por Marcelo Firpo

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Cão

"Cão sem dono" agora à noite, escrevo sem muita pensar muito no assunto, só o tempo de vir dirigindo pra casa.

Gostei bastante de quase todo o filme, mais precisamente dos dois primeiros terços. Tainá está muito, muito bem; achei que ia implicar mais do que impliquei com o Júlio Andrade, e os dois funcionam como casal. A edição toda fiadaputa também funciona, às vezes se tem a impressão de estar vendo o copião do filme, antes da edição, mas de um jeito bom. Muito massa o motoboy, também.

Duas ou três cenas que vão ficar na memória: Marcela cantando enquanto Ciro toca violão; ele passeando de ônibus e uma musiquinha interessante ao fundo. Quem souber me diz o que é.

Coisas que não gostei: às vezes o filme parece quebrar as suas próprias regras de um jeito meio desastrado. Exemplo: até Marcela ir embora, está suficientemente claro pra todos nós que o Ciro é um cara fechado e embrutecido. O sofrimento dele, portanto, não precisaria ser nada muito óbvio. Aquela sequência em que ele fica escrevendo uns poeminhas de bosta com locução em off me constrangeu horrores. Ninguém precisa escrever emopoesia pra demonstrar que está sofrendo, e no personagem isso ainda por cima soa postiço.

Na verdade, da saída da Marcela de cena em diante nada parece funcionar muito bem, não por uma questão de atuação, mas de roteiro, mesmo. As cenas começam a ficar meio esquemáticas demais, quando o grande mérito do filme até então tinha sido essa despreocupação em se explicar.

Como leitor, senti muita falta de um equivalente cinematográfico do monólogo final da Marcela. Nada contra happy endings mais assumidos, só acho que merecíamos ouvir um pouco a voz da personagem. Sem isso, ela também acaba ficando meio unidimensional. Ao final do livro, ela se revela uma pessoa inteira. No final do filme não é dado o tempo para tanto.

Ainda assim, gostei. A visão de Porto Alegre é sincera, profunda, escapando tanto dos clichês (abraçados com entusiasmo tantas vezes por cineastas daqui) quanto da idealização (puta cidade feia do caralho, e isso está no filme).

Agora, Nação Zumbi pós Chico Science nos créditos finais é pra foder

17/05/2007 00:14 | Comentários (1) | TrackBack (0)