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Kitsch também é cultura, afinal

O Diário Gauche publicou no dia 7 de maio, aparentemente (porque não tem data nos posts — e, aliás, nem link direto), o relato de um garçom do hotel Villa Michelon, de Bento Gonçalves, que participou do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes de Cultura. A atuação de nossa secretária, Mônica Leal, foi tão pertinente quanto se poderia esperar daquele personagem de Hanns Johst em uma peça do Zé Celso Martinez.

No primeiro dia, a filha de Pedro Américo Leal, defensor de primeira hora do faroeste institucionalizado, faltou ao encontro com seus colegas para receber uma medalha por "bravura" da Brigada Militar. Provavelmente, por ter enfrentado com destemor os descontentes com a indicação de um filisteu para a pasta da Cultura.

Não satisfeita com o sucesso do primeiro dia, no segundo Mônica Leal chamou à ribalta o colunista Azul Marinho para apresentar o projeto do DÉBUT NACIONAL. Não, é sério. Como forma de resgatar os valores familiares, haverá um tour de force de bailes de debutantes Brasil afora: "Trata-se de uma seqüência nacional de bailes de debutantes, um em cada Estado, para depois coroar o feérico projeto com um grande baile nacional de debutantes em local e data a serem definidos pelo fórum de secretários de Cultura." Difícil decidir se o mais chocante é a inutilidade ou a breguice da idéia.

Um e-mail foi enviado à secretaria, para confirmar a informação. Aguardem o próximo capítulo desta emocionante saga.

Por Marcelo Träsel em 08.05.07 às 22:50 - comentários (13)

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