Caçada ao Último Petista do Brique da Redenção

O vento minuano da manhã desse domingo fustigou bandeiras e penteados dos militantes presentes ao Brique da Redenção. A passarela oficial da política gaúcha foi loteada em uma área do parque, um curral para interesses de todas as espécies. A turma pedetista, concentrada no começo da avenida, entoava:

Collares, de novo

Governador do povo

Foto: Adriana Franciosi/ ZH
brique.jpg

No caminho das bancas, uma banda alemã animava muito mais gente com a propaganda de erva mate que era divulgada. Alguns metros adiante, um senhor segurava um mega-pirulito com o rosto de Alceu Collares (PDT-RS). Alegre, distribuía panfletos do seu candidato. Um paraplégico aproximou-se dele e entrou na euforia:

Collares, de novo

O pedetista ficou tão feliz com aquele ato espontâneo que se aproximou da cadeira de rodas, ao que teve como resposta:

Pra roubar do povo

Ele se irritou, mas levou na esportiva. Seguiu sua caminhada sob os auspícios de Collares, sem esconder suas opiniões. Um partido se destacou nesse sentido.

Pela visão de hoje, seria possível crer que o PT acabou no RS. Que virou uma atividade clandestina e seus integrantes precisam ir para as ruas à paisana. Todos tinham pequenos adesivos de seus candidatos coladas às roupas. E só. A banca petista tinha pouca procura. Me aproximei: Posso pegar uns materiais de campanha? O militante ficou pasmo. Começou a me passar tudo que tinha, em um misto de gratidão e constrangimento.

Eu estava empenhado na caça ao Último Petista do Brique da Redenção. Encontrar alguém empunhando uma bandeira vermelha desde minha chegada ao parque se confirmava uma tarefa ingrata. Mas achei. Ele estava solitário no meio da rua. Tentava distribuir panfletos, mas era inútil. Olhares rancorosos se misturavam aos de escárnio e todos passavam por ele com desprezo nos dentes. Pedi uns folders. Arredio, deu meio passo para trás e ficou me encarando. Não parecia raiva. Os petistas estão com o Medo nos olhos. Triste sina para o Último Petista do Brique da Redenção.

Ao final, a única passeata que vi foi a da banda alemã – a da propaganda de erva mate. Agradou e agregou a todos, de bêbados a crianças chapadas de loló.

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