por Marcelo Firpo

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Namedropping

Pronto. O zelador veio de manhã e pregou as duas estantes de ferro na parede. Mais pra frente eu faço as de madeira.

Uma vez pregadas, coube a mim organizar todos os livros de novo. Passei metade da manhã fazendo isso, mas pelo menos rendeu a idéia de um post ego-literário.

São duas estantes, daquelas bem comuns, de furinhos, pretas. Desta vez eu consegui superar o meu medo de causar danos estruturais ao edifício e elas ficaram uma do lado da outra. São da mesma altura, mas uma tem seis prateleiras e a outra, cinco. Comecemos por esta.

No último andar, lá em cima, começamos com a sessão putaria, que envolve "O Terror na Alcova", uma ficção envolvendo o Marquês de Sade, além de um outro título do próprio, dois Batailles, "A História de O" e quetais. Depois passamos pra seçã Camus, que comporta uns três livros, e depois alguns títulos em inglês, literatura contemporânea, Zadie Smith (três) e Jonathan Carrol (uns cinco), mais uns outros avulsos; depois a seção Irvine Welsh, que conta bem com uns cinco títulos, já li o "Porno", "Acid House" e "Filth", faltam "Glue" e "Ecstasy". Seguem dois ou três livros do Roddy Doyle, algumas coisas de poesia (Mallarmé, Keats, Yeats e Elliot), mais dois Orwell, sendo que o que trata da guerra civil espanhola já emenda nos relatos bélicos do Primo Levi e Elie Wiesel, mais um Lobo Antunes, dois Gore Vidal da fase história antiga, Lewis Carrol, o "Memórias de Adriano" e "O Perfume", que parece que vai virar filme agora. Certo que esqueci de enumerar uns dez livros, mas é mais ou menos isso, uma prateleira quase que exclusivamente de literatura estrangeira, com forte participação dos contemporâneos.

No penúltimo andar, a coisa começa meio posh, com dois Ulysses, Dom Quixote e as obras completas do Shakespeare, que, tenho fé, um dia lerei. Depois entra uma breve seção Kafka, três Umberto Eco e inicia-se a grande seção latino-americana, que comporta as obras completas do Borges, mais o ensaio autobiográfico, um livro escrito com o Bioy Casares, depois uns quatro livros deste último, passando para Cortázar, uns seis ou sete, Juan Rulfo, Sabato, Benedetti, Carpentier, Macedônio Hernandez e três do Pedro Juan Gutierrez, que é sempre a mesma coisa mas é divertido.

No andar debaixo, o terceiro, estão concentradas as graphic novels com lombada quadrada. É muita coisa para ficar enumerando, mas destaco Sandman, Watchmen, Miracleman, Love&Rockets, Daredevil, From Hell, muita coisa da Vertigo, Daniel Clowes, Maus I e II, Persepolis, Books of Magic.

No segundo andar, um lado só com "livros altos sem assunto definido", o que inclui três anuários de propaganda, um atlas, dois Diane Arbus, um Anette Messenger, um livro sobre o meu tio pintor. Depois temos alguns livros mais baixos, incluindo os dois sobre disruption e dois Elio Gaspari sobre a ditadura, e logo a seguir a estatura volta a subir, e aí temos mais Love&Rockets encadernados, uns onze, um do Laerte e quatro de uma série ambientada na revolução francesa, "Sanbre", de um tal de Yslaire, que desenha bem pacas.

No primeiro andar, quase ao rés do chão, gibis, tanto em formato americano quanto nacional. Aí é muito Sandman, muito X-Men, muito Vertigo e a coleção quase completa do saudoso Almanaque Marvel, comprado no improvável sebo de Torres.

Passamos para a segunda estante, agora, e se você chegou até aqui não tem por que desistir. A prateleira lá do alto é dedicada à literatura nacional. Tem contos completos do Faraco e do Rubem Fonseca, três Guimarães Rosa, dois Ariano Suassuna, quase todos os Livros do Mal, Scott, Galera, Mojo, Cardoso, Terron, uma penca de gente da tal nova literatura, tipo Marcelino Freire, João Filho, Jorge Cardoso, Mirisola, Nazarian, Cuenca, "A Face Horrível", do Ivan Ângelo, uns Machado de Assis, Dalton Trevisan, Manuel Bandeira, uns livros sobre música brasileira, tipo manguebit e clube da esquina.

A penúltima prateleira desa segunda estante é dedicada ao que chamaremos aqui de "humanidades": tem desde coisas sobre literatura ("Os Escritores", com as entrevistas do Paris Review, livros sobre arquétipos literários, um pretensioso dicionário de símbolos literários, "A Jornada do Escritor"), história ("A História do Medo no Ocidente", "Uma História Íntima da Humanidade, bem massa, escrito por um Theodore Zeldin, uns quatro do Carlo Ginzburg), mais mitologia (dicionário de mitologia grega, dicionário de deuses e demônios, a trilogia tebana, "As Núpcias de Cadmo e Harmonia"), filosofia e zen-budismo.

No andar debaixo, mais literatura estrangeira, só que agora uns autores que eu lia quando era mais jovem: tem uns sete Milan Kundera, uns seis Paul Auster, Bukowski, Fante, Salinger e Susan E. Hinton (Rumble Fish, Outsiders, Passou, Já Era), que é a própria adolescência. Mais pro fim tem um monte de pockets, acabei de botar lá uns da Penguim que comprei na Cultura por R$ 6,89 cada.

No andar debaixo, seguimos avançando em direção à infância: a prateleira começa com terror (uns onze Stephen King, Clive Barker, William Peter Blatty, Lovecraft, Bram Stoker e Mary Shelley, por supuesto) e depois passa para a ficção científica, com todos os Duna. Lá no fim, uns dicionários de bolso e cursinhos de idiomas.

Segundo andar, policiais: uns vinte Agatha Christie, Simenon, todos os Sherlock Holmes, um que outro John Le Carré, "O Falcão Maltês", Garcia-Roza.

Lá embaixo minha coleção de Archives (é uma seleção de peças de propaganda) e mais uns livros grandões, mais por uma questão de aerodinâmica mesmo: "Os Grandes Profetas" da Abril, "O Mundo Misterioso" do Arthur Clarke, um sobre "El Monstruo de Lago Ness" e dois de fotos de discos voadores. Realmente, fui uma criança muito crédula, mas pelo menos nesta arrumação consegui jogar fora os do Erich von Däniken.

Tive que jogar fora um romance chamado "Objects in mirror are closer than they appear", jamais lido e consumido por cupins. Nem era tão velho assim, estranho, talvez seja só na encadernação, a edição é muito bonita, talvez ainda dê para salvar.

Dos estralando de novos, o que tenho mais vontade de começar é "Shalimar, the clown".

11/12/2005 00:32 | Comentários (3) | TrackBack (0)