Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


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proposta para o novo milênio

Os comentários de MARTELADA sempre se posicionaram em favor do Estado forte e intervencionista. Seria a solução mais indicada para diminuir as diferenças sociais e levar uma nação ao progresso político, social e econômico.

As insistentes decepções proporcionadas pela realidade forçam uma mudança de opinião. Parcial, na verdade, porque sobretudo nos países da Europa — e mesmo nos EUA, embora o pessoal por lá não goste de admitir — o Estado tem um papel importante no desenvolvimento.

A questão é que, no Brasil, talvez fosse mais negócio aderir ao anarco-capitalismo do que continuar sustentando um bando de, na melhor das hipóteses, inocentes inúteis em Brasília. O presidente Lula não se cansa de comprovar que pelo voto nada nunca vai mudar. Temos ainda por cima de apreciar o triste espetáculo de dublês de políticos perdidos na disputa pelo poder, completamente divorciados da realidade.

Pagamos impostos oficiais tanto quanto os dinamarqueses, isto não é novidade para ninguém. Mas pagamos duas vezes, porque devido aos serviços de qualidade africana oferecidos pelo Estado, somos obrigados a comprar educação, saúde e segurança em instituições privadas. Enquanto isso, todos os dias temos de jantar assistindo às últimas notícias de desvios de verbas públicas.

Fôssemos um povo sério como os argentinos, já teríamos queimado o Congresso duas ou três vezes e faríamos piquetes em frente aos palácios dos governadores, ameaçando enforcá-los no meio da praça se não nos garantissem os serviços básicos. Em vez disso, de dois em dois anos voltamos às urnas para atualizar nossos atestados de patetice.

A proposta aqui é simples. Antes de mais anda, paremos todos de votar. Em segundo lugar, paremos de pagar quaisquer impostos. Usemos o dinheiro para contratar planos de saúde, pagar escolas particulares e seguranças privados para nossas ruas. Que a iniciativa privada ou comissões de moradores assumam a manutenção da infra-estrutura e garantam o saneamento — é perigoso, mas dificilmente as coisas poderiam piorar.

Delírios à parte, a hora é de revolta popular e desobediência civil. O recente caso da desocupação de um terreno invadido em Goiânia lançou alguma esperança, quando os posseiros montaram barricadas e se armaram. Infelizmente, desistiram de resistir. É, ia morrer gente, sim. Mas num mundo em que a natureza de vez em quando mata centenas de milhares como quem passa um pano sobre a mesa da cozinha para tirar os farelos...

21 de fevereiro de 2005, 13:47 | Comentários (27)



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mãos de cavalo,
por daniel galera

 

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