Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


duas seqüências é arriscar demais

Que falta faz o Brian Singer! — aí está a primeira coisa que vem à cabeça quando os créditos finais de X-Men - Confronto final começam a rolar.

Basta dizer que Wolverine se torna um bom moço. O diretor Brett Ratner, seja lá quem for, não consegue fazer com que Logan convença nos momentos supostamente maliciosos. De resto, até consegue manter os outros X-Men na linha. Um ponto a favor é a ausência do mala do Ciclope na maior parte do filme. O Arcanjo é um personagem inútil, já que só serve de desculpa para seu pai buscar a "cura" do gene mutante. O roteiro também transformou Tempestade em uma mala sem alça, que só faz encher o saco do Wolverine. Nos dois primeiros episódios, ela era mais ambígua. A briga pueril entre Homem de Gelo e Pyro, francamente...

O problema é o roteiro ter estragado um bom argumento. No caso, a saga da Fênix Negra, aliado à descoberta da "cura" mutante. Brian Singer talvez tivesse feito um belo filme, mas esse outro diretor só conseguiu atochar o maior número de cenas que conseguiu em duas horas. Lá pelas tantas a mudança freqüente de seqüências começa a pôr em risco a paciência do espectador. As duas primeiras cenas, 20 e 10 anos antes dos eventos narrados no filme, supostamente servem para explicar a origem do Arcanjo e da Fênix, mas são absolutamente desnecessárias.

Isso para não mencionar o fato de que só durante a sessão é possível pensar em mil maneiras de parar a Fênix Negra sem matar Jean Grey. Magneto ficou subitamente mais burro, também, mas não dá para dizer o porquê sem estragar o filme. Furos que prejudicam a verossimilhança deste terceiro X-Men e dão uma sensação ruim ausente dos primeiros dois episódios.

Não chega a ser uma ofensa aos fãs dos filmes anteriores, como Matrix Revolutions, mas poderia ter sido um filme muito melhor.

30 de maio de 2006, 10:34 | Comentários (17)

cada dia mais cabelos brancos

A palavra "velhice" tem aparecido constantemente em meus diálogos. Sempre em tom de brincadeira, mas o doutor de Viena já dizia que brincando se diz a verdade. É fato que há dois anos têm aparecido cabelos brancos na cabeça, no peito e na barba. Tudo dentro dos conformes biológicos: a adolescência, fisiologicamente falando, vai até os 24 anos. Depois disso, diminuem os níveis de hormônio e é só descida.

Os cabelos brancos foram acompanhados de irresistível vontade de evitar casas noturnas enfumaçadas e pela impossibilidade de ficar acordado após as 3h da madrugada. As ressacas pioraram muito, mas em compensação ficou mais fácil se manter dentro dos limites da embriaguez saudável. Apareceram dores em regiões do corpo antes completamente desconhecidas. Os estiramentos e mau-jeitos já não se curam sozinhos, muito menos após uma só noite de sono. Os jovens parecem a cada dia mais imbecis e pretensiosos.

Infelizmente, sei o quanto pode ficar pior. Graças a uma internação de 20 dias, em que a musculatura foi severamente atrofiada e os pulmões se encheram de líquido, pude ter um gostinho do que é ser muito velho. Quem nunca passou por uma situação dessas não pode ter a noção exata do que é seu corpo simplesmente não responder aos comandos. É mais ou menos como trocar um carro de motor 3.0 com turbo por um carro 1000 e ligar o ar-condicionado. Não anda, por mais que você pise no acelerador. Logo surge uma sensação insuportável de estar preso dentro de uma carcaça enferrujada. A primeira tentativa de caminhar pelos corredores do hospital foi deprimente. Depois, em casa, o problema era as pessoas não entenderem que simplesmente não dava para fazer certas coisas sem ajuda. Maior tolerância com idosos foi decorrência natural.

Isso durou cerca de um mês, até os pulmões se recuperarem e poder voltar a fazer algum exercício. Essa experiência, aliás, é o maior incentivo para se manter sempre em forma. É a única maneira de amenizar a decadência física.

29 de maio de 2006, 12:04 | Comentários (17)

insanus.org na mídia

O jornal Correio do Povo publicou neste sábado uma matéria sobre o Insanus.org, da repórter Lívia Meimes, com um bom destaque para este blog. Como o conteúdo será fechado até o mês que vem, o texto é reproduzido abaixo.

Continue Lendo...

28 de maio de 2006, 23:31 | Comentários (7)

niilismu miguxu

Puta merda, isso deve ser a idéia mais engraçada que já vi.

Infelizmente, tem de estar cadastrado no Orkut para ver.

26 de maio de 2006, 13:38 | Comentários (11)

sangre latino

Coisas da Fabico.

26 de maio de 2006, 10:42 | Comentários (2)

vale a pena ver de novo

Reproduzido aqui o texto publicado no Nova Corja, porque o assunto é importante:

Ligue 0800-619619. Não digite nada. Espere para falar com uma atendente. Diga que é para votar a favor do cancelamento da taxa de telefone fixo, que custa R$ 37,02. A Lei é a nº 5476. O assunto não está sendo veiculado na TV ou rádio porque as empresas não têm interesse neste tipo de divulgação. O telefone é da Câmara dos Deputados. Mesmo se não for você quem paga o telefone da sua casa, exerça seus direitos. As ligações são aceitas de segunda à sexta-feira, das 08h às 20h.

As ligações são rápidas. É necessário informar apenas seu nome completo, a cidade onde mora e o número do telefone fixo de sua residência. Quando a lei entrar em vigor, quem estiver cadastrado só pagará pelas ligações efetuadas. Este projeto está tramitando na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara. Quanto mais pessoas ligarem, mais fácil será para o projeto ir à votação.

Pode ser que as ligações fiquem mais caras para aqueles que usam todos os minutos oferecidos no plano básico. Seria lógico para as empresas tentar compensar a perda da assinatura básica com alta na tarifa. Para aqueles que jamais passam de 15 minutos ao telefone todo mês e só instalaram a porcaria do aparelho por causa da banda larga — o que aliás configura crime de venda casada, mas parece que só a consumação nos bares incomoda —, o projeto é essencial.

25 de maio de 2006, 12:38 | Comentários (6)

chucrutes não sabem gargalhar
Um homem pula de um avião pela primeira vez. A 3 mil metros ele tenta abrir o pára-quedas, mas falha. A 2 mil metros ele tenta abrir o pára-quedas de emergência, mas ele também falha. A mil metros, ele atinge um homem vestindo macacão azul, carregando uma chave de fenda. "Você conserta pára-quedas?", pergunta o primeiro. "Sinto muito", diz o outro, "eu só trabalho com aquecedores".

A piada acima é uma amostra do humor alemão. Em um artigo do Guardian, um comediante inglês tenta convencer que os alemães têm senso de humor, sim. A tese principal é que os alemães têm um tipo de humor diferente, porque a gramática germânica não permite certo tipo de piada muito comum em inglês ou português. O alemão é uma língua muito mais precisa, é difícil criar ambigüidades.

Em todo caso, em dois meses lá, não houve sinal algum de humor no trato com os nativos. Por outro lado, alguns programas de televisão revelaram um tipo de humor bizarro.

Um dos programas era um show de auditório, apresentado direto de Saint Moritz. O sujeito, na casa dos 30, meio gordo e de cavanhaque, era até engraçado. Tinha um painel com vários botões na mesa. Ao apertar um botão, aparecia alguma cena de gente se acidentando de maneira patética com esquis. O quadro humorístico principal era um visita do apresentador a um restaurante tradicional um tanto chique, em que ele enchia a cara, se portava como um huno e ficava enchendo o saco do garçom. Enquanto o tempo passa, ele vai tirando peças de roupa, até ficar só com a camiseta térmica, causando enorme constrangimento ao pobre suíço bigodudo que lhe atendia. Algo na linha do Pânico.

O outro programa já foi comentado aqui: Bernd das Brot, um pão integral mau-humorado e depressivo, cujo bordão é Mist! [bosta!]. Com seus amigos, um molho de Brócoli e uma Ovelha, faz sátiras de filmes e programas famosos. Um dia, simplesmente ele apareceu no vídeo e começou a mandar as pessoas irem dormir. "Vão dormir! Está tarde! Não tem mais nada para vocês verem aqui." Este programa é realmente bom. Se fala alemão, tente baixar alguns episódios.

24 de maio de 2006, 10:56 | Comentários (8)

blog é auto-elogio

martelada_yahoo.jpg

No mesmo dia da publicação do post estilo Martha Medeiros, Martelada atingiu a terceira colocação entre os blogs mais populares do Yahoo!. Coincidência?

23 de maio de 2006, 19:08 | Comentários (4)

dança, sua galinha!

A galinha subserviente faz o que você mandar. Sim, é link velho, mas não por isso menos divertido.

Sugestão da Mauren.

23 de maio de 2006, 10:15 | Comentários (3)

blog é umbigo

Estava comentando o sucesso do post de ontem via Messenger, registrei a surpresa em perceber que quanto mais pessoais e menos objetivos são meus textos, mais agradam. A interlocutora garantiu que em geral esses textos ficam melhores. Então sou obrigado a admitir que, embora tenha passado estes quatro anos tentando ser o Elio Gaspari — inclusive me proibindo até há pouco de usar a primeira pessoa — estou muito mais para Martha Medeiros.

Ao menos a responsável pela observação me arranjou algo para consolar: "A Martha Medeiros estraga o banal. Tu melhora."

22 de maio de 2006, 11:45 | Comentários (12)

em um clima meio auto-ajuda

Volta e meia algum primo ou conhecido em vias de escolher alguma faculdade no formulário de inscrição no vestibular pergunta qual profissão é melhor. Ficam atemorizados com aquelas dezenas de possibilidades, como se não pudessem mais tarde mudar de rumo. Jovens sempre acham que tudo é definitivo. Mas os primeiros anos na universidade e no mercado de trabalho, quer dizer, na vida adulta, logo mostram que não apenas muito pouca coisa é definitiva, como a maior parte da existência depende do mais puro acaso.

A melhor resposta às perguntas da gurizada é "a que achar melhor". Com uma ressalva: é preciso pedir que decidam pensando na rotina profissional, não no curso universitário. "Tem saco para trabalhar dez horas por dia, às vezes virar noites sem pagamento de horas extras, agüentar chefes malucos e ganhar uma merreca? OK, então pode ser jornalista." Está certo que o mundo não segue regras, mas é preciso se manter conectado à realidade, por mais caótica que seja.

Há umas poucas profissões que podem ser descartadas de cara, já que não prometem muito futuro até onde a vista alcança, como artes cênicas, engenharia de minas ou licenciaturas. Medicina, direito e administração seguem sempre tendo muito mais possibilidades de enriquecimento, ou ao menos de vida confortável. Ainda assim, entretanto, não é certo e muita gente pode se dar melhor em alguma faculdade aparentemente inútil, como ciências atuariais ou jornalismo. É a parte boa da abissal aleatoriedade da existência: nunca se sabe o que pode acontecer.

Não me imagino hoje trabalhando em uma redação. Parece evidente que ter cursado direito seria uma opção de carreira muito melhor. Até gosto do assunto e a esta altura poderia ser juiz ou promotor, livre de maiores preocupações financeiras. Entrei porém no curso de farmácia, porque minha família tem uma e parecia útil, depois pedi transferência para o jornalismo sabe-se lá por qual motivo. Um dia simplesmente vi cartazes avisando das vagas para transferência interna na UFRGS, descobri que jornalismo oferecia três, preenchi a papelada na hora mesmo e nunca mais apareci na faculdade de farmácia. Vai entender.

Graças a essa sucessão de aparentes erros, no entanto, aconteceram a maior parte das coisas boas em minha vida. Conheci muitos bons amigos, mulheres fascinantes, participei de festas indescritíveis, aprendi a escrever direito, fiz viagens, ganhei bolsas de estudos, aprendi línguas e ultimamente descobri o prazer da vida acadêmica e do trabalho editorial. Desde criança amei livros e pareço estar em eterna sala de aula, sempre dando um jeito de exibir o pouco que conheço a qualquer um que tenha a infelicidade de se tornar minha platéia. Até onde a vista alcança, quero ser professor e seguir trabalhando com livros.

Se tivesse cursado direito, estaria fazendo o mesmo? Duvido. Estaria, ao contrário de agora, infeliz? Também duvido. Os acasos teriam me levado a descobrir outros prazeres. Talvez até maiores. Talvez menores. Impossível saber. Quiçá minha verdadeira vocação fosse ser pedreiro? Tanto faz. O importante é que sempre existem possibilidades ótimas, seja qual for o caminho, mesmo quando parece errado. Tudo que acontece é bom.

21 de maio de 2006, 16:49 | Comentários (21)

pinga ni mim

Duas goteiras no teto do meu apartamento. Maldita chuva. Maldito condomínio.

20 de maio de 2006, 16:15 | Comentários (12)

mais uma lei babaca

Essa lei banindo a consumação mínima não faz o menor sentido. Tudo bem que venda casada é ilegal e consumação é venda casada, mas pergunte-se a qualquer um na rua se prefere pagar ingresso para entrar em uma casa noturna, ou gastar o mesmo valor em bebida. Pois ingresso é o que vai substituir a consumação.

De acordo com o governo, o objetivo da lei na verdade é diminuir o consumo de álcool pelos jovens. Ah, mas é claro! Os jovens bebem apenas para compensar o valor da consumação. Acham inclusive muito ruim se submeter à embriaguez por causa da ganância de empresários da noite. Sim, sim. A consumação é definitivamente a causa das bebedeiras.

18 de maio de 2006, 20:08 | Comentários (30)

palhaçada tem limite

Alguém precisa dar um jeito na revista Veja.

17 de maio de 2006, 14:58 | Comentários (3)

freud explica

Interessante como o caráter de uma cidade se expressa até mesmo nos criminosos. Sempre pareceu que algo como a atual guerra civil em São Paulo aconteceria primeiro no Rio de Janeiro. Agora, no entanto, é evidente que só a organização e profissionalismo paulistas poderiam gerar um plano com essa vastidão, capaz de fazer parar uma das maiores metrópoles do mundo. Os bandidos cariocas são maloqueiros e malemolentes demais para uma ação coordenada, preferindo explosões ocasionais e esparsas de violência, sem se preocupar estabelecer uma hierarquia bem pensada. Paulistanos são mafiosos, cariocas são apenas malandros.

Talvez pela proximidade, é difícil definir uma personalidade para a bandidagem gaúcha. Sugestões?

16 de maio de 2006, 2:03 | Comentários (91)

outono

caquizeiro_medium.jpg

Caquizeiro em São Francisco de Paula. Clichê, mas alguns clichês valem a pena.

15 de maio de 2006, 0:39 | Comentários (6)

coisas em que você nunca pensou

Por que existem tantas simpatias para encontrar o amor, fazer com que o ser amado volte em três dias, casar, mas não existe nenhuma para aniquilar alguém da memória?

13 de maio de 2006, 22:51 | Comentários (36)

favela chic

Poucas coisas podem ser mais alemãs do que tirar férias na favela.

11 de maio de 2006, 22:56 | Comentários (5)

terrorismo poético se manifesta em hamburgo

Supostos anarquistas têm roubado restaurantes, delicatessen e supermercados de Hamburgo vestidos como super-heróis. Depois eles distribuem a comida entre o estrato mais pobre dos cidadãos dependentes de seguro-desemprego. O grupo também distribui panfletos sobre como burlar a fiscalização no metrô e ônibus para viajar de graça. Sua mercadoria preferida é kobe beef, carne de bois japoneses tratados com massagens e cerveja, que custa 200 libras por quilo.

11 de maio de 2006, 9:25 | Comentários (4)

teóricos miguelão

No lista de discussão do falecido Cardosonline, começamos certa vez a publicar os "clássicos miguelão": resumos de alguma obra clássica da literatura em no máximo um parágrafo. Hoje pensei em três obras para começar o "teóricos miguelão", aplicando o mesmo princípio às ciências humanas.

  • Edgar Morin — O método, vol. 1 a 6

    "Errar é humano."

  • Jean Baudrillard — Simulacros e simulação e tudo o que veio depois

    "Tudo é aparência."

  • Michel Maffesoli — No fundo das aparências

    "Aparência é tudo."

  • Theodor W. Adorno — Indústria cultural e sociedade

    "Rádio, televisão e cinema são coisa de gente pobre e ignorante. E o fim está próximo."

  • Karl Marx — O manifesto comunista

    "Perrrdeu, playboy!"

    10 de maio de 2006, 19:24 | Comentários (5)

    jornalista que não se comporta vai pro inferno

    No primeiro círculo, os superficiais são condenados a escrever coisas sem sentido pela eternidade. Os inexatos tateiam no escuro através dos éons. Os tendenciosos gritam "sim" ou "não" uns para os outros. Os arrogantes, que se crêem intocáveis, ficam pendurados tentando alcançar o teclado. Os sensacionalistas gritam em altos decibéis. Os pelegos ficam ao sabor do vento. Os carreiristas, perseguem notas de dólares como os burros fazem com as cenouras. Conheça o inferno dos jornalistas.

    Dica do Láudano.

    9 de maio de 2006, 13:00

    cubram esse buraco, rapazes

    Untitled-1.jpg

    Até cerca de 0h55 da madrugada desta terça-feira, era assim que os defacers do grupo Illusion tinham deixado a página principal do Estadão.

    9 de maio de 2006, 1:56

    prefiro butiá, obrigado

    Trabalhadores húngaros encontraram um barril de 300 litros de rum em uma casa que reformavam. Como não tinha dono e achado não é roubado, resolveram beber. O rum tinha um gosto especial e logo chegaram ao fim do barril. Que, no entanto, continua muito pesado. Ao tentar movê-lo, caiu de dentro um cadáver.

    Questão filosófica: beber cachaça curtida com carne humana configura canibalismo?

    8 de maio de 2006, 16:01 | Comentários (11)

    duplipensar no final de domingo

    O Fantástico deste domingo trouxe uma novidade incrível para os espectadores: estreou um quadro de reportagem! O jornalismo havia sido mandado para a geladeira do programa há algumas décadas, mas parece que a Rede Globo decidiu dar uma nova chance a esta prática anacrônica de preencher as ondas eletromagnéticas com conteúdo. De repente, é mais barato botar o Caco Barcellos com alguns focas indo atrás de pichadores, do que comprar matérias de agências internacionais ou criar pseudo-acontecimentos. Claro que, como se trata do Fantástico, todas as focas do quadro Profissão repórter são gostosas.

    O quadro na verdade fez sua estréia em um Globo Repórter especial. Programa no qual, aliás, o jornalismo foi trocado por documentários do Discovery Channel há coisa de uma década.

    8 de maio de 2006, 10:25 | Comentários (6)

    você chorou quando enterraram o carequinha?

    Ser criança é duro. Você acredita em qualquer bobagem que lhe contem. Aí, cresce e descobre que todo mundo estava mentindo o tempo inteiro. É informado, por exemplo, de que tudo aquilo decorado a duras penas nas aulas de história era mentira. Cabral não necessariamente descobriu o Brasil e Tiradentes não era bem o que se pensa. Como se não bastasse essa desilusão, agora Xuxa é investigada por crimes fiscais.

    7 de maio de 2006, 20:09 | Comentários (5)

    voschê é beu abiigo
    Uma equipe de pesquisadores franceses descobriu no cérebro dos alcoólatras uma molécula que nunca havia sido detectada no homem, mas sim na composição de algumas plantas, informa hoje o diário local Le Parisien.

    Trata-se de um açúcar complexo [scilo-inositol], cuja taxa é mais elevada em função do grau de dependência do alcoólatra, explica ao jornal o chefe do serviço de biofísica do hospital Timore de Marselha, na região sudeste da França, Patrick Cozzone.

    Conclusão: o álcool transforma você num vegetal.

    7 de maio de 2006, 12:13 | Comentários (11)

    boicote ao cirque du soleil

    Se este fosse um país decente, haveria revolta popular e um boicote ao Cirque du Soleil, que fará uma turnê no país em agosto.

    O caso é o seguinte: a Companhia Interamericana de Entretenimento conseguiu levantar R$ 9,4 milhões para financiar a vinda do grupo circense através da Lei Rouanet. O banco Bradesco destinou parte de seu imposto de renda devido no ano que vem para preencher este valor. Ou seja, em vez de pagar ao Estado, o Bradesco dá o dinheiro a uma promotora de eventos mexicana, para que ela traga o Cirque du Soleil ao Brasil. Até aí, tudo bem. É justificável que o governo fomente a arte.

    O problema é que, por este preço, os ingressos deveriam ser de graça ou, no máximo, ter um valor simbólico. Ou talvez o grupo devesse fazer apresentações especiais para estudantes e pobres de maneira geral. Não vai acontecer. A meia-entrada custará R$ 50. Não bastasse, os ingressos melhores [a R$ 370] foram colocados à venda somente para clientes endinheirados do Bradesco, por enquanto. Tudo isso com o meu, o seu, o nosso suado dinheirinho. Não custa lembrar que o Bradesco é um dos bancos que mais crescem, em um cenário onde todos os bancos têm obtido um faturamento obsceno.

    Janer Cristaldo foi mais rápido em comentar o assunto:

    Tudo muito simples: você paga para que uma minoria se divirta. Esta minoria, que também é contribuinte, já pagou a produção do espetáculo. E agora paga de novo para assisti-lo.

    A única saída decente contra esse patrocínio completamente contrário à Lei Rouanet, que prevê renúncia fiscal apenas em caso de difícil viabilidade comercial, é não assistir ao espetáculo do Cirque du Soleil. Além, é claro, de enviar mensagens de correio eletrônico à CIE, ao Bradesco e direto com o Gil, mandando-os à puta que pariu. Não devolverão nosso dinheiro, mas ao menos vão saber que a valorização da marca Bradesco, objetivo final de toda a palhaçada, foi trincada.

    ATUALIZAÇÃO: Lucro do Bradesco cresce 27% e atinge R$ 1,53 bilhão no 1º trimestre. É, eles realmente precisam de recursos da Lei Rouanet para patrocinar qualquer coisa. Coitados.

    5 de maio de 2006, 13:03 | Comentários (14)

    picanha virtual

    Os publicitários às vezes inventam umas coisas divertidas.

    3 de maio de 2006, 22:28 | Comentários (8)

    Nordeste já tem seus gaúchos
    Se por acaso um jornalista dos EUA, viesse cobrir o Show dos Rolling Stones e ao invés disso começasse a falar que o Rio de Janeiro era o paraíso dos traficantes e da desordem moral dos bailes funk, que no Rio de Janeiro existia uma polícia pervertida e um povo inculto e sem moral o que você acharia??? Qual seria a sua reação em relação a esse sujeitinho que não conhece a fundo a realidade fáctica-social do Rio de Janeiro e desse ênfase tão somente ao que ele tem de pior???? Apenas de despreso omissivo ou concordante??? É fácil falar quando a pimenta bateu nos "olhos" dos outros não acha???

    Eu acho que esse episódio deve ter servido pra algumas coisas, e em especial: 1) mobilizou todos os alagoanos em prol de um debate ou embate na defesa de Alagoas; 2) servirá (espero) pra que no futuro o Sr. alexandre Maynard Matias, ou quem quer que nos visite, não desprestigie nossa terra, tão ordeira e, apesar de provinciana, acolhedora!!!! Respeito é bom e é DIREITO de todos!!!! Reflitam!!!!!!

    Além de servir para tudo isso, o episódio serviu para mostrar que não é só no Rio Grande do Sul que as pessoas fazem como Zé Victor Castiel e deixam o cérebro em casa na hora de defender os brios locais. Em uma atitude extremamente antidemocrática, criaram um perfil falso para o Alexandre Matias no Orkut. Não chegou a gerar muitos problemas, porque quem conhece o Matias sabe que ele não comete erros básicos de português. Porém, o caso mostra que a Internet não apenas não é um meio instrinsecamente democrático, como ainda dá espaço para toda sorte de linchamento simbólico. É menos grave do que a história da estudante de Marília, mas ainda assim emblemático.

    Ou talvez o problema seja justamente a democracia intrínseca na Internet, que permite a qualquer imbecil dar sua opinião. Em um país onde estudantes quase saem com tochas atrás de uma menina que fez um simples ménage à trois, não se pode mesmo esperar debates inteligentes e respeito à liberdade de expressão.

    3 de maio de 2006, 11:54 | Comentários (12)

    grêmio ou está no topo, ou na merda

    Alguns leitores pedem manifestações a respeito de Paraná 5 x 2 Grêmio. Prefiro evocar imagens. O momento em que um jogador do Paraná acerta um chute no saco de um gremista, por entre as pernas, ao tentar tirar-lhe a bola. Sem maldade, por pura tosquice. E nada de cartão vermelho. Ou quando o gremista Pereira escora a bola com a cabeça, deixando-a na marca do pênalti para o paranaense Beto fazer o terceiro gol de seu time, arrefecendo a tentativa de reação tricolor. Elas resumem tudo que se poderia dizer.

    Mas nenhum destes dois momentos de pura habilidade supera este lance, que seria inacreditável se não estivesse registrado em vídeo.

    2 de maio de 2006, 15:52 | Comentários (4)

    coisas

    Notícias de que uma boa amiga vai se mudar para Nova York dentro de um mês, que outro bom amigo vai para Paris em novembro e ainda outro anda pensando em se mudar para Los Angeles andam causando uma certa depressão. Daqui a pouco não vou mais ter nem com quem tomar uma cerveja. Agora, vou TER de sair de Porto Alegre, nem que seja para não ficar atrás dos meus coleguinhas.

    ***

    No mais, talvez alguns leitores tenham notado que aos poucos o Martelada vai ficando mais confessional. Em parte, isso se deve ao fato de hoje ter outros canais para despejar colunismo político, diletantismo gastronômico, projetos vanguardistas e teoria social. Aí tenho de preencher o espaço aqui com alguma coisa.

    ***

    All work and no play makes Jack a dull boy.

    1 de maio de 2006, 16:56 | Comentários (23)


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