por Marcelo Firpo

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To be continued

Como dizia a filha do Imperador Padishah Shaddam IV, os começos são um tempo bastante delicado. Tô trabalhando bastante, mas ainda não posso dizer exatamente em quê. Mais vinte dias assim, e depois começa uma fase nova. Frio na barriga, mas não muito.

31/03/2007 08:47 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Gimme some life

Na semana passada, levei o Santiago ao Shopping Total, pra pular na cama elástica do parquinho. Ele adorou e tudo mais, só que na hora de ir embora, no estacionamento, dei uma maneteada e bati de leve numa placa de sinalização. Nada muito dramático, mal chegou a arranhar, mas fez um certo barulho, eu desci do carro pra ver se tinha amassado, seguranças vieram conferir etc etc etc. Tudo resolvido, voltamos pra casa e não se falou mais no assunto.

Ontem, entrando de novo no estacionamento do shopping e procurando vaga, ele olha para todos os lados e me pede:

-Bota perto da placa pra gente bater de novo!

31/03/2007 08:38 | Comentários (5) | TrackBack (0)


A felicidade infinita cabe em 25 quadrados de 44 centímetros cada

Cheguei em casa com o Santiago no colo e a mochila nas costas, esfalfado, o vento pré-temporal correndo solto pela casa e lá estava ela, na penumbra. A Estante. Não sei quanto tempo demorou pra montar, mas fico feliz de não estar em casa quando aconteceu, não só pelo barulho das furadeiras, mas pela ansiedade de vê-la pronta logo. Madeira de verdade, escura, não MDF.

Coloquei o Santiago na cama, conferi os e-mails, abri o pacote da Amazon que chegou de tarde e agora me preparo pra passar a madrugada desencaixotando livros. E organizando. E mudando a ordem. E mudando a ordem de novo. Minha idéia de diversão.

27/03/2007 21:26 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Túmulo de Diane Arbus é encontrado quebrado e vazio

Tenebrorrível.

Horripiloso.

Imbediota.

Surreuim.

Não adianta, é inútil. Realmente me faltam as palavras pra descrever o filme que eu vi domingo de noite no Moinhos Shopping. Tudo o que eu sabia sobre A Pele é que era um filme sobre a Diane Arbus. E eu gosto muito da Diane Arbus, desde 1995, quando fui pra Nova York e levei junto uma lista de livros encomendados por uma amigona fotógrafa. Eram livros apresentando o trabalho de gente como Witkin, Serrano e Saudek.

Talvez a coisa mais legal da viagem toda tenha sido ficar batendo perna em livrarias e procurando pelos tais livros. Foi meio que um curso-relâmpago de fotografia contemporânea. Até a exposição do terrível Witkin eu vi no Guggenheim, com seus disclaimers para pessoas sensíveis na porta de entrada.

Diane Arbus não estava na lista dela, mas acabei trazendo pra mim o "Untitled", que tinha sido recém lançado. Acho que também já trouxe este outro aqui.

Bom, estou escrevendo tudo isso pra, além de passar não tão sutilmente assim a idéia de que sou muito culto e viajado, evocar uma boa lembrança relacionada ao nome Arbus, coisa que tive dúvidas de que seria realmente capaz de fazer novamente depois de sair do cinema.

No começo do filme tem uma explicação toda exagerada e redundante, que menciona umas quatro vezes que a obra é uma biografia imaginária da pobre Diane, uma tentativa de retratar a paisagem mental da artista ou alguma picaretagem do tipo. Eu ainda achei legal o aviso, lembro bem: "ah, que legal que eles não se apegaram a cada detalhe monótono e insignificante da vida da mulher, em prol de uma narrativa mais fluida". T-r-o-u-x-a.

O filme não é uma biografia imaginária da Diane Arbus. O filme é uma biografia imaginária da Diane Arbus se ela fumasse crack todos as noites por trinta anos seguidos. E tomasse Diabo Verde pela manhã. É muito, muito, muito cretino. Tem o Robert Downey Jr. interpretando o Chewbacca. E ele é vizinho dela! E ela depila o animal inteiro! E só então eles fornicam! (o que aliás vai contra toda a pretensa mensagem edificante do filme, de que os freaks são legais e tal. Por que depilar, então?) Ah, sim, tinha esquecido: ele faz um casaco de cabelos pra ela! E ela descobre um alçapão ligando os dois apartamentos! E todos os amigos freaks dele ficam passeando pra lá e pra cá! E, essa vai ser difícil de acreditar, eu sei, mas vamos lá: no fundo é tudo apenas uma história de amor. E ele morre no final! E ela vira artista!

Nem se eu descrevesse cena por cena seria capaz de traduzir o horror absoluto, a comicidade involuntária, as soluções de roteiro canhestras, o romantismo camp mal embalado em estranheza fashion. Impossível. Desisto. Vou ali me depilar até a morte.

26/03/2007 22:44 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Guilty

Santiago me aparece com um dado na mão, sensivelmente maior que aqueles de War. Resolvo ensiná-lo a jogar, pra entender a diferença entre os números, motricidade etc etc.

"Vem filho, senta aqui no chão da sala pra gente jogar dado."

Ele se senta, eu começo a fazer o mesmo.

Agachado, no meio do percurso, vendo que ele já está sentado, digo:

"Isso, agora (ênfase imperativa) JOGA o dado!"

A próxima coisa que eu percebo é o PLEC seco que o dado produz ao explodir no osso por detrás do meu supercílio.

Eu não disse pra ele jogar no chão, realmente.

23/03/2007 18:07 | Comentários (4) | TrackBack (0)


"Os coreanos vêm com tudo este ano..."

Assistindo ao Campeonato Mundial de Salsa na TV. Único esporte digno do mundo, começarei aulas amanhã pela manhã. Mulheres mastodônticas em trajes que fariam Messalina corar + melhor trilha sonora + comentários altamente especializados. Nada pode ser maior.

Sim, você duvida. Natural. Tome isto:

20/03/2007 22:52 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Réplica a Sinatra

Provavelmente a frase mais estúpida de todo o cancioneiro mundial seja "if I can make it there I´m gonna make it anywhere". Até soa bem, concedo, mas não tem muito fundamento na realidade. É infinitamente mais fácil se dar bem numa grande metrópole do que numa pequena, fazendo qualquer coisa. Abrir uma empresa de TI no Vale do Silício equivale a sucesso instantâneo. Quero ver fazer a mesma coisa em Coronel Bicaco.

20/03/2007 09:43 | Comentários (16) | TrackBack (0)


Escrever sobre música é como dançar sobre arquitetura

A chanson francesa deu um tempinho no som do carro, substituída pelo frevo. É preciso confessar que, sim, é um pouco esquisito ouvir frevo em Porto Alegre, e ainda mais no trânsito de Porto Alegre, pela singela razão de que, como o hardcore, o frevo só faz sentido mesmo no volume alto. Não é o tipo de música que o motorista que pára ao lado no sinal vermelho esteja acostumado, e olha que ele está acostumado a muita coisa.

Muita saudade do carnaval do Recife e Olinda, talvez nem mesmo exatamente o que eu vivi, mas a idéia em si do carnaval por lá. Difícil de explicar, mas vamos lá: as coisas nunca são realmente como parecem, ou mesmo como lembramos. Ouvir um frevo-canção falando do "som da triste melodia" ou "tomar umas e outras e cair no passo" é uma evocação de carnavais bem mais antigos, que hoje nos parecem inocentes e tranqüilos, mas que certamente não o eram na época, basta dizer que a sombrinha do frevo era inicialmente usada como arma, tacape, durante os desfiles. Ainda assim, a idéia de um carnaval possível e, por extensão, de um país possível, bem longe do que existe hoje, está lá, em cada virada dos metais, em cada rolinho de tarol, em cada imagenzinha poética conclamando pierrôs e colombinas. É algo como "olha que legal a vida poderia ter sido".

Sinto muita vontade de me mudar de mala e cuia pra Olinda sempre que ouço frevo. Sei que a realidade é bem mais dura que parece, e que as ruas desertas do Recife Antigo durante o carnaval são tomadas de ônibus com motor a diesel caindo aos pedaços no resto do ano, mas estar fisicamente perto da evocação já vale a pena.

O Recife e a Olinda míticos e ideais são bem mais interessantes que a Porto Alegre nas mesmíssimas condições. Aliás, poucas cidades brasileiras devem ser páreo.

16/03/2007 19:29 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Iguatu

ceusuelydv2.jpg

Alugamos dois DVDs domingo: "O Dia em Que Meus Pais Saíram de Férias" e "O Céu de Sueli". O primeiro deles foi sob protesto, porque achei que não ia dar boa coisa, mas mesmo assim me surpreendi. É muito mais bobinho, previsível e auto-indulgente do que eu poderia imaginar. Dez entre dez diretores de comerciais fariam um primeiro filme assim, com a mesma pretensão de ser o retrato de uma época, o mesmo roteiro sensível, a mesma cenografia detalhista e os mesmos personagens cativantes. Sim, parece cinema argentino, mas quinze anos depois, então qual o sentido? Se fosse um mendigo, este filme seria daqueles que já chegam com lágrimas nos olhos, dizendo que foram assaltados agorinha mesmo e que precisam de dinheiro pra voltar pra Alvorada porque tem dois filhos pequenos que estão sozinhos em casa e ao mesmo tempo ainda mostrariam um atestado de HIV positivo. Ou seja, todos os truques sujos possíveis, ao mesmo tempo. Foi um suplício assistir até o final.

"O Céu de Sueli" também me surpreendeu, mas pelos motivos opostos. Esperava um filme bom, ainda que tenha achado "Madame Satã" bichaloucamente visceral demais, mas o diretor parece ter amadurecido bastante de lá pra cá. São tantas coisas acertadas que fica até meio chato de ficar enumerando, mas não dá pra deixar de citar a fotografia avassaladora, a interpretação corretíssima dos atores, a trilha sonora com pérolas do forró de quinta (o que é aquela versão de "Thorn" da Natalie Imbruglia, deus meu?) e a liberdade dada aos personagens de serem eles mesmos. Se em "O Dia Que Meus Pais Saíram de Férias" eu não consegui esquecer durante nenhum segundo de que estava vendo um filme ou um teatrinho filmado, neste realmente me peguei pensando sobre as escolhas dos personagens e a cadelice das suas vidas, como se estivesse vendo um documentário. O francês "A Vida Sonhada dos Anjos" é um pouco assim, também, cinema-vida, generoso com a história que conta. Pra completar, Hermila Guedes é um eyecandy absoluto. Parece uma namorada canoense que eu tive uma vez.

13/03/2007 08:18 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Réplica a Stradivarius

11/03/2007 10:13 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Wishlist

Ok, vamos falar agora de um assunto mais ameno: katanas. Ontem deu esse documentário no National Geographic sobre a tradicional espada japonesa, peguei só um trechinho, mas já foi o suficiente para ficar em chamas. Muitas imagens em slow motion de sujeitos decepando rolos de palha - "que têm uma densidade semelhante à dos ossos humanos". Ninguém sobrevive impunemente a uma adolescência encharcada de Frank Miller, e os dois Kill Bill também não me ajudaram muito, de modo que sim, é forçoso reconhecer que sou obcecado por katanas e sabres. Não são poucas as vezes durante o dia em que me pego imaginando um golpe seco, a lâmina cortando o ar e dividindo ao meio cada partícula de tudo o que encontrar pela frente. Gostaria de ter, além da katana propriamente dita, também uma sala recreativa, cheia de fios descendo do teto. Um pouco de técnica também seria bom, mas a diversão já estaria garantida sem ela.

09/03/2007 23:32 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Seguindo

Em meio à canícula senegalesca, vou de reunião em reunião. Sinto um pouco de saudades do ar-condicionado, mas a vista, sempre em movimento, compensa horrores. Aos poucos, um dos caminhos parece se mostrar mais interessante, mas ainda é cedo pra dizer se ele será mesmo o vitorioso. O bom é que eu já sei exatamente o que não quero mais.

Nas horas vagas, vou à piscina com o Santiago.

08/03/2007 20:11 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Suicide is painless*

Escrever ontem o que eu vou escrever agora poderia parecer exagerado e talvez soasse como uma tentativa de ver a metade cheia do copo, mas hoje já posso dizer sem a menor sombra de dúvida: ser demitido foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.

Nos últimos meses eu andava esperando que alguma mudança de mercado acontecesse, e algumas realmente aconteceram, mas nada que se traduzisse em oportunidades concretas pra mim. Quando a mudança de mercado foi a minha própria demissão, tudo mudou. Muitas, mas muitas propostas legais e, tão importante quanto, uma série de manifestações de apoio e dicas, de pessoas de todos os lugares e de variados graus de amizade.

Amigos, ex-colegas, ex-chefes, conhecidos, todo mundo achou tempo pra escrever um e-mail, fazer uma ligação, deixar um comentário ou um scrap, só pra perguntar se estava tudo bem, desejar boa sorte ou indicar alguma possibilidade. Desnecessário dizer que eu não esperava nada disso, nem nos meus sonhos mais megalomaníacos. A todo mundo que se manifestou, meu muito obrigado. Vocês me fizeram sentir orgulho do mercado em que eu trabalho.


*Segundo recentes pesquisas, 0,0000001% dos leitores deste blog efetivamente vão atrás das dicas musicais de alguns dos posts. Na verdade, isso não dá nem uma pessoa inteira. Nem mesmo uma cabeça. Pra ser exato, dá uma orelha. Pra esta orelha, recomendo fortemente "Suicide is painless", música - ou versão de música - de Keren Ann. Baixei toda a discografia dela e tenho gostado bastante.

06/03/2007 20:49 | Comentários (16) | TrackBack (0)


Out

Fui demitido na sexta-feira. Duas semanas antes, tinha copiado todos os meus arquivos pessoais importantes e trazido pra casa, porque na real já esperava por isso. A economia gaúcha não anda lá muito bem e isso tem repercutido com força na maioria das agências de propaganda. Pra completar, algumas circunstâncias político-eleitorais ainda tornaram estes efeitos ainda mais dramáticos naquela onde eu trabalhava, de modo que, quando me disseram que não tinham mais como me pagar, me segurei pra não responder com um "demorô".

Não estou preocupado, pelo menos no momento. Pra ser sincero, acho o máximo ficar ao sabor das possibilidades. Converso com um amigo que está mostrando portfólio em São Paulo e fico com vontade de ir pra lá. No minuto seguinte, recebo um e-mail de um outro que é dono de uma pequena agência e fantasio um caminho parecido pra mim. Por fim, um terceiro conhecido me acena com uma possibilidade um pouco fora da minha área de atuação primária, e eu acho o máximo. Mais yentl, impossível.

Imagino que a qualidade dos posts deva melhorar um pouco nos próximos dias. Não apenas porque eu vinha me sentindo anestesiado nos últimos tempos, mas também porque a partir de agora vou poder caminhar no parque às três da tarde, assistir a apresentações gratuitas de música em horários esdrúxulos e ler livros novos em bancos de praça.

Como todos sabemos, a vida é o que acontece lá fora enquanto a gente trabalha.

03/03/2007 21:51 | Comentários (32) | TrackBack (0)


Um trailer

É sempre bonito ver alguém se jogando de cabeça em alguma coisa.

Deve ser quase tão bom quanto efetivamente se jogar, mas aí já me falta o termo de comparação.

02/03/2007 10:30 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Hic sunt dracones

É muito azar. Depois de todas as vicissitudes que passamos nos últimos apartamentos, agora temos que enfrentar mais uma: um dragão. O Santiago é que, com toda a gravidade que a situação exigia, me comunicou o fato. Tentei argumentar, mas ele foi peremptório, de modo que acabou me convencendo. Tem um dragão no apartamento. E é muito astuto, o bicho. Sempre se esconde quando tento flagrá-lo em alguma peça, fazendo sabe-se lá o que os dragões fazem. Vou ligar pra alguma dedetizadora ao meio-dia e ver o que eles podem fazer a respeito.

02/03/2007 08:32 | Comentários (3) | TrackBack (0)