Melhores momentos de Franklin MR-8 Martins no Roda Viva

Abaixo, os melhores momentos da entrevista de Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, no Roda Viva de ontem. A transcrição é do próprio programa.

Franklin diz que é um "homem de esquerda" e, entre outras coisas, confirma que sabia da sentença contra Diogo Mainardi (Diego, segundo o juiz Sergio Wajzenberg, que assinou a sentença mas errou o nome do réu) com antecedência, antes mesmo da defesa ter sido anexada aos autos.

É o tal do tiro no pé do Kennedy Alencar, que "achou" a sentença na internet no dia 16, com data do dia 3 e publicada no dia 17 (“rigorosamente a mesma do dia 17, até mesmo os erros de digitação”, segundo ele), sendo que a sentença do dia 17 fazia referência a um documento do dia 10.

Franklin também me deixou desnorteado. Diz que "ser de esquerda é quem acha que a injustiça não é natural e pode ser modificada." Também acho exatamente isso. Céus, será que sou do Pê Tê?

Os melhores momentos vão em negrito, para influenciar você, querido leitor, porque isso daqui não é TV públicagratuitaedequalidade.

Eleonora de Lucena: Ministro, o senhor é favorável à anistia ao ex-deputado José Dirceu?
Franklin Martins: Como?
Eleonora de Lucena: O senhor é favorável à anistia política ao ex-deputado José Dirceu?

>> Márcio Aith: O senhor foi o principal comentarista político do principal jornal da principal emissora de televisão do país. Deixa eu lhe fazer duas perguntas, o senhor alguma vez disse alguma coisa como comentarista que o senhor não diria numa TV pública? O senhor já deixou de dizer alguma coisa que o senhor diria só numa TV pública, gostaria muito de dizer numa TV pública e não conseguiu porque era um TV comercial?

>> Franklin Martins: Não. Mas eu te digo o seguinte, eu, seguramente, não teria apenas um minuto para fazer comentário numa rede pública, entende? Provavelmente você teria mais tempo para aprofundar determinadas questões.

**

>> Hélio Gurovitz: O senhor não está satisfeito com a qualidade do jornalismo brasileiro? é por isso que o senhor gostaria que tivesse uma TV pública? Em que medida o jornalismo praticado por uma TV pública seria melhor do que o jornalismo que é praticado pelo mercado?

>> Franklin Martins: Olha, desculpe, eu não tenho essa satisfação toda, Hélio, que você parece ter com o jornalismo brasileiro. Eu acho que podemos fazer um jornalismo muito melhor, aprofundar muito mais. Debater muito mais as questões. Não é apenas publicar uma opinião, entende? Uma revista fazer uma reportagem. Não, o debate público sobre determinados assuntos.

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>> Augusto Nunes: Ministro. Desculpe a insistência, só para aproveitar o tema levantado pelo Josemar. O senhor está processando o jornalista Diogo Mainardi por considerar ofensivas algumas afirmações feitas pelo Mainardi na sua coluna na Revista Veja. O Presidente Lula acaba de nomear Ministro o Professor Mangabeira Unger que o acusou há pouco mais de um ano de chefiar o governo mais corrupto da história, entre outras afirmações insultuosas. Se o senhor estivesse no lugar do Presidente Lula o senhor levaria o Mangabeira Unger à Justiça ou ao Ministério?

>> Franklin Martins: Se eu estivesse no lugar do Presidente Lula eu teria tido, para começar, 61% dos votos, eu não tive. Eu não tive voto nenhum.Na questão do colunista da Veja, o colunista me acusou de determinados crimes, de fazer tráfico de influência e de ter participado da quebra de sigilo bancário do caseiro. Não apresentou nenhum fato que comprovasse isso. No estado de direito quando alguém acha que a sua honra é atingida, eu achei que a minha honra foi atingida por acusações sem nenhuma comprovação. O que é que se faz? Civilizadamente você entra na Justiça e pede que a justiça decida sobre aquilo. Abri um processo contra ele, a Justiça vem de conceder em primeira instância que eu tenho razão. Ou seja, definiu que não há nenhuma comprovação para as acusações que foram feitas, que a minha honra foi atingida e deve ser reparada e condenou o colunista e a Revista. Eu estou muito tranqüilo quanto a isso absolutamente normal.

>> Augusto Nunes: é o que o Presidente deveria ter feito com o Mangabeira?

>> Franklin Martins: O Presidente saberá enfrentar com o Mangabeira, eu no caso do colunista e da revista que afetaram a minha honra resolvi processá-los e estou muito satisfeitos com o fato em a que justiça tenha reconhecido, primeiro, que não havia nenhuma base para aquelas acusações, segundo, que a minha honra foi atingida e precisava ser reparada e terceiro que tenha condenado quem atingiu a minha honra.

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>> Márcio Aith: Ministro, só dois esclarecimentos aqui. Primeiro, o senhor mandou, o senhor também processou a editora Abril porque a editora Brasil não publicou. uma carta o que senhor teria escrito de fato, em tese exercendo o direito de defesa que o senhor tem. Só um esclarecimento, essa carta não foi publicada e o senhor entrou também com um processo para exigir que a carta fosse publicada e o senhor perdeu esse processo. O senhor perdeu entre outros motivos porque na carta, a pretexto de defender o seu interesse o senhor xingou terceiro de difamador, levianos, bufão, doido avanço, tolo evidencio atitude, bobo da corte, digamos que isso daí também está dentro do escopo da intoxicação que houve, que talvez tenha contaminado toda a imprensa. Agora o senhor falou do estado de direito. Só queria lhe dizer uma coisinha. O senhor ganhou de fato um processo. Mas o senhor ganhou de fato um processo só que a sentença que o senhor ganhou foi anuncio à antes da defesa dos réus terem sido lidas pelo Juiz. Terem sido anexadas pelo Juiz. Não era nem meu interesse tocar nesse assunto aqui. Já que o senhor tocou eu queria lhe dizer. Também não faz parte do estado de direito ler a defesa dos réus antes de julgar? Essa é a primeira pergunta. Deixa eu fazer uma segunda pergunta para o senhor.

>> Franklin Martins: Eu respondo a primeira Márcio, eu... Se a revista veja ou o colunista acham que houve algum vício na decisão do Juiz o que têm que fazer? Algum instrumento legal deve ser acionado para que a decisão do Juiz deva ser refeita, isso deve ser feito e a Justiça decidirá. O que não cabe nem a mim nem a você, nem à revista é dizer o que aconteceu. Cabe à Justiça definir. Então.... A justiça esclareça.

>> Márcio AitH: O senhor está certo.

>> Franklin Martins: Que o Juiz que deu a sentença esclareça, eu acho que ele poderá esclarecer eu imagino que ele possa esclarecer e vamos ver o que acontece.

>> Márcio Aith: Falando do esclarecimento, o senhor sabia desse fato antes da sentença ser divulgada na terça-feira.

>> Franklin Martins: Evidentemente que eu sabia, meu advogado me avisou, estava no site da Justiça Federal.

>> Márcio Aith: Antes?

>> Franklin Martins: Eu não vou ficar entrando nesse tipo de coisa.

>> Márcio Aith: O senhor quem tocou nesse problema.

>> Franklin Martins: O Márcio, que a veja e o colunista acionem....

>> Márcio Aith: Recorrerão.

>> Franklin Martins: Acionem contra o Juiz, pronto e aí a justiça decide, se o Juiz cometeu alguma coisa ou se o Juiz não cometeu e simplesmente a veja e o colunista estão imaginando alguma coisa que não corresponde aos fatos. é ir para a justiça. Correr o risco não é só falar não. é correr o risco, ir para a justiça abrir um processo.

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>> Eleonora de Lucena: Ministro, o senhor se referiu à grave crise política do último ano e meio. O senhor acha que mudou alguma coisa no governo e no PT depois do mensalão? E... E o senhor se filiara ao PT?

>> Franklin Martins: Não entendi a segunda parte?

>> Eleonora de Lucena: O senhor se filiaria ao PT?

>> Franklin Martins: Não.

>> Eleonora de Lucena: Por que não?

>> Franklin Martins: Não sou filiado a partido nenhum e não estou interessado em me filiar.

>> Eleonora de Lucena: O senhor acha que o PT é melhor, pior, aconteceu alguma coisa depois do escândalo do mensalão.

>> Franklin Martins: Eu acho que o governo, eu estou trabalhando no governo e não no PT, acho que o governo aprendeu com a crise, as pessoas, as instituições são melhores quando aprendem com seus erros e a situação.

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>> Eleonora de Lucena: Ministro, o senhor é favorável à anistia ao ex-deputado José Dirceu?

>> Franklin Martins: Como?

>> Eleonora de Lucena: O senhor é favorável à anistia política ao ex-deputado José Dirceu?

>> Franklin Martins: Acho que não é a questão do momento, eu acho que o Deputado José Dirceu foi objeto de um julgamento político. O Congresso diante do caso que foi apresentado fez um julgamento político, decidiu cassar o mandato dele e retirar os direitos políticos dele por 8 anos.

**

>> Eleonora de Lucena: Como o senhor se define hoje, o senhor se considera um socialista?

>> Franklin Martins: Sou um homem de esquerda muita gente acha que não existe esse negócio de direita e esquerda.

>> Eleonora de Lucena: O Presidente é de esquerda?

>> Franklin Martins: Acho que é, sem dúvida, ele lidera um governo de centro-esquerda, e acho que o Presidente é um homem de esquerda. O que define isso? Esquerda é quem acha que o mundo é injusto e naturalmente não muda, ou seja, o mercado apenas aprofunda, magnífica a injustiça. O mercado não reduz a injustiça. Para isso é apreciação política, o papel do estado corrigindo as distorções que o estado faz. Evidentemente você tem enormes matizes dentro do que é ser de esquerda. Mas basicamente o que é ser de esquerda é quem acha que a injustiça não é natural e pode ser modificada.

>> Eleonora de Lucena: O senhor se colocaria à esquerda do Presidente ideologicamente?

>> Franklin Martins: Eu me considero no momento cumprindo missões que o Presidente me der a seguir.

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