por Marcelo Firpo

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Sobre a precariedade

Vindo para casa, passo por um senhor, nem tão velho assim, de calça de tergal e tênis de corrida.

Para entender como ele caminhava, faça o seguinte: fique de pé, em posição de sentido. Agora, arraste o pé direito pare frente, até o ponto em que o seu calcanhar se alinhe com o meio do seu pé esquerdo. Agora repita a operação com este pé, isto é, deslizando-o meio-pé, e assim sucessivamente. Para realçar o efeito dramático, curve o seu corpo ligeiramente para frente, de modo que cada meio passinho seja na verdade um pequeno desequilíbrio.

Não quis olhar muito, por delicadeza. Quando cheguei na esquina, fingi que olhava para a rua, para ver se vinha algum carro, e aproveitei para ver qual a distância que ele já havia percorrido.

Estava sentado, no murinho de um edifício.

31/10/2005 19:57 | Comentários (3) | TrackBack (0)


A Imelda Marcos das letras

Dei aquela banda amiga com o Santiago na Feira do Livro, ontem. Depois de perseguir balões de hélio e brincar na pracinha da área infantil, a maior parte do tempo carregando 13kg de puro patrimônio genético, resolvi recompensar minha coluna cansada com três livrinhos, todos comprados na mesma banca, ao lado da entrada do Margs:

-Sagarana, Guimarães Rosa
-O Auto da Compadecida, Ariano Suassuna
-Mente Zen, Mente de Principiante, Shunriu Suzuki

Compro mais livros do que consigo ler.

É ruim, mas o contrário seria pior.

31/10/2005 12:43 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Singalong

Isto é precisamente o que eu chamo de um post.

29/10/2005 18:28 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Ontem

Depois de considerar seriamente a hipótese de não ir devido ao cansaço acumulado da semana, o perfeito idiota consegue sair de casa e demora uns quinze minutos para achar o tal bar Alive, numa esquina torta da Ipiranga.

A entrada no bar em si, como diria um roteirista hollywoodiano que leu muito Joseph Campbell, já é por si só o cruzamento de um primeiro limiar: dentro tudo é escuro, mal se enxergam os rostos. Será que os bares eram tão escuros assim em 2000?

O perfeito idiota se comporta como um astronauta. Move-se lentamente, como se a gravidade fosse menor, e sente-se um pouco constrangido pelo fato de aparentemente não conhecer ninguém no lugar. É retirado do estado de semitorpor por um par de rostos conhecidos, que inclusive lhe oferecem cerveja. Ele inicialmente recusa.

O perfeito astroidiota conversa, interage, mas há uma espécie de película entre ele e o mundo. A atividade interna é muito intensa, tudo o que acontece é pesado, calculado, refletido. Não é que o perfeito idiota não esteja se sentindo à vontade; ele está na verdade fascinado com os extremos da vida, com os diferentes universos que a simples decisão de sair pode desvelar.

Poucas coisas no mundo teriam o poder para tirar o perfeito idiota de casa numa sexta à noite, depois das decisões difíceis no trabalho e depois de ter feito, com muito esforço, o filho nanar. Um show da Video Hits seria uma delas.

O perfeito idiota conhece Diego Medina há muito, muito tempo, desde os tempos em que zanzava pela Sound&Vision, uma locadora de CDs importados, circa 1995. Três coisas o fascinam no sujeito: o coração maior que o mundo, pulsando do lado de fora do corpo, facilmente perceptível a cada reencontro, em cada abraço pilhado; a personalidade flamboyântica e o talento musical absurdo. Esta última qualidade só ficou totalmente clara para o perfeito idiota depois de um show no Garagem, circa 99, em que ouviu pela primeira vez Video Hits e comprou o CD demo, que se tornou a trilha daqueles anos.

O perfeito idiota se preocupa com o horário. Está ansioso para que comece e ele possa ouvir novamente todas aquelas musiquinhas que embalaram sua pós-adolescência, mas também está cansado.

Antes do sow começar, o perfeito idiota acha que vai ficar num canto, ouvindo e vendo de longe.

O perfeito idiota lembra-se de outros shows, em outros lugares. Lembra-se de como costumava ficar pulando na frente do palco. Acredita firmemente que só o excesso de hormônios poderia justificar tal comportamento. Sorri benevolente, pensando em si mesmo em 2000, tantas coisas para provar para si mesmo, tantos apegos, tanta inexperiência. Tanta energia.

Finalmente, o pano que cobre o palco é retirado e lá estão todos eles. O perfeito idiota aplaude, e não consegue deixar de se sentir um pouco como aqueles velhinhos de sessenta anos que vão a shows dos Eagles para ouvir "Hotel California".

Diego e sua trupe conversam entre si antes de começarem, parecem estar tentando se lembrar de como se inicia um show. O perfeito idiota chega a temer, por uma fração de segundos, que eles não consigam. E então começa.

"Que vontade de voltaaaaaaar / tanta coisa pra fazer / tanos dias pra viver / e umas contas praaaaa pagaaaaar"

Não podia começar com uma letra mais apropriada. Uma onda de alegria envolve a multidão, mas apenas respinga no perfeito idiota. Para não dizer que ele não interage com o ritmo, ele mexe uma perna.

Franco chega para o perfeito idiota e comenta que é uma pena que Keigiro, que trabalha em Florianópolis, não tenha conseguido vir a tempo para o show. O perfeito idiota se sente mal por ter sido o responsável pela transferência do amigo para tal rincão marítimo, e se lembra que "Epilético" era o hino do departamento, executada pontualmente às 17h, durante o período em que esteve exilado por lá.

As músicas vão se sucedendo, "Sobras", "Cozinha Oriental", "5a Embalada", os comentários de Diego vão ficando cada vez mais Medinas, e o perfeito idiota se dá conta que a onda de alegria já molhou as barras cuidadosamente dobradas de suas calças. É realmente uma pena o Keigiro não estar vendo isso, pondera o perfeito idiota.

Diego se recusa a cantar "Menino Feio", por não se lembrar da letra, mas Gus e Cherry sobem no palco, dispostos a tudo. A música sai, como saem do chão os pés do perfeito idiota. Que hormônios, que nada.

O perfeito idiota se lembra do paraibano Calazans, que costumava dizer que esta música resumia a sua vida, ou algo parecido. Se lembra também de Bin e Bruno, todos entupidos de cerveja e camarão em Florianópolis e ouvindo o Registro Sonoro Oficial.

O perfeito idiota percebe-se subitamente rouco e mais uma vez lamenta a ausência do japa.

O perfeito idiota, talvez pelo efeito da cerveja que ele começou a beber há pouco e para a qual seu frágil organismo não está preparado, anota mentalmente que este show deveria acontecer, no mínimo, semestralmente. A letra da anotação mental sai bem garranchuda.

A banda ataca com "Sentido Anti-Horário", uma das mais belas canções de amor jamais escritas, e em meio ao mar de cabeças pululantes, o perfeito idiota enxerga as inconfundíveis feições de Keigiro, que sim, conseguiu se liberar da agência, atravessou a BR101 e chegou a tempo. O Japonês Voador comenta que quase chorou ao entrar no bar.

Mais algumas pérolas do cancioneiro popular se sucedem e o show se encaminha para o final. Estão todos molhados e felizes. O perfeito idiota tem que segurar um casaco de couro, porque achou que ia passar frio.

"(Vo)C" escangalha com tudo de vez. O perfeito idiota sorri embevecido.

Quando tudo termina, as pessoas ficam conversando em rodinhas, tentando manter viva a magia. O perfeito idiota pensa seriamente em festejar o seu aniversário, só para dar à banda mais um pretexto para tocar.

O perfeito idiota bebe mais uma cerveja, conversa mais um pouco e se encaminha para a porta. Várias pessoas com quem ele não falava há muitos e muitos anos insistem para que fique, beba mais, aproveite a noite, mas o perfeito idiota, por perfeito idiota que é, acha melhor ir embora.

Como na parábola budista, flores nascem de suas pegadas.


29/10/2005 09:31 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Eu tenho os melhores amigos do mundo

Minha mulher me pergunta, furibunda, quem foi que me mandou o Hino do Elefante de Olinda pelo celular.

Respondo que não sei.

Resolvo tentar ligar de novo pro número, prefixo 81, Pernambuco.

Atende a Cecils. Ela NÃO SE LEMBRA de ter mandado.

Amo meus amigos bebuns, de paixão.

29/10/2005 09:27 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Morte súbita

Se eu fosse o José Alencar, já me preparava para assumir a Presidência.

27/10/2005 16:24 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Reserva sala, reserva hotel, reserva vôo, reserva equipamentos, quem busca no aeroporto?

Produzir EVENTOS.

Poucas coisas me metem tanto medo neste mundo.

Ainda assim, tentamos.

26/10/2005 10:28 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Sou da paz

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Segue em alto nível o debate sobre o desarmamento, com argumentos sólidos de parte a parte.

25/10/2005 17:36 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Momento lírico da noite

Santiago tentando colar de volta uma folha que caiu da plantinha.

24/10/2005 20:17 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Prato do dia

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Demorei uma década pra comprar o Livro do Mal que este rapaz lançou, porque implicava com a história de vir com um CD de brinde.

Quando finalmente comprei, há alguns meses, li muito, mas muito rápido, fascinado com a facilidade que ele tem de estabelecer uma atmosfera em duas ou três linhas.

Não escutei o CD até agora, mas fiquei me perguntando como ele se veria numa narrativa mais longa.

Minha pergunta vai ser respondida quarta, 26 de outubro, a partir das 19h, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country, Av. Túlio de Rose, 80.


24/10/2005 17:54 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Post

Pelo menos um bom argumento o pessoal do Não tinha: "As pessoas que te pedem pra votar no Sim hoje são as mesmas que te pediram pra votar no Lula ontem."

24/10/2005 09:29 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Hino do Elefante

Mensagem de texto no meu celular, esta manhã:

Oliiiiiiiiiinda, quero cantar
a ti
esta canção

Teus coqueirais
o teu sol, o teu mar
faz vibrar meu coração
de amor, a sonhar

Minha Olinda sem igual
Salve o teu carnavaaaaaaal

:~~~~

Obrigado, tentei ligar de volta mas não completou.

21/10/2005 10:31 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Não bom

Das quatro pessoas pra quem mandei minha novelinha pra ser lida e avaliada, apenas uma alma caridosa efetivamente leu até o fim e fez observações.

Não sei bem o que faço agora, se espero aparecer um concurso, se mando pra editores ou se rasgo meu laptop.

20/10/2005 14:44 | Comentários (20) | TrackBack (0)


Pai herói

Eu também ia postar sobre isso.

Me emocionou, pra dizer o mínimo.

20/10/2005 09:15 | Comentários (3) | TrackBack (0)


JESUS CRISTO REENCARNADO

Fernandao_1605.jpg

19/10/2005 21:38 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Minha vida é andar por este país

Almocei JAVALI num espeto corrido na estrada hoje. Massa, nunca tinha provado.

19/10/2005 17:19 | Comentários (5) | TrackBack (0)


!

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18/10/2005 11:22 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Zeitgest

Passando pela seção de brinquedos do Zaffari, me deparo com velhos conhecidos: os playmobil. De longe, percebo que são modelos diferentes daqueles com os quais eu brincava em priscas eras. Me aproximo e me dou conta que estou diante dos novíssimos playmobil TROPA DE CHOQUE (todos de preto, com máscaras de gás pretas, escudos e pistolas combinando) e OPERÁRIOS QUE LIDAM COM LIXO TÓXICO (acompanha um barril cheio de símbolos químicos e avisos de "perigo").

Fiquei um pouco chocado a princípio, mas depois me dei conta que os brinquedos precisam acompanhar os novos tempos.

Não vejo a hora de me deparar com o playmobil-bomba.


Em tempo: quando completar quatro anos, o Santiago vai herdar a maior coleção privada de playmobils da América Latina.

17/10/2005 13:56 | Comentários (19) | TrackBack (0)


Salam

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A grande notícia do final de semana eu tive ao rever, na TV, este documentário, que mostra o dia-a-dia e as opiniões de diversas crianças israelenses e palestinas.

O guri mais gente boa de todos era esse TURQUINHO aí de cima, à direita na foto, o Faraj. Além de mais articulado, foi a criança que mergulhou mais fundo na experiência, recepcionando dois gêmeos israelenses na sua casa, que se não me engano ficava na Cisjordânia, e se emocionando afu ao se dar conta, no fim de um dia de brincadeiras, que provavelmente não teria mais a oportunidade de ver os novos amigos.

Pois bem. Na versão mostrada ontem há um acréscimo de uns quinze minutos, em que podemos ver como vivem hoje cinco das sete crianças mostradas. A maioria continua meio que na mesma: os gêmeos entraram pro exército e seguem mangolões, um gorduchinho de direita manteve as suas posições extremadas, uma guriazinha ainda chora o irmão militante preso, mas o legal mesmo é ver o que aconteceu com o Faraj: conseguiu um asilo nos Estados Unidos e hoje trabalha num Wal-Mart em Nova Jersey.

É bom quando pessoas boas se dão bem.

E, neste caso, trabalhar de caixa num Wal-Mart em Nova Jersey é se dar muito bem.

13/10/2005 14:43 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Mais sobre armas

Eu ia só fazer um link, mas me senti na obrigação de reproduzir palavra por palavra. Excelente, Carol.

disarm you with a smile.

Algumas coisas bagunçadas sobre o desarmamento, porque realmente descobri que não vou ter tempo nunca de escrever um tratado decente.

Mesmo que a vitória do Sim não venha a fazer muita diferença prática, seja por incompetência em manter o estatuto, seja porque o próprio não apresenta mudanças drásticas, acho inconcebível que pessoas "esclarecidas" se alinhem ao Não e seus argumentos simplistas e furados. Já viu a propaganda? E esqueça que uma tem o padrão Globo e logotipozinho aqua e a outra seja um tanto quanto amadora. É claro que não é essa a diferença que estou apontando. O que a propaganda do Não faz? Mostra que há violência. Mostra que a polícia é incompetente, ou insuficiente. Então os caras vão lá entrevistar um sujeito que mora num sítio e o sujeito É, eu tenho uma arma, porque vá saber o que pode acontecer e quanto tempo demorará pra chegar alguém. Mas, ei, ninguém pergunta se o cara já usou a arma, e se ela efetivamente salvou, ou poderia salvar, sua família. Por que o Não não mostra reações que deram certo então? Pessoas que foram salvas por uma arma, que deram tiros pra cima e espantaram ladrões. Não é nisso que os alinhados com essa posição acreditam que as armas podem fazer por eles? Então porque não vemos nunca esses exemplos bem-sucedidos? Ao invés disso, nos mostram pessoas dizendo Eu nunca pensei em ter uma arma, mas não quero perder o direito de ter. Ah, qualé, isso parece birra de criança. Liberdade, livre-arbítrio? Então quem sabe não brigamos pelo direito de não usar cinto de segurança ou coisa assim? Sim, é absurdo e burro, mas parece mais plausível, afinal, o não uso do cinto só prejudica ao que dele abre mão, enquanto a arma, na maioria dos casos, é usada contra o outro.

Outra: mais de uma vez eu ouvi os Não argumentando que Ó, se alguém for assaltar a tua casa, tu vai ter a certeza que nenhum vizinho virá te ajudar, porque ninguém terá arma. Bem, em primeiro lugar, os vizinhos, ao menos os meus, não parecem tão altruístas assim. Em segundo, e mais importante: se alguém me assalta, eu digo Leva. Não quero que ninguém venha dar de herói, porque daí a probabilidade de dar merda é gigantesca. Estar num banco com um brigadiano, por exemplo, que certamente reagiria a um assalto, me causa enorme tensão. Não preciso dizer que isso vemos no jornal todo dia – heroísmos que viraram pesadelos. Já os sucessos, bem, eu juro que não tenho visto nenhum.

E essa história de "bandido" e "cidadão de bem"? A simplicidade desse raciocínio me revolta. Para um cidadão de bem virar bandido, é uma barbada. Basta uma dose de agressividade, por exemplo, outra de álcool, uma mulher traindo e pronto. Falar em bandido e cidadão de bem é mais do que maniqueísmo, é um preconceito gritante. Porque dentro de suas cabeças estão todos pensando em gente pobre e gente de classe média. Give me a break.

O que o desarmamento espera é justamente diminuir as mortes entre os "cidadãos de bem". Esses que, por um impulso, atiram. Mas eu nao preciso dizer tudo isso, não é mesmo?, porque todo mundo já sabe que o que está em discussão não é uma vã tentativa de acabar com a violência e blá blá blá. E não me venha dizer que, quem mata, mata com faca, cinto no pescoço e etc. Para isso, tenho certeza que é preciso estar MUITO mais determinado. A arma de fogo banaliza a morte.

Votar Não é acreditar na agressividade, na que o outro e na que você pode produzir. Nenhuma das duas coisas me parecem muito saudáveis. Primeiro, porque o melhor jeito de salvar a sua vida caso ela esteja em risco é provavelmente não fazer nada. Segundo, porque enxergar tudo como uma ameaça, na rua, em casa, no carro, torna a vida pesada demais.

postado por Carol Bensimon as 17:27 | pitacos (0) | trackBack (0)

Melhor impossível.

11/10/2005 19:15 | Comentários (37) | TrackBack (0)


A palavra cão não morde

Fui numa reunião na Rua da Praia hoje de manhã.

Na saída, passando pelo defunto Cine Guarany, me chama a atenção um mendigo andrajoso e meio velhote que, vindo na direção contrária, alguns metros à frente, faz um desvio brusco no meio da multidão, se gruda de cabeça numa parede imunda e lhe dá um beijo lambido e sorridente.

O sujeito segue adiante e eu, ao passar pelo exato ponto em que ele havia beijado a parede, percebo que se trata de um cartaz velho e carcomido anunciando um pagode qualquer, em cuja base se lê a frase "MULHER NÃO PAGA".

É possível ver um pouquinho de baba assinalando o ponto exato em que o beijo foi dado, no canto inferior esquerdo.

Mais precisamente, na palavra "mulher".

11/10/2005 12:16 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Budices

Träsel comenta um post do Galera, que por sua vez comenta uma coluna do Alexandre Soares Silva.

Como poderia eu também não dar o meu pitaco?

Não acho que desapego e amor sejam excludentes. É possível amar muito uma coisa ou alguém e ao mesmo tempo saber que ela é transitória. Existe o horror da perda, é claro, mas bem no fundo também existe a consciência de que é tudo um joguinho.

Talvez o desapego faça até o amor ficar mais forte e comprometido, e não o contrário. Precisa de esforço pra se amar algo sabendo que no fim tudo vai acabar e que este fim pode estar ali, no momento seguinte.

O Santiago, por exemplo. Como ele foi pro CTI quando nasceu, realmente existia um certo risco de que não sobrevivesse. Senti horror? Siiiiiim. Senti medo de perdê-lo? Siiiiim. Mas ao mesmo tempo pensei: não faz diferença se ele vai viver oitenta anos ou duas horas, em qualquer um dos casos já vai ter sido maravilhoso simplesmente tê-lo visto nascer. Toda a possibilidade de uma vida inteira ao lado dele já estava ali, naquele instante em que o peguei no colo pela primeira vez. Parece bobagem pra ti? Pra mim foi reconfortante, libertador, até.

Não tem um dia sequer que eu não imagine a minha vida sem ele, por conta de algum acidente. É excruciante? Um pouquinho, mas pra mim funciona, é melhor que ser pego de surpresa. Talvez o desapego seja exatamente colocar o apego à prova e assim, como observa o Galera, preservar o amor. O meu, pelo menos, é.

Pra terminar, um coan: um monge chorava copiosamente a morte do seu mestre. Um discípulo se aproximou dele e o censurou pelo apego, lembrando-lhe que a vida é uma delusão e blablablablablabla.

O monge que chorava imediatamente parou de chorar e disse, furioso:

-Sim, eu sei de tudo isso!

E recomeçou a chorar exatamente do ponto em que havia parado.

10/10/2005 15:42 | Comentários (11) | TrackBack (1)


Badalamenti

bassgirl.jpg

CDzinho legal, estou baixando nesse momento.

É só uma mina interpretando baladinhas dos anos 50, acompanhada por um sintetizador meio tosco e mais nada.

Lembra Twin Peaks.

07/10/2005 23:24 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Via dolorosa

Não existe nada pior do que ser um ex-DJ.

Tu fica o tempo inteiro considerando a hipótese de voltar a tocar, talvez outro estilo, já que o que tu tinha escolhido estagnou completamente, ouvindo coisas aqui e ali, imaginando o efeito delas na pista e nas pessoas, mas aí se lembra da gastança em vinis, das roubadas, de ter que levar os próprios toca-discos pros lugares, de tomar tufo nos cachês matusquelas, de esperar horas a fio pela vez de tocar, e a vontade simplesmente passa, todinha.

07/10/2005 16:41 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Certo, certo

20051006-lucio.jpg

Bela capa.

A banda deve ser mais uma dessas hypadas chatinhas.

Mas a capa é legal.

07/10/2005 16:39 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Meu pé esquerdo 3

Fiz a ecografia agora.
É um menino!
firpo em 07.10.2005 às 10:12

A médica viu os exames, disse que não é nada grave e que eu só preciso ficar em repouso pelos próximos dias.

Alguém aí quer um bebê hiperativo pelo final de semana?

07/10/2005 15:38 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Meu pé esquerdo 2

Depois de examinar a sola do meu pé esquerdo, a dermatologista me olhou gravemente e perguntou se eu tinha algum tipo de seguro de vida.

Não, não foi assim.

Ela me mandou fazer uma ecografia.

A parte do seguro ela deve ter guardado pra depois de ver os exames.

06/10/2005 18:39 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Hoje sou feliz e canto

Alguém aí vai no show da Ivete?

Tá bem, foi só uma pergunta.

06/10/2005 16:06 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Sempre quis saber que gosto que chocolate de verdade tem

Este post do Chef Träsel me fez lembrar deste lugar.

Enquanto isso, alterno Milka e Garoto, na minha humilde opinião os melhores similares nacionais.

05/10/2005 16:35 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Meu pé esquerdo

Me apareceu uma bola, do tamanho de uma ervilha, mas bem mais dolorida que uma, na parte de dentro da sola esquerda, logo abaixo dos dedos. Ruim pra caminhar, começou a doer de uma hora pra outra.

Quanto tempo será que ainda tenho de vida?

Vou tentar marcar um médico pra hoje mesmo, cada passo é uma agonia, no começo achei que tinha uma pedra dentro do tênis.

Sempre disse pra mim mesmo que, se me diagnosticassem um câncer, eu me mudaria pra algum recanto riponga, tipo Chapada dos Guimarães ou Veadeiros, e restringiria a minha dieta a doses industriais de suco de cenoura orgânico. Não sei se adiantaria de algo, mas me pareceu apropriado.

O problema é que nestas simulações eu sempre era solteiro e não tinha filhos.

05/10/2005 14:58 | Comentários (22) | TrackBack (0)


Big bang

Mais sobre o desarmamento: vou votar sim porque tendo a preferir soluções disruptivas. Acho que, se nada de radical for feito a respeito - e o Estatuto nem é tão radical assim, convenhamos - a situação só tende a se deteriorar.

Nos anos 70, quando o colorado ganhava algum campeonato, meu pai colocava toda a criançada no carro e saíamos buzinando por aí, altas horas da noite.

Eu não faria isso hoje, com o meu filho.

Em algum momento, deixamos de ter a liberdade de tomar decisões como estas, sem que o processo fosse perceptível. Que outras limitações nos esperam ali na frente? Vai ser complicado sair de casa durante o dia, também? Será que já não é?

É possível que, aprovado o Estatuto, a situação melhore, como indicam as reduções de óbitos por arma de fogo nos últimos meses, certamente reflexo da campanha de entrega de armas; também é possível que ela piore e que realmente aconteça o cenário mad max que os adeptos do "não" usam como espantalho; e também pode ser que nada aconteça, fique tudo na mesma.

Em qualquer um dos casos, pelo menos se buscou uma solução diferente.

Acho uma pena, por exemplo, o parlamentarismo não ter vencido no último plebiscito. Talvez não estivéssemos passando por esta crise patética de hoje.

Sim, talvez a crise fosse outra, tão patética quanto.

Mas como diz um amigo meu, "uma merda diferente é sempre melhor".


E o link lá de cima eu peguei do Hermano.

04/10/2005 11:19 | Comentários (61) | TrackBack (0)


Por que sou a favor do desarmamento

Idiotas não devem portar armas.

03/10/2005 14:58 | Comentários (17) | TrackBack (0)


Feelgood post of the day

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Tratemos de assuntos mais amenos. Bebês antropófagos, por exemplo.

03/10/2005 14:43 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Heloooooooou?

O responsável pelo policiamento na capital, Edson Ferreira Alves, disse que "(...) as bombas foram inevitáveis. Eram 300 policiais contra 45 mil pessoas. (...)".

03/10/2005 12:42 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Chama o ladrão

Mas anda NERVOSINHA essa polícia, hein?

03/10/2005 09:43 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Eu e minha boca grande

Tudo o que a segurança pública estadual precisava era de um cadáver.

Pelo que entendi, o sindicalista do Vale dos Sinos, casado e pai de um menino de sete anos, morreu de parada cardiorrespiratória, causada por asfixia mecânica.

De joelhos no chão e seguro pelos dois braços, tomou uma gravata por trás de um terceiro policial, que para isso usou o seu próprio cassetete, o que provocou o esmagamento da laringe do cidadão, além de, cito de memória, lesão ou fratura na cervical. Em suma, o cara foi praticamente decapitado.

Qualquer faixa branca de jiu-jitsu sabe aplicar um mata-leão de modo a provocar uma asfixia temporária e controlada, sem matar o oponente.

Qualquer imbecil sabe que aplicar este golpe com o braço é mais seguro do que com um bastão, justamente para evitar o esmagamento da laringe ou alguma lesão relacionada.

Sei que seria exigir demais que, num país onde nada funciona direito, a polícia fosse a única organização eficiente.

Por outro lado, quando os Correios erram, uma carta não chega; quando a Receita Federal erra, uma restituição é mal calculada; quando o Trensurb erra, um trem atrasa.

Mas quando a polícia erra, acontece uma coisa dessas.

02/10/2005 15:09 | Comentários (4) | TrackBack (0)


É sempre amor mesmo que mude

Três anos atrás, por este mesmo horário, eu estava chegando em alguma festinha, sempre com as piores intenções possíveis.

Hoje estou em casa, esperando pelo TelePanvel, com um gurizinho choroso, gripado e com o nariz entupido no colo.

E, ainda assim, somos a mesma pessoa.

01/10/2005 23:49 | Comentários (1) | TrackBack (0)