio do mundo. O sujeito tapa uns buraquinhos em estradas, sem investir em ampliações ou melhorias substanciosas, e a partir daí tem lucro certo por décadas. A economia cresça ou não, a tarifa é reajustada todo ano. A fidelidade da clientela, ainda por cima, é absoluta, porque não há estradas alternativas. Nem na China se fazem negócios assim.

Toda praça de pedágio no Rio Grande do Sul deveria trazer um cartaz com uma enorme foto do ex-governador Antônio Britto e uma mensagem de agradecimento dos concessionários.

18 de fevereiro de 2005, 16:09 | Comentários (15)

quatro-olhos

Mal podia esperar para buscar meus óculos em uma ótica na rua dos Andradas. Ao colocá-los, o mundo subitamente adquiriu cores mais brilhantes e podia ler as placas a uma distância inimaginável. O problema começou ao descer a rua no meio de todo aquele povo. Algo me puxava para a direita. Os passos davam a impressão de ser sempre em falso. Após cerca de cem metros, uma náusea passou a se insinuar em meu estômago. Havia algo de errado com as lentes. Retirei os óculos e dei alguns passos. Tudo normal. Coloquei-os de novo. O chão inclinou-se para a direita. Hmmm. Mas as letras e detalhes ao longe ficaram mais fáceis de identificar. Meu astigmatismo mais acentuado é no olho esquerdo. Logo, um caimento para a direita... Ahá. Quer dizer, então, que esta é a posição correta do chão?

Fico espantado que tenha conseguido viver sem óculos por todo este tempo.

13 de fevereiro de 2005, 18:20 | Comentários (23)

cervejada

Se algum leitor estiver em Itajaí no próximo final de semana, estamos aceitando convites para tomar cerveja. Envie-nos pelo marcelo ponto trasel arroba gmail ponto com.

9 de fevereiro de 2005, 17:03 | Comentários (7)

zoonecropedofilia

(By the way, if fucking a cow is beastiality, and fucking a steak is beastiality/necrophelia, is fucking veal... like... beastiality/necrophelia/pedophelia?)

Marty Beckerman, esse sim é sarcástico, crítico e vitriólico. Dizem que Hunter Thompson o considera seu herdeiro.

5 de fevereiro de 2005, 2:16 | Comentários (9)

os loucos anos 20

A seqüência inicial de Positivamente Millie lembra como até as obras comerciais de antigamente tinham uma preocupação com estética. Julie Andrews anda pela cidade grande ao som de jazz e vai entrando em lojas para cortar os cabelos, mudar as roupas, comprar sutiã e termina em uma banca para comprar cigarros — é da época em que cigarros eram símbolo de emancipação feminina. Neste ponto já se sabe quase tudo que é preciso para entender o roteiro — aparecem uns chineses traficantes de escravas brancas, porém muito circunstanciais — e talvez até o final do filme.

Bons tempos.

4 de fevereiro de 2005, 2:56 | Comentários (2)

pára-brisas

Resolvi fotografar meus testes para armações de óculos. Os distintos leitores estão convidados a votar.

2 de fevereiro de 2005, 2:08 | Comentários (44)

vamos dominar o mundo

Como já alertou o Alexandre Rodrigues, o jornal Folha de São Paulo de hoje cita MARTELADA na coluna Toda Mídia:

Um blogueiro do Insanus escrevia ontem que 'Chávez se tornou uma luz no fim do túnel para a esquerda'. No título da mensagem, 'ei, ei, ei, chávez é o nosso rei'!

Podia ter citado o nome do blogueiro e dado o endereço, mas ao menos indica o Insanus.Org, o que já permite uma busca.

1 de fevereiro de 2005, 15:41 | Comentários (110)



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