por Marcelo Firpo

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Não acaba nunca

Santiago na pracinha, cavando a terra com os pés.

"Tá cavando um buraco, filho?"

"Sim, tô procurando o TIJOLO."

"Que tijolo?"

"O TIJOLO dos PIRATAS."

30/05/2007 10:19 | Comentários (10) | TrackBack (0)


Healthy choice

Na quitanda perto da agência. Na minha frente na fila do caixa, uma senhora que calculo por baixo ter uns 700 anos. Ela tem umas moedinhas na mão e pede coisas de nomes incompreensíveis para o seu Quitando. Ele estica a mão e volta com vários maços de cigarros. Me sinto em Marte, nunca ouvi falar de nenhum deles.

"Esses aqui são um e cinqüenta."

A velhinha parece desconsolada, não tanto pelo fato do dinheiro não dar, mas mais pela sua evidente incapacidade de saber o quanto valem as moedinhas que tem na mão. O seu Quitando ajuda:

"Ó, tem o OSCAR, um e vinte", diz, apresentando outra embalagem jamais vista.

A velhinha segue impassível, e ele resolve agilizar as coisas pegando quase todas as moedas da mão dela.

"Pronto, um e vinte."

Entrega o maço, ela sai feliz.

Para saber o preço do meu leite de soja, entretanto, ele precisa da ajuda de dois outros funcionários.


28/05/2007 18:19 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Dorémi

Comentário do Santiago ao ouvir a versão instrumental de uma música que ele só conhecia com vocais:

"Mas não tem ninguém nessa música!"

23/05/2007 22:04 | Comentários (6) | TrackBack (0)


: ~

(Noite, antes de dormir)

"Eu já sou grande."

"Tu quer ser grande?"

"Quero."

"Legal. Quando tu for grande, tu vai viajar bastante com o papai. Nós vamos pra um monte de lugares."

"E nós vamos na praia, e naquela água grande que tem na praia, como é o nome daquela água grande que tem na praia?"

"Mar."

"Ah, isso mesmo, nós vamos no mar. Vamos agora no mar?"

"Não, tá muito frio, a gente vai ter que esperar um pouco."

"Ah, tá. (pausa) E agora?"

Ser pai é ter diálogos assim, todos os dias.

22/05/2007 00:29 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Sink or swim

Bastante espartano, o começo. Não exatamente no sentido de simples ou despojado, mas de duro mesmo. Descascando setenta abacaxis ao mesmo tempo e quase não conseguindo manter a cabeça fora d´água. Operação, operação, operação. Queria que fosse estratégia, estratégia, estratégia, mas ainda não dá. Vejo o Santiago de manhã, durante uns vinte minutos antes de sair pra trabalhar. Não tenho almoçado muito em casa. Quando chegar, ele já vai estar dormindo. Essa é a pior parte. Sabia que não ia ser fácil, mas o tipo de questão a resolver é que é meio inesperado. O swim do título é puramente metafórico: faz mais de uma semana que ando com toalha e sunga na mochila, sempre secas.

17/05/2007 21:56 | Comentários (14) | TrackBack (0)


Cão

"Cão sem dono" agora à noite, escrevo sem muita pensar muito no assunto, só o tempo de vir dirigindo pra casa.

Gostei bastante de quase todo o filme, mais precisamente dos dois primeiros terços. Tainá está muito, muito bem; achei que ia implicar mais do que impliquei com o Júlio Andrade, e os dois funcionam como casal. A edição toda fiadaputa também funciona, às vezes se tem a impressão de estar vendo o copião do filme, antes da edição, mas de um jeito bom. Muito massa o motoboy, também.

Duas ou três cenas que vão ficar na memória: Marcela cantando enquanto Ciro toca violão; ele passeando de ônibus e uma musiquinha interessante ao fundo. Quem souber me diz o que é.

Coisas que não gostei: às vezes o filme parece quebrar as suas próprias regras de um jeito meio desastrado. Exemplo: até Marcela ir embora, está suficientemente claro pra todos nós que o Ciro é um cara fechado e embrutecido. O sofrimento dele, portanto, não precisaria ser nada muito óbvio. Aquela sequência em que ele fica escrevendo uns poeminhas de bosta com locução em off me constrangeu horrores. Ninguém precisa escrever emopoesia pra demonstrar que está sofrendo, e no personagem isso ainda por cima soa postiço.

Na verdade, da saída da Marcela de cena em diante nada parece funcionar muito bem, não por uma questão de atuação, mas de roteiro, mesmo. As cenas começam a ficar meio esquemáticas demais, quando o grande mérito do filme até então tinha sido essa despreocupação em se explicar.

Como leitor, senti muita falta de um equivalente cinematográfico do monólogo final da Marcela. Nada contra happy endings mais assumidos, só acho que merecíamos ouvir um pouco a voz da personagem. Sem isso, ela também acaba ficando meio unidimensional. Ao final do livro, ela se revela uma pessoa inteira. No final do filme não é dado o tempo para tanto.

Ainda assim, gostei. A visão de Porto Alegre é sincera, profunda, escapando tanto dos clichês (abraçados com entusiasmo tantas vezes por cineastas daqui) quanto da idealização (puta cidade feia do caralho, e isso está no filme).

Agora, Nação Zumbi pós Chico Science nos créditos finais é pra foder

17/05/2007 00:14 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Constatações

Olho pelo retrovisor e Santiago, sentado em sua cadeirinha, está levantando as mãos para o teto do carro, uma, duas, três vezes. Pára. Dá um suspiro desconsolado. Com a voz mais chorosa deste mundo, declara:

"Eu não tenho braço comprido."

14/05/2007 09:51 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Whereabouts

Tudo tranquilo, mesmo em meio à correria. Aprendendo a controlar os processos da nova agência e resolvendo os probleminhas um a um, sem muito stress.

Em casa, eu e Santiago gripados. A diferença é que eu já sei assoar o nariz e ele só sabe reclamar a respeito. Ministrar remédios segue sendo uma tarefa gilgaméshica, com o agravante de que, quando conseguimos, volta tudo na forma de vômitos que fariam a guriazinha do Exorcista corar. Anteontem, nesta função toda, fui dormir às cinco e meia da manhã e acordei às sete.

E eis aqui o mais estranho: não sinto cansaço nenhum. Deve ter a ver com o tal do empreendedorismo. E criar um filho também tem a ver com isso.

10/05/2007 16:06 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Marketing as usual

Jamais vou me recuperar da capa da última Bravo. Estava em casa, sábado de tarde, se não falha a memória, me dou conta de uma capa diferente sobre a pilha de revistas ao lado da cama e avanço, pimposo, em sua direção. Primeiro percebo que é uma Bravo, letras brancas sobre um fundo laranja fosforescente, um mosaico de fotos e um título de matéria. Ao pegar a revista, leio primeiro o título "QUEM É QUEM NA NOVA ONDA DA LITERATURA LATINO-AMERICANA", aí penso "que interessante, deve ser com caras tipo aquele que escreveu um livro sobre as técnicas de masturbação do batman e robin, mais alguns guris argentinos, massa, talvez até o Galera tenha entrado na lista e..." e subitamente, ao olhar para as fotos, sou arremessado por uma fenda temporal. Não é possível. Tem uma foto do Cortázar aqui. E outra do Sabato. E Garcia Márquez. E Vargas Llosa. O chão escapa dos meus pés, o suor corre frio pelas minhas costas, a respiração ofega. Benedetti, Isabel Allende e. Não, não pode ser. Sim, é ele mesmo. BORGES. Estou sentado no chão agora, tentando obter algum sentido para a vida. Meus olhos vasculham o quarto. Controles remotos, dois, o da Net e o da TV. Certamente não havia controles remotos nos anos sessenta. Deve haver alguma explicação. Talvez o título fosse "QUEM É QUEM NA LITERATURA LATINO-AMERICANA" e alguém sapecou "NOVA ONDA DA" só pra tirar, inevitável, uma nova onda. Consulto o índice. Ali eles explicam que o mote da matéria é uma reedição nacional das obras do Vargas Llosa. Recupero o fôlego. Folheio a revista, talvez leia mais tarde, mas algo da vontade inicial se perdeu. Aguardo ansiosamente pela próxima edição com a nova onda da pintura européia, apresentando promessas como Michelangelo e Van Gogh.

06/05/2007 21:06 | Comentários (12) | TrackBack (0)


Atendendo a pedidos

Santiago - que escreve este post junto comigo - segue surpreendendo a cada manhã.

Esses dias ele me olhou e, primeiras palavras do dia, disse que queria um boneco de neve.

Hoje de manhã me pediu um "café-da-manhã sem manhã, só café".

05/05/2007 10:53 | Comentários (13) | TrackBack (0)


So you think you´re funny, right?

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Isso aqui tá parecendo um jornalzinho interno, eu sei, juro que mudo de assunto no próximo post, mas achei que vocês gostariam de comentar a respeito da foto oficial dos sócios, enviada com os releases para os veículos. Foto de Raul Krebs.

02/05/2007 14:42 | Comentários (21) | TrackBack (0)