por Marcelo Firpo

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Terri

ABOTOOU, a mulher.
Se eu fosse esperto, não mexia nesse assunto nem com uma vara de 10 metros, mas como não sou, aqui vai uma opiniãozinha: à parte toda a polêmica e o uso político do episódio pelos vários grupos interessados, não seria a solução mais compadecida simplesmente entregar a mulher pros pais, pra que eles ficassem cuidando do seu vegetalzinho até o fim dos dias?

31/03/2005 13:42 | Comentários (17) | TrackBack (0)


Helen Back

Vou estar em Porto Alegre no final de semana. Se alguém quiser ouvir umas lamúrias e beber uma cervejas, manda um mail.

No mais, a falta de assunto é diretamente proporcional ao excesso de trabalho.

31/03/2005 11:26 | Comentários (16) | TrackBack (0)


Perda total

Existe um círculo do inferno inteirinho dedicado a esse tipo de gente.

29/03/2005 20:29 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Farofa

De todo esse bafafá do Woody Allen, apenas uma coisa é certa: o Hermano vai pra panela.

29/03/2005 20:13 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Lounge

Finalmente vou saber "Por que a criança cozinha na panela".

Só preciso ir até Porto Alegre.

29/03/2005 19:31 | Comentários (0) | TrackBack (0)


I´m ugly but I´m trendy

Eba.

O Marcelino selecionou o microconto que eu mandei pro microconcurso dele.

Como não consegui linkar só o post, é o "Microondas", de 28/03.

29/03/2005 12:02 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Stay tuned

Vem aí mais uma MUDANCINHA.

28/03/2005 18:40 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Nossa Terra

Massinha esse "Herói", hein?

Faz pelo chinesismo o que a tia Leni Riefestahl fez pelo chucrutismo, mas mesmo assim é bem legal.

28/03/2005 15:46 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Deve ser o sol

Quase comprei agora há pouco "O Zahir", do Paulo Coelho. O que me impediu foi a capa bisonha, parece um calendário das Edições Paulinas.

Descontados todos os clichês do tipo "não é literatura/não sabe escrever", acho a história de vida deste sujeito fascinante.

Nem todo mundo consegue o que quer da vida. E poucos conseguiram de forma tão superlativa. Algum mérito nisso deve haver.

28/03/2005 13:24 | Comentários (23) | TrackBack (0)


Hitherto

Explicando melhor minhas peripécias: estamos trabalhando em três diferentes fronts: primeiro, há o APÊ GAÚCHO, que reluta em ser entregue à imobiliária. Ele já foi pintado e retocado, faxinado e agora estamos por um conserto de persiana apenas. Paralelamente, existe uma série de trâmites, tipo desligar luz e telefone, entregar o MALDITO TROÇO da NET (já fomos uma vez lá e o sistema estava fora do ar, então não puderam receber) e coisas do gênero.

O segundo front é o APÊ CATARINENSE, que provou-se muito ruim, e por isso vai ser devolvido à imobiliária, com todos os seus trâmites de telefone e luz encerrados também. O problema é que só podemos entregá-lo, vazio e faxinado, quando assinarmos o contrato do NOVO APÊ CATARINENSE, uma vez que precisamos de outro lugar para depositar nossa MUDANÇA PARCIALMENTE ENCAIXOTADA.

Este é o terceiro front, conseguir mais uma vez a colaboração de todas as 500 partes envolvidas para que seja assinado um novo contrato de locação e seja feita uma nova mudança. O fato é que a nova imobiliária não parece ter muita pressa neste assunto.

Enquanto isso, parte da família Firpo aguarda ansiosa em Porto Alegre, acampada na casa da vovó, enquanto eu moro em Floripa com a família da babá e trabalho como um MOURO, tentando resolver tudo nas horas vagas.

Mas não tô me queixando. Rende assunto, pelo menos.

28/03/2005 11:34 | Comentários (10) | TrackBack (0)


Agora em etrusco:

FELISH PASHCOA

26/03/2005 19:50 | Comentários (0) | TrackBack (0)


"Vou contar pro Moriyama"

Porto Alegre, sábado de Aleluia, dirigindo pela Benjamin Constant às 8:30 da manhã, à cata de uma ferragem pra comprar mais tinta esmalte branco gelo acetinada, pra terminar a pintura do antigo apartamento, também conhecido como APARTAMENTO JASON, devido à sua relutância em ser devolvido à imobiliária.

Ligo o rádio, pra desestressar um pouco.

O Rei canta:

"EU VOLTEI, AGORA PRA FICAR...
PORQUE AQUI, AQUI É O MEU LUGAR...
EU VOLTEI, PRAS COISAS QUE EU DEIXEI..."

Deus tem um senso de humor particularmente cruel às vezes.

26/03/2005 19:43 | Comentários (4) | TrackBack (0)


And what a terrible mess I´ve made of my life, oh, what a mess I´ve made of my life...

Poucas pessoas cantaram tão bem as implicações de uma mudança pra Santa Catarina com mulher, filho, babá, filho da babá e marido da babá quanto o bardo de Manchester.

24/03/2005 17:13 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Porto Alegre é demais

Quando você come peixe e frutos do mar em geral todos os outros dias do ano, tudo bem comer uma PICANHA SANGUINOLENTA na sexta-feira santa?

24/03/2005 15:00 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Sou argentino e não desisto nunca

orq_firpo.gif

Mas nem tudo são derrotas na nossa árvore genealógica. Alguns de nós TOCARAM O HORROR, também.


23/03/2005 19:47 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Keep walking

imagen_de_firpo.gif

Firpos, garfeados desavergonhadamente desde 1923.

Ainda assim, seguimos.

23/03/2005 18:46 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Mais Arbus

Sabia frasear, a mulher:

"I never have taken a picture I've intended. They're always better or worse."

"I work from awkwardness. By that I mean I don't like to arrange things. If I stand in front of something, instead of arranging it, I arrange myself."

"Regardless of how you feel inside, always try to look like a winner. Even if you are behind, a sustained look of control and confidence can give you a mental edge that results in victory."

"The more specific you are, the more general it'll be."

"The thing that's important to know is that you never know. You're always sort of feeling your way."

"If I were just curious, it would be very hard to say to someone, "I want to come to your house and have you talk to me and tell me the story of your life." I mean people are going to say, "You're crazy." Plus they're going to keep mighty guarded. But the camera is a kind of license. A lot of people, they want to be paid that much attention and that's a reasonable kind of attention to be paid."

"I really believe there are things nobody would see if I didn't photograph them."

"The Chinese have a theory that you pass through boredom into fascination and I think it's true. I would never choose a subject for what it means to me or what I think about it. You've just got to choose a subject - and what you feel about it, what it means, begins to unfold if you just plain choose a subject and do it enough."

"My favourite thing is to go where I've never been."

Diane Arbus

23/03/2005 15:56 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Arbus

arbus_twins.jpg

"Most people go through life dreading they'll have a traumatic experience. Freaks are born with their trauma. They've already passed it. They're aristocrats".
Diane Arbus

Conversando sobre fotografia no blog do Parada, me deu vontade de postar essa fotinha aqui, de uma das artistas mais interessantes que eu conheço. Se gostaram procurem mais por aí, todo o trabalho dela é muito bom.

23/03/2005 15:15 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Não há o que não haja

Hoje de manhã fiquei cuidando do filho da babá.

23/03/2005 15:06 | Comentários (5) | TrackBack (0)


soaaaaaltoaboizzzzzznusistraaaaaaaaadassss...

Um dia, quando eu for rico e instruído, vou ter banda larga em casa e vou até saber usar os programas. Por enquanto, dependo da bondade de amigos como o Cardoso, que me mandou a Bjorka cantando "Travessia".

O que dizer frente ao bizarro? Achei que ela fosse mexer no arranjo, botar uns iogues birmaneses cantando no fundo, mas, por preguiça ou respeito, preferiu deixar bem próximo da versão original. Tenho uns outros mp3 dela cantando covers esquisitos, tipo "Top of the World", dos Carpenters, em que ela fez a mesma coisa, só botou a voz, então imagino que este seja o modus operandi para versões. Só lá pelo final é que percebi que ela estava cantando em português islândico.

Sei lá, ficou parecendo uma gringa bêbada cantando num karaokê de quinta.

O que não é uma coisa ruim, necessariamente.

23/03/2005 14:40 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Chagas

Quase bebi um copo de caldo de cana há umas três semanas, depois de correr na Beira-Mar.

Só mudei de idéia porque percebi, no copo da pessoa que foi servida logo antes de mim, uma mosca boiando.

22/03/2005 19:20 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Muito trabalho e pouca diversão

Tô gostando de ter um blog, de verdade.

A única coisa que incomoda um pouquinho é essa cobrança interna de ficar sempre produzindo posts, pra coisa não morrer.

Minha vida anda meia chata no momento, TREPIDANTE no campo profissional, cheio de DESAFIOS e QUEBRAS DE PARADIGMA, se é que você me entende, e isso realmente não rende bons materiais pro blog, a não ser que eu fosse pra uma linha mais Dilbert, mas realmente não é o caso.

Saio pelas ruas de Floripa na hora do almoço, procurando avidamente por um assuntinho nas sarjetas, mas tem sido bem complicado.

Fora isso, é tudo uma imensa savana de tarefas, documentos, contas de luz, água, telefone, TV a cabo, plano de saúde e imobiliária, algumas a encerrar, outras a iniciar.

Nada disso é realmente importante, mas são problemas que precisam ser resolvidos, para criar condições mais amenas num futuro próximo, pra mim e pros meus.

De qualquer forma, é bom ter uma prioridade na vida, ajuda a não ter um ataque de bichice em momentos como este.

O máximo que acontece é produzir um post meio sem pé nem cabeça de vez em quando.

22/03/2005 11:32 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Minha vida é andar por este país

INDAIAL hoje? (consultando o cartão de crédito) Claro!

22/03/2005 09:58 | Comentários (2) | TrackBack (0)


BOM DIA!

Já falei dela aqui, mas esse post merece um extra.

E este post refeito não seria possível sem o Solon.

21/03/2005 17:33 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Como eu leio pra caralho

Depois de um interlúdio em que me concentrei mais nos contratos de imobiliárias, volto aos pouquinhos a diversificar as leituras.

Comprei "Slaughterhouse 5", do Kurt Vonnegut Jr. e "If not now, when?", do Primo Levi, ambos na Cultura. Estão perdidos em algum lugar da mudança, mas devo achá-los ainda este ano.

Comprei ontem "When I was mortal", do Javier Marías, já li 3 contos, mas tô achando fraquinho.

Encomendei "Por que a criança cozinha na polenta?", e sonho todas as noites com o dia em que o livro vai chegar e eu finalmente saberei por quê.

E assim que desencaixotar a mudança, o "Orwell in Spain" volta pro banheiro.

Praticamente um literato.

21/03/2005 17:14 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Oh me gosh

Todo mundo comenta a história do Granturismo busão, mas o maldito post ainda nem entrou na minha tela. Dê-lhe refresh e nada.

Não faço a mínima idéia do porquê. (viu o pulinho entre parágrafos, Parada?)

21/03/2005 16:26 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Granturismo 2 - versão busão

Resolvemos, não sei bem por que, voltar de ônibus-leito para passar o final de semana em Porto Alegre com as vovós e vovô. Na verdade, sei, sim: era mais barato. Pragmáticos que somos, pensamos: o ônibus viaja a noite toda, o Santiago costuma dormir a noite toda, vai ser BARBADA. O único problema é que ele costuma se mexer e se virar muito de noite, mas até aí tudo bem, era só colocar o cinto de segurança que ele ia ficar mais presinho, possibilitando algumas horas de sono para o papai, que trabalhou a semana inteira e acorda todos os dias às 5:30, por coincidência a mesma hora em que o pimpolho acorda e começa a meter os dedinhos nas minhas narinas.
Depois de toda a via-crúcis pra chegar na rodoviária com uns 6 volumes, incluindo um carrinho de bebê, quando o ônibus já estava manobrando para sair do box, nos demos conta de um fato até então desconhecido para mim: ônibus-leito NÃO TÊM cintos de segurança. Até faz sentido, já que as pessoas viajam semideitadas.
Rapidamente me dei conta que 1)o Santiago ia se virar pra lá e pra cá no banco livre e solto, a não ser que 2) um cristo ficasse a noite inteira acordado cuidando pra ele não cair.
Dito e feito. SEIS HORAS olhando para um bebê no escuro, com alguns minutos de cochilos involuntários.
Num desses RESETS, acordei e, tomado de pânico, vi a CABEÇORRA do meu filho na escuridão, não onde ela deveria estar, ao meu lado, mas mais à frente, o que só podia significar uma coisa: o pequeno sonâmbulo estava SENTADO no banco.
Num ÍMPETO, agarrei a cabeçorra e puxei-a para trás, para que ele voltasse a deitar, mas algo intrigante aconteceu. Senti uma certa RESISTÊNCIA.
Foi aí que me dei conta a CABEÇORRA não era do Santiago, que dormia placidamente deitadinho, mas da passageira do banco da frente.

21/03/2005 09:05 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Feelgood hit of the summer

Vi esse comercial umas 50 vezes, 20 delas seguidas. Ainda não cansei.

17/03/2005 18:39 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Dentinhos

firpinho2 (1).jpg

17/03/2005 10:04 | Comentários (15) | TrackBack (0)


Que solidão, que nada, você vem na hora errada...

Celavi.

16/03/2005 11:39 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Mas vou te contar: é variada essa vida

Dirigindo pela Lagoa da Conceição, com a tropa toda.
Súbito, passa um Escort conversível preto, bombando um remix qualquer.
Eu penso: mas que baita magal.
O filho da babá fala: "Bá, o cara é milionário!"

16/03/2005 11:31 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Guitarrada

Faça-se um favor:
Vá até o site da Trama Virtual.
Procure por "La Pupuna", sem til.
Ouça "Os Mestres na Escócia".
Deixe um comentário.

15/03/2005 15:54 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Como fazer um milhão de ativistas rangerem os dentes ao mesmo tempo

Fácil.

14/03/2005 16:26 | Comentários (6) | TrackBack (0)


TV sem volume

Deus, como esse Danrlei gosta de apanhar. Não tem tratamento pra isso? Esse rapaz vai acabar se machucando.

14/03/2005 16:18 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Desesperar, jamais

Agora a babá resolveu voltar pra Porto Alegre.
Céus, o que será de nós?
Stay tuned.

14/03/2005 10:05 | Comentários (11) | TrackBack (0)


Kosovo

Fiz bem em não descer até a Filarmônica Comercial de alguns posts abaixo, meter a cabeça pela porta e pedir pra tocarem um frevinho: um sujeito levou um tiro ontem, naquela mesma esquina, às 20h.
Ainda não se sabe que ritmo ele pediu.

11/03/2005 12:16 | Comentários (9) | TrackBack (0)


Vitriolica

De todos os blogs de inglesas com dupla personalidade que escrevem bem e ainda por cima ilustram e vivem com marido e filhos numa vilazinha perdida na região do Azeitão, em Portugal, que eu conheço, este aqui é sem dúvida o melhor de todos.

10/03/2005 16:47 | Comentários (10) | TrackBack (0)


Por que eu tenho um blog?

Porque o Cardoso fez o template, oras.

10/03/2005 15:08 | Comentários (0) | TrackBack (0)


O apartamento e suas possibilidades*

Hm, talvez o lugar que alugamos não seja tão bom assim. Talvez a multa de rescisão não seja tão alta assim. Talvez tudo se acalme nos próximos dias. Talvez não.

*Isso era o nome de uma banda, li uma vez em algum lugar. Desde então, tem sido mais uma meme que arrasto por aí.

10/03/2005 12:00 | Comentários (9) | TrackBack (0)


"Estamos vencendo!"

Toda vez que vejo a capa deste livro da Conrad numa livraria, com um magrão melenudo feliz da vida botando a língua pra fora, acompanhado de um subtítulo qualquer sobre o NEOPROTESTANTISMO, tenho vontade de me jogar no chão ali mesmo e me flagelar por dias a fio, de tanto constrangimento. O texto pode até ser bom, nunca li, mas o projeto gráfico traduz como poucas coisas neste mundo a idéia de esquerda festiva e tança.

09/03/2005 18:30 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Iugoslávia

Na esquina do hotel tem uma casinha antiga, térrea, em estilo colonial, pintura descascando. Acima da porta de madeira tem uma plaquinha oval com o desenho de uma harpa e as palavras “FILARMÔNICA COMERCIAL”, quase ilegíveis. Dentro, só cadeiras. Todo dia de noite, vários tiozinhos se reúnem ali, munidos de tubas, cornetas, trobones, pífaros e pratos, e ficam tocando marchas bem lentas, dolentes mesmo, eu diria, tipo música de cortejo fúnebre. É um som legal por insólito, gera uma melancolia meio cômica, mas juro que de vez em quando dá vontade de descer, meter a cabeça pela porta e perguntar: “E um frevinho, rola?”

09/03/2005 10:47 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Santiago

O texto que segue foi escrito quando o meu filho nasceu, há exatamente um ano e três dias. Como o site em que ele estava publicado saiu do ar, achei por bem colocar aqui. A princípio ia postar na extended entry, mas depois achei melhor deixar aqui fora mesmo. Ele adora a rua.


SANTIAGO

[ 25/03/2004 ]

Por onde se começa um relato desses? Pela manhã do
dia, quando o simples fato de se acordar mais cedo do
que de costume para se fazer um exame aparentemente
desencadeia um processo de parto? Pelo meio-dia,
quando, ao chegar em casa, ouço simplesmente a frase
"a bolsa rompeu" e me sinto num filme? Pela ida para o
hospital, com todas as coisas demonstrando uma nitidez
quase insuportável? Ou talvez pelo nascimento
propriamente dito, a mão da médica buscando alguma
coisa dentro da barriga aberta da Giselle e saindo de
lá com essa coisa, vermelha, enrugada, cheia de cabelo
e estranhamente familiar? Não sei. Acho melhor começar
do começo e ir avançando. Não que faça mais sentido,
mas por ser mais fácil mesmo.

De manhã. Em vez de acordar e ir pro meu trabalho,
deixando a Giselle e seu barrigão dormindo como tenho
feito nas últimas semanas, faço força para acordá-la,
obedecendo a um pedido feito na noite anterior. Ela
tem um exame marcado para as 9 horas, não deu pra
marcar mais tarde. Mais dia menos dia essa criança
nasce, então é melhor fazer logo.

A duríssimas penas ela carrega seu barrigão até o
banheiro, cozinha, roupeiro, sempre comigo empurrando
atrás, vou dar uma carona. Rua. Ao atravessar, ela
começa a sentir uma série de contrações. Será que é
hoje? Quarta, 3 de março, aniversário do Mojo, bom
augúrio. Eu tinha sonhado que ia ser ontem.

Deixo-a na frente do laboratório com as recomendações
de sempre, "qualquer coisa, liga."

No trabalho, tenho uns cinco problemas pra resolver,
mas não consigo entrar em nenhum deles. É como se eu
soubesse que ia ser perda de tempo, que o que quer que
eu fosse começar agora não ia terminar mesmo.

Ela liga: "Acho que é hoje mesmo, viu?" As duas mães,
minha e dela, já foram chamadas, fico tranqüilo,
organizando coisas. Chego em casa depois da uma e a
primeira coisa que ouço ao abrir a porta é "A bolsa
estourou." Uma suave irrealidade começa a tomar conta
das coisas. Munidos de toalhas, descemos e vamos até o
consultório da médica, e de lá pro hospital.

Tinha uma reunião às 14:30 e outra às 15:00. Depois de
deixar Giselle e mãe no hospital, dou uma última
passada no trabalho pra passar a bola pra alguém e
começo a comunicar a esmo que o Santiago está pra
nascer. As pessoas esperam que eu fique um pouco mais
nervoso do que eu estou. Estou apressado, mas calmo,
curtindo a situação toda. É legal chegar pra alguém e
dizer: "Olha, preciso que tu me substitua nessa
reunião, meu filho está nascendo neste exato momento,
essas crianças, sabe como é..."

Na volta pro hospital é que começa o estranho
fenômeno: uma sensação de que tudo parece mais vivo,
mais nítido, mais forte. Uma jamanta carregada de
carros cruza na minha frente em plena 24 de Outubro e
eu perco vários segundos olhando maravilhado para a
brutalidade daquilo, caçamba, cabine, pneus,
carroceria, carros, correntes, parafusos, nunca olhei
pra uma jamanta desse jeito. É como se fizesse sol
depois de meses e meses de dias nublados, as cores
gritam, nada parece fugir à minha percepção.

Hospital, o mesmo em que eu nasci. Depois de
esperarmos em vão durante 3 horas por uma série de
contrações fortes o bastante para causar uma
dilatação, a médica decide por uma cesariana. Ficar
mais de 12 horas com a bolsa rompida é perigoso, por
causa do risco de infecções.

Giselle fica um pouco nervosa com a idéia de cirurgia
e anestesia, ela não tem muitas no currículo. Digo que
já fiz várias e acho até divertido, mas ela não se
convence muito. Pelo menos vou poder ficar do lado
dela na hora, falando besteira.

Rapidamente aparecem o anestesista e o resto da
equipe, e vamos para a sala. Me sinto bem com o
avental, mas a máscara me incomoda um pouco. Comento
que começo a entender o porquê de usarem a palavra
"parto" para coisas complicadas: já são 8 da noite.

À medida em que o processo avança, uma certa
introspecção vai tomando conta de mim. Na verdade, sou
dois: na superfície, um de nós conversa com a Giselle
e responde às brincadeiras sobre Inter e Grêmio do
anestesista; mais fundo, o outro espera, consciente de
que a minha vida está para passar por um momento
extremo, uma culminância.

Tem uma cortina protegendo a incisão do olhar da
Giselle. Digo pra equipe que quero ver o bebê saindo
da barriga e o anestesista brinca que se tiver que
segurar pai desmaiando vai cobrar mais caro. Desmaiar?
Perder um momento desses? Sem chance, tenho certeza
disso quando levanto a cabeça para espiar do outro
lado da cortina, bem a tempo de ver a médica buscar
algo lá dentro da barriga e trazer para fora.

Cabelos. A primeira coisa que eu vejo é uma cabeça
cheia de cabelos. Depois penso em vermelho. A criança
está toda coberta por uma golesma esbranquiçada, mas é
possível notar que por baixo a pele é absurdamente
vermelha. Ele parece muito, muito brabo, quase peço
pra colocarem de volta no lugar. Aí eu finalmente
enxergo o rosto: olhos bem fechados, boca aberta num
choro que começa a chegar aos meus ouvidos, um nariz
minúsculo e grandes bochechas.

Eles levam o bebê para a sala ao lado, eu vou junto,
pesam e medem, depois me dão para segurar. Tenho
consciência de que esta é a primeira vez que eu faço
isso. Pegar o meu filho no colo. Acho que é neste
momento que cai de vez a ficha: sou o pai desse guri.

Com o Santiago no colo, volto pra sala de parto, onde
Giselle chora na mesa de cirurgia. Coloco ele com todo
o cuidado na frente do rosto dela. Não tenho como
descrever essa cena sem ser muito piegas, então
prefiro pular. Me limito a dizer que ela conversa com
ele, e eu penso que todos os sacrifícios que ela fez
nos últimos meses finalmente fazem sentido. Toma que o
filho é nosso.

Depois disso eu levo a criança, ainda no meu colo, até
a vitrine da maternidade, onde duas famílias aguardam.
Eu achei que o grande momento tinha sido o nascimento,
mas chegar na frente do vidro e ver todos explodindo
de alegria também é muito forte. Olho nos olhos de
cada um agora, mostrando o Santiago. Me demoro um
pouco mais na minha mãe, o nome da criança é uma
homenagem a uma das melhores pessoas que eu já conheci
nessa vida, pai dela, meu avô. Onde estão as dúvidas
que senti nos últimos meses? Onde está a insegurança,
o medo de simplesmente não estar preparado pra ser
pai? Converso com meu filho, sou o pai dele agora.
Coloco o bebê sobre um bercinho, à vista de todos, e é
então que começam os problemas: o pediatra me diz que
a criança está fazendo força demais para respirar, e
que se continuar assim vai ter que levar para o CTI,
mas que ele não quer isso, prefere esperar um pouco.

Só aí é que me dou conta de que o final de cada
expiração, muito curta, vem acompanhado de um pequeno
gemido intermitente, doído. Ele não chora, talvez até
porque todas as forças estejam concentradas nessa
respiração sofrida, brigada. O médico aspira as
secreções da boca e nariz, tentando desobstruir as
vias respiratórias, mas não adianta. Calculo que ele
respire umas 70 vezes por minuto, sempre gemendo. Fico
ali com ele, sofrendo junto, puxando o ar junto,
torcendo para que a situação se reverta nos próximos
minutos, que de uma hora pra outra ele consiga
respirar normalmente e possa ser levado para perto da
mãe, mas isso não acontece. Depois de um período de
tempo que calculo em torno de 40 minutos, o médico me
diz que o melhor é o Santiago passar um tempinho no
CTI. Fico um pouco triste: queria muito que ele fosse
para perto da mãe, sentisse de novo seu cheiro, as
batidas do seu coração, seu calor, e dessa forma se
acalmassem ambos. Mas não.

No CTI, me informam rapidamente das regrinhas do lugar
e me avisam que posso entrar e sair a hora que quiser.
Na verdade, sou a única pessoa da família que pode
fazer isso, já que a mãe não consegue nem sentar, com
a barriga toda costurada. A decisão de passar a noite
por lá vem ao natural.

A noite é uma sucessão de idas e vindas, da salinha de
espera com um sofá minúsculo de 2 lugares e guardas de
madeira estrategicamente colocadas para que não se
consiga deitar ao CTI propriamente dito, e vice-versa.

No começo toco bastante nele, converso e me comovo com
a mais insignificante expressão facial, mas ao longo
da noite me dou conta que isso o deixa mais agitado,
então procuro me conter. Ele está num berço, embaixo
de uma estufa, com soro e com a cabeça dentro de uma
campânula transparente, que oferece uma concentração
maior de oxigênio, 40%, do que a que normalmente
respiramos, 21%. Parece um astronautinha.

Nas paredes do corredor do CTI, quadrinhos
emoldurados, presente de pais agradecidos, contam a
história de crianças que ficaram vários meses naquele
lugar. Geralmente são compostos de uma foto do
recém-nascido todo erradinho, magro e cheio de tubos e
de outra, com o bebê em casa, sadio e sorridente. Os
textos são escritos pelos pais, muitas vezes simulando
a narração da própria criança: "Oi, meu nome é Tomás,
nasci com 1600g, tive tal e tal complicação, passei 6
meses aqui, mas agora estou bem, em casa, com 4200g,
graças ao empenho das enfermeiras etc etc etc". Leio
todos eles, e uns dois ou três conseguem me atingir
como uma voadora na pleura. Um deles começa com uma
citação do Churchill: "Nunca, nunca, nunca se renda."

Quando me dou conta, o bar do hospital já fechou e
tudo o que eu tenho para comer são duas trufas de
chocolate. Tento dormir, não consigo, volto mais
algumas vezes para o CTI e lá pelas três da manhã o
cansaço me vence. São quatro e meia quando me acordo,
depois disso não durmo mais.

Durante a noite, seguro a mãozinha dele várias vezes,
sentindo o apertão instantâneo dos dedinhos que se
fecham ao redor do meu dedo. Sei que é um espasmo
natural dos bebês, sei que não é consciente, sei que
ele seguraria com a mesma urgência o dedo de qualquer
pessoa nestas condições, do pior criminoso do mundo
até, mas não é ele que está aqui, sou eu.

De manhã Santiago tem uma ligeira piora, eles colocam
um respiradorzinho direto no nariz, e eu sou
aconselhado a ir para casa, dar uma descansada.
Corcoveio um pouco mas acabo indo, e ao sair do
hospital percebo outro fenômeno interessante: depois
de uma noite em claro no CTI, ouvindo o choro e os
gemidos do meu filho e de vários outros bebês, começo
a ouvi-los por toda a parte. Abro uma torneira e o
rangido se assemelha a bebê resmungando. Um carro
freia ao longe e o som se assemelha muito a um começo
de choro. Uma porta rangendo lembra um gemido. É como
se os choros e ruídos de bebê já estivessem embutidos
em todos os sons do dia-a-dia, mas só agora, com os
ouvidos devidamente afinados, eu os percebesse.

Durmo.

Muito.

No fim da tarde volto ao hospital e Giselle finalmente
consegue sentar numa cadeira de rodas. Tudo o que ela
quer é visitar o filho. Desde o nascimento, no dia
anterior, ela não passou mais do que dois minutos
junto dele, e é tocante vê-los agora. Ele já está numa
incubadora, ela abre a portinha, acarinha a sua cabeça
e fala coisas simples e cheias de carinho. Ela repete
várias vezes, olhos cheios d´água, a frase "Como ele é
querido!", mas na verdade é como se dissesse "como ele
é forte, como ele é corajoso, como ele luta pra
respirar, pra ficar com a gente, pra ir pra nossa
casa". Comovo.

Os dias vão passando, Santiago vai melhorando, a
concentração de oxigênio fornecida para ele vai se
aproximando dos 21%. Ele fica mais ativo, resmunga
mais, arranca o soro da mão, tenta puxar a sonda da
boca. Meu guri.

Cerca de uma semana depois do parto ele ganha alta e
aí começa uma nova história, fraldas, mamadas no meio
da noite, colos para arrotar, eventuais engasgos,
preocupações-de-pais-de-primeira-viagem-que-um-dia
vão-ser-motivo-de-boas-risadas-mas-certamente-não
agora e pequenas alegrias.

Quando ele sorri, por exemplo, eu me desmonto, mesmo
sabendo que este ainda não é um sorriso consciente,
social, que é mais um espasmo, que tem a mesma
natureza de um peido ou de um arroto. Talvez seja
justamente isso, a aleatoriedade da coisa toda, o
pequeno milagre do teu filho sorrir, não
necessariamente para ti, mas ao alcance dos teus
olhos, que seja o mais bonito de tudo. A vida é
caótica. Um ano atrás a última coisa que eu queria era
ser pai; hoje me sinto de certa forma agraciado, quase
salvo, por esta oportunidade.

Uma última lembrança, ainda da época em que mãe e
filho estavam no hospital e eu me acordava de
madrugada para ir vê-los: são cinco horas da manhã,
dirijo pela 24 e ouço a Ipanema. O refrão de um rap
pergunta: "what´s love?"

Por alguns instantes eu acho que consigo responder.


Marcelo Firpo

08/03/2005 16:25 | Comentários (12) | TrackBack (0)


Al Qaeda planejou atentado contra Russell Crowe

CONTRARIADO, Bruno Galera promete cobrar ROYALTIES.

08/03/2005 09:54 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Grandes Temas da Humanidade: Buda e eu.

Falar de budismo é sempre meio complicado: ou tu corre o risco de fazer proselitismo barato ou de passar uma idéia cretina de que graças a ele todos os problemas da tua vida se resolveram de uma hora pra outra. Entretanto, não falar não é uma opção válida, pelo menos pra mim. Sempre gostei de dividir com os amigos um filme legal que vi, um livro, uma banda. Por que não uma filosofia de vida?
Meus primeiros contatos com o budismo foram circunstanciais: quando adolescente, tinha uma certa curiosidade pelo tema, e comprei uma edição da Martin Claret Editores, “Buda Por Ele Mesmo”, que era vendida em bancas de revistas. Devo ter até hoje, junto com os exemplares de Jung, Freud e Borges, se não me engano. O problema é que, apesar de contar direitinho as origens do Príncipe Sidarta, o livro trazia um amontoado de citações descontextualizadas do gordinho, e fiquei com a sensação, lembro bem, de que o budismo era uma barafunda de nobres verdades, caminhos óctuplos e outras formulinhas. Não me desceu bem.
Nos anos setenta e oitenta, o budismo zen era no Brasil o que o tibetano é hoje, a vertente mais conhecida e praticada. Lembro que sempre encontrava nos balaios da Feira do Livro uma lombada onde se lia “Zen ou a Arte de Manutenção de Motocicletas”, mas nunca me animava a comprar, até porque a parte “manutenção de motocicletas” me assustava um pouquinho.
Tinha também essa historinha do Demolidor, em que ele perdia seu radar e ficava confinado com o seu antigo mentor, o Stick, num ginásio abandonado. Para recuperar o radar, ele tinha como tarefa acertar uma flecha num alvo, com os olhos vendados, depois de confrontar seus demônios. Escrevendo isso agora a venda parece meio nonsense, porque o Demolidor era cegueta, mas a imagem ficou na minha memória justamente porque sabia que era emprestada da tradição zen: “o alvo está em toda parte”.
Foi só no Fórum Social Mundial, se não me engano o primeiro, que realmente tive um contato decisivo com a coisa toda. Estava flanando pelas banquinhas, lá na PUC, sem ter assistido nenhuma palestra e nem me estressando muito com isso, já que não tinha o calhamaço com a programação e a maioria delas, especialmente as políticas, me parecia simples pregação para convertidos.
Foi aí que cheguei numa banquinha e o cinza-prata de uma capa me chamou a atenção: “Mente Zen, Mente de Principiante”, de Shunryu Suzuki. Peguei, manuseei e resolvi comprar. A pessoa que estava me vendendo falou: olha, tá começando neste exato momento uma palestra na sala tal do prédio tal, com o mestre tal.
Epa. Tudo bem que a sincronicidade geralmente não me deslumbra muito, mas parecia interessante. Se eu tivesse que assistir a apenas uma palestra do Fórum, com certeza seria essa. Aliás, com certeza foi esta a única mesmo.
Cheguei a tempo, sentei num cantinho e fiquei observando Mestre Moryiama. Monja Zuiten e a atriz Odete Lara. A tradução simultânea dava um ritmo lento à palestra, mas também uma importância maior a cada palavra. O jeito deles falarem, a postura e, obviamente, o conteúdo foram me acalmando, me acalentando. Tinha uma enorme ansiedade de fazer perguntas, mas me segurei, e me dei conta que, por mais obtusa que fosse alguma questão, eles sempre conseguiam dar uma resposta interessante, sem nenhum enfado.
Pela primeira vez, entendi as Quatro Nobres Verdades, os preceitos e mais um monte de coisas. Acho que naquele dia ainda não tinha entendido o principal, mas já estava no caminho. Quando um carinha perguntou “Como o budismo vê a questão do sofrimento?” e a monja respondeu “Só existe budismo porque há sofrimento”, eu tive vontade de dar um mosh na mesa em que ela estava.
Saí de lá com muita vontade de freqüentar o zendô e terminei o livro do Suzuki em um par de dias. É, ainda hoje, o melhor texto sobre o assunto que já li.
Freqüentei algumas vezes o zendô do Viazen, que ficava na Germano Petersen, mas por questões de horário passei a freqüentar também o mantido pelo Petrúcio Chalegre numa pecinha despojada num estacionamento de um edifício comercial da zona sul.
Foi ali que me foi dita, textualmente, pela primeira vez a grande verdade do budismo.
Não pretendo enunciá-la aqui, porque não o faria com o talento necessário, e o zen abomina o esforço inútil.
O que posso dizer é que, ao entender aquela idéia, foi como se um aviso aparecesse dentro da minha cabeça: “A instalação do novo sistema operacional foi concluída com sucesso. Clique ok para reinicializar seu computador.”
Hoje posso ficar longos períodos sem praticar zazen ou mesmo ler qualquer coisa relacionada ao tema, e mesmo assim o programa segue rodando. Posso me deixar levar pela raiva ou pelo medo às vezes, mas no momento seguinte me dou conta da inutilidade disso. Também posso me deixar levar por essas e outras emoções e apegos, mas sabendo o tempo todo que estou me deixando levar. Esse é o pulo do gato do budismo, que o distingue de qualquer tipo de niilismo: mesmo sabendo que é um jogo, ele joga.
Tem uma sangha que se reúne duas vezes por semana aqui em Floripa, por feliz coincidência coordenada pelo mesmo monge Petrúcio, por feliz coincidência agora discípulo do mesmo Mestre Moryiama. Em breve, devo freqüentar este zendô, ouvir coans, praticar com mais ou menos desconforto o zazen e fazer parte daquela atmosfera única, cortês, delicada, seca, direta. Não vejo a hora, mas também não me importo muito, e todo o zen está nesta aparente contradição.
O budismo não resolveu todos os problemas da minha vida. Nunca vai resolver. Não seria legal da parte dele se resolvesse.
Ele só revelou a verdadeira natureza destes problemas.
Espero não ter sido proselitista. Espero não ter dado a impressão que levito a dois centímetros do chão. Espero não ter cometido alguma barbaridade conceitual. Escrever este texto era apenas o que eu tinha que fazer, e agora está feito.

Ah, sim, faltou uma coisinha: o ego é uma ilusão e acreditar nesta ilusão gera sofrimento.

07/03/2005 21:24 | Comentários (12) | TrackBack (0)


Under the same file

Uma vez perguntaram a um monge do Tibete, que havia sido bárbara e longamente torturado por soldados chineses, se em algum momento do seu suplício havia sentido medo.
Ele disse que sim, uma ou duas vezes: "Tive medo de perder minha compaixão por eles."

07/03/2005 18:15 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Uma segunda-feira, com certeza

“A cada instante, o universo inteiro emerge do vazio”

Shunryu Suzuki escreveu isso, ou algo bem parecido.
Está sendo especialmente útil hoje.

07/03/2005 18:10 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Betinha vem cá, vem cá, vem cá, vem cá

Grande ausência da viagem: Erasto.

07/03/2005 12:13 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Granturismo

Finalmente trouxe o carro. Me custou um final do jogo do Inter, uma fita do Vital Farias, outra do Sérgio Cassiano e outra dos Novos Baianos. Momentos memoráveis: dar carona pra um brigadiano porque achei que ele estava MANDANDO eu parar o carro e quase atropelar um pinguço que cambaleava na escuridão, na bordinha do acostamento.

07/03/2005 11:54 | Comentários (3) | TrackBack (0)


"Magoado, Papa manda despejar Opus Dei."

Começou no Bruno, já se espalhou pros comentários do Hermano e agora chegou aqui. Qualquer criança brinca, qualquer criança se diverte.

04/03/2005 16:06 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Smiles even though it’s breaking

Se houvesse um programa de milhagem na Santo Anjo, a essa altura eu já era merecedor de uma viagem de ônibus ida e volta, pra Fernando de Noronha. E de leito.

04/03/2005 11:50 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Surfin´SC

A moda surf até que faz algum sentido, quando usada numa cidade com praia.

04/03/2005 10:32 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Farfantepenaeus paulensis

Estranho, isso: toda vez que eu espirro, saem camarõezinhos pelas minhas orelhas. Espero que não seja grave.

04/03/2005 10:18 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Próximo passo, engenharia de foguetes

Acho que acabo de trocar o link do Galera SOZINHO.

03/03/2005 11:41 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Um ano esta noite

FELIZ ANIVERSÁRIO, GORDUCHO!

É pro Santiago, mas também serve pro Mojo.

03/03/2005 10:21 | Comentários (12) | TrackBack (0)


Salty balls

Você percebe que está na hora de visitar a lavanderia quando, no lugar de cuecas limpas, vai trabalhar usando SUNGÃO.

03/03/2005 07:55 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Grandes Temas da Humanidade: a Propaganda e eu.

São quase 22h e eu sou o único zumbi na agência. Como passei o dia fora, viajando a trabalho, achei que devia ficar mais um pouco, pra compensar, como se a viagem tivesse sido de férias. Além disso, sou o único redator da equipe no momento, o que significa acúmulo de tarefas. Que grande CDF eu acabei me saindo.
Mas não foi sempre assim. Até ali por 2001, eu não apenas era bem mais vagabundo do que hoje: eu era mais atormentado. Não trabalhava menos porque tinha coisas mais legais pra fazer lá fora, mas simplesmente porque a idéia de trabalhar em propaganda era desconfortável, dolorosa. Jovem redator, me debatia imaginando uma plêiade de carreiras alternativas e planos B, jamais engendrados. Me torturava com a possibilidade de ficar mais uns 10 anos fazendo a mesma coisa. Achava que estava desperdiçando meu tempo e principalmente, oh, meu verdadeiro talento, qualquer que ele fosse.
Sonhava principalmente com uma carreira dourada no trepidante mundo do entretenimento, mais precisamente no segmento das gravadoras. Achava que, se tivesse uma chance, seria o Phil Spector dos pobres. Cheguei a torrar vinte e tantos dias de férias fazendo um estágio não-remunerado numa gravadora paulista, pra ver como era. Talvez isso tenha me salvado, porque ali comecei a perceber que ao fim e ao cabo é tudo a mesma coisa, vender seguros, conservas ou obras de arte, dá na mesma. O que realmente poderia fazer a diferença era a perspectiva, a moldura. Quando conheci melhor o zen-budismo, isso ficou ainda mais claro: temos que fazer o que precisa ser feito, seja lá o que for, e ficar se debatendo, além de bichice, é inútil.
Minha vida me levou pra publicidade, não pra engenharia de foguetes ou diplomacia. Lá, consegui desenvolver um bom trabalho, mesmo a contragosto, mesmo mortalmente constrangido, mesmo me sabotando a torto e a direito, mesmo deixando passar mil e oitocentas oportunidades na frente do meu nariz, por puro enfado.
Aos pouquinhos fui, como se diz por aí, amadurecendo e entendendo melhor as exigências da profissão, seus caminhos e, principalmente os atalhos que evitava tomar. Comecei a tratar minha carreira não com mais respeito, mas com algum respeito.
Aí, pra completar, nasceu meu filho. Ou por outra: foi só aí que ele nasceu. Desde então, nunca mais sequer pensei em mudar de área. Não que ache que vá fazer isso pro resto da vida. Não que não ache. Simplesmente não importa mais. Não dói mais. Quando se tem fraldas e papinhas para comprar, quando se é o responsável direto pela vinda de uma pessoa ao mundo, esse tipo de inquietação de SOE se torna subitamente ridícula.
Por isso, se você está em dúvida quanto ao seu futuro profissional, emprenhe alguém, é o que eu sempre digo.

02/03/2005 22:05 | Comentários (12) | TrackBack (0)


Você sabe que está trabalhando em Florianópolis quando...

...metade dos salgadinhos da festinha dos aniversariantes do mês da firma são de CAMARÃO.

02/03/2005 19:50 | Comentários (13) | TrackBack (0)


Bene Gesserit nessas

Já dizia a filha do Imperador Padishah Shadam IV no comecinho de Duna: “The beginnings are very delicate times.”

02/03/2005 09:01 | Comentários (6) | TrackBack (0)


The future is so bright I have to wear shades.

Justamente no mesmo dia em que consegui uma casinha na web, cortesia do Sr. Insanus, também achei um bom apartamento para alugar. Depois de perambular por uma boa dúzia de lugares, sacrificando praticamente todos os almoços desde que cheguei, acabei encontrando um realmente muito bom. É um apartamento de fundos, no terceiro andar, mas atenção, os fundos dão para a calçada da Av. Beira-Mar, sem nenhum obstáculo à visão. Ou seja, da janela da sala e do quarto, tudo o que se enxerga é mar e ilhazinhas, de um lado a outro. É a melhor vista que eu podia sonhar, num apartamento bem legal, também, muito amplo e reformado, ESTRALANDO de novo.
A única coisa que me escapa é por que razão um edifício que foi construído num terreno praticamente dentro do mar tem a sua entrada voltada para o outro lado, para a rua de cima, paralela à Beira-Mar. Mas não estamos reclamando.

02/03/2005 08:58 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Como eu ia contradizendo...

Blogs. Sempre pensei que só manteria um blog se precisasse registrar alguma mudança importante na vida, tipo ir morar em algum lugar com uma cultura e língua diferentes, como fez o Fanti quando foi passar um tempo na Inglaterra. Não queria um blog pra ficar comentando a última Balonê ou o show da Cachorro Grande, não via muito sentido nisso.
Na verdade, era mais uma questão de disciplina, e de acreditar que alguma ruptura na rotina fosse criar as condições necessárias para que esta disciplina se estabelecesse.
Também achava interessante que o começo do blog correspondesse ao começo de uma nova etapa na vida, e novamente a mudança geográfica parecia uma boa desculpa.
Pois bem. Finalmente me mudei para um lugar com uma cultura e língua diferentes: chama-se Florianópolis.
Só o que faltava era um template, qualquer um, já que sou basicamente um neoludita, mas o bom Cardoso socorreu-me. Não precisava nem ser bonito, o template, mas é. Agradeço imensamente.
E aqui começa mais um blog. Era tudo o que o mundo precisava.

02/03/2005 08:55 | Comentários (15) | TrackBack (0)