Então, foi mais ou menos assim: depois de mais uma noite de farras com os novos reis de Florianópolis, voltei pro hotel, capotei e acordei às dez pras oito. Banho, café-da-manhã (uma torrada + seis copos de suco de laranja, tentei ficar sem mijar até o Japonês, mas fui vencido), uma última arrumada nas coisas e lá vamos nós, com três mochilas e uma barra de exercícios, rumo à rodoviária.

Me acomodei na poltrona 21, janela, folguei em saber que ninguém havia adquirido a poltrona 22, abri a cortina e puxei minha caneta e meu caderno de dois reais das Americanas. Hora da verdade, ainda que estejamos falando de ficção.

De começo, achei que o o JOSELITO BORDERLINE SEM NOÇÃO que sentou atrás de mim e foi a viagem inteira fazendo barulhinhos com a boca, cantando baixinho, assobiando, batucando na poltrona e tentando argumentar com as próprias vozes internas fosse representar alguma ameaça ao projeto, mas rolou tranquilo: além de ter escrito umas 20 páginas, ainda reescrevi outros trechos e fiz um mapa geral da narrativa, que obviamente será barbaramente desrespeitado, inclusive com ofensas à mãe, durante o processo.

Não sei se vai prestar, mas já é mais uma questão de disciplina do que qualquer outra coisa. O trabalho agora é o de ligar os pontos, descobrir o que acontece entre os capítulos quatro e seis, por exemplo, e se realmente existe um capítulo cinco.

Vou fazer um curso pelos próximos nove dias, acho brabo eles me deixarem postar durante as aulas, mas vou tentar manter o ritmo, nem que seja postando sò à noite.

Trouxe três carrinhos para o Santiago, ele fica horas abrindo e fechando as portas.

É bom estar em casa.