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Um bom Cala a Boca pode funcionar como argumento

O cala a boca, guri de mierda dado pelo rei da Espanha ao ditad...ops, presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi a melhor contribuição feita às bases da Hiperdocumentação que reina nesses tempos bestas. Juan Carlos não só falou o que boa parte do mundo – diga-se: eu –, pensa, como abriu o melhor precedente para ridicularizar aquela anta: ficou tudo gravado e o passaralho virou até ringtone de celular. Como os venezuelanos não devem ter assistido ao episódio, resta a esperança de que baixem a bagaça pela Internet e exerçam uma desobediência civil básica.

Pára de choramingar, porra. Até parece o Rigotto

O episódio podia servir de exemplo aos políticos brasileiros. Antes do desabafo real, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, defendeu seu antecessor, José Maria Aznar – qualificado como fascista por Chávez. Longe de mim defender Aznar, mas gostaria de saber qual seria a reação de FHC se falassem isso sobre Lula e vice-versa.

Sei, a Espanha saqueou a LatinoDisney, apoiou a guerra no Iraque, é dominada pela Opus Dei, yadda yadda yadda. Mas antes que venham com esses argumentos de Quinta Série/ Campus do Vale, lembrem-se que os espanhóis sofreram por 44 anos sob o jugo de Francisco Franco. O próprio rei nasceu no exílio, 7 anos depois do golpe, em 1938. Não conheço Juan Carlos, mas não consigo imaginar alguém melhor para tocar o horror naquele apedeuta.

P.S: quero de volta as horas de minha vida que perdi depois de acompanhar um discurso de Chávez durante o último Fórum Social Mundial, em 2005.

Por Rodrigo Alvares em 12.11.07 às 22:05 - comentários (13)

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