Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


mais um voto pelo não no referendo

Guilherme Fiúza também é contra a proibição do comércio de armas no Brasil. Levanta uma questão interessante a respeito:

A desonestidade da campanha do plebiscito é fazer crer que o voto "não" é necessariamente contra o desarmamento, ou a favor do "direito de cada um defender-se como quiser" etc. A pergunta é: o que acontecerá com a vida brasileira depois de proibida a venda de armas? De saída, uma rápida observação: é permitida a venda de fuzis americanos AR-15 à população civil brasileira? Evidentemente que não. Por que, então, o Rio de Janeiro está coalhado de fuzis AR-15, nas mãos de qualquer um que puder pagar por eles? Porque essas armas existem, foram inventadas um dia pela mente humana, são fabricadas regularmente e os fabricantes fecham os olhos, fazem o sinal da cruz, pedem desculpas a Papai do Céu e entregam-nas aos contrabandistas.

É bom sempre explicar que não é preciso gostar de armas, ou achá-las úteis, para votar "não". Uma coisa nada tem a ver com a outra, porque elas continuarão a ser usadas no Brasil; não será como na Inglaterra, onde nem a polícia anda armada. O sim no referendo vai apenas criar um novo tipo de tráfico no país. Se a polícia não consegue combater a venda ilegal de drogas, por que achar que vai combater a venda ilegal de armas?

Quem não acredita que a proibição do comércio só vai piorar as coisas, pode dar uma olhada neste FAQ sobre o estatuto. Chama a atenção que somente a "população comum" será proibida de adquirir armas e munição. Agentes de segurança privada terão acesso a elas, bem como policiais.

Ora, já se cansou de ver tanto policiais quanto agentes de segurança privada envolvidos em crimes. As empresas de segurança não são fiscalizadas decentemente pela Polícia Federal e não vai levar dois meses para que comecem a fazer chicanas e vender suas armas a quem quiser pagar o preço.

Os artigos já aprovados do estatuto dão mais poderes ao Estado para prender e processar infratores. O porte de armas já é proibido e virou crime inafiançável. Ter arma sem registro em casa já é proibido. Comprar uma pistola ou revólver já está mais difícil. Agora, basta fiscalizar direito.

29 de setembro de 2005, 13:07 | Comentários (34)

apolônio de carvalho se revira no túmulo

É duro agüentar os cristãos-novos do PPS, entre eles o inacreditável Cézar Busatto, Paulo Odone e Clênia Maranhão, falando na propaganda obrigatória que seu novo partido "não faz qualquer coisa para chegar ao poder" — ao contrário do PT, é de se imaginar.

Acontece que estes três, mais o atual prefeito de Porto Alegre, o arremedo de compositor José Fogaça, traíram o PMDB depois de décadas e tomaram de assalto o PPS, sigla então nanica no Rio Grande do Sul. Não apenas fizeram tudo e mais um pouco, como, para manter o poder, ainda por cima traíram os outros traíras, causaram um racha no partido e até andam ameaçando jornalistas.

Mas cobrar coerência a argumentos racionais de políticos é pedir demais, não é? Ainda mais quando eles militaram no MR-8 de Orestes Quércia, como Busatto. Que ninguém se engane: o cara de fuinha é o prefeito de facto de Porto Alegre.

28 de setembro de 2005, 22:04 | Comentários (8)

millions of muffins, muffins for me

Muffins psicodélicos. Muffins tentam aliciar menina. Muffins em stop-motion. Muffins aterrorizantes. Muffins Nouvelle Vague. Enfim, Muffin Films.

28 de setembro de 2005, 18:22 | Comentários (4)

lula já tem seus seguidores

Ana Maria Braga conversa com um caipira ignorante — no bom sentido, o sujeito tem 90 anos e levou a vida dele numa boa:

— O senhor sabe quem é o governador de São Paulo?
— Não sei, não.
— E de Minas?
— Sei não.
— E o Roberto Jefferson, sabe?
— Eu não sei ler, nem vejo as notícias, não.
— O senhor é um exemplo para todos nós: não sabe quem são os Jeffersons nem os Valérios.

Pano rápido.

27 de setembro de 2005, 21:41 | Comentários (0)

daslufrgs

Porto-alegrense não pode ficar atrás dos outros brasileiros em nada. Agora, a capital do Rio Grande do Sul já tem a sua Casa do Saber Gaúcho.

Há alguns meses, imaginando que logo alguém copiaria a DaslUsp, cheguei a prospectar o interesse de algumas pessoas endinheiradas em investir num projeto do gênero. Infelizmente, não tinha cacife. Em todo caso, estou à disposição como consultor criativo para agências de publicidade interessadas. O caso acima comprova a competência em identificar modas que pegam.

26 de setembro de 2005, 21:20 | Comentários (8)

diversão infinita

Como é que só fui descobrir a Craiglist agora?

Desvelado por Sabrina Fonseca.

26 de setembro de 2005, 0:35 | Comentários (6)

shalom tzahal

Vista Verde Oliva

Agora as forças armadas israelenses, ou Tzahal, contam com sua própria pulseirinha de apoio. Porque, afinal, as ameaças ao sionismo estão por todos os lados.

24 de setembro de 2005, 12:02 | Comentários (4)

otávio germano: ainda mais vagabundo e incompetente

Na semana passada falávamos em violência, com direito a capa do insanus.org dedicada ao assunto e tudo o mais. Não é que ontem à noite fui mais uma vez submetido a uma distribuição de renda involuntária? Bem na minha rua, à uma e pouco da manhã.

Um moleque com cara de colegial metido a marginal abordou exigindo a grana. Tentei ignorar e seguir em frente, o que às vezes funciona. Ele gritou "tá achando que é brincadeira?" e um comparsa que eu não tinha notado me deu um chute na panturrilha. Aí achei que aquilo não valia os R$ 6 que tinha no bolso e deixei um terceiro pegar a grana. Deixaram os documentos, menos mal. Restou a frustração de se incomodar por uma merreca. Nenhum deles parecia estar passando fome. Certo que foram comprar crack ou seja lá o quê. Enfim, ser assaltado continua mais barato do que andar de táxi.

Vou dar parte na polícia civil agora à tarde. Não que os moleques tenham a menor chance de ser presos. É só para registrar a estatística e deixar bem claro o quanto nosso secretário de Segurança é incompetente. Talvez algum policial tente me lembrar que uma das dicas da SJS é nunca andar sozinho à noite. Acontece que pago meus impostos para andar sozinho à hora que bem entender. O Estado tem o dever de usar o dinheiro para minha proteção.

Dizem os sociólogos que a má distribuição de renda no país faz com que os marginais resolvam pegar à força. Ainda vai chegar o momento em que os cidadãos de Porto Alegre seguirão o exemplo de paulistanos e cariocas e começarão a fazer a segurança eles mesmos, caso o Estado continue deixando um vácuo. E esse tipo de coisa, como se sabe, jamais termina bem.

23 de setembro de 2005, 14:15 | Comentários (24)

atazanando os representantes do povo
Prezado Senhor:

Respondendo ao seu questionamento sobre o antigo cinema Baltimore informamos que temos o registro de um Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) aprovado, pela Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), no ano de 2001, prevendo a construção de um edifício misto com duas torres: uma residencial, com 104 apartamentos, e outra comercial, com 25 salas. Posteriormente, o projeto arquitetônico foi aprovado pela Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV), que também concedeu a licença para a demolição do prédio, iniciada em dezembro de 2002 (na gestão anterior, portanto).

Como se trata de um empreendimento privado, cabe ao proprietário a decisão de executar ou não a obra. Por esta razão, acreditamos que o proprietário seja a pessoa mais indicada para informá-lo sobre o destino que pretende dar ao imóvel (se vai executar o projeto aprovado ou aprovar novo projeto), ou mesmo sobre a existência de uma ação judicial entre lindeiros. Com relação ao estacionamento, encaminhamos seu e-mail para a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC) solicitando que verifique se o mesmo tem alvará de funcionamento.

Atenciosamente,

Jorn.Maria Amalia Chaves
Ass. de Comunicação/SPM

Alguns reparos e contextualização à resposta acima:

Continue Lendo...

22 de setembro de 2005, 19:02 | Comentários (18)

é a despretensão

Dois filhos de Francisco é um bom filme. A história de Zezé di Camargo e Luciano, se não fosse verdadeira, seria apenas mais um relato de gente que vence todas as dificuldades para atingir um sonho. Mas aí está uma das maiores qualidades do filme de Breno Silveira: a despretensão. Depois da pura incompetência, pretensão é o defeito que mais acomete as películas nacionais.

Os diálogos não tentam ser espertinhos-série-do-Guel-Arraes. Não há nenhuma tese sócio-psicológica de fundo. Os planos são o que de mais simples há no cinema. Os atores não são estrelas e se limitam a atuar direito — destaque para Ângelo Antonio no papel de Francisco. Ao contrário do que se possa esperar, a música brega sertaneja aparece quando é necessária e não enche muito o saco. É tudo muito simples, mas limpinho. Há somente uma ou duas cenas românticas um tanto fora de esquadro no enredo, mas em se tratando de cinema brasileiro é muito pouco.

Nem mesmo é um filme para fãs. O pai dos cantores é o verdadeiro protagonista. Difícil saber o que aconteceu mesmo e quais os fatos inventados pelos roteiristas para temperar a história, mas se metade for verdade, era um grande sujeito o Seu Francisco. Exemplo de como tirar o melhor da vida.

Mas pseudo-intelectual não pode ficar elogiando nada que tenha a ver com duplas sertanejas, então aí vai: triste notar que os irmãos Camargo só foram fazer sucesso quando começaram a compor músicas ruins. As do início da carreira até tinham alguma qualidade popular. Depois de É o amor, virou indústria cultural.

21 de setembro de 2005, 20:57 | Comentários (8)

mais um projeto coletivo

O insanus.org agora tem um blog sobre gastronomia: Garfada. Alguns integrantes do coletivo e, no futuro, gente de fora serão colaboradores. Design tosco em CSS e sem tabelas por Soviete Supremo Produções — ou seja, eu.

19 de setembro de 2005, 16:45 | Comentários (4)

avast!
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19 de setembro de 2005, 7:37 | Comentários (1)

domingo nerd

Após uma fracassada tentativa usando tabelas, este blog passa a ter um template totalmente em CSS. Com a ajuda inestimável da Sabrina Fonseca, está otimizado para Firefox e visualização 800x600. Usuários daquela outra porcaria de browser do grande satã verão as colunas um pouco fora de esquadro. Tudo isso apenas para acomodar a propaganda da Livraria Cultura. Se os caros leitores comprarem algum livro usando aquele link, 4% da compra é revertida para minha conta.

18 de setembro de 2005, 16:56 | Comentários (11)

espírito empreendedor

Que tal pagar alguém para lhe seqüestrar e humilhar? É, existe um serviço do gênero em Nova York. O cliente pode desfrutar momentos de prazer como estes:

Enright agrees rest and stop signals with clients beforehand, but it wasn’t until after I had simulated masturbation with pants full of tomato ketchup, done press-ups in sweetcorn, and a shadow appeared that looked as if they were going to defecate on me, that I said enough was enough.

Alguém aí quer ser sócio de um serviço semelhante no Brasil?

18 de setembro de 2005, 10:44 | Comentários (2)

abertura revisada do voto pelo não

Dar opiniões sem ler com mais atenção o estatuto do desarmamento é temerário. Uma breve análise, com algumas correções ao post anterior:

  • Prevê-se a posse de espingardas para "caçadores de substência", desde que comprovem a necessidade e a moradia em zona rural [Artigo 27]. Aparentemente, não se poderá ter armas para proteção — ao menos, se o sujeito quiser cumprir as disposições legais. Um convite à avacalhação.

  • Colecionadores, caçadores e atiradores terão de passar por mais burocracia, mas poderão ter armas assim mesmo [Capítulo III, Seção II].

  • Não fica claro afinal se o comércio será proibido. A pergunta no referendo é se o cidadão é a favor da proibição do comércio, mas o estatuto prevê que algumas lojas poderão vender armas a quem tiver autorização para comprá-las [Capítulo I, Seção IV]. Serve para quê mesmo esse estatuto?

    A leitura também permitiu uma grave descoberta. Os agentes de segurança privada terão acesso a armas de fogo. Ora, macacos me mordam, mas se até policiais e soldados vendem suas armas a criminosos, imagine-se o pessoal da segurança privada. São de maneira geral um bando de bestalhões analfabetos, a maioria com tendências criminosas. Basta ver nos jornais a quantidade de seguranças — de policiais também, por sinal — envolvidos em assaltos e assassinatos. Se essa camarilha vai portar armas, nada muda.

    A maioria das medidas previstas no estatuto pode muito bem ser tomada sem a proibição do comércio. Proibir a venda de armas de fogo no país só deixa o tráfico mais interessante, na medida em que o preço das pelas ilegais subir. Um bom incentivo ao aumento da violência a longo prazo, já que os prejuízos para a organização que não proteger suas cargas serão bem mais altos.

    17 de setembro de 2005, 19:09 | Comentários (8)

    abrindo o voto contra o desarmamento

    A idéia da proibição da aquisição de armas pela população civil brasileira é, à primeira vista, simpática. Sobretudo para quem sempre foi de esquerda e pacifista, nem gosta de caçar. No entanto, algum período de reflexão leva o sujeito a mudar de idéia, justamente por causa dos ideais liberais que sempre defendeu.

    O principal argumento para ser contra o desarmamento é o mesmo que os defensores da legalização das drogas levantam: enquanto houver demanda por armas, haverá oferta. A diferença é que, proibindo-se a posse, muita gente vai ter de lidar com contrabandistas e outros criminosos para adquirir armas e munição.

    Para quem mora em centros urbanos pode parecer uma bobagem ter arma em casa, mas os camponeses que residem em lugares isolados realmente precisam de uma. É a única forma de se defenderem, caso assaltantes invadam suas fazendas. Isso para não falar em animais selvagens, como javalis e onças. O estatuto prevê a posse de espingardas para "caçadores de substência", desde que comprovem a necessidade e a moradia em zona rural. Aparentemente, não se poderá ter armas para proteção — ao menos, se o sujeito quiser cumprir as disposições.

    A título de ilustração, quem mora no Rio Grande do Sul sabe muito bem que todo mundo na fronteira tem armas ilegais contrabandeadas da Argentina e do Paraguai. Mesmo sendo permitida a posse de certos tipos, o pessoal compra pistolas 9mm, rifles e até uzis.

    Outros argumentos pelo "não" no referendo são a caça e o tiro ao alvo. São esportes. Tem gente que gosta de matar animais ou alvejar pratos. O Brasil tem medalhas olímpicas na modalidade. É injusto proibir atletas e caçadores, que em geral respeitam as leis, de fazer o que gostam.

    Finalmente, há o argumento reacionário, mas correto, de que só bandidos terão armas. A proposta da proibição é, no fundo, uma inversão do papel do Estado. Se a polícia fizesse o trabalho e fiscalizasse direito as licenças de armas, prendendo os infratores, o problema estaria resolvido e as pessoas de bem poderiam ficar sossegadas com suas pistolas, revólveres e espingardas. O cidadão quer respeitar a lei. Quer fazer sua licença e seu porte direitinho. Cabe à polícia fazer a papelada e depois fiscalizar.

    A diminuição dos homicídios é um argumento falacioso. Está certo, caiu 15% o número de assassinatos com armas de fogo e 8% no geral. Mas são mortes pouco ligadas ao crime organizado. Não há dados, mas certamente esses 15% de homicídios são quase todos relacionados a brigas de bar, no trânsito, crimes passionais, ou filhos de pais negligentes. Mortes que também seriam evitadas se a polícia fizesse seu trabalho, já que em geral os assassinos não têm porte de arma.

    Em vez de fiscalizar, muitos policiais preferem eles mesmos portar armas ilegais, ou desviar as peças entregues pela população e vendê-las ao crime organizado. Assim fica difícil de convencer o povo.

    16 de setembro de 2005, 15:04 | Comentários (37)

    hype

    O Google agora tem uma busca restrita a blogs.

    15 de setembro de 2005, 1:24 | Comentários (2)

    vestais literárias

    Antonio Fernando Borges está preocupado com o fato de a literatura ter se tornado apenas mais uma forma de arte avacalhada pelas massas, como todas as outras. Não está errado na avaliação de que a rapaziada que divulga literalmente ad nauseam seus primeiros rascunhos em blogs e livros apressados poderia refletir e aprender um pouco mais antes de fazer isso.

    Sim, tem muita merda por aí. Mas e daí? Ninguém é obrigado a ler nada. Os talentosos vão se tornar bons escritores de um jeito ou de outro, a ralé vai ser varrida para debaixo do tapete. De mais a mais, escritores antigos provavelmente só não publicaram apressadamente seus primeiros cometimentos literários, porque na época não haviam tecnologias que barateassem a empreitada.

    No fundo, Borges parece mais um exemplar daquela espécie de crítico para a qual escritor bom é escritor maldito. Seja por ser profundamente problemático, como Kafka, seja apenas por não publicar nada por absoluta falta de autoconfiança, como Pessoa.

    Em todo caso, melhor que os jovens estejam publicando em blogs do que criando músicas para tocar nas ruas. Ao menos niguém precisa ler o que não quer.

    14 de setembro de 2005, 18:01 | Comentários (37)

    chimarrão, the american way

    Um norte-americano, divorciado de uma argentina, explica como fazer chimarrão no Slashfood. Ia muito bem, até que sugeriu aos paladares delicados da América do Norte adicionar AÇÚCAR ou MEL ao mate. Se um bagual desses me aparece em Porto Alegre durante a Semana Farroupilha, leva mais relhaço que o Capitão Gay, tchê!

    13 de setembro de 2005, 23:58 | Comentários (10)

    pinta lá, magrão

    Allan Sieber inaugura hoje uma exposição sobre Porto Alegre. Promete. É no Museu do Trabalho, no início da Rua dos Andradas, ao lado do Gasômetro. Funciona em horário comercial.

    13 de setembro de 2005, 10:18 | Comentários (0)

    nota de rodapé 17

    Embora o dicionário American Heritage (Boston: Houghton Mifflin) registrasse em 1996 que geek é "uma pessoa estranha ou ridícula" ou "um artista de circo cujo show consiste em atos bizarros, como arrancar a cabeça de uma galinha com os dentes" (p.753), na gíria a palavra em geral se refere a "uma pessoa com conhecimento enciclopédico sobre informações triviais aleatórias, especialmente aquelas altamente obscuras", "uma pessoa interessada em tecnologia, sobretudo informática e novas mídias", ou a "uma pessoa com devoção a alguma coisa que de certa forma a coloca ao largo da normalidade", conforme a Wikipedia (Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Geek. Último acesso em: 11/9/2005.). O termo é às vezes sinônimo de nerd.

    ATUALIZAÇÃO: Fosse o caro leitor, aproveitaria que a Livraria Cultura está fazendo um preço camarada no dicionário: R$ 20,25. É importado e tem 950 páginas. Use os links publicados aqui, ou na "sugestão do mês" na coluna da extrema direita, e doe 4% de sua compra para este blogueiro.

    11 de setembro de 2005, 19:54 | Comentários (10)

    panela velha é que faz comida boa

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    Vale a pena fazer ao menos o tour gratuito das fotos eróticas antigonas no Retroraunch.

    11 de setembro de 2005, 0:40 | Comentários (6381)

    otávio germano é um vagabundo incompetente

    Bruno Galera está preocupado com a violência em Porto Alegre. Nos comentários, a rapaziada relata seus casos. Acrescente-se outro: todos os dias há vidro de carro espalhado pelas calçadas da esquina da Duque de Caxias com a João Pessoa, na praça em frente à praça Argentina. Já vi um elemento entrando em um Voyage. Mas nunca, jamais vi um policial naquela praça, sempre cheia de adolescentes chapados.

    A Secretaria de Segurança, em vez de fazer alguma coisa, dá dicas como:

  • Evite ficar sozinho em pontos de ônibus isolados, especialmente noite.

  • Não deixe o carro estacionado na rua, principalmente durante a madrugada. Procure deixá-lo próximo a locais vigiados durante todo o dia e noite.

    É, claro. Todo mundo fica sozinho em pontos de ônibus isolados porque gosta. E, evidentemente, todos devem gastar seu dinheiro em estacionamentos, mesmo que paguem impostos para manter a polícia funcionando.

    Parece que o número de roubos e furtos tem se mantido estável em Porto Alegre, mas a quantidade de homicídios e latrocínios cresce a cada ano. Ou seja, os meliantes estão cada vez mais violentos. Talvez seja o caso de Otávio Germano perguntar aos paulistanos como eles conseguiram diminuir o número de homicídios.

    9 de setembro de 2005, 17:35 | Comentários (11)

    furacão político

    Enquanto o vice-presidente dos Estados Unidos tenta se explicar à CNN, um transeunte manda Dick Cheney se foder em uma área atingida pelo Katrina. Cortesia de Gabriel Britto.

    Bob Harris encontra mais uma alarmante evidência de incompetência da administração George W. Bush no caso do furacão. Aproveite o ensejo e Meet the Fuckers.

    9 de setembro de 2005, 14:41 | Comentários (0)

    nem pangloss concordaria

    Para a mãe do presidente George W. Bush, a vida dos pretos e pobres atingidos pelo furacão Katrina em Nova Orleans melhorou. Ela também mostrou preocupação com a possibilidade de muitos deles resolverem ficar no Texas, estado onde mora.

    Enquanto isso, agora que a tormenta já se acalmou, a polícia resolveu evacuar à força a cidade. Espera um minutinho, não deveriam ter feito isso ANTES do maldito furacão passar e matar milhares? É foda ser pobre e preto nos Estados Unidos, mesmo.

    8 de setembro de 2005, 11:54 | Comentários (9)

    aquela marca arbitrária no tempo que faz pensar na vida

    Não consigo compreender as pessoas que ficam melancólicas no aniversário, acometidas de nostalgia pela infância. Acho trimassa envelhecer. A cada ano que passa fico mais esperto, mais sábio e, por incrível que pareça, meu físico só tem melhorado — em grande parte, porque só angariei paciência e disciplina suficientes para fazer exercícios regulares há um ano ou dois. Com isso, a cada 12 meses passo a aproveitar melhor os poucos prazeres que a vida oferece, sem falar nas novas brincadeiras divertidas que vão aparecendo. Ninguém mais manda em mim e tenho um rumo. Em poucas palavras: a cada ano fico mais livre, no sentido existencial.

    Com exceção de um par de anos na adolescência e de 2003, quando, como alguns leitores mais antigos podem lembrar, quase fui comer capim pela raiz, todos os anos da maturidade têm sido melhores do que os da infância. No fundo, no fundo, tenho a impressão de finalmente estar chegando à idade que sempre tive. Talvez isso explique a tremenda aporrinhação que a infância me pareceu.

    Tem gente que procura a alma gêmea. Outros procuram riqueza, fama ou poder. Ainda outros, o conhecimento. Sem falar na cannaile que não procura nada, além de sobreviver. Seguindo Aristóteles, Diógenes, Erich Fromm, Camus, Sartre e algumas outras poucas ótimas companhias, procuro apenas ter a capacidade de reflexão necessária para dar à minha vida o rumo que me parece mais adequado. Que, no caso, é adquirir o máximo de sabedoria possível e dividi-la com a sociedade em um futuro próximo. A carreira universitária pode me dar alguma fama, mas poder e riqueza, é certo que não. Já alma gêmea é uma imagem para vender livros e palestras. No fim das contas, acabamos todos na cova, mesmo. Melhor gastar o tempo com o que se está a fim.

    6 de setembro de 2005, 19:49 | Comentários (14)

    blog acadêmico

    Se já não estivesse planejado antes de minha entrada no PPGCOM, teria de inventar durante o mestrado o blog do Laboratório de Interação Mediada por Computador. É irresistível comentar sobre a vida acadêmica.

    O design foi criado por Paula Quintas e Alex Primo, o Movable Type foi instalado pelo Gabriel e alguns ajustes no design e na configuração do sistema foram feitos por mim, com ajuda da Ana Reczek.

    6 de setembro de 2005, 10:04 | Comentários (2)

    concentre-se no pc, seja o pc

    Depois das máquinas que supostamente acessam o inconsciente coletivo, cientistas de Princeton agora chegam à conclusão, após 26 anos de pesquisas, que más vibrações prejudicam computadores.

    5 de setembro de 2005, 20:42 | Comentários (4)

    de vinhos e biólogos

    Na mais nova coluna para o Semana 3, uma temerária aventura pelo mundo dos vinhos.

    5 de setembro de 2005, 0:29 | Comentários (4)

    vendetta

    Juremir Machado da Silva dá uma alfinetada em Luís Fernando Veríssimo, coisa que costuma fazer desde que foi demitido da Zero Hora por falar mal do pai do cronista. Não que Juremir precise de maiores incentivos para alfinetar alguém... Em todo caso, o polemista tem certa razão sobre Veríssimo.

    4 de setembro de 2005, 23:53 | Comentários (7)

    sobre o katrina

    O prefeito de Nova Orleans manda Bush e seu governo tomarem no cu, pararem de dar coletivas à imprensa e começar a trabalhar de verdade para ajudar as vítimas. A demora da Defesa Civil dos Estados Unidos em reagir é um escândalo.

    Pode ser paranóia, mas Nova Orleans provavelmente é uma das cidades com maior número de habitantes negros e pobres do país. Obviamente, só os pobres se deram mal, porque quem tem dinheiro certamente conseguiu se mandar em tempo, de avião. Reparem só, todo mundo que aparece na televisão é negro. Enquanto o pessoal passa fome num estádio, as socialites cajuns acham difícil se adaptar à vida sem canapés e champanhe.

    Quanto às duas brasileiras que ficaram presas na cidade por causa do furacão, se deram mal devido à típica mania de não se dar ao trabalho de ler jornais e saber mais a respeito do lugar para onde vão. Ambas foram fazer turismo em Nova Orleans, mesmo com os alertas. Pena que se salvaram, dariam um ótimo Darwin Award.

    Enquanto isso, no Brasil, ciclone extratropical e tornado, sem falar no inverno completamente atípico. Na Europa, um dos verões mais quentes das últimas décadas.

    2 de setembro de 2005, 20:03 | Comentários (3)

    idéias em risco de extinção

    A revista Foreign Policy traz artigos sobre 16 conceitos em perigo de desaparição nos próximos 35 anos. Entre os autores está nosso excelentíssimo ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso. Ele sugere que os partidos políticos podem sumir, mas infelizmente não se pode acessar o texto sem ser assinante da revista.

    Peter Singer abre os trabalhos sugerindo que a santidade da vida humana vai desaparecer sob o peso do progresso científico, que agora começa a trabalhar com genética e embriões. Além disso, a eutanásia provavelmente será legalizada na maioria dos lugares, já que a maioria da população será idosa e estará pensando a sério se prefere apodrecer em um hospital ou dar um fim digno à própria vida. O resultado, para Singer, é que ser um indivíduo da espécie Homo sapiens já não será requisito para ter os direitos humanos.

    Lawrence Lessig vê riscos para o domínio público. O jurista acredita que a reação hidrófoba das corporações contra a pirataria pode levar à extensão do direito de copyright pela eternidade e sobre todas as coisas. Além disso, a tecnologia permite um controle muito maior do uso de obras sob proteção.

    Esther Dyson supõe a hipótese de que as redes telemáticas levarão ao fim do anonimato, mas isto não é necessariamente ruim. Para ela, um mundo em que todos sabem todos os erros e falhas de caráter dos outros pode levar também a uma maior tolerância entre as pessoas.

    Christopher Hitchens acha que a extrema burocratização da União Européia vai transformar o euro em algo como o esperanto. Simplesmente porque comitês não entendem o papel das emoções na política, muito menos que as pessoas têm afeição por sua língua e por sua moeda. Enfim, por sua nacionalidade.

    Os hedonistas de plantão ficarão felizes com as previsões de Peter Schwartz e Jacques Attali. O primeiro pensa um futuro com drogas personalizadas, um tanto ao estilo de Admirável Mundo Novo, mas sem ser necessariamente uma distopia. Já Attali acredita no fim da monogamia, com cada ser humano tendo a liberdade de viver mais de um amor ao mesmo tempo.

    Ligando-se os pontos entre os autores, na maior parte otimistas, pode-se ter uma boa idéia do mundo que virá. Quem ainda perde algum tempo para contemplar o mundo já percebe os sinais inequívocos de todos estes movimentos. O "amor livre" e as drogas, por exemplo, já fazem parte da formação dos jovens de elite e dos jovens pobres, restando apenas conquistar a classe média-média.

    No entanto, pode ser tornar um mundo em que a cultura sufoca sob o peso dos interesses dos acionistas das corporações e herdeiros de artistas. Não morre, obviamente, mas quem violar as regras ficará na marginalidade cultural, talvez mesmo fique mofando na prisão, caso a previsão de Dyson se concretize. Ou pode se tornar um mundo que aceita a pena de morte sem pestanejar, bem como a eliminação de seres humanos "inúteis". Finalmente, o fracasso da União Européia pode aprofundar a descrença em um mundo melhor através da política.

    1 de setembro de 2005, 17:11 | Comentários (3)

    pinta lá, magrão

    Falar em aniversário, aí está o convite do convescote que rola nesta sexta-feira, nas dependências da casa noturna Garagem Hermética, a partir das 23h. R$ 8 até meia-noite, R$ 10 depois, sempre valendo uma cerveja.

    convite.jpg

    1 de setembro de 2005, 16:32 | Comentários (3)

    consumismo

    Mais um ano se passou e o aniversário deste blogueiro está chegando — é dia 6 de setembro. Aqui vai uma lista de sugestões, caso algum leitor goste tanto dos textos aqui publicados que queira presentear o signatário. Não precisa nem gostar dos textos. Na verdade, pode até querer que um meteorito caia em cima do computador em que isso está sendo escrito. Presente é presente.

  • La part maudite, de Georges Bataille.

  • A canja do imperador, de J. A. Dias Lopes.

  • Porco, ora bolas!

  • Top Secret, melhor comédia besteirol de todos os tempos.

  • Monty Python Megaset. Porque tentar não custa nada.

  • Fantoches de dedo dos grandes filósofos. É, sim, além de infantil é nerd.

  • Foie-gras.

    1 de setembro de 2005, 10:03 | Comentários (5)



  • Sugestão da
    Livraria Cultura

    persepolis.jpg

     

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