por Marcelo Firpo

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Vou rasgar o meu diploma e entrar pro Direito

Maria não conseguiu acompanhar todo o depoimento do Coringa porque tinha que criar uma campanha, mas os dez minutos que ouvi foram mágicos.

Evidentemente, uma parte de mim, majoritária no começo, sabia que estava ouvindo um depoimento de um político enredado num cipoal de acusações de corrupção e que, como manobra diversionista, tentava desviar o foco da discussão, ampliando-o um trilhão de vezes. Perto do caldeirão de merda que ele fez menção de destampar, o caso dos Correios parece titica de galinha, para usar uma expressão sofisticada.

O problema é que ele fez isso tão bem, com uma laje tão grande, que uma partezinha de mim começou a se fascinar pela pantomina em si, pela sua teatralidade, pela sua autoconfiança. Roubar é uma coisa, mas não se sentir culpado ao ser pego roubando é que é realmente a grande arte. Fui só eu ou mais gente se pegou pensando algo como "mas esse homem devia ser Presidente!", tamanho o preparo em justificar o injustificável?

Se falou muito no seu passado como advogado, das suas 400 atuações em tribunais etc etc etc, mas isso é apenas técnica, que nas mãos de uma personalidade menos peculiar não ofereceria nem metade do fascínio.

Me lembro de um mané que foi pego roubando há um tempo atrás, era um funcionário de algum ministério, a história envolvia também orgias e drogas. Essa criatura foi para a frente das câmeras e só faltou se imolar ao vivo, num espetáculo um tanto quanto cansativo de culpa católica e vitimização. Se não me engano, tentou até se matar na prisão, virou evangélico, esses lugares-comuns.

E hoje, isso.

É um avanço. Não sei para que direção, mas é um avanço.

Em 50 anos, roubar o Estado vai ser permitido por lei no Brasil.

14/06/2005 23:37 | Comentários (4) | TrackBack (0)