Mondo Tucano

Em entrevista à Folha de hoje, Yeda Crusius (PSDB/ RS) afirma que "o governo Fernando Henrique entregou um país tinindo para o governo Lula". Chega a parecer petista de tão descolada da realidade.

Comparação com FHC é uma "canoa furada" para Lula, afirma tucana

Surpresa na eleição gaúcha, Yeda Crusius diz que ex-presidente entregou país "tinindo" para petista

Candidata diz que governo federal mantém política econômica monetarista sem necessidade, pois cenário externo é mais favorável

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A tucana Yeda Crusius diz que trazer a pauta nacional para a eleição gaúcha será uma ""canoa furada" para o PT, porque, segundo ela, o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) entregou ""um país tinindo" ao governo Lula.

Segundo ela, os petistas mantiveram uma política econômica monetarista -com juros altos e câmbio baixo- sem necessidade, pois o contexto externo foi mais favorável. Por isso, o crescimento do PIB, segundo ela, foi pífio no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Surpresa da eleição no Estado ao ser a primeira colocada no primeiro turno, com 32,90% dos votos e deixar de fora do segundo turno o governador Germano Rigotto (PMDB), Yeda enfrenta agora o ex-governador Olívio Dutra (PT) como favorita, pegando carona na expressiva votação do também tucano Geraldo Alckmin no Rio Grande do Sul.

O PT deve atacar Yeda explorando o fato de ela, como deputada federal, ter votado em Severino Cavalcanti (PP-PE) para a presidência da Câmara. Ele renunciou ao cargo e ao mandato sob suspeita de cobrar propina do dono de um restaurante na Casa. Os petistas também tentam colar na tucana a imagem de "privatista".

Leia os principais trechos da entrevista da ex-ministra do Planejamento no governo Itamar Franco à Folha. (LG)

FOLHA - O PT diz que a sra. vai promover privatizações. Isso está incluído no seu projeto de gestão?

YEDA CRUSIUS - A questão financeira do Rio Grande do Sul não tem nada a ver com o tempo em que se fez um programa de estabilidade, o Plano Real, que implicava em quebra de monopólio. Em 1995, entramos em um ciclo novo mundial. Privatizar qualquer estatal era entregar para o capital estrangeiro. Então, havia um discurso bem treinado, maniqueísta, que procurava isolar o Brasil do resto. Mas isolar do quê, se não existia mais muro? Agora, voltar a essa pauta é voltar a uma pauta que não existe mais. Olham pelo retrovisor. Não vamos privatizar. Pelo contrário, vamos qualificar com gestão todas as entidades estatais.

FOLHA - Na disputa presidencial, o PT pretende fazer comparações com o governo FHC.

YEDA - Se fizerem isso, estarão entrando em uma canoa furada. Vão chamar à discussão o período Lula. O governo Fernando Henrique implantou um programa de estabilização, enfrentou oito crises externas, o país era vulnerável, e ele entregou um país tinindo para o governo Lula. O que foi o governo Lula senão uma seqüência irrefreável de corrupção? Se quiserem nacionalizar a coisa, é ruim para eles.

FOLHA - E o crescimento baixo do PIB em todos esses anos de governos do PT e do PSDB?

YEDA - Sofremos oito crises externas, crescemos pouco, fizemos imensas transformações, mas em 2002 entregamos um país tinindo. Então, o governo Lula deixou passar uma oportunidade de o Brasil crescer a 7%. Ele continuou aplicando receitas monetaristas que não cabiam em um país que não estava sofrendo ataques externos. Que pena que o governo Lula atrasou o país. É um governo que ficou nadando sobre a herança bendita que recebeu, não baixou juros, jogou o câmbio no chão sem nenhuma necessidade. Quem é pífio no crescimento é o governo Lula.

FOLHA - A sra. é criticada porque votou no ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) para presidente da Câmara.

YEDA - Eu votei e tirei. Votamos contra a presidência ser dada ao PT. Como teve segundo turno, às 3h, Severino passou na sala da liderança do PSDB, e firmamos com ele quatro compromissos. Ele montou as CPIs. Foi a gestão do Severino que montou as CPIs em cada denúncia de corrupção. O Brasil não saberia quem é o PT. No momento em que foi denunciado, dissemos que falhou pessoalmente.

FOLHA - O governo Lula se orgulha das CPIs que foram criadas.

YEDA - Não foram dele, foram do Severino.

FOLHA - E no governo FHC, não faltaram as CPIs?

YEDA - Foram 53 CPIs. A única que lembram sempre que não houve foi a do dossiê rosa, que era tão falso quanto este dossiê [contra o tucano José Serra].

FOLHA - No caso da compra de votos para a reeleição, não faltou uma CPI?

YEDA - Nós, parlamentaristas, somos a favor da reeleição. Terminou [a investigação] porque ou [os implicados] pediram afastamento ou foram investigados.

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