Eleições comprovam que gaúchos são vanguarda

Como diz o Walter, gaúcho é melhor em tudo. Por exemplo, há quatro anos, elegemos governador um ex-deputado federal medíocre, que começou a campanha completamente desacreditado. Esse candidato não tinha idéia alguma, mas vinha com um papo de seminarista sobre deixar para trás a tradicional polarização política do Rio Grande do Sul, que opunha petistas e a gangue do ex-governador Antonio Britto. Sua imagem era anódina — até por causa do botox —, seu discurso era anódino e não tinha idéias. Pois bem: surpreendeu na reta final e acabamos aturando quatro anos de choradeira do Germano Rigotto contra a seca, contra a Lei Kandir, contra tudo que "não o deixava governar".

Agora, o mesmo ocorre em âmbito nacional. Um candidato de imagem anódina, discurso anódino e sem idéias, totalmente desacreditado no início da campanha, a ponto de virar chacota, surpreende na reta final e leva a eleição ao segundo turno com seu ar de seminarista caipira. Vale lembrar que Rigotto também vinha com um discurso de gerente, o que em geral significa um uso de chavões acima da média e nenhuma idéia por trás, como sabe qualquer pessoa que já tenha estado em um curso de administração ou lido algo do Gabriel Chalita. Ou seja, a mediocridade é a tendência e os gaúchos largaram na frente.

O pior é que a tendência parece ter vindo para ficar. Depois de Rigotto, veio o Fogaça se candidatar a prefeito de Porto Alegre com o mesmo lero-lero: "manter o que está bom e mudar o que precisa ser mudado". Ganhou a eleição se fingindo de morto. Agora vem Yeda e seu "novo jeito de governar", numa campanha do mesmo estilo de Rigotto e Fogaça e Alckmin, sem nenhuma idéia, e surpreende na reta final. É uma novilíngua: embora esteja rodeada por acólitos de Antonio Britto e o PSDB tenha participado dos governos deste e do próprio Rigotto, promete algo novo. Vem com o mesmo rame-rame alckmista de que basta ajustar as contas do Estado para fazer um governo melhor — embora não tenha conseguido nem organizar as contas da própria campanha.

Candidatos com idéias fora do espectro econômico-financeiro — por mais idiotas que sejam —, como Turra e Collares no Rio Grande do Sul e Cristovam e Heloísa Helena no âmbito nacional, mantiveram os mesmos índices do início da campanha. Ou seja, só a mediocridade empolga o eleitor hoje em dia.

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