Empty Blogging: Debate Bandeirantes

20h: A Mídia Golpista não deixa eu me alienar nem no domingo. Ligo na Bandeirantes para assistir os gols da rodada do Brasileirão e a mesa redonda está toda deformada. O número de comentaristas diminuiu mas, como sempre, todas as atenções ficam voltadas ao bairrismo paulista.

Como o presidente Lula só não reclama da imprensa quando a Globo passa jogos do seu Corinthians à revelia dos pequenos detalhes regionais do Brasil, imagino que ao menos saiba explicar as falcatruas da MSI e de um certo Zveiter. Quanto a Geraldo Alckmin, caso fale que torça para o Club Athético Pindamonhangabaense, pode ir para casa. Os espectadores vão trocar de canal na terceira sílaba. Até porque os jornais locais preferem não denunciar os problemas que acometem o pequeno time paulista há mais de 10 anos.

Tentei fugir desse debate. Até me submeti a procurar o horário no TV + Show da Zero Hora
dominical para, sei lá, cancelar a eletricidade em casa. Mas a Band não enviou a programação ao jornal. Obs: o Correio do Povo tinha. Mas como os gênios da Caldas Júnior fecharam o acesso para não assinantes, fico sem opções. Até parece a disputa do segundo turno entre Yeda e Olívio. Tudo culpa da RBS, como sempre.

Pensando bem, foi uma ótima estratégia da Bandeirantes. Colocar o debate presidencial para concorrer com as Videocassetadas do Domingão do Faustão e com o Sílvio Santos é ótimo: todo mundo continua sem saber se é para rir ou para chorar.

20h31: na abertura, a Band cacifa seu histórico em debates. Só faltou creditar o sucesso deles a Leonel Brizola e Jânio Quadros.

20h32: no início do debate,Lula parece tenso. Alckmin sorri.

20h33: a produção da Band faz uma pergunta sobre crescimento econômico que dura um minuto. Alckmin parece muito confiante. Nem soa como o governador que deixou um rombo de US$ 1,2 bi para nosso querido Lemo-Lembo.

20h36: Lula manda muito bem na retórica. "O governador podia ter me agradecido pelo o que fiz em 2003". De fato, o Brasil estava no buraco. O problema é que continua nele.

20h41h: Alckmin fala direto para a câmera que Lula deve responder ao povo brasileiro sobre quem foi o responsável pela compra do Dossiê Tabajara.

20h42: "Não tenho medo de debater a pura verdade", diz Lula.

20h44: Lula pergunta sobre a consolidação da Máfia das Sanguessugas. "Meus assessores não são indiciados pela polícia", responde Alckmin.

20h47: o Chuchu fala da máfia dos vampiros e dos sanguessugas como se o problema não tivesse começado no governo do PSDB.

20h49: baixaria. Que coisa lastimável. Vão se canibalizar sobre Ética quando estão pelados.

21h07: Alckmin usa a palavra "eivado" para se referir à quantidade de escândalos no governo Lula. A galera da Rocinha delira.

20h50: "As CPIs saíram pela força dos fatos", replica Alckmin.

20h55: Lula vai para a ofensiva e pergunta sobre as CPIs abafadas pelo governo Alckmin.

20h58: "O Governo de Lula é contra o Rodoanel", reclama Alckmin. Uma obra essencia para o desenvolvimento do país, sem dúvida.

21h: "Parece que o senhor fez algum curso de Psicodrama para decorar o que fala, governador", tripudia Lula sobre a questão do petista ler suas perguntas.

21h05: "O governo é violento no caso do Francenildo".

21h06: Lula fala das denúncias sobre a compra de votos em 1996. Diz que não foi apurado e tal. Bem, talvez a culpa seja da internet.

21h10: eu sabia, Alckmin lê Carta Capital. Exalta o crescimento econômico da Argentina. Tales Alvarenga deve estar decepcionado.

21h17: Lula diz que Alckmin parece estar em uma sacristia. O tucano faz cara de quem chupou limão.

21h18: "Por que vocês não trouxeram o Fernando Henrique aqui? Tão com vergonha dele?" (risos da claque).

21h19: Lula aperta Alckmin sobre a Febem. Daqui a pouco, fala no PCC. "Você quer uma ajuda nossa?", ironiza o presidente.

21h20: "O candidato Lula é um bom comentarista". Só se for do dia seguinte.

21h21: "Eu estive todos esses anos na Febem", diz Alckmin. Pergunta ao espectador quem já não foi jovem e quem nunca errou. Verdade. Quem nunca assaltou, estuprou a matou uma garotinha de 12 anos nos loucos tempos de adolescência?

21h24: "Não queira que em quatro anos eu conserto (sic) o que vocês estragaram em quatro séculos", diz Lula. O presidente continua insistindo que nenhum governo foi tão maravilhoso quanto o do PT, nem mesmo o do JK. "O PSDB não tem quatro séculos", rebate Alckmin.

21h28: Alckmin nunca consegue terminar suas frases. Culpa do tucanês.

21h39: Lula ri quando Alckmin diz que o Brasil foi humilhado pela Bolívia.

21h42: o presidente tenta usar de ironia para responder à pergunta de Alckmin sobre Comércio Exterior. Assim não dá para acompanhar.

21h45: Inédito. Um tucano diz que o presidente do Brasil deve defender os interesses do país. O pessoal da finada Bundas deve ter morrido.

21h55: "Ele sabe tudo do governo Fernando Henrique, é pena que não saiba nada do próprio governo." Essa foi na jugular.

22h05: "A lógica da Ética não é saber antes", diz Lula. Cédulas de dólar não devem coçar muito quando inseridas na cueca.

22h07: Ackmin replica com as "questões substantivas da corrupção". Assim não dá. Hermético demais.

22h11: a câmera da Band mostra Romeu "Rota na Rua" Tuma nas primenrias fileiras da platéia.

22h22: Joelmir Beting afirma questiona sobre a possibilidade de reduzir os juros sem cortar os gastos do governo. Pergunta a Alckmin sobre que gastos serão cortados, quando e quanto. "O governo Lula é o governo tartaruga", diz Alckmin, criticando a gestão petista.

22h24: Lula, ao comentar a resposta de Alckmin, diz que "o atual governo criou as bases para o crescimento econômico" e que propostas de Alckmin são bravatas.

22h25: "Quem faz bravata é PT, que ficou 25 anos falando mal de tudo. Foi lá e fez pior", replica o Chuchu.

22h37: "Você que está em casa, que está agora assistindo, deve saber que não vamos privatizar nada". Estranho, Alckmin nega declarações de um dos principais coordenadores de sua campanha, Luiz Carlos Mendonça de Barros–, à revista Exame. Ali diz que vai trabalhar pela privatização da Petrobras e da CEF. Alckmin nega tudo. Te define: ou caga ou sai do vaso.

22h42: Cristóvam Buarque deve se revirar no túmulo. Estão discutindo Educação.

22h43: Alckmin cita Santo Agostinho: "prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem". Aplausos entre a galera da Opus Dei e os seguidores do Marcola.

22h50: três horas depois, nas considerações finais dos candidatos, lembro que só queria ver os gols do Brasileirão. Culpa da Mídia.

22h58: jornalistas pedem uma avaliação do debate a José Serra e Marta Suplicy. Não adianta, Serra não entra na campanha por Alckmin: foi monossilábico, disse apenas que achou o debate "bom", e não atacou Lula. Já Marta falou um monte, chamou Alckmin de "candidato de plástico" e disse pensar que o ex-governador fosse "mais capaz".

23h20: Marco Aurélio Garcia começa a falar sobre um "Risco Alckmin", terrorismo eleitoral que o PT condenava à época de FHC. Mas nem assim os petistas conseguem criar um factóide.

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