Deu pra ti, Fogaça

Empresas interessadas na licitação do lixo doaram dinheiro à campanha de Fogaça

"Duas empresas interessadas na megalicitação dos serviços de limpeza urbana de Porto Alegre doaram dinheiro para a campanha do prefeito José Fogaça nas eleições municipais de 2004. A Vega Engenharia Ambiental deu R$ 100 mil, no dia 26 de outubro.

Também no segundo turno da disputa, a Construções e Comércio Camargo Correa, do mesmo grupo dono da Cavo, doou R$ 100 mil. Os valores doados pelas empresas estão entre os mais altos arrecadados pelo comitê da campanha Fogaça – somente a Gerdau doou mais, R$ 200 mil. Vega e a Cavo constam na lista das 18 empresas interessadas na licitação de R$ 305 milhões.

A Vega atua no mercado do lixo de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, entre outras 20 cidades brasileiras. A Cavo pertence ao grupo Camargo Correa, que teria pago a hospedagem do consultor do DMLU, Fábio Pierdomenico, conforme investigação do Ministério Público Especial (MPE), vinculado ao Tribunal de Contas do Estado. A empresa já teve contratos nas cidades de São Paulo e Curitiba.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que Fogaça não comentará mais o assunto para não fomentar especulações. Em entrevista à Rádio Band AM, o prefeito afirmou que os doadores de sua campanha não tiveram qualquer intervenção no processo de licitação do DMLU e em nenhuma outra instância da administração municipal. Disse ainda que as doações são feitas ao partido e não ao candidato.

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público (MP) do Estado aguarda o envio da prestação de contas da candidatura Fogaça para, se for o caso, fazer uma denúncia ao MP. O trabalho, liderado pelo promotor César Faccioli, é feito em conjunto por uma força-tarefa, que inclui ainda MPE e Delegacia Fazendária."

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Licitação pode ocorrer com vários editais

A nova licitação para os serviços de limpeza urbana deve ocorrer ainda em agosto. Quem garante é o secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães, que representou o prefeito José Fogaça, na posse do novo diretor do DMLU, Mário Moncks. “É possível que tudo seja revisado. Podem existir até mais de um edital”, disse,

De acordo com Magalhães, a Prefeitura nunca teve a intenção de ter apenas uma grande empresa comandando a limpeza urbana. “Poderiam ser consórcios. Pensamos sim em diminuir os contratos e qualificar os serviços”, garantiu.

Na opinião do secretário, o diagnóstico que embasou a reformulação do DMLU, feito pela empresa Profill, não fica prejudicado com a irregularidade identificada pelo Ministério Público Especial. “Não afeta em nada a lisura do processo porque essa parte foi numérica e técnica”, afirmou.

O MPE constatou que o sócio da Profill, Fábio Pierdomenico, teve despesas de hospedagem pagas em Porto Alegre pela empresa Cavo, do grupo Camargo Corrêa, concorrente na licitação.

O relatório da Profill apontou que a situação do DMLU era insustentável: a frota era sucata, os funcionários faziam horas-extras em demasia e a maioria estava em desvio de função. Também que era necessário encontrar um novo local para a destinação final do lixo e melhorar a precária administração dos 38 contratos existentes. Solução apresentada: centralizar os serviços em um contrato, ampliar e unificar a limpeza urbana da Capital.

Novo diretor ainda não está a par da situação

Garipô Selistre passou o cargo de diretor do DMLU ao coronel aposentado da Brigada Militar, Mário Fernando dos Santos Moncks, nesta terça-feira, 8 de agosto. Psicólogo, Moncks ocupava o cargo de secretário-adjunto da prefeitura de Pelotas. Ele foi ajudante de ordens do Governo Pedro Simon e sub-chefe da Casa Militar, durante o Gverno Britto.

Moncks, que chegou de Pelotas na segunda-feira (7/8), reconheceu que não está a par do processo de reestruturação da limpeza urbana. Ele limitou-se a dizer que “veio somar, ajudar o Governo Fogaça e o DMLU”. No discurso de posse, também falou sobre sua experiência na vida pública, ressaltando que é um homem íntegro, sério e honesto.

O novo diretor pediu o apoio de Garipô para a auxiliar na tarefa, que segundo ele é desafiadora. Sobre a suposta “máfia do lixo”, Moncks preferiu não comentar porque, de acordo com ele, precisa conhecer a situação.

O secretário Clóvis Magalhães também falou sobre a escolha de Moncks. “Procurávamos um gestor público com perfil de liderança”, disse. Ressaltando a serenidade do psicólogo, Magalhães afirmou: “Ele tem formação profissional adequada e, ao mesmo tempo, qualidade para administrar”.

Garipô repete: “Venceu a máfia do lixo”

O ex-diretor do DMLU, Garipô Selistre, roubou a cena na posse de seu sucessor, Mário Moncks, que aconteceu nesta terça-feira, 8 de agosto, na sede da autarquia. Requisitado pelos repórteres, Garipô reafirmou que sofreu pressões da “máfia do lixo”.

Suando, o ex-diretor voltou a falar que sofreu inúmeras pressões. “Perdeu a cidade e venceu a famosa máfia do lixo. São três os lideres”, adiantou. Questionado sobre o nome dessas pessoas, ele recuou. “Prefiro não declinar nomes porque, a partir de ontem, o meu advogado está cuidando disso”, desconversou Garipô, que ao conceder a entrevista contradizia seu próprio discurso.

Ao fazer um balanço sobre sua passagem de quatorze meses a frente do DMLU, Garipô disse que sai com a cabeça erguida e com sentimento de dever cumprido. Pediu desculpa ter dito que o prefeito Fogaça o abandonou. “Ontem [07/08] de cabeça quente eu passei essa informação. Não fui abandonado. Esquece”, balançou a cabeça.

Selistre recebeu flores, elogios do novo diretor e uma mensagem do prefeito. Foi acompanhado até a porta de saída pelo secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães.

Novo fôlego para CPI do Lixo

O debate sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades da megalicitação da limpeza urbana terá um novo round nesta quarta-feira, 9 de agosto, na Câmara dos Vereadores. Quase sepultado pela base governista, o requerimento para instalação da CPI do Lixo deve ganhar mais uma assinatura. É o que garantiu o proponente, vereador Carlos Todeschini (PT). “Um vereador do PMDB está inclinado a assinar”, disse. Com isso, faltaria apenas um nome para instalar a Comissão."

Com reportagem de Helen Lopes

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