por Marcelo Firpo

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Artilharia

Entro no quarto e Santiago está deitado na cama, com as pernas esticadas e as solas dos pés descalços voltadas para o teto.

"O que tá fazendo, filho?"

"Tô tentando matar um mosquito com o meu chulé, papai."

27/03/2008 19:17 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Juno

Quase deixei de ver Juno, como deixei de ver Pequena Miss Sunshine nos cinemas. Quase fiz isso porque ouvi demasiadas opiniões sustentando que a) Juno era o Pequena Miss Sunshine deste ano e b) É só legalzinho, nada demais. Nada disso. Pequena Miss Sunshine eu vi esses dias na TV, e confirmou-se a idéia que eu tinha a respeito do filme, de que é um Sundance default, dá control + R no laptop do Robert Redford e aparecem pastas e mais pastas com roteiros assim. Juno, não. Minha tese é de que essa Diablo Cody é praticamente uma lama. Só alguém com um carma muito bom poderia escrever um roteiro assim, sem vilões, sem violência física ou psicológica, sem crueldade e, ainda assim, envolvente, interessante. Ficava o tempo todo esperando que alguém se mostrasse terrivelmente perverso, que alguém passasse por uma situação excruciante, que alguém fosse barbaramente abusado (bom, tem a técnica de ecografia, mas para efeitos de tese vamos desconsiderá-la), que a van da família capotasse na neve ou que a guria fosse estuprada por uma matilha de cães selvagens no caminho da casa para a escola, mas nada disso acontece. O filme é bom, do começo ao fim. Na verdade, a bondade dele desarma. Tu entra no cinema achando que vai entrar em mais um atoleiro de ironia espertinha de sitcom, mas não. Me peguei várias vezes pensando na absoluta impossibilidade de um diretor brasileiro filmar uma história como esta, de como a cultura nacional ia se meter em tudo e arruinar cada fotograma com doses generosas de crítica social, melancolia coitadinha e maneirismos estilísticos. Existe um tipo de arte que só se consegue fazer quando todo o básico já foi equacionado. Até lá, dê-lhe Central do Brasil.

25/03/2008 14:05 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Zombina

Isso é o máximo de concisão a que se pode chegar para explicar o fim de qualquer relacionamento: I love you but I love rock´n´roll more than I love you.

19/03/2008 15:01 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Mantra

Se é possível gostar de um restaurante a ponto de querer casar e ter filhos com ele, este é definitivamente o caso. Faz semanas que eu almoço religiosamente todos os dias no mesmo lugar, esse restaurante indiano-vegetariano na Santo Antônio, passando a Independência, em direção à Floresta.

Começa com uma cumbuca de sopa, com lentilhas, gengibre e sabe-se lá mais o que, raspas de buda, talvez.

Depois vem um PF indiano que nunca se repete.

E suco, que também sempre muda.

E sobremesa.

E chá.

E dá pra repetir o que quer que se queira, mas é tão bom que eu nunca repito, porque ao final eu estou sempre feliz.

E essa felicidade toda custa apenas doze reais.

19/03/2008 11:13 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Free Tibet

Tibetanos. Uns caras meio barrocos, mas ainda assim boas pessoas. Dê uma força, assine aqui.

18/03/2008 20:39 | Comentários (2) | TrackBack (0)


O grande atoleiro da produção nacional

Fui ver "Mutum", o filme. Saí tão rápido do cinema quando acabou que cheguei a esquecer minha mochila na sala de projeção.

17/03/2008 23:13 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Blue Sky > Pixar

Fui ver "Horton e o Mundo dos Quem" com o Santiago sábado. Fazia tempo que ele queria ir ao cinema, depois da malfadada excursão ao "Meu Monstro de Estimação", cuja sequência em que o guri dá de cara com o monstrinho pela primeira vez e ambos levam um susto um do outro, depois de excruciantes instantes de suspense em meio a uma noite de tempestade, traumatizou meu filho para todo o sempre, a ponto dele se virar para mim, no escuro e dizer "papai, acho que esse filme não é pra criança".

Pois bem. Desde então, toda vez que passávamos por um cinema ele perguntava "Será que tem filme de criança passando?", numa sutil crítica à falta de noção do pai. Quando Horton entrou em cartaz, achei que era a oportunidade ideal para reatar o laço com o cinema. Nada de atores de carne e osso, nada de monstros do loch ness e dos mesmos produtores de "A Era do Gelo". Acertamos.

Boa animação, ótimas gags e uma piada bem no final, envolvendo um coelhinho, que está entre os pináculos do cinema ocidental. Santiago ficou com um pouco de medo do Vlad, o urubu-vilão, mas relaxou quando eu garanti que no fim o elefante-herói venceria. E, de fato, venceu.

Melhor que qualquer coisa já feita pela Pixar.

17/03/2008 10:28 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Quatro anos esta noite

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E mais duas notas rápidas:

-Numa livraria, lendo a história do Chapeuzinho Vermelho para o Santiago. Já contei esta um milhão de vezes para ele, mas é a primeira vez em que uso um livro ilustrado. Subitamente, empaca numa imagem da vovó trancada num roupeiro de madeira, bem roupeiro de vovó mesmo, com buraquinhos de ventilação em forma de coração nas portas. Achei que ele fosse se impressionar com a imagem do lobo saltando da cama atrás da chapeuzinho, mas é o desenho do móvel da vovó que o deixa matutando. Súbito, olha pra mim e fala "Mas esse não é o mesmo roupeiro da história que tu conta."

-Depois do almoço, voltando do shopping, ele me pergunta de sua cadeirinha: "Papai, a comida que a gente come desce rápido pra barriga?" Respondo que sim. Como se mantém em silêncio, dou uma olhada para trás. Ele está com a camiseta levantada, olhando fixamente para o próprio umbigo. "Mas eu não tô vendo ela passar."


03/03/2008 16:37 | Comentários (11) | TrackBack (0)