por Marcelo Firpo

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Something wicked

MARCA%20SEM%20CONCEITO.jpg

Entrei de sócio numa agência. Na verdade, fiz a mão de juntar duas, de três amigos. Deu um trabalhão, do contrato à mudança, tudo no maior sigilo.

Pode ser que dê certo, pode ser que não dê. Mas se não der, pelo menos vai ser por causa dos meus próprios erros, e não os dos outros.

30/04/2007 18:23 | Comentários (27) | TrackBack (0)


Le bras de mer

Fazia um tempinho que eu não era inexoravelmente levado a praticar a ancestral arte do air guitar dentro do carro. É a mesma versão que eu ouvi em São Paulo.

30/04/2007 00:21 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Something wicked this way comes 2

Em São Paulo, agora. Dez horas seguidas de reunião, com uma pausa para almoço. Fazendo as coisas como devem ser feitas. Amanhã tem mais. Acordei às cinco da manhã. Seu Jorge no sistema de som do hotel. Nunca foi tão bom trabalhar. Talvez esteja enlouquecendo. E daí?

27/04/2007 21:14 | Comentários (10) | TrackBack (0)


Something wicked this way comes

Para quem está preocupado com o meu futuro profissional (isso, mãe, tu mesma), declaro que em breve, logo ali no dia 2 de maio, terei o que indubitavelmente parecem ser boas notícias.

25/04/2007 01:24 | Comentários (14) | TrackBack (0)


Sisicomono?

Mais um bom momentos:

-Tomar umas com o exilado Galera no Palermo Soho. Pra quem curte uma cerveja mais levinha, recomendo a artesanal Barbarossa de trigo. Momento felliniano: parar numa esquina para esperar um trem descomunal passar. E isso foi antes de chegar no bar.

-Livros: os diários de Bioy Casares relacionados a Borges dominam as livrarias portenhas. É um tijolo com o que calculo serem umas 2000 páginas, talvez mais, contando o dia-a-dia (e aqui a expressão não é figurada) dos dois amigos. Não comprei porque não tenho vontade de saber se Borges jantou sopa de chuchu ou de abóbora em 30 de dezembro de 1937, mas posso estar sendo injusto.

-Gostaria muito de ter visitado pelo menos uma hotshop argentina, tipo Santo, Madre, El Hotel ou la comunidad, mas não deu tempo. Tentarei nas próximas, te rruro.

-Belíssimas mulheres usando os allstars mais podres. Sim, lá também.

25/04/2007 00:33 | Comentários (3) | TrackBack (0)


Hastaluego

Meia-noite e vinte e cinco agora, de segunda para terça. Sentei para escrever um post sobre a viagem a Buenos Aires, mas fui interrompido pelo Santiago:

"Papai, eu quero ir no shopping brincar com os brinquedos."

"No shopping mais legal?" (é como ele chama o shopping Total)

"Não, no shopping que tem os carrinhos e que a gente joga bolinhas nos gatinhos"

Percebo que ele está descrevendo dois brinquedos do megalomaníaco parquinho de diversões do shopping Alto Palermo, Buenos Aires, Argentina.

"Mas filho, esse shopping não dá pra ir agora, é muito longe. A gente tem que pegar outro avião e voltar tudo." (chegamos não faz nem quinze minutos. Imagino que a lembrança da via-crúcis de carrinhos de bagagem, correria, detectores de metal, filas de check-in, filas de imigração, filas de embarque e filas de desembarque, para citar só algumas, seja capaz de demover o pequeno juggernaut.)

"Nããããããão, a gente vai de táxi, eu já vou chamar, não te cocupa."

E o pior é que ele parece ter alguma razão. Fiquei com a sensação de que voltaremos na primeira oportunidade que aparecer. Um pouco porque não deu pra ver nada em três dias chuvosos e nublados, mas principalmente porque a parte que eu vi eu gostei, muito.

É muito interessante se mover numa cidade escancaradamente mítica. Tu passeia por uma rua e pensa coisas do tipo "Cortázar deve ter grudado uma meleca nesta parede" ou "Gardel certamente catarreou nesta praça" ou "Borges há de ter peidado neste elevador". A cidade simplesmente tresanda história, memória.

Alguns momentos:

-Santiago abismado com o fato dos personagens do Discovery Kids na TV do hotel falarem com vozes diferentes e cantarem músicas com melodias iguais, mas letras distintas. Expliquei o porquê da diferença e deu pra ver que ele sacou mais ou menos o conceito de cidade: fomos passear em "Buens Ais", mas moramos em "Putalegre";

-O fascínio incontrolável pelo "trem do buraco". Por ele, pegávamos metrô até pra ir ao quiosque da esquina;

-Melhor break publicitário, o argentino: campanha "Dueño" bombando, vi um comercial muito massa com um prédio que se movia pela cidade como se fosse uma retroescavadeira ou um trator. Trinta mil anos antes de conseguirmos fazer algo que se aproxime disso. Muito boa também a campanha do Anaflex, analgésico, estrelada por um genérico do Ozzy que adora se machucar para usar o produto. Vale procurar no youtube, e é o que farei amanhã;

-Excelente senso estético, também: todo mundo se veste bem por lá, mesmo os mais chinelos. O único casal que achei malvestido provou-se depois irremediavelmente paulista.

-O trânsito anda, mais que em Porto Alegre. Táxis baratos, taxistas honestos.

-O que nos levou ao aeroporto foi monologando por 45 minutos. Highlights: (ao passarmos por um ônibus de torcedores tomando blitz da polícia:) "Não sei por que a polícia gasta pessoal com estes hinchas. Por mim, que prendam todos e depois averigüem." (imigrantes:) "Todos delinqüentes. Nunca ouvi falar de um boliviano astronauta ou engenheiro espacial" (política:) "Gosto do Kirchner, mas ele tinha que governar por uns trinta anos" (Brasil:) "Vocês tiveram bons presidentes, nos anos 70"

-TV: tem um canal que só passa CLIPES DE TANGO. Genial. Se não me engano,o site é tangocity.com. Tinha um programa em que ficavam uns tiozinhos em volta de uma mesa num boteco, tomando cafés, conversando pouquíssimo e esmerilhando nos clássicos, não só tangos, como também milongas portenhas. Arranquei um olho com um alicate ao perceber que o similar nacional é aquele com o Thedy Correa e Tânia Carvalho.



24/04/2007 00:20 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Thru your eyes

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Minha mulher tava numas de que a gente deveria viajar sozinho pra Buenos Aires, pra descansar, ser um casal, essas coisas. Em tese eu concordava, tanto que só comprei duas passagens, mas a idéia de privar o Santiago de uma viagem dessas - malas, avião, trem-do-buraco (metrô) e todas as coisas da última viagem das quais ele fala até hoje - não me parecia muito correta. Ficava imaginando ele lá, na casa da vovó, entediado, vendo TV, enquanto os pais chafurdavam nas parrillas, e me parecia francamente errado, cruel mesmo.

Toquei no assunto com ele, disse que ia trabalhar longe por alguns dias e que ia trazer presentes. Por prudência, omiti o fato de que há um percurso de avião envolvido. Ele me respondeu que queria ir trabalhar longe junto comigo.

Hoje, depois de toda a estadia na casa da vó já estar combinada e sacramentada, minha mulher fraquejou durante alguns segundos. Me aproveitei da situação e, num átimo, liguei pra ver se ainda tinha lugar no avião.

Tinha. Santiago vai junto.

Estamos todos mais felizes agora. Vamos voltar mais cansados do que fomos e dez anos mais velhos, exatamente como da outra vez.

Mas é o certo.


21/04/2007 00:35 | Comentários (12) | TrackBack (0)


Zeitgeist

Santiago me pediu hoje de manhã um sanduíche de limão. Passei o dia todo pensando no assunto. Vou tentar fazer de noite.

Ele começou na aula de iniciação musical e está gostando bastante. É bom que goste, porque seguirá lá no mínimo até os dezoito (risada diabólica descontrolada).

Dia 2 de maio terei novidades profissionais, salvo hecatombes.

Vou pra Buenos Aires no final de semana. Dicas?

18/04/2007 16:38 | Comentários (41) | TrackBack (0)


Na casa de Marte

Trabalhando muito, muito, muito, mas curtindo horrores. Preparando algo muito legal. Depois que a gente descobre a nossa verdadeira natureza, tudo fica mais fácil. Não é pelo dinheiro. É pelo jogo. Tentarei ser mais claro da próxima vez.

12/04/2007 19:20 | Comentários (7) | TrackBack (0)


O homem é um poeta

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"It brings to mind the libertine Bohemia of my youth: my friends used to declare that there was no more gorgeous experience for a man than to make love to three different women in a single day. Not as the mechanical workings of an orgy, but as a personal adventure resulting from some unexpected confluence of opportunities, surprises, lightning seductions. That 'three-woman day' - extremely rare,dreamlike - had a dazzling charm which, I see today, consisted not in some athletic sexual performance but in the epic beauty of a rapid series of encounters in which each woman, seen against the backdrop of the one before, seemed even more unique, and their three bodies were like three long notes played each on a different instrument and bound together in a single chord. It was quite a particular beauty, the beauty of a sudden density of life."

Milan Kundera, "The Curtain".

09/04/2007 23:14 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Layout

São Paulo me pareceu muito mais limpa do que nas visitas anteriores.

No começo, não entendi bem por que, mas aos poucos foi me caindo a ficha: essa proibição dos outdoors foi ótima pra cidade. Na real, é melhor até pros anunciantes, porque as mensagens publicitárias que sobraram (em relógios digitais e paradas de ônibus, por exemplo), chamam muito mais a atenção agora do que antes.

Porto Alegre tinha que ter uma lei destas.

05/04/2007 19:07 | Comentários (16) | TrackBack (0)


Nooooossa, com noçãããão, meeeeu!

O nome "Yann Tiersen" está associado a uma série de tags na minha cabeça, sendo algumas delas "francês", "gênio", "virtuose" e "maldito filho da puta". Depois do show da última quarta, vou precisar acrescentar mais uma, mesmo que inesperada: "guitar hero".

O show "On Tour" traz o compositor da maioria das canções de filmes como "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", "Goodbye, Lênin!" e "A Vida Sonhada dos Anjos" em um novo formato, o de band leader, lidando com guitarras, baixo, bateria e teclados, e soando simultaneamente como pop perfeito e post rock, por impossível que pareça. Lembra um pouco, pela guinada estética, o movimento que o Caetano Veloso fez neste seu último disco, mas a comparação é meio descabida se formos avaliar o produto final. Nem mesmo uma molécula de oportunismo ou pastiche aqui, apenas um artista brincando com os seus limites.

O estranhamento só não é completo por duas razões, uma circunstancial e outra intrínseca. A primeira é que, aqui e ali, alguns dos timbres típicos da obra anterior do cara reaparecem: violino, acordeon, xilofone e pianinho de brinquedo. A segunda é que Yann Tiersen soaria como Yann Tiersen mesmo se tocasse tijolo.

O show começa e aí também começa a ficar realmente difícil de escrever. Confesso que tive um vago temor quando li o release do show falando sobre o formato rock do show, por a) medo do desconhecido, b) "porra, passei os últimos anos esperando pela oportunidade de ver um show deste cara e justo agora ele resolve inventar" e principalmente c) francês, quando inventa de tocar rock, geralmente caga tudo. Entretanto, aos dez segundos da primeira canção eu já estou plenamente convertido. Ser multiintrumentista é uma coisa, ser multivirtuose é outro departamento, em outra loja, em outra cidade.

Vendo o cara dedilhar a sua guitarra pendurada lá quase nos joelhos, me lembrei de uma sensação que sempre me acompanhou ao ouvir os discos: não é apenas o fato dele parecer não tocar nenhuma nota desnecessária. É mais como se cada nota fosse a melhor nota possível naquele momento, entre incontáveis outras, e assim sucessivamente. Estranhamente, o estilo dele me lembra o de Johnny Marr, só que com uma dose extra de testosterona. Se Johnny Marr e Neil Young tivessem um filho, talvez saísse assim.

Cada música é uma experiência avassaladora. Lá pela terceira, eu estou considerando seriamente em arrancar a orelha da mulher ao lado a dentadas, por pura felicidade. No começo de "Monochrome", é possível ouvir nitidamente uma outra mulher soluçar convulsivamente, a cinco ou seis cadeiras de distância.

À medida em que o show vai se aproximando do fim, a vertigem aumenta, com mais e mais músicas instrumentais que exploram a passagem da cavalice sonora para a delicadeza e vice-versa. Um vagalhão de guitarra, baixo, bateria e ondas martenot (o instrumento avô da eletroacústica, soa como um serrote musical) se arma a alturas celestiais e se quebra num silêncio absoluto. É paradoxal: quero que o show não acabe nunca e ao mesmo tempo quero que acabe de uma vez, pra que eu possa sair gritando em chamas pelas ruas.

Quando termina, ninguém pede bis (no meio do show tem um daqueles bis fajutos, mas este não conta). Não sei o que passa pela cabeça das outras pessoas, procuro não ouvir os seus comentários, mas a minha sensação é de que não precisa mais mesmo. O sublime não se mede em número de canções apresentadas.

Quando chego na rua, me dou conta de que passei por uma experiência culminante, da qual me lembrarei por muitos e muitos anos: acabo de ver um verdadeiro gênio tocar.

05/04/2007 18:07 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Post-chanson

Jamais vou me recuperar do show do Yann Tiersen.

Agora tenho que correr pro aeroporto, mas assim que possível, tentarei descrever o indescrítivel.

05/04/2007 09:29 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Poulain

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Em meio aos prenúncios de mais uma guerra civil nos aeroportos, pretendo ir pra São Paulo amanhã e assistir ao show do Yann Tiersen. Tomara que ele himself também consiga embarcar.

Galera, tô te devendo umas cervejas.

03/04/2007 22:47 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Observações marotinhas

Lembra quando as pessoas faziam piadinhas de que a saída do Brasil era o aeroporto? Bons tempos.

02/04/2007 13:11 | Comentários (2) | TrackBack (0)