por Marcelo Firpo

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Ainda propaganda

Massa esse post do Marco Loco sobre a relação quantidade/qualidade no processo de criação.

Acho que é a primeira vez que leio um criativo escrever sobre isso sem grandes constrangimentos, mas sempre tive a mesma opinião. Se for boa o bastante, basta uma idéia de campanha só, que depois, sim, se multiplica em um trilhão de aplicações.

27/09/2007 11:01 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Serviço

O CJC convida:

Espremedor "Publicitário Indie. O que eu aprendi
misturando mainstream e underground.", com Gustavo
Mini.

Quando: quarta-feira, dia 26/09, 20h
Local: Madison Center - Mostardeiro, 800
Quanto: grátis para sócios, R$ 15,00 para não-sócios

Estacionamento grátis no local.

26/09/2007 16:03 | Comentários (0) | TrackBack (0)


O, o, o, I want to change it all*

Sei que isso vai soar terrivelmente indie, mas preciso checar: acontece com vocês também de volta e meia uma música qualquer abrir caminho memória afora como se fosse um mamute no meio da floresta, e esta ser uma música da qual vocês nem se lembravam mais ou nem tivessem assim nenhuma predileção especial, mas mesmo assim esta melodia se impor com tal força que vocês se pegam irremediavelmente cantando um determinado trecho repetidas vezes até perceber que, por estranho que pareça, a letra deste trecho é ou o retrato mais fiel possível da sua vida no presente momento ou mesmo uma boa sugestão acerca do que fazer a respeito?

*"A night like this", The Cure, mas na versão do Pumpkins, que não tem aquele saxofone canhestro. E "saxofone canhestro" é redundância.


24/09/2007 15:24 | Comentários (8) | TrackBack (0)


Chamas

Acabo de comprar "A estrada" na Cultura. Recomendo fortemente, desde a época em que era apenas "The road".

20/09/2007 19:06 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Tese apressada #1

Não matutei ainda muito sobre o assunto, mas ando com a sensação de que, aos poucos, diretores de arte serão substituídos por designers e redatores, por jornalistas. É claro que uma sensibilidade marqueteira mínima será sempre importante em qualquer um dos casos, mas estou falando aqui das habilidades técnicas propriamente ditas, a parte do trabalho que começa quando o brain acaba. Substituir diretores de arte por designers é até meio óbvio, na medida em que formatos fechados como anúncios ou outdoors vão dando espaço para outros, mais inusitados, onde a capacidade de projetar coisas do zero acaba sendo mais importante do que preencher espaços pré-estabelecidos. Quanto aos redatores por jornalistas, o que se impõe aqui é a questão da geração e gerenciamento de conteúdo, muito conteúdo, em detrimento de títulos e textos curtos. Na real, são dois lados da mesma questão. Quando os formatos se diluem, a ultra-especialização (fulano sabe fazer anúncio como ninguém, os títulos do beltraninho são os melhores) deixa de ser tão valiosa, em comparação com a ultrageneralização (ciclano criou uma mistura de outdoor com stand, elano me apareceu com uma idéia de programa de TV misturado com rede social digital). E não vamos nem falar dos caras que também têm uma sensibilidade marqueteira, mas aliam isso com um conhecimento estúpido de programação, novas mídias e apps. Agências de propaganda tendem a ser lugares mais interessantes, num futuro próximo.

19/09/2007 20:11 | Comentários (12) | TrackBack (0)


From now

Estamos criando aqui na agência uma campanha toda fiadaputa, com um trilhão de açõezinhas virais e de guerrilha, hotsites, blogs, redes sociais e até uma aplicação tecnológica nova, e aí me peguei pensando no seguinte: "Qual vai ser o backlash disso?" O que será que vai acontecer quando esta ausência de formatos pré-determinados for, per si, um formato consagrado e estagnado?

Indo um pouco mais longe: e quando as pessoas tiverem longos papos nas agências sobre o passado, do mesmo jeito que a gente fala hoje em dia sobre máquinas de escrever, composição e letraset? Coisas do tipo "Vocês não pegaram a época dos virais, né?" ou "Lembra do Google? Todo mundo usava aquela tosqueira." ou mesmo "Eu ainda sou do tempo da internet nas agências."

Tudo isso sob o olhar embevecido dos estagiários, como se falássemos de mamutes e bisontes.

18/09/2007 19:35 | Comentários (2) | TrackBack (0)


É viral?

No começo, achei isso aqui engraçado.

Depois me dei conta de que 99,9% das agências se anunciam exatamente assim.

Aí, além de engraçado, ficou enriquecedor.

Obrigado, lista do Insanus, obrigado, Saulo.

18/09/2007 17:10 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Galileísmo

Ok, chega de ficar remoendo as coisas.

Em frente.

Deixa pra lá.

O bastante é o bastante.

Um dia ainda vamos rir disso tudo.

O que passou, passou.

Segue a vida.

Nada é pra sempre.

Tudo é relativo.

Dá a volta por cima.

Sacode a poeira.



Ainda assim, se move.

17/09/2007 14:57 | Comentários (15) | TrackBack (0)


The drugs don't work

Às vezes eu tenho a impressão de que, se eu digitar "TROUXA" no Google Images, a primeira coisa que vai aparecer é uma foto 3x4 minha.

Ontem me aconteceu um troço muito, muito desagradável: me vi obrigado a responder publicamente por uma coisa sobre a qual não tive ingerência nenhuma. Fui ingênuo? Fui, pra caralho.

Tenho até uma certa dificuldade em ESCREVER sobre o assunto ainda, mas em resumo um detalhe de uma campanha da qual eu participei gerou um tipo de polêmica a respeito da qual eu sempre fui contra, e ao ser chamado a discorrer sobre o assunto, ficou parecendo que eu era o responsável e que eu avalizava aquilo. Tem como desfazer o embrulho agora? Não.

Por conta disso, sofri prejuízos profissionais e pessoais meio impossíveis de se calcular.

O que eu gostaria de deixar claro pra quem está lendo este post é o seguinte: eu não teria o menor problema em argumentar e assumir uma idéia que fosse de minha responsabilidade, por mais estapafúrdia que esta idéia fosse. Não foi este o caso, em absoluto.

Um dia antes, ainda mostrei algumas outras peças da campanha na lista do Insanus, todo orgulhoso porque tinha conseguido aprovar títulos em CAPS LOCK e no FUTURO DO INDICATIVO, reproduzindo o estilo de escrever do Cardoso e do Wagner, respectivamente. É esse o tipo de coisa que me orgulha. Se a polêmica fosse por causa disso, eu argumentaria durante três dias a respeito. Em suma, eu assumiria.

Trinta e cinco anos e ainda acreditando nas pessoas como se tivesse seis. Este sou eu.

15/09/2007 11:45 | Comentários (22) | TrackBack (0)


Everything about you

Santiago cavoca a narina esquerda com o dedo indicador direito. Por um breve instante, tenho medo que atravesse a cartilagem, tamanho o empenho. Depois de alguns instantes, me alcança um pontinho preto.

-Ó, papai, tatu. Guarda.

O mais doentio é que eu chego a me perguntar se não seria o caso de guardar mesmo.

12/09/2007 23:13 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Só, em Chapecó

Dois dias em Chapecó/SC, por conta de uma palestra na universidade local. Reencontrei velhos amigos (por incrível que pareça, tem três ex-colegas trabalhando por lá atualmente) e conheci alguns novos. A palestra em si foi massa, estava podre de gripado, mas falei com muita tranquilidade, parecia que estava numa mesa de bar. Ganhei uma revista em quadrinhos produzida pelo pessoal do Estúdio Alice, que fez a bela programação visual do evento, com textos do barbudo Roberto Panarotto, da legendária banda Repolho. Conheci também o blog Só em Chapecó, que demonstra que, no quesito direitos do consumidor, a cidade está alguns anos-luz à frente de Porto Alegre.

"Há alguns dias estava no Celeiro e havia uma senhora promovendo degustação dos iogurtes Santa Clara. Perguntei a ela se havia a opção light. Então ela me falou que todo o iogurte era light. Achei estranho, questionei e ela me mostrou na embalagem, uma parte onde estava escrito "bebida láctea". Viu? Todo o iogurte é light (láctea)."

12/09/2007 12:02 | Comentários (0) | TrackBack (0)


Momentum

hoopla_cover.jpg

De longe o melhor livro sobre comunicação que eu já li. Bom a ponto de querer voltar no tempo e fazer praticamente tudo diferente. O maior número de insights por centímetro cúbico, volta e meia me peguei pensando "essa frase eu preciso sublinhar", para então ler a seguinte e pensar a mesma coisa, e assim sucessivamente por quase um parágrafo. De quebra, imagens de campanhas e resumos de cases de um monte de idéias que eu sempre admirei, mas nem sabia que tinham sido feitas pela Crispin Porter + Bogusky. De agência periférica, num estado periférico - Flórida -, com uma equipe de desconhecidos atendendo meia dúzia de clientes furrecas a uma das melhores empresas de comunicação do mundo nos últimos cinco, seis anos, abarrotada de contas gigantescas e, a cada trabalho, redefinindo os limites do que se costumava chamar de propaganda. Houp la!

08/09/2007 01:34 | Comentários (4) | TrackBack (0)


Enquanto isso, na Mansão Insanus

A parte sobre "gremista" é, evidentemente, uma calúnia do cinegrafista.

06/09/2007 04:22 | Comentários (2) | TrackBack (0)


Ovo pochê

"Filho, quando a água da panela está assim, cheia de bolinhas, quer dizer que ela está muito quente, viu?"

"Quer dizer? Ela tem boca, então?"

03/09/2007 23:43 | Comentários (1) | TrackBack (0)


Terror noturno

Estou na cozinha, juntando tudo o que sobrou do almoço numa tigela e acrescentando um pouco de pimenta, quando Santiago começa a berrar em desespero lá do seu quarto.

"PAPAAAAAAAAI! PAPAAAAAAAAAAAAAAA! PAPAAAAAAAAI! PAPAAAAAAAAAAAAAAAI!"

Largo tudo o que estou fazendo e corro pra lá, pensando no que poderia ter acontecido. "Trancou o pé no vão que tem entre a cama e a parede", é a primeira coisa que me ocorre, seguido de perto por "Foi fechar a gaveta e trancou a mão".

Atravesso o corredor num átimo, seguro a moldura da porta do quarto com uma das mãos para me impulsionar um pouco mais rápido para dentro, como se estivesse dentro de uma piscina. Chego ainda a tempo de ver na tela da TV o packshot final de um comercial, apresentando uma motinho a fricção.

Santiago, bem sentado na cama, comenta, aliviado:

esse que eu quero, papai."

03/09/2007 23:30 | Comentários (7) | TrackBack (0)


Okay

Fiquei em chamas ontem de noite, por descobrir que "The Road" já foi traduzido e deve chegar às livrarias na semana que vem, pela editora Alfaguara.

Duas semanas da minha vida perdidas, porque evidentemente terei que reler o livro, agora em português, me flagelando com as partes em que achar que a tradução não foi feliz, mas também fruindo melhor algumas outras, sem a barreira da minha própria ignorância para atrapalhar. Na real, vai ser como se estivesse lendo outro livro.

03/09/2007 10:26 | Comentários (6) | TrackBack (0)


Engenharia genética, limites da

"Papai, como é que é cocô de dinossauro?"

(Pausa para assimilação.)

"Não sei, filho, mas acho que é bem grande."

"Tu nunca viu?"

"Não, é que não tem mais dinossauro. Antes tinha, agora não tem mais."

"Já sei: a gente podia fazer um então."

"Boa idéia, filho."

"Um bem vermelho."

01/09/2007 22:56 | Comentários (5) | TrackBack (0)


Polidez

Depois de almoçar, rumando novamente para a Expointer, apenas Santiago e eu no carro, solto um inevitável arroto.

A título de comentário, digo logo em seguida:

"Oooopa!"

Ao que Santiago retruca, de sua cadeirinha:

"Acho que não fui eu."

01/09/2007 20:27 | Comentários (10) | TrackBack (0)